Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 90| 21 de março de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: arroba fecha a semana firme
Na semana passada, o mercado brasileiro do boi gordo operou com preços majoritariamente estáveis em praticamente todas as praças do País, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Segundo apurou a Scot Consultoria, o aumento nas escalas de abate no Estado de São Paulo, associado à estratégia de compras compassadas, abriram espaço para uma pressão de baixa na arroba por parte dos frigoríficos. Com isso, na sexta-feira, as cotações no mercado paulista permaneceram estáveis em R$ 340/@ para o boi gordo; R$ 298/@ para vaca gorda; e R$ 332/@ para novilha gorda (valores brutos e a prazo), segundo a Scot. “Apesar da ocorrência de uma melhora sutil na oferta de gado em algumas regiões, o fraco escoamento de carne bovina no mercado interno reduziu o apetite por compras das indústrias, que, de maneira geral, têm trabalhado com escalas de abate confortáveis”, relata a médica veterinária Sophia Honigmann, analista da Scot Consultoria. Segundo ela, esse equilíbrio entre oferta e demanda, porém, não é visto na dinâmica de preços dos bovinos destinados à exportação. “Para o ‘boi-China’, por exemplo, o ágio chega a R$ 15/@ em São Paulo, muito em função dos embarques ao país asiático estarem firmes”, informa. Até a segunda semana de março, o Brasil exportou uma média diária de 10,52 mil toneladas de carne bovina in natura, volume 80,9% maior comparado à média de março/21, segundo a analista da Scot, que cita os dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No mesmo período de comparação, o preço pago por tonelada da proteína brasileira teve forte avanço de 129,4%, acrescenta Sophia. Para o curto prazo, porém, as atenções se voltam ao lockdown decretado na China (após o registro de um novo surto de Covid-19 em algumas cidades do país) que, somado aos preços altos da carne brasileira embarcada, podem exercer uma pressão de baixa nos valores internos dos animais terminados com padrão exportação. Em relação aos bovinos destinados ao mercado interno, as margens apertadas dos frigoríficos e a oferta maior de gado terminado podem impor recuos nas cotações no curto prazo, observa a Scot. “Neste momento, as ordens de compra de animais terminados estão mais comedidas, pois os frigoríficos sentem enorme dificuldade em repassar os reajustes recentes da arroba do boi gordo aos preços finais da carne bovina”, ressalta a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 352/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 290/@ (prazo); MT- Tangará: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 291/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 294/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 308/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca R$ 295/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 281/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 276/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).
PORTAL DBO
As promessas da oferta de boi magro para o mercado pecuário
Se há dois anos os ganhos com a valorização do bezerro estimulavam a retenção de fêmeas, agora o mercado de pecuária de corte está invertendo o jogo. A gradual desvalorização do preço dos garrotes deve levar mais fêmeas para o gancho. Esta é a avaliação da zootecnista Thayná Drugowick, analista de mercado da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP)
A especialista vê, daqui para frente, a intensificação da mudança do ciclo pecuário. Segundo Thayná, muitos criadores devem levar mais vacas ao descarte para aproveitar os preços de mercado e tentar trazer mais rentabilidade à atividade de cria, que estava perecendo por conta da alta de custos. Já neste mês de março até abril, o abate de fêmeas pode ser mais intensificado. A guerra na Ucrânia acende um sinal de alerta para a produção de gado, não só com a alta de grãos, como soja e milho, mas especialmente com a atual alta do preço da gasolina, que deve pesar bastante na composição do custo de produção. Segundo a analista da Scot Consultoria, esse fato já tem impactado nas negociações de boi magro pelo País. Levando em consideração os altos preços dos combustíveis, já temos informações de uma possível paralisação dos caminhoneiros, o que pode impactar nos transportes desses animais e impactar nos preços em geral”, avalia Thayná. Quanto à alta sobre os grãos, o custo deve pesar mais sobre os confinadores de segundo giro no País, que passam a ser ainda mais cautelosos.
SCOT CONSULTORIA
Pecuária sustentável avança no Pantanal
Volume de abates de gado em programa de estímulo à criação orgânica em MS disparou em 2021
Para reconhecer boas iniciativas na criação de gado em Mato Grosso do Sul, o governo do Estado lançou, em dezembro de 2018, o programa Carne Sustentável do Pantanal. O alcance da iniciativa cresceu de maneira exponencial desde então. No ano passado, o programa registrou o abate de quase 40 mil animais, o triplo do número do ano anterior e 12 vezes maior que o de 2019. No projeto, as fazendas que seguem o Protocolo Sustentável do Pantanal pagam apenas 50% do ICMS que o Estado cobraria normalmente. Hoje, 60 propriedades, com rebanho total de 300 mil cabeças, integram a iniciativa. A alívio tributário representa uma economia de cerca de R$ 120 por animal aos produtores. Também como parte dos esforços, a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) trabalha em parceria com o Instituto Taquari Vivo para agregar valor à carne bovina local e recompensar os produtores pela preservação. Renato Roscoe, Diretor Executivo do Instituto Taquari Vivo, afirma que o ciclo de cheias dá à região condições ideais para a criação dos animais. Áreas mais baixas do bioma passam parte do ano alagadas, e a inundação ajuda a repor nutrientes e revitalizar as pastagens, explica ele. A água também ajuda na limpeza de plantas invasoras, um problema grande em áreas de planalto, que acaba exigindo muito uso de herbicida, complementa Eduardo Cruzetta, Presidente da ABPO. “Aqui, naturalmente, a água acaba com essas plantas, quebrando o ciclo de parasitas”, diz. O serviço de limpeza natural também criou condições para o desenvolvimento da pecuária orgânica, na qual não se usam produtos químicos nem algumas técnicas especificadas pelo Ministério da Agricultura. A inseminação artificial por tempo fixo (IATF), que aumenta o aproveitamento das fêmeas, por exemplo, é vetada. “Quando o conceito de pecuária orgânica chegou ao Brasil, no fim dos anos 1990, importado da Europa, a gente viu que o pantaneiro já não usava quase nada, às vezes nem sal mineral”, conta Cruzetta. “Ele já fazia pecuária orgânica. Só faltava certificar”. No momento, cinco fazendas que integram a ABPO produzem carne orgânica, e outras duas devem ampliar essa lista em breve. O volume de abates ainda é baixo: são 500 animais por mês. Mas, segundo o presidente da entidade, com a arroba do boi orgânico sendo negociada por valores de R$ 6 a R$ 7 superior ao do gado convencional, esse sistema de criação é muito atrativo.
Valor Econômico
SUÍNOS
Suínos: cotações fecham a sexta em estabilidade
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 109,00/R$ 116,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,19%/1,15%, valendo R$ 8,30 o quilo/R$ 8,60 o quilo.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (17), foi registrado queda somente em Santa Catarina, na ordem de 1,10%, chegando a R$ 5,39/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,07/kg), no Paraná (R$ 5,32/kg), no Rio Grande do Sul (R$ 5,30/kg), e em São Paulo, fechando em R$ 6,09/kg.
Cepea/Esalq
Preço pago ao produtor independente no RS é de R$ 5,74, baixa de R$ 0,12
A Pesquisa Semanal do Preço do Suíno, milho e farelo de soja no RS apontou queda de 12 centavos no preço pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor independente. A cotação é de R$ 5,74
O custo médio da saca de 60 quilos de milho ficou em R$ 98,00. Já o preço da tonelada do farelo de soja é de R$ 2.946,67 e da casquinha de soja é de R$ 1.400,00, ambos para pagamento à vista, preço da indústria (FOB). O preço médio na integração apontado pela pesquisa também é de R$ 5,02. As cooperativas e agroindústrias apresentaram as seguintes cotações: Aurora/Cooperalfa R$ 5,10 (base suíno gordo) e R$ 5,20 (leitão 6 a 23 quilos), vigentes desde 09/02; Cooperativa Languiru R$ 5,20, vigente desde 14/02; Cooperativa Majestade R$ 5,10, vigente desde 09/02; Dália Alimentos/Cosuel R$ 5,20, vigente desde 08/02; Alibem R$ 4,10 (base suíno creche e terminação) e R$ 5,20 (leitão), vigentes desde 10/02, respectivamente; BRF R$ 5,30, vigente desde 09/02; Estrela Alimentos R$ 4,10 (base creche e terminação), vigente desde 08/02, e R$ 5,15 (leitão), vigente desde 09/02; JBS R$ 5,30, vigente desde 18/01; e Pamplona R$ 5,10 (base terminação) e R$ 5,20 (base suíno leitão), vigentes desde 09/02.
Acsurs
FRANGOS
Frango: sexta-feira tem preços em alta
Conforme análise Cepea/Esalq, avicultores têm elevado os valores de venda do animal na tentativa de repassar os frequentes reajustes nos custos de produção e, dessa forma, limitar as perdas nas margens. De acordo com o Cepea, a procura de frigoríficos por novos lotes de frango está firme, com a aquecida demanda pela carne do animal. Além disso, as exportações da proteína vêm apresentando bom desempenho neste mês
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,20/kg, enquanto a ave na granja aumentou 1,64%, valendo R$ 6,20/kg. Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg, e houve aumento no Paraná, na ordem de 4,36%, custando R$5,27/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (17), tanto a ave congelada quanto a resfriada tiveram aumento de 0,14%, custando, respectivamente, R$ 7,19/kg e R$ 7,22/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Preços do vivo e dos grãos têm alta similar, e relação de troca segue estável
Os preços do frango vivo seguem avançando, acompanhando as valorizações dos principais insumos consumidos na atividade: milho e farelo de soja
Segundo colaboradores do Cepea, muitos avicultores têm elevado os valores de venda do animal justamente na tentativa de repassar os frequentes reajustes nos custos de produção e, dessa forma, limitar as perdas nas margens. De acordo com colaboradores do Cepea, a procura de frigoríficos por novos lotes de frango está firme, tendo em vista a aquecida demanda pela carne do animal. Além disso, as exportações da proteína vêm apresentando bom desempenho neste mês. No caso dos insumos, segundo levantamento da Equipe Grãos/Cepea, a oferta limitada de milho tem elevado as cotações do cereal. Para o farelo de soja, os preços registram aumentos mais intensos, refletindo a firme demanda doméstica e o expressivo aumento na procura externa pelo produto brasileiro. As valorizações do derivado também estão atreladas à menor oferta de soja na América do Sul e, consequentemente, à diminuição no volume de esmagamento.
Cepea
Em 2021, Paraná respondeu por um terço da carne de frango inspecionada produzida no Brasil
Em 2021, com o abate de 2 bilhões de cabeças de frango – das quais resultaram 4,5 milhões de toneladas de carne – o Paraná respondeu por pouco mais de um terço (33,39%) do abate inspecionado de carne de frango, aumentando em 2% sua participação no total abatido nacionalmente sob inspeção
Para dar melhor ideia do que isso representou basta citar que a produção somada dos outros três maiores produtores (depois do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo) correspondeu a 36,5% do total. Os dados são do IBGE e mostram que a inspeção está presente em 25 das 27 Unidades Federativas brasileiras (UFs). Ou seja, apenas Amapá e Roraima operam sem inspeção. Entre as 17 UFs cujos resultados foram divulgados (em oito delas os números foram omitidos, por conterem apenas um estabelecimento inspecionado) em somente cinco (25% do total) o volume de carne de frango recuou em relação a 2020. Mas isso não influenciou a produção global, já que o total produzido no ano aumentou 6%. Sob esse aspecto, vale menção especial ao Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, cujo volume aumentou, respectivamente, 8,14%, 17,91% e 6,11%. Somado, o adicional produzido pelos três estados correspondeu a quase 77% do aumento de (quase) 828 mil toneladas registrado em 2021.
AGROLINK
EMPRESAS
BRF produz carne suína com genética própria
Produzida com processos que asseguram alta qualidade do campo à indústria, proteína ganha espaço em refeições diárias, especiais e no churrasco
A produção de carne suína pela BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, conta com uma linhagem diferenciada de animais no campo e é finalizada na indústria seguindo alto padrão de qualidade em todas as etapas. É assim que chega à mesa do consumidor um produto nobre, saboroso e único, que ganha cada vez mais espaço na mesa e na churrasqueira dos brasileiros, por ser saudável e com preços mais acessíveis em relação à carne bovina. Na BRF, a jornada de produção dessa carne envolve mais de 3 mil suinocultores integrados e uma genética própria refinada há décadas. Mais de 70% dos animais alojados são fruto de anos de aprimoramento, explica o Diretor Corporativo de Agropecuária da BRF, Guilherme Brandt. “Como resultado desse processo, temos hoje no mercado brasileiro o cruzamento de genéticas com origem nos Estados Unidos, Inglaterra, Dinamarca e Holanda”, exemplifica Brandt. A evolução da qualidade do produto guarda em sua raiz o trabalho feito em granjas núcleos da BRF, localizadas nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás, além de todo o processo de multiplicação do material genético diferenciado, feito em granjas multiplicadoras de diversas regiões do País. A Companhia disponibiliza aos produtores, para ajudar ainda mais neste processo de criação diferenciada, informações coletadas em diversas pesquisas desenvolvidas nessas granjas.
BRF
Fábrica da BRF em Marau recebe habilitação para exportação de salsichas para a África do Sul
Unidade localizada no norte do Rio Grande do Sul produzirá item desenvolvido especialmente para o paladar dos consumidores sul-africanos
A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, recebeu recentemente uma nova habilitação para exportar salsichas à África do Sul. A produção do novo item, criado especialmente para o mercado sul-africano pelo time de Inovação da Companhia, será produzido na unidade de Marau, região norte do Rio Grande do Sul, no segundo semestre de 2022. “É um produto que se encaixa bem no perfil de consumo dos sul-africanos. Com a exportação de salsichas diversificaremos ainda mais nossos embarques para o País, além de aves in natura, com itens de maior valor agregado, totalmente alinhados a nossa visão 2030”, explica o Gerente Executivo de Relações Internacionais da BRF, Luiz Tavares. Atualmente, de outras unidades, são embarcados para a África do Sul itens na categoria de empanados, como nuggets e steaks de frango. Os novos produtos têm grande potencial para, posteriormente, entrar também em outros países do continente. Da unidade, onde atuam cerca de 3,4 mil colaboradores, já partem itens como cortes de frango, mortadelas e salsichas para diferentes mercados internacionais, como Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Haiti, Peru, Cuba e outros países africanos. A planta gaúcha coloca no mercado nacional, além destes itens, também linguiça cozida, presunto e salame.
BRF
MEIO AMBIENTE
Uso de tecnologia na pecuária contribui para reduzir metano
Para o Chefe-Geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt, a adoção de tecnologias é capaz de compensar as emissões geradas pela criação animal
Em 2021, durante a Conferência da Organização das Nações Unidas, COP 26, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir 30% das emissões de metano até 2030. A Embrapa Pecuária Sudeste tem investido em estudos sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE) em sistemas de produção de bovinos de corte e de leite, buscando a baixa emissão de gases como o metano, a fim de diminuir o impacto da atividade no clima. O centro de pesquisa, localizado no interior de São Paulo, trabalha com tecnologias tanto para mitigação de metano, como para mensurar as emissões, seguindo metodologia reconhecida internacionalmente. Entre os recursos tecnológicos à disposição do setor estão recuperação de pastagens degradadas, boas práticas de manejo animal e vegetal, uso adequado de insumos, bem-estar animal, redução do ciclo de vida e manejo nutricional. Para o Chefe-Geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt, a adoção dessas tecnologias e boas práticas, como sistemas integrados, manejo intensivo das pastagens e uso de aditivos na nutrição animal, é capaz de compensar as emissões geradas pela pecuária e tornar o sistema de produção mais sustentável. Em relação à mensuração de emissões, são realizadas coletas de metano dos animais por meio de uma canga tubular acoplada a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino. A canga permanece por 24 horas armazenando os gases. Mais de 90% desses gases produzidos pelo gado são emitidos pela boca e narinas, pelo processo natural de eructação. Após o período, o tubo é retirado e vai para análises no laboratório. As coletas são feitas a partir de uma amostra de animais por um determinado tempo em diferentes estações do ano. Os resultados das pesquisas e avanços tecnológicos da Embrapa Pecuária Sudeste têm contribuído com as alternativas para adaptação e mitigação frente aos efeitos das mudanças do clima, colocando a descarbonização como meio para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira. Os experimentos realizados com animais na Embrapa Pecuária Sudeste passam pela avaliação da Comissão de Ética para o Uso de Animais (Ceua) e são conduzidos respeitando o bem-estar animal e os princípios éticos.
Embrapa Pecuária Sudeste
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Estado libera r$250 milhões em créditos de icms para expansão de energias renováveis para cooperativas
Cooperativas paranaenses com investimentos enquadrados no Programa Paraná Competitivo, da Secretaria da Fazenda, poderão utilizar em 2022 até R$ 250 milhões em transferência de créditos acumulados do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para construção de usinas de biomassa e fotovoltaicas
Os créditos acumulados na ‘Conta Investimento’ da Fazenda poderão ser transferidos aos contribuintes credenciados no Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred) mediante contrapartida de promover o incremento de fontes de energia limpa e sustentável, fomentar a destinação correta de resíduos sólidos, bem como a geração de novos empregos, por meio da construção de usinas e das suas operacionalizações. Os créditos de ICMS passíveis de transferência via Siscred são aqueles acumulados em decorrência de operações destinadas ao Exterior, com saídas abrangidas pelo diferimento ou suspensão do imposto, ou nas demais hipóteses previstas na Lei Kandir e no Art. 47 do Regulamento do ICMS. Segundo o secretário da Fazenda do Paraná, Renê Garcia Junior, a Resolução nº 39, expedida pela Sefa em fevereiro deste 2022, determina que o montante global de recursos será de R$ 250 milhões por ano. "É uma contrapartida para que as cooperativas efetivem seus investimentos para o aumento da atividade econômica com a produção dessa energia limpa e sustentável”, disse. Caso a somatória dos valores dos pedidos ultrapasse o recurso disponibilizado no ano, será destinada a cada interessado uma parcela que considerará sua participação proporcional no volume de créditos já habilitados na ‘Conta Investimento’, relativamente às cooperativas participantes. A Invest Paraná organizará e analisará os pleitos e os encaminhará à Assessoria de Assuntos Econômico-Tributários (AAET) da Secretaria de Estado da Fazenda, que determinará quantas usinas serão atribuídas a cada investidor. O contribuinte que receber créditos acumulados habilitados pelo Siscred, recebido para construção de usinas de energia renováveis, poderá utilizá-los para abater até 100% do saldo devedor próprio no período de apuração; ou para liquidação integral de débito de ICMS inscrito em dívida ativa ou objeto de lançamento de ofício. O Estado do Paraná não reconhece créditos oriundos de benefícios fiscais concedidos por convênios do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Para obtenção do credenciamento o contribuinte deve protocolizar na Agência da Receita Estadual do seu domicílio tributário o Requerimento de Credencial perante o sistema, na condição de Transferente ou Destinatário do Crédito.
Agência de Notícias do Paraná
SP renovou contrato do gás e não cobrou outorga; por que o PR quer arrecadar R$ 508 milhões?
Ao contrário do que se pretende no Paraná, o governo de São Paulo renovou o contrato de concessão da distribuição de gás natural com a Comgás em 2021 e "nem cogitou" cobrar outorga. Aqui, a intenção é cobrar R$ 508 milhões da Compagas para ela ter o direito de seguir fazendo a distribuição no estado até 2054
“Poderíamos discutir a cobrança de outorga, se optássemos por um novo processo licitatório em 2029, mas isso nem foi cogitado. Optamos por antecipar a renovação para garantir a ampliação de investimentos na rede, que seriam reduzidos nos próximos anos, caso a concessionária tivesse seu contrato expirado em 2029”, explica o Subsecretário de Infraestrutura de São Paulo, Cassiano Quevedo Rosas de Ávila. Com a negociação, consumada em outubro de 2021, São Paulo conseguiu que a concessionária assumisse o compromisso de construir mais 3.500 quilômetros de rede de gasodutos (hoje são 21,5 mil km de rede de distribuição no estado, sendo 20,2 mil na área atendida pela Comgás), atender a 14 novos municípios atendidos (atualmente há 152 municípios atendidos no Estado, sendo 95 na área da Comgás) e ter 625 mil novos consumidores (hoje há mais de 2,3 milhões de usuários no Estado, sendo cerca de 2,2 milhões apenas na área da Comgás). O estado de São Paulo é atendido também pelas empresas GásBrasiliano e Naturgy. No Paraná, no entanto, o discurso é outro. “Não cobrar a outorga não faz sentido. Seria o estado abrir mão de um valor que cabe a ele”, defende Marcelo Curado, membro do comitê intersecretarial do Plano Estadual do Gás. “Seria injusto com a sociedade porque o valor pago pela outorga seria destinado a investimentos amplos, que beneficiariam toda a população”, argumenta o representante do governo. O valor de R$ 508 milhões foi calculado como sendo o resultado da receita prevista para os 30 anos de concessão (de 2024 a 2054) menos as despesas, os investimentos, a taxa de remuneração do capital e o fluxo de caixa. “Não quer dizer que seja exatamente esse valor, isso foi apontado em meados de 2021 quando o primeiro estudo foi entregue. Terá que ser atualizado quando for feita a renovação”, explica Curado. O valor foi sugerido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP), contratada pelo governo paranaense para subsidiar com análises e indicações o Plano Estadual do Gás. A grande preocupação do setor industrial (principal consumidor do gás natural) é que em consequência da cobrança, o valor da outorga seja embutido na tarifa ao longo da concessão. “Quem pagaria essa conta seria o consumidor”, critica Cintia Mombach, advogada da Incepa, fabricante de revestimentos cerâmicos na região metropolitana de Curitiba e grande consumidora de gás. A intenção do governo do estado em cobrar e repassar à tarifa tem sido duramente criticada pelas indústrias, que já reclamam por terem que pagar um dos preços mais altos do país pelo insumo. Um caso parecido aconteceu em Minas Gerais e a situação foi judicializada. A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) questiona na Justiça a decisão do governo mineiro. "Não somos contrários à cobrança da outorga, mas somos contra o valor ser repassado à tarifa", diz Adrianno Lorenzon, diretor de gás da Abrace. A situação em Minas ainda não foi resolvida. A Abrace já ameaça acionar a Justiça, caso o mesmo ocorra no Paraná.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em queda de 0,40%, a R$5,017
O dólar fechou na sexta-feira no menor valor em mais de uma semana, na casa de 5,01 reais, depois de chegar a oscilar em torno de 4,99 reais, com fluxo estrangeiro beneficiando o real em meio a uma melhora gradual dos mercados externos ao longo da tarde
O dólar à vista caiu 0,40%, a 5,017 reais na venda, menor patamar desde o último dia 9 (5,0124 reais). As esperanças de avanço nas negociações de paz no leste europeu deram o tom da semana, o que abriu espaço para nova queda do dólar --no Brasil, a moeda perdeu 0,73%, aprofundando a queda em março para 2,70%. Em 2022, a moeda cede 9,98%. "O principal produto da pauta de exportação do Brasil é o CDI. A gente exporta CDI desde sempre. Quando flertou com movimento de levar o CDI para aquelas mínimas, o dólar subiu. Agora é o contrário", disse Roberto Serra, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos, referindo-se à atratividade aos olhos do estrangeiro para investimentos na renda fixa brasileira com o juro de dois dígitos. Mais fluxo para o mercado local significa mais dólares a serem vendidos, o que aumenta a oferta da moeda e, consequentemente, baixa seu valor. "É difícil saber até onde vai esse movimento --tem o Fed no meio do caminho, por exemplo--, mas o CDI, sim, aguenta muito desaforo", completou. O CDI é a taxa de juros cobrada entre os bancos em operações diárias e atualmente está em 11,65% ao ano. A Selic --taxa básica de juros da economia-- está numa meta de 11,75% ao ano, após a alta de 1 ponto percentual pelo Banco Central nesta semana. E o retorno nominal de um ano de contratos a termo de taxa de câmbio está em 12,6%, nas máximas em seis anos. Por todas essas métricas o Brasil tem uma das maiores taxas nominais e reais do mundo emergente, o que ajuda a explicar a valorização cambial neste ano. Mas esse certo "frisson" com a moeda brasileira pode ficar em xeque, pelo menos com base no posicionamento de especuladores que operam na Bolsa de Chicago. Pelos dados mais recentes compilados pela CFTC --referentes ao período de sete dias findo em 15 de março--, esse grupo de investidores fez nesse intervalo a primeira venda líquida de reais desde o começo de fevereiro e no maior volume desde meados de janeiro. Com a venda líquida de 6.333 contratos, o estoque "comprado" em real caiu do recorde de 50.496 contratos para 44.163 contratos.
REUTERS
Ibovespa avança com commodities, exterior e volta ao patamar de setembro
O mercado acionário brasileiro engatou a terceira alta seguida na sexta-feira e retornou ao nível de setembro de 2021, diante de exterior positivo e novo suporte das ações ligadas à commodities
Petrobras e Vale foram as principais influências positivas, enquanto Bradesco e Banco do Brasil ficaram na ponta oposta. O Ibovespa subiu 1,98%, a 115.310,91 pontos, o que representa o patamar mais alto de fechamento desde 14 de setembro. O volume financeiro foi de 45,5 bilhões de reais, em sessão de vencimento de opções sobre ações na B3. O avanço foi de 3,2% na semana, o maior desde meados de janeiro. "É um dia de tomada de risco global e isso impacta também o Brasil", diz Thomás Gibertoni, gestor de portfólio na Portofino Multi Family Office, que cita, entre outros fatores, a aproximação entre líderes da China e dos Estados Unidos. A conversa entre Joe Biden e Xi Jinping sobre a Ucrânia durou quase duas horas pela manhã. Xi disse que a guerra no país europeu precisa acabar o mais breve possível, e Biden, por sua vez, descreveu as "implicações e consequências" se Pequim fornecer apoio material à Rússia no conflito. Os principais índices de ações em Wall Street subiram, com impulso das ações de tecnologia, o que fez o Nasdaq Composite avançar 2,1%, em sessão de vencimento de opções também nos EUA. Na cena doméstica, a taxa de desemprego fechou o trimestre até janeiro em 11,2%, alta de 0,1 ponto percentual frente ao período imediatamente anterior.
REUTERS
Desemprego fica em 11,2% no trimestre até janeiro, menor para o período desde 2016, diz IBGE
Instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data esperavam uma taxa de 11,3% no período
A taxa de desemprego no país ficou em 11,2% no trimestre até janeiro de 2022. A taxa é a menor para o trimestre encerrado em janeiro desde 2016, quando ficou em 9,6%, informa a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou 0,9 ponto percentual abaixo do verificado no trimestre móvel anterior (encerrado em outubro, de 12,1%) e 3,3 pontos percentuais abaixo do resultado de janeiro de 2021 (14,5%). Também ficou abaixo da mediana das expectativas de 32 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma taxa de 11,3% no trimestre encerrado em janeiro. O intervalo das projeções ia de 11,1% a 11,8%. Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy, a taxa de desemprego manteve, no início de 2022, a trajetória de recuperação iniciada em meados em 2021 e se distancia do seu recorde. A maior taxa da série histórica, iniciada em 2012, foi de 14,9%, no primeiro trimestre de 2021. Para trimestres comparáveis ao de janeiro, a maior taxa foi de 14,8%, no trimestre encerrado em abril de 2021. “A entrada do ano de 2022, com o mês de janeiro compondo o trimestre móvel, mantém a trajetória de redução da taxa. A taxa de 11,2%, bem distante do recorde da série [para os trimestres comparáveis], que foi de 14,8% no trimestre encerrado em abril de 2021. Já uma queda bastante acentuada”, diz. No trimestre até janeiro, o país tinha 12,048 milhões de desempregados — pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, sem encontrá-lo. O número aponta retração de 6,6% frente ao trimestre anterior (menos 858 mil pessoas) e queda de 18,3% frente a igual período do ano anterior (menos 2,7 milhão de pessoas). Entre novembro e janeiro, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 95,4 milhões de pessoas. Isso representa alta de 1,6% em relação ao trimestre móvel anterior, encerrado em outubro (mais 1,5 milhão de pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre do ano anterior, subiu 9,4% (8,2 milhões de pessoas). Já a força de trabalho – que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade – estava em 107,5 milhões no trimestre até janeiro de 2022, 0,6% a mais do que no trimestre imediatamente anterior (612 mil pessoas) e 5,4% acima de igual período do ano anterior (mais 5,5 milhões de pessoas). A renda média dos trabalhadores teve queda, segundo dados do IBGE. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (considerando a soma de todos os trabalhos) foi de R$ 2.489 no trimestre móvel até janeiro, queda de 1,1% frente ao trimestre móvel anterior (R$ 29 a menos). É o menor rendimento para os trimestres comparáveis da série histórica da pesquisa. Frente a igual período do ano anterior, houve redução de 9,7% na renda média, uma diferença de R$ 266. A massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 232,594 bilhões no trimestre até janeiro. O número aponta aumento de 0,5% frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em outubro), ou R$ 1,174 bilhão a mais.
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