Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 95| 28 de março de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi: câmbio e escalas de abate avançadas começam a pressionar preços
Segundo a Safras, a valorização cambial altera completamente a dinâmica do mercado físico do boi gordo
O mercado físico de boi registrou preços de estáveis a mais baixos na sexta-feira. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a valorização cambial altera completamente a dinâmica do mercado físico do boi gordo. “Os frigoríficos ensaiam movimento de pressão de baixa mais agressiva. A tendência é que em caso de continuidade do processo de fortalecimento do real haverá intensificação desse movimento, uma vez que com o real valorizado a conta da exportação se torna menos atraente para os frigoríficos, obrigando a mudar as estratégias na compra de gado. Além disso, em grande parte do país as escalas de abate estão confortáveis, atendendo entre cinco e sete dias úteis em média”, assinalou Iglesias. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 339 a arroba. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 316. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 320 por arroba. Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo. No mercado atacadista, o dia foi de preços inalterados. O ambiente de negócios ainda sugere por alguma queda dos preços no curto prazo, em linha com a lenta reposição entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. “Além disso, a demanda doméstica segue direcionada para as proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango e dos ovos”, disse Iglesias. O quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 24,00 por quilo. O quarto dianteiro seguiu com preço de R$ 16 por quilo. A ponta de agulha permaneceu no patamar de R$ 15,50 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Mercado do boi gordo fecha a semana com preços ESTÁVEIS
Nas regiões do interior de São Paulo, referência para as demais praças do País, a arroba do macho terminado direcionado ao mercado doméstico encerrou a sexta-feira (25/3) cotada em R$ 337/@ (valor bruto e a prazo), sem alteração em relação ao dia anterior, segundo dados da Scot Consultoria
“Ofertas abaixo da referência foram lançadas, mas sem a concretização de negócios até o momento”, relatam os analistas da Scot, que também apurou estabilidade nos preços das fêmeas prontas para abater – a vaca gorda continua valendo R$ 295/@ e a novilha, R$ 330/@ (valores brutos, a prazo). “O mercado paulista encerra a semana pouco movimentado, resultado do avanço das escalas de abate, que estão praticamente completas para a próxima semana”, informa a Scot. No entanto, no acumulado da semana, as cotações do boi e da vaca gordos caíram R$ 3/@ nas praças de São Paulo, enquanto o valor da novilha gorda teve baixa de R$ 2/@ (dados Scot). Na avaliação da zootecnista Thayná Drugowick, analista de mercado da Scot, o descarte sazonal de fêmeas começa a pesar sobre as cotações no mercado do boi gordo. Segundo levantamento da consultoria, considerando a média das 32 praças pecuárias monitoradas, a cotação de vaca gorda recuou 0,6% desde o início da semana, frente à queda de 0,4% dos machos terminados. “Para os próximos dias, o avanço da safra deve elevar, gradativamente, a oferta de animais gordos, em boa medida pelo incremento dos abates de fêmeas”, relata a analista da Scot, que acrescenta: “Diante disso, novas quedas na arroba do boi gordo não estão descartadas”. A referência da arroba para o macho terminado que atende ao mercado externo ficou praticamente estável ao longo da semana em São Paulo, girando na casa dos R$ 350/@ em São Paulo. No entanto, observa Thayná, é preciso estar atento aos recentes recuos do dólar em relação ao real (fechou a semana a R$ 4,74), situação “que pode mudar as estratégias de compra das indústrias exportadoras”. Na sexta-feira, 25 de março, a maior parte das indústrias frigoríficas brasileiras continuou fora dos negócios, já que grande parcela delas já possui programações de abate com volumes relativamente confortáveis, informou a IHS Markit. Quanto ao mercado doméstico, o consumo de carne bovina ainda continua em passos lentos. Os preços das fêmeas gordas seguem perdendo força em algumas praças. É o caso da região da Barra do Garça, MT, que registrou queda diária de 2@ no valor da vaca pronta para abater, agora valendo R$ 293/@, segundo dados da IHS. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem estáveis. “A procura por reposição de estoques é fraca e irregular, comprovando que o consumo doméstico está mais retraído do que o mercado imaginava”, observa a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 320/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 352/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 290/@ (prazo); MT- Tangará: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 291/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 310/@ (prazo) vaca a R$ 293/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 293/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 308/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca R$ 295/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 295/@ (à vista) vaca a R$ 276/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).
PORTAL DBO
Descarte de fêmeas reforça tendência de escalas de abate mais confortáveis
A média nacional das escalas de abate se encontra em 10 dias úteis, sem mudanças no comparativo semanal, segundo levantamento da consultoria Agrifatto
No momento, a média nacional das escalas de abate se encontra em 10 dias úteis, sem mudanças no comparativo semanal. Veja abaixo as escalas atuais de abate em algumas das principais regiões pecuárias, segundo levantamento realizado pela Agrifatto. São Paulo – As indústrias paulistas fecharam a sexta-feira com 12 dias úteis programados, avanço de 1 dia no comparativo entre as semanas. Goiás – Os frigoríficos goianos encerraram a semana com as escalas na média de 13 dias úteis, alta de 1 dia no comparativo semanal. Pará – No Estado, os abates estão programados para 11 dias úteis, 2 dias a menos do que foi visto na semana passada. MG/MS/MT – Nos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os frigoríficos fecharam a semana com a média de 9 dias úteis escalados, com os mineiros e sul matogrossenses mantendo a estabilidade e os matogrossenses avançando 2 dias, no comparativo semanal. RO/TO – Em Rondônia e Tocantins, as escalas de abate se encontram próximas dos 8 dias úteis, com a média dos frigoríficos rondonienses recuando 3 dias e os tocantinenses avançando 2, no comparativo entre as semanas.
AGRIFATTO
MT: queda no poder de compra dos pecuaristas sinaliza economia em farelo de soja e milho
A queda é de 1,2% na relação de troca da arroba com o milho e 1,6% com o farelo de soja na comparação entre a 1ª quinzena de março com o mesmo período de fevereiro, revela o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea)
A alta nos custos de insumos da alimentação de bovinos de corte já está fazendo com que os pecuaristas comprem menos farelo de soja e milho no Estado de Mato Grosso por arroba engordada. Esta é a constatação do mais recente relatório de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de Cuiabá (MT). O poder de compra de milho por parte do produtor caiu 1,2% e o de farelo de soja sofreu uma queda de 1,6%. A comparação foi feita entre a 1ª quinzena de março e o mesmo período de fevereiro, sobre a relação de troca entre o valor da arroba de boi gordo no Estado e o valor da saca de milho e do quilo de farelo de soja. O principal motivo da queda de poder de compra desses insumos se relaciona às incertezas do mercado de commodities e a alta volatilidade de preços dos grãos no mês passado, influenciados pelos conflitos no leste europeu entre Ucrânia e Rússia. Segundo o Imea, esse movimento resultou nas piores condições para aquisição dos principais insumos, como o milho e o farelo de soja, por parte dos pecuaristas. Na 1ª quinzena de março, com o valor de uma arroba de boi gordo, o pecuarista conseguiu adquirir 112 quilos de farelo de soja e 3,93 sacas de 60 quilos de milho. Na ponta do lápis, o produtor adquiriu no período 2 quilos de farelo de soja e 0,05 sacas de milho a menos que no cenário observado na 1ª quinzena de fevereiro. A equipe do Imea inclusive acredita que essa relação de troca pode piorar. Segundo o relatório, para o curto prazo, é estimado uma diminuição nas exportações da Ucrânia em aproximadamente 18% para safra 2021/2022, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês), cenário que pode continuar puxando os preços do milho para cima.
IMEA
SUÍNOS
Preços do suíno fecham sexta-feira em estabilidade
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável, custando R$ 101,00/R$ 109,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,25%/1,20%, valendo R$ 7,90 o quilo/R$ 8,20 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (24) os preços ficaram estáveis nas principais praças acompanhadas pelo órgão, valendo R$ 6,07/kg em Minas Gerais, R$ 5,76/kg em São Paulo, R$ 5,17/kg no Rio Grande do Sul, R$ 5,03/kg no Paraná e R$ 4,81/kg em Santa Catarina.
Cepea/Esalq
Suíno independente: queda de 16 centavos no Rio Grande do Sul
A Pesquisa Semanal do Preço do Suíno, milho e farelo de soja no RS apontou queda de 16 centavos no preço pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor independente. A cotação registrada nesta sexta-feira (25) é de R$ 5,58
O custo médio da saca de 60 quilos de milho ficou em R$ 98,25. Já o preço da tonelada do farelo de soja é de R$ 2.858,33 e da casquinha de soja é de R$ 1.375,00, ambos para pagamento à vista, preço da indústria (FOB). O preço médio na integração apontado pela pesquisa é de R$ 5,02. As cooperativas e agroindústrias apresentaram as seguintes cotações: Aurora/Cooperalfa R$ 5,10 (base suíno gordo) e R$ 5,20 (leitão 6 a 23 quilos), vigentes desde 09/02; Cooperativa Languiru R$ 5,20, vigente desde 14/02; Cooperativa Majestade R$ 5,10, vigente desde 09/02; Dália Alimentos/Cosuel R$ 5,20, vigente desde 08/02; Alibem R$ 4,10 (base suíno creche e terminação) e R$ 5,20 (leitão), vigentes desde 10/02, respectivamente; BRF R$ 5,30, vigente desde 09/02; Estrela Alimentos R$ 4,10 (base creche e terminação), vigente desde 08/02, e R$ 5,15 (leitão), vigente desde 09/02; JBS R$ 5,30, vigente desde 18/01; e Pamplona R$ 5,10 (base terminação) e R$ 5,20 (base suíno leitão), vigentes desde 09/02.
Acsurs
FRANGOS
Frango vivo em alta no Paraná na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,45/kg, assim como o frango na granja, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg. Foi registrado aumento de 7,78% no Paraná, atingindo R$5,68/kg.
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (24), tanto o frango congelado quanto o resfriado ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 7,52/kg e R$ 7,54/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Preço da carne de frango sobe; proteína perde competividade
As cotações da carne de frango têm registrado aumentos significativos nesta segunda quinzena do mês
Assim, segundo informações do Cepea, a competitividade da proteína avícola diminuiu frente às principais concorrentes, bovina e suína – vale lembrar que essas carnes também registram valorizações, porém, menos intensas. No mercado de frango, a demanda externa aquecida reduz a disponibilidade doméstica de muitos produtos, permitindo que vendedores elevem os preços, como forma de garantir margens positivas, devido ao alto custo de produção.
Cepea
CARNES
Carne de frango sobe 23% em março e perde competitividade
O preço da carne de frango da Grande São Paulo subiu mais de 23% em março e vem perdendo competitividade em relação a outras proteínas, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)
“No mercado de frango, a demanda externa aquecida reduz a disponibilidade doméstica de muitos produtos, permitindo que vendedores elevem os preços, como forma de garantir margens positivas, devido ao alto custo de produção”, disse o Cepea em nota na sexta-feira (25). O índice de preços Cepea/Esalq para a carne de frango congelada em São Paulo subiu 23,7% em março, até sexta-feira (25), a R$ 7,51 o quilo. A carne de frango resfriada teve alta de 23,3%, a R$ 7,83/kg, na mesma base de comparação. Segundo o Cepea, a carne de frango perdeu a competitividade apesar de altas menos intensas verificadas para as outras proteínas. No caso da carne bovina, a reduzida disponibilidade de boi gordo tem sustentado os preços da carne, mas a baixa demanda brasileira pelo produto impede que a carcaça casada bovina volte a ser comercializada acima dos patamares observados para o animal para abate. O setor produtor de carne suína também enfrenta um cenário de demanda desaquecida no mercado doméstico e altos custos de produção. "O poder de compra dos suinocultores de Santa Catarina e de São Paulo frente ao milho e ao farelo de soja aumentou nesta parcial de março em relação ao mês anterior. (...) apesar dessa reação, o cenário atual ainda é o pior para um mês de março em toda a série histórica, iniciada em 2004”, disse o Cepea em nota. Os preços dos suínos subiram entre o fim de fevereiro e o início de março, mas as cotações do milho e do farelo também avançaram, dificultando as operações dos produtores independentes.
carnetec
EMPRESAS
Alegra Foods aumenta sua aposta em processados
Empresa de carne suína prevê faturar R$ 1,2 bilhão em 2022. Matthias Tigges, da Alegra: neste ano, industrializados deverão ser responsáveis por 50% das vendas da companhia, que também quer ampliar exportações
A Alegra Foods, de carne suína, pretende intensificar sua atuação no segmento de processados em 2022, que, segundo as metas da companhia, devem chegar a 102,3 mil toneladas e passar a responder por 50% do volume total. As vendas de industrializados somaram 96 mil toneladas, ou 37% do total, em 2021, quando a empresa paranaense ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em faturamento, montante 17,2% superior ao do ano anterior. Para este ano, ela prevê receita de R$ 1,2 bilhão. O avanço da empresa ocorreu em um cenário turbulento. A suinocultura brasileira vive uma crise marcada por oferta superior à demanda, aumento de custos e aperto na renda da população. Em 2021, com a forte alta dos preços da carne bovina, a tendência era que a demanda pela carne suína ficasse maior, mas o crescimento foi insuficiente para absorver o impacto dos fatores negativos sobre o mercado, avalia Matthias Tigges, Superintendente da Alegra. “Não sou tão otimista. O quadro só deve se ajustar daqui a seis meses”, projeta. Tigges acredita que a crise deve consolidar o domínio de criadores mais bem-estruturados, que conseguem ser mais eficientes na gestão de custos, e fazer com que muitos produtores, principalmente os independentes, deixem o segmento. No mercado internacional, o clima também não é dos melhores. Maior importadora da proteína suína no mundo, a China diminuiu seu ritmo de compras desde que recompôs seu rebanho, dizimado pela peste suína africana entre 2018 e 2019. Grandes exportadores europeus, que também perderam espaço nas vendas aos chineses, passaram a disputar com o Brasil a preferência de outros mercados. Mesmo diante desses desafios, a empresa manterá o foco na carne suína e a aposta em produtos de maior valor agregado, que têm margens mais atrativas. Segundo o Superintendente, há demanda pelos industrializados, a despeito da crise econômica. “Quando oferecemos um produto já temperado, fatiado, processado ou defumado, levamos mais praticidade e comodidade ao consumidor”, afirma ele. Entre as metas da empresa para este ano está a ampliação da carteira de clientes, que, segundo os planos, passará de 1,5 mil para 2,3 mil, um aumento de mais de 50%. Como parte do objetivo de aumentar suas vendas de processados, a Alegra também prepara investimentos em melhorias logísticas. Em meio à pandemia de covid-19, a companhia investiu R$ 7 milhões em adequações para manter as atividades de sua fábrica, localizada em Castro (PR), que permaneceu aberta, afirma Tigges. A Alegra desossa mais de 3,5 mil suínos por dia. O plano da companhia é aumentar o volume de desossa para 4 mil animais até o fim deste ano. As exportações representam 25% dos negócios da Alegra. Também faz parte da estratégia da empresa conquistar novos mercados no exterior, entre eles o japonês e o chileno. As negociações para a abertura desses mercados, relata o superintendente, começaram já no ano passado, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação. Fundada em 2015, a Alegra é resultado de um trabalho conjunto entre as cooperativas paranaenses Castrolanda, Frísia e Capal. Da união operacional das três surgiu a Unium, que tem mais de 5 mil cooperados e faturou R$ 4 bilhões no ano passado.
VALOR ECONÔMICO
Na BRF, o ex-BC Aldo Mendes sela a paz entre Previ e Marfrig
Acordo entre fundo de pensão e firma de Marcos Molina evita voto múltiplo na assembleia da dona da Sadia
A Previ conseguiu o que queria na Marfrig e não vai mais precisar do desgaste de um voto múltiplo para emplacar um nome no conselho de administração da BRF. Num acordo costurado no fim de semana, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil chegou a um acordo com Marcos Molina, fundador da Marfrig, para uma chapa consensual para o conselho. Aldo Mendes, ex-diretor de política monetária do Banco Central que também já ocupou o cargo de Vice-Presidente de Finanças do Banco do Brasil e foi CFO do Banco Original, é o indicado pela Previ. Oscar Bernardes, que estava na chapa de dez membros originalmente proposta pela Marfrig, abriu mão da vaga. Com isso, a Marfrig indicará nove membros (Marcos Molina, Sergio Rial, Augusto Cruz, Márcia Marçal dos Santos, Eduardo Pocetti, Flávia Bittencourt, Pedro de Camargo Neto, Altamir Batista da Silva e Deborah Vieitas) para o conselho da BRF e a Previ, um. A negociação entre Previ e Marfrig mostra que a companhia de Marcos Molina precisou negociar para evitar uma eleição que pudesse lançar alguma desconfiança sobre sua hegemonia. A Previ já havia tentado negociar uma vaga na chapa original proposta pela Marfrig, mas só tinha conseguido o apoio para uma indicada ao conselho fiscal. Com o pedido de voto múltiplo, o canal de renegociação foi reaberto. Hoje, às 11h, a eleição deve consolidar o controle da Marfrig sobre a BRF, mas agora em clima de paz e com o aval da Previ.
VALOR ECONÔMICO
Com expansão em grãos e leite, Frísia prevê para este ano crescimento de 15%
Totalizando 290,6 milhões, produção de leite aumentou 2,9% em 2021 e deve acelerar ritmo de crescimento neste ano, diz companhia produtora paranaense
A paranaense Frísia espera crescer 15% neste ano, após fechar 2021 com faturamento de R$ 5,2 bilhões, 40,1% acima de 2020. Os resultados foram antecipados à coluna. A cooperativa deve receber 977 mil toneladas de grãos em 2022, entre soja, milho, feijão, trigo, cevada e aveia, incremento de 5,25%. A produção de leite, que aumentou 2,9% em 2021, para 290,6 milhões de litros, deve crescer em ritmo mais acelerado, com a atração de novos cooperados. Renato Greidanus, Presidente da Frísia, se mostra animado, mas ressalta que, mesmo com a expectativa de preços altos das commodities, os custos de produção e financeiros subiram. “A rentabilidade para o produtor e a cooperativa deverá ser menor que nos dois anos anteriores.” Neste ano, a cooperativa concluirá investimento de R$ 52 milhões na construção de entreposto em Dois Irmãos (TO), com capacidade para 21 mil toneladas, e começará a ampliação de unidade de beneficiamento de sementes em Ponta Grossa (PR). Além do Paraná, a Frísia atua no Tocantins, onde prevê avanço de área na safra 22/23. “A expectativa é chegar em 30 mil hectares de área de cooperados da Frísia no Estado, principalmente no cultivo de soja e milho”, diz Greidanus. Em 2021, a Frísia recebeu 114 mil toneladas de grãos no Tocantins, 51,4% mais que em 2020.
O ESTAdo de são paulo
INTERNACIONAL
Criadores de suínos da China enfrentam dificuldades para voltar a lucrar
Os suinocultores da China, que sofrem perdas recordes devido ao aumento dos custos de alimentação e à fraca demanda de suínos, estão mudando do farelo de soja mais caro para grãos de menor qualidade, e até mesmo vendendo ativos em uma tentativa de sobrevivência
A dor no maior mercado de suínos do mundo, no entanto, pode durar até o próximo ano, disseram analistas, diminuindo a renda na economia rural da China e provavelmente reduzindo as importações de soja e carne pelo maior comprador do mundo pelo segundo ano. O declínio segue um período de enormes lucros para muitos agricultores, depois que o vírus da peste suína africana devastou o rebanho há três anos, reduzindo a produção de carne suína e elevando os preços. Mas depois de reconstruir rapidamente o rebanho, os produtores descobriram que a demanda por carne havia diminuído devido aos repetidos surtos de Covid-19 que fecharam restaurantes. Agora, depois de meses de perdas, os agricultores enfrentam um aumento nos custos, conforme os preços já elevados dos grãos disparam após a invasão da Ucrânia pela Rússia. As perdas médias de 480 iuanes (75,42 dólares) por porco abatido no início desta semana foram as piores de todos os tempos, de acordo com a consultoria Shanghai JC Intelligence Co Ltd (JCI). Analistas dizem que as perdas são generalizadas, das grandes empresas aos pequenos proprietários. Os preços de venda de suínos atualmente estão em média em torno de 12 iuanes por quilo, metade do que eram há um ano, mas os custos na maioria dos grandes produtores ainda estão acima de 16 iuanes.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Confiança do setor industrial paranaense cai pela terceira vez no ano
Indústria do Paraná está menos otimista com o cenário econômico nacional e internacional
A confiança da indústria paranaense está em queda, ficando atualmente no limite do que se considera ainda como otimismo pelo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado de março do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) aponta 53,9 pontos - acima de 50 ainda é considerado otimismo -, na escala que vai de 0 a 100. São 4,8 pontos a menos em relação a janeiro (58,7) e 3 na comparação com o mês passado (56,9). A queda é ainda maior na comparação com o mesmo período de 2021. Em janeiro de 2021, o ICEI estava em 67,8 pontos; em fevereiro, em 63,8; e, em março, em meio à segunda onda da Covid-19 no Brasil, havia fechado em 53,3 pontos. No pior momento da pandemia, em maio de 2020, foi alcançado o pior resultado da pesquisa, com 31,6 pontos registrados. Marcelo Alves, economista da Fiep, sugere que os resultados de agora já possam ser reflexo do conflito entre Ucrânia e Rússia, no Leste Europeu, e dos constantes reajustes no preço dos combustíveis aqui no Brasil. “Nitidamente há uma piora de cenário. A realidade para o empresário, que já era duvidosa com relação à recuperação mais rápida da economia no ano passado, ficou mais incerta porque a guerra tem impactos globais e ainda não se sabe a extensão deles”, opinou.
“Já são mais de 30 dias de conflito e crescem as incertezas com relação ao PIB Mundial porque são muitas sanções e grandes economias estão envolvidas nessa questão. Some-se a isso que o mercado de grãos, fertilizantes, gás e petróleo, dos quais Rússia e Ucrânia são protagonistas, já estão sendo afetados por conta do conflito e isso pode interferir na oferta e no preço desses produtos no mercado internacional”, completou. A alta cotação do barril de petróleo no mercado internacional não tem reflexo somente nas indústrias que importam insumos e matérias-primas de alta tecnologia e produtos químicos. “É um efeito cascata. Além da produção de itens como plástico, por exemplo, toda a logística de escoamento da produção tem como base o transporte rodoviário. O diesel mais caro aumenta o preço do frete e os custos do empresário que nem sempre pode repassá-los adiante para não perder competitividade”, finaliza o economista.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar vai abaixo de R$4,75, e amplia perdas em 2022 para quase 15%
O dólar caiu pelo oitavo pregão consecutivo na sexta-feira, a uma nova mínima desde março de 2020, marcando sua décima semana de perdas no ano
Após cair 1,74% nesta sessão, a 4,7469 reais na venda, a moeda norte-americana à vista acumula agora queda de 14,8% no ano. O patamar de encerramento da sexta-feira foi o menor desde 11 de março de 2020 (4,7207), e refletiu, segundo operadores, desmontes de posições compradas em dólar. Com esse resultado, a divisa marcou sua maior sequência de desvalorização desde uma série de mesma duração --oito dias-- finda em 5 de março de 2010.
A desvalorização semanal do dólar foi de 5,38%, a quarta consecutiva e décima das 12 semanas de negociação completas deste ano. Também foi a maior perda nessa base de comparação desde a semana finda em 6 de novembro de 2020 (-6,07%). O conflito na Ucrânia levantou temores generalizados de restrição de oferta de produtos como petróleo e commodities agrícolas, impulsionando seus preços. Isso voltou a atenção de investidores internacionais para alternativas à Rússia e à Ucrânia --importantes exportadoras--, especialmente na América Latina, região considerada menos vulnerável à crise geopolítica. Em relatório da sexta-feira, a agência de classificação de risco Fitch Ratings notou que "as moedas na América Latina tiveram o melhor desempenho de qualquer região de mercados emergentes em meio à recente aversão ao risco global", ainda que a guerra represente riscos inflacionários e econômicos para os países da região. Além do salto das commodities, "veremos uma Selic próxima a 13%", continuou Menezes, da Armor, afirmando que esse patamar de juros eleva o carrego oferecido pela moeda brasileira, além de tornar mais caro adotar posições compradas em dólar. Seu comentário faz referências a estratégias de "carry trade", que buscam lucrar com a tomada de empréstimo num país de juro baixo e aplicação desses recursos num mercado com rendimentos elevados. Com a taxa Selic atualmente em 11,75%, o Brasil tem uma das maiores taxas de juros nominais do mundo, perdendo apenas para Rússia --golpeada por sanções ocidentais em resposta à guerra--, Argentina e Turquia --dois países que sofrem com inflação galopante. E os custos dos empréstimos brasileiros devem subir ainda mais, com ampla expectativa de que o Banco Central promova elevação de 1 ponto em sua reunião de maio. Na sexta-feira, após a leitura de março do IPCA-15 surpreender para cima, o Credit Suisse passou a estimar os juros em 14% ao fim de 2022, com ajustes de 1 ponto percentual em maio, 0,75 ponto em junho e 0,50 ponto em agosto.
REUTERS
Ibovespa encerra estável com alívio na curva de juros e recuo de ações commodities
O principal índice da bolsa brasileira fechou estável na sexta-feira, com a queda das ações de commodities se contrapondo a ganhos de papéis ligados a consumo, que acompanharam o alívio na curva de juros mesmo após dado de inflação acima do esperado
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações não tiveram direção única. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa teve variação positiva de 0,01%, a 119.066.01 pontos, após sete altas seguidas, acumulando ganhos de 3,26% na semana, a segunda seguida no positivo. O volume financeiro da sessão foi de 28,3 bilhões de reais.
REUTERS
Campos Neto prevê pico de inflação em 11% em abril e aponta fim do ciclo da Selic em 12,75%
O pico da inflação brasileira deve ocorrer em abril, tocando 11% no acumulado em 12 meses, disse na sexta-feira o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçando ser provável que a autoridade monetária esteja perto de encerrar seu ciclo de aperto com uma taxa Selic de 12,75% em maio
Em seminário virtual organizado pelo Banco Central do Peru, Campos Neto disse que o mundo sairá dividido do conflito na Ucrânia, fazendo uma separação entre democracias e outros países. Para ele, o Brasil precisa estar do lado certo e aproveitar oportunidades. Em fevereiro, a inflação ao consumidor brasileiro acelerou com força para o nível mais elevado para o mês em sete anos, com a taxa em 12 meses acima de 10,5%. Na tentativa de debelar a alta de preços, o BC vem implementando um dos mais fortes apertos monetários do mundo. Na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa básica de juros foi elevada em um ponto percentual, a 11,75%, com indicação de novo ajuste da mesma magnitude em maio. Campos Neto disse que esse ciclo de alta provavelmente será encerrado em 12,75%. Ele explicou que essa decisão pode ser repensada, com um ajuste adicional em junho, se a crise provocada pelo conflito na Ucrânia se agravar ou se houver alguma mudança brusca e não prevista no mercado. "Nós deixamos porta aberta para a reunião de junho exatamente porque sabemos que há uma incerteza muito elevada sobre a extensão da crise", disse, ponderando que esse cenário de um eventual ajuste adicional não é o mais provável. No evento, o Presidente do Banco Central disse que a autarquia atingiu a independência operacional com a aprovação de legislação pelo Congresso, mas não alcançou autonomia financeira e administrativa. "Pouco foi feito na independência financeira, o BC pode ser financeiramente asfixiado pelo governo", disse, pontuando que isso não ocorreu no Brasil, mas é possível. Na parte administrativa, Campos Neto disse que políticas que atrelam o BC à gestão do governo central criam dificuldades. Ele citou como exemplo a chance de haver uma greve de servidores da autoridade monetária.
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IPCA-15 sobe mais que o esperado e tem maior nível para março em 7 anos
O IPCA-15 subiu mais do que o esperado e atingiu o maior nível para março em sete anos sob o peso do aumento dos alimentos e dos combustíveis, levando a taxa em 12 meses a quase 11%, enquanto o Banco Central lida com a pressão inflacionária elevando juros após ter apontado preocupação com o impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação brasileira, registrou em março alta de 0,95%, depois de ter subido em fevereiro 0,99%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado divulgado na sexta-feira é o mais forte para um mês de março desde 2015 (1,24%), tendo ficado acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,87%. O IBGE informou ainda que o avanço acumulado do IPCA-15 nos 12 meses até março saltou a 10,79%, de 10,76% no mês anterior e expectativa de 10,69%. O resultado estoura com força o teto da meta para a inflação, que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. A pressão inflacionária deve aumentar ainda mais à frente, uma vez que a Petrobras anunciou no começo de março alta nos preços do diesel de cerca de 25% em suas refinarias, além de aumento de quase 19% na gasolina, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia. Além do impacto direto no item combustível do IPCA, o aumento se reflete indiretamente em produtos e serviços. Em março, todos os nove grupos pesquisados registraram aumento de preços, sendo o destaque a alta de 1,95% de alimentos e bebidas, de 1,20% no mês anterior. Esse resultado deveu-se ao aumento de 2,51% dos preços de alimentos para consumo no domicílio diante da influência de fatores climáticos como estiagem no Sul e chuvas no Sudeste, de acordo com o IBGE. O segundo maior impacto foi exercido pelo avanço de 1,30% dos preços de saúde e cuidados pessoais após variação negativa de 0,02% em fevereiro. Já os custos de Transportes subiram 0,68% em março, de alta de 0,87% em fevereiro, com avanço de 0,83% da gasolina depois do reajuste nas refinarias. Juntos, os grupos de alimentos, saúde e transportes representaram cerca de 75% do impacto total do IPCA-15 de março, informou o IBGE. O Banco Central vem elevando os juros para tentar conter a inflação, mas já indicou fim do ciclo de aperto monetário em maio depois de aumentar a taxa básica a 11,75%. Também informou que deverá fazer novo ajuste de um ponto percentual na Selic na próxima reunião, de maio, levando a taxa a 12,75% ao ano.
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Confiança do consumidor recua em março por preocupação com inflação, mostra FGV
Os consumidores brasileiros mostraram preocupação com a inflação e o endividamento em março, e a confiança caiu para o nível mais baixo desde o início do ano, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados na sexta-feira
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve em março queda de 3,1 pontos e foi a 74,8 pontos, menor patamar desde janeiro (74,1 pontos). "A insatisfação dos consumidores sobre a situação financeira familiar atinge o menor nível desde abril de 2016 influenciado pela inflação, lenta recuperação do mercado de trabalho e endividamento das famílias, principalmente das famílias com menor poder aquisitivo", explicou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt. "Diante das perspectivas negativas sobre a economia, os consumidores voltam a ficar cautelosos e diminuem seu ímpeto de compras nos próximos meses", completou ela. Em março, houve piora tanto das avaliações sobre a situação atual como das expectativas em relação aos próximos meses, segundo a FGV. O Índice de Situação Atual (ISA) perdeu 2,6 pontos, atingindo 65,3 pontos, o menor nível desde abril de 2021 (64,5 pontos) depois de duas altas seguidas. O indicador que mede a satisfação sobre a situação financeira atual das famílias caiu 5,2 pontos, para 56,9 pontos, menor nível desde abril de 2016 (56,8 pontos). O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, caiu 3,2 pontos, para 82,5 pontos. A inflação oficial brasileira permanece acima de 10% no acumulado em 12 meses. O mercado de trabalho vem apresentando melhora gradual, mas o país ainda tem mais de 12 milhões de pessoas desempregadas de acordo os últimos dados do IBGE.
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