CLIPPING DO SINDICARNE Nº 896 DE 03 DE JULHO DE 2025
- prcarne
- 3 de jul.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 896 | 03 de julho de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Preços do boi gordo caem em 11 das 17 regiões brasileiras monitoradas pela Agrifatto
Segundo a consultoria, impulsionada pela nova onda de frio nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, a oferta de boiadas gordas continua crescendo de maneira gradual. No PARANÁ: Boi: R$310,00 por arroba. Vaca: R$285,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de oito dias.
Na quarta-feira (2/7), a Agrifatto detectou leve queda nos preços do boi gordo em 11 das 17 praças acompanhadas diariamente pela consultoria – AC, ES, GO, MA, MG, MS, PA, PR, RJ, RO e TO. Nas demais regiões de cobertura – SP, AL, BA, MT, RS e SC –, as cotações da arroba não sofreram alteração em relação ao dia anterior (1/7). Pelos dados da Agrifatto, o boi gordo paulista “comum” segue em R$ 315/@, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 320/@. Nas demais praças monitoradas, a média recuou para R$ 297,20/@. Segundo a Agrifatto, impulsionada pela nova onda de frio nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, a oferta de boiadas gordas continua crescendo de maneira gradual. No entanto, diz a consultoria, o volume comercializado nos primeiros dias da semana não foi suficiente para alongar as escalas de abate das indústrias brasileiras, que seguem com média nacional de até oito dias úteis. No mercado futuro, os preços do boi gordo recuaram no pregão da B3 de terça-feira (1/7). O contrato com vencimento em agosto/25 foi negociado a R$ 323,10/@, com ligeira queda de 0,46% no comparativo diário. No médio prazo (ao longo do segundo semestre), prevê a Agrifatto, com a esperada retração na oferta de fêmeas e o fortalecimento das demandas interna e externa, o mercado do boi gordo tende a oscilar entre estabilidade e alta. cotações do boi gordo desta quarta-feira (2/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$320,00. Média: R$315,00. Vaca: R$285,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abates de oito dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$297,50. Vaca: R$275,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$305,00. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$285,00. Novilha R$295,00. Escalas de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$320,00. Média: R$315,00. Vaca: R$285,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de sete dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$265,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de sete dias. GOIÁS: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China/Europa: R$305,00. Média: R$297,50. Vaca: R$275,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$280,00 a arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. MARANHÃO: Boi: R$285,00 por arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Em Goiás, golpistas emitiram quatro mil GTAs falsas e movimentaram 200 mil bovinos
Grupo é suspeito de acessar contas de produtores rurais para cometer crimes e sonegar impostos. Prejuízo é estimado em R$ 60 milhões
Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) na quarta-feira, 02, mais de 200 mil bovinos foram movimentados e mais de quatro mil GTAs (Guia de Trânsito Animal) emitidas de forma suspeita pelo grupo investigado pela Operação Paper Ox. A ação foi coordenada pela PCGO, com apoio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). A megaoperação realizada na terça-feira, 1º, em 15 cidades de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal cumpriu 26 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva, em razão de fraudes na emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) e notas fiscais relacionadas à movimentação irregular de gado. Segundo a polícia, foram determinados o sequestro e o bloqueio de R$ 80 milhões de ativos financeiros, como saldos bancários, investimentos, aplicações, valores que circulam no sistema financeiro nacional, e veículos de luxo, caminhões e fazendas. A estimativa total é de R$ 127 milhões. Questionada pelo Agro Estadão sobre prejuízos e o risco sanitário ao setor produtivo, a Agrodefesa informou que não houve risco concreto à área sanitária em Goiás, “mas houve a concorrência desleal com os produtores que atuam de forma lícita, pagando impostos em dia e cumprindo as medidas sanitárias. Além de prejuízo de R$ 60 milhões em arrecadação para o estado de Goiás”. De acordo com a PCGO, a operação investiga o uso indevido de credenciais de produtores rurais para a emissão fraudulenta de GTAs por meio do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). Segundo comunicado, “a prática viabiliza crimes como sonegação fiscal, fraudes bancárias e a regularização de rebanhos sem origem comprovada”. Na mesma ocasião, a Agrodefesa realizou fiscalizações em propriedades rurais ligadas aos investigados. A investigação teve início a partir do trabalho do setor de inteligência e tecnologia da própria agência, que identificou inconsistências no uso do Sidago. Segundo nota oficial emitida pela agência de defesa sanitária, foi constatado que uma organização criminosa obteve acesso indevido às credenciais de produtores rurais, utilizando essas informações para emitir GTAs fraudulentas. Os documentos eram empregados para encobrir operações irregulares, como sonegação de impostos, fraudes em empréstimos bancários e a legalização de rebanhos sem origem comprovada. A Agrodefesa ressaltou que não houve falha na segurança do sistema Sidago, mas sim uso inadequado das credenciais por parte de alguns usuários. “Ressaltamos que não houve quebra na segurança do sistema e sim falha no uso das credenciais por parte de usuários que, por algum motivo, compartilharam suas senhas pessoais — o que contraria as boas práticas de segurança digital e os termos de uso da plataforma”, destacou a agência.
O Estado de São Paulo/Agro
FRANGOS
CONAB: a maior retração no preço do frango vivo em junho ocorreu no Centro-Oeste
Os dados da CONAB apontam que, embora generalizada em todo o Centro-Sul do País, a queda de preços do frango vivo observada em junho passado foi mais incisiva na Região Centro-Oeste, onde o preço pago ao produtor recuou perto de 10,5% em relação ao mês anterior.
Essa foi a segunda queda mensal consecutiva, o que determinou, em apenas um bimestre, retração de preço da ordem de 14% na Região. No Sudeste, a redução ficou próxima, mas aquém, de 6,5%, enquanto na Região Sul foi bem menor, não indo muito além de 1,5%. Em contrapartida, o Sul foi a única Região a encerrar o semestre com preço inferior ao de um ano atrás (queda de 2,90%), pois o Centro-Oeste registrou valorização anual superior a 13%, índice que, no Sudeste, ficou próximo dos 18,5%.
Conab
GOVERNO
Conclusão das negociações do acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a EFTA
O Acordo MERCOSUL-EFTA conformará mercado de aproximadamente 290 milhões de consumidores e PIB de mais de US$ 4,3 trilhões
O MERCOSUL anunciou a conclusão definitiva das negociações do acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco integrado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. Sob a liderança do Presidente Lula, o lado brasileiro buscou concluir um acordo moderno e equilibrado, que gere novas oportunidades para empresas e cidadãos brasileiros e contribua para uma melhor inserção do MERCOSUL na economia internacional. O Acordo MERCOSUL-EFTA conformará mercado de aproximadamente 290 milhões de consumidores e PIB de mais de US$ 4,3 trilhões. Considerados os universos agrícola e industrial, o acesso em livre comércio de produtos brasileiros aos mercados da EFTA chegará a quase 99% do valor exportado. O Acordo com a EFTA conferirá ao MERCOSUL acesso preferencial à quase totalidade dos mercados europeus, quando considerado em conjunto com o Acordo MERCOSUL-União Europeia. Diante do contexto internacional de crescente protecionismo e unilateralismo comercial, o Acordo MERCOSUL-EFTA é uma sinalização em favor do comércio internacional como fator para o crescimento econômico. As negociações com a EFTA foram lançadas em 2017 e, desde 2024, o Brasil procurou tornar o texto mais adequado ao interesse do governo brasileiro de garantir espaço para políticas públicas em áreas como acesso à saúde e desenvolvimento científico e tecnológico, assim como atração de investimentos sustentáveis. Esse objetivo se refletiu especialmente nos resultados alcançados nos compromissos em propriedade intelectual, compras governamentais, serviços e investimentos. Ademais, foram incluídos novos compromissos, tornando o acordo mais moderno, especialmente na área de comércio e desenvolvimento sustentável. A conclusão das negociações com a EFTA reforça o dinamismo da agenda de negociações comerciais extrarregionais do MERCOSUL, que em 2023 levou à assinatura do Acordo MERCOSUL-Singapura e, em 2024, à conclusão da negociação com a União Europeia. Esses entendimentos aumentam em 2,5 vezes a corrente de comércio brasileira coberta por acordos de livre comércio, passando de US$ 73,1 bilhões para US$ 184,5 bilhões. Em 2024, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões e importou US$ 4,1 bilhões em bens da EFTA. O acordo contribuirá para a diversificação do comércio do MERCOSUL, ao ampliar oportunidades comerciais nos mercados dos países da EFTA. Os países da EFTA estão entre os maiores PIB per capita do mundo. A Suíça é o décimo primeiro maior investidor estrangeiro direto no Brasil, com estoque de US$ 30,5 bilhões, e a Noruega é o principal doador do Fundo Amazônia, com contribuições da ordem de R$ 3,4 bilhões. MERCOSUL e EFTA trabalham para assinar o acordo ainda em 2025. Os textos negociados encontram-se na etapa de revisão legal e devem ser divulgados em agosto de 2025.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Adesão obrigatória à nota fiscal eletrônica do produtor rural é adiada para 2026
Com a prorrogação, os produtores terão até o dia 5 de janeiro de 2026 para se adequar às novas regras. A NFP-e é um documento digital, emitido e armazenado eletronicamente, destinado a registrar transações que envolvam a circulação de mercadorias para fins fiscais.
Os produtores rurais do Paraná terão mais tempo para se adequar à Nota Fiscal do Produtor Eletrônica (NFP-e). A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e a Receita Estadual prorrogaram o prazo para que agricultores e pequenos pecuaristas adotem o documento digital. Com o novo adiamento, os produtores terão até o dia 5 de janeiro de 2026 para se adequar às novas regras. A nova data foi estabelecida pela Norma de Procedimento Fiscal nº 32/2025 publicada no Diário Oficial do Estado de terça-feira (01). Com isso, os produtores ganham quase seis meses para se adequar ao novo formato. A NFP-e é um documento exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, destinado a registrar transações que envolvam a circulação de mercadorias para fins fiscais. Ao substituir o documento em papel, a NFP-e (modelo 55) possui as mesmas atribuições e validade jurídica que a Nota Fiscal de Produtor (modelo 4), que será gradualmente substituída pelo ambiente eletrônico. Desde 1º de janeiro de 2021, os produtores rurais com faturamento anual superior a R$ 200 mil já estavam obrigados a utilizar a NFP-e em operações interestaduais. A partir de 2026, porém, essa obrigatoriedade se estenderá para todas as operações, tanto internas quanto interestaduais, independentemente do valor em questão. A principal vantagem da NFP-e é a praticidade. Além de reduzir os erros de escrituração, a nota eletrônica também representa um significativo ganho de tempo para o produtor. Com ela, o documento fiscal pode ser emitido de qualquer lugar pela internet, evitando a necessidade de ir às prefeituras para buscar ou entregar as notas fiscais. Ela também garante mais agilidade e eficiência por parte da Receita Estadual, já que a nota eletrônica é gerada e autorizada imediatamente. A medida também reduz o consumo de papel e diminui os gastos públicos. A NFP-e pode ser emitida de três formas: pelo Portal Receita PR, pelo Nota Fiscal Fácil (NFF) ou mesmo por um software adquirido de terceiros que seja cadastrado para este fim.
Agência Estadual de Notícias
Indústria do Paraná dobra receitas e geração de riqueza em cinco anos
Entre 2018 e 2023, o setor industrial paranaense viveu um ciclo de expansão expressivo, com quase 100 mil novas vagas formais e salto de mais de 97% nas receitas das empresas.
As indústrias instaladas no Paraná registraram uma receita líquida de R$ 516 bilhões em 2023, praticamente o dobro dos R$ 260 bilhões obtidos em 2018. No mesmo intervalo, o Valor Bruto da Produção (VBP) – que mede o valor total da atividade industrial antes dos custos operacionais – passou de R$ 239 bilhões para R$ 454 bilhões, um crescimento de 90%. Os dados integram a Pesquisa Industrial Anual (PIA), principal levantamento estrutural do setor industrial nacional, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A mesma base de dados também apontou que o Paraná liderou o volume industrial da Região Sul em 2023, com o maior Valor de Transformação Industrial (VTI) entre os estados do Sul e o terceiro maior na indústria de transformação do Brasil. A expansão econômica também se refletiu no mercado de trabalho. Em cinco anos, o setor industrial abriu 91 mil novas vagas com carteira assinada, passando de 625 mil pessoas empregadas em 2018 para mais de 716 mil em 2023. Esse aumento de 14,5% na força de trabalho formal foi o segundo maior em termos proporcionais entre os estados do Sul e Sudeste, atrás apenas do Espírito Santo, e contribuiu para que o Estado atingisse a sua menor taxa de desemprego de sua história, de apenas 3,3%. O bom desempenho, impulsionado pela atração recente de novos investimentos, se sustenta em uma base industrial diversificada, com destaque para a fabricação de alimentos, combustíveis, veículos automotores, máquinas e equipamentos, produtos químicos e papel e celulose. Esses segmentos concentram boa parte da geração de valor e de empregos no setor, além de puxarem a cadeia produtiva de outros setores. Segundo o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, o atual ciclo de crescimento é resultado de uma mudança estrutural no perfil da indústria paranaense. “O Paraná vive um bom momento, com o setor industrial investindo mais em pesquisa, desenvolvimento e novas tecnologias. O Estado deixou de vender só matéria-prima e passou a transformar mais, agregando valor aos seus produtos”, afirmou. Para ele, essa transformação tem efeitos diretos no mercado de trabalho e na economia local. “Com mais industrialização e uso de tecnologias como robótica e inteligência artificial, houve também a especialização da mão de obra, o que se reflete em salários mais altos e maior consumo nas cidades. É um ciclo virtuoso que está mudando a realidade econômica de várias regiões do Paraná”, disse Bekin. A análise do presidente da Invest Paraná é confirmada pelos dados sobre a renda média dos trabalhadores da indústria, que tem crescido de forma consistente no Estado, saltando de R$ 34,6 mil por ano em 2018 para R$ 45,6 mil por ano em 2023. A indústria de transformação, base da produção paranaense, continua sendo o principal vetor desse desempenho, agregando valor aos produtos e gerando empregos mais qualificados. Os principais destaques foram os segmentos de produtos químicos (16,3%), combustíveis e biocombustíveis (14,1%), máquinas e equipamentos (10,3%) e veículos automotores (10,1%) – setor que registrou um crescimento de 73,7% nas exportações em 2025, atingindo uma receita de US$ 299 milhões segundo levantamento do Ipardes.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai ao menor valor desde agosto no Brasil, aos R$5,4191
O dólar voltou a ceder ante o real na quarta-feira e encerrou a sessão no menor valor desde agosto do ano passado, retomando o movimento mais recente de baixas em meio à derrubada do decreto do IOF no Congresso e ao ambiente de juros elevados no Brasil.
A moeda norte-americana à vista fechou com baixa de 0,77%, aos R$5,4191, na menor cotação desde 19 de agosto do ano passado, quando encerrou aos R$5,4134. Em 2025, a divisa acumula baixa de 12,30%. Às 17h28, na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,57%, aos R$5,4615. Internamente, ainda repercutia no mercado a derrubada do decreto de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso, na quarta-feira da semana passada. Desde então, a cotação do dólar já cedeu 14 centavos de real, com os agentes permanecendo atentos aos desdobramentos da questão em Brasília. Um dia após a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto que elevava as alíquotas do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quarta-feira que as discussões sobre o tema não são políticas, mas jurídicas. O recuo do dólar ante o real também era justificado pela leitura de que o país, com uma taxa básica Selic de 15%, segue atrativo ao capital externo, ainda mais com a perspectiva de que o Federal Reserve possa começar a cortar os juros nos EUA no curto prazo.
No início do dia, o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que foram perdidas 33.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 95.000 empregos. Naquele momento, os números reforçaram as apostas de que o Fed iniciará o processo de corte de juros já no fim de julho. este cenário, o dólar à vista cedeu à mínima de R$5,4155 (-0,83%) às 16h46, já na reta final da sessão. Durante evento do Citi em São Paulo no meio do dia, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse que “onde o câmbio vai parar” tem muito mais a ver com o comportamento do dólar no mundo do que com o desempenho do real. David afirmou que o BC não interveio na moeda neste ano e não vai intervir se não for necessário. Segundo ele, atuações cambiais da autarquia buscam corrigir disfuncionalidades e não têm relação com preço. À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$3,711 bilhões em junho até o dia 27.
Reuters
Ibovespa fecha em queda após se aproximar de recorde; Vale e Petrobras sobem
O Ibovespa fechou com uma queda modesta na quarta-feira, após superar os 140 mil pontos na primeira etapa do pregão, em dia marcado por performance robusta de Vale e Petrobras, enquanto empresas sensíveis à economia brasileira ocuparam a coluna negativa na esteira da alta nas taxas dos DIs.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, O Ibovespa cedeu 0,36%, a 139.050,93 pontos, após marcar 140.048,83 pontos na máxima do dia, perto do topo histórico intradia de 140.381,93 pontos. Na mínima, recuou a 138.383,54 pontos. O volume financeiro somou R$24,02 bilhões. Na visão do analista Leandro Ormond, da Aware Investments, há um aumento na aversão a risco, que no Brasil está relacionado ao clima político ainda conturbado, com impasses entre governo e Congresso sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que adicionou incertezas aos mercados. No exterior, Wall Street fechou com o S&P 500 e o Nasdaq em alta, mas o Dow Jones ficou quase estável, com as atenções voltadas a dados da ADP sobre a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos antes do relatório do governo sobre aquele mercado de trabalho, na quinta-feira.
Reuters
Queda na indústria mostra perda de tração do PIB no segundo trimestre, dizem economistas
Segundo o IBGE, o volume de produção industrial caiu 0,5% em maio ante o mês anterior, com ajuste sazonal, e houve revisão no resultado de abril, passando de alta de 0,1% para queda de 0,2%
O volume de produção indústria brasileira caiu em maio, ante abril, puxado principalmente por bens de capital e bens de consumo duráveis. Sob peso de incertezas macroeconômicas e alta taxa de juros, o setor mostra segunda contração consecutiva e, segundo economistas, reforça cenário esperado de perda de tração no segundo trimestre, não somente na produção industrial como no Produto Interno Bruto (PIB). A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada na quarta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o volume de produção industrial caiu 0,5% em maio ante o mês anterior, com ajuste sazonal. Em abril, a produção industrial caiu 0,2% em igual critério. Houve revisão do dado anterior de abril, que antes mostrava alta de 0,1%. Na comparação com maio do ano passado, a atividade industrial avançou 3,3%. O desempenho da produção industrial de maio ante abril ficou em linha com a mediana das estimativas de 25 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo VALOR DATA, de queda de 0,5%, livre dos efeitos sazonais. As projeções iam de queda de 1,3% a alta de 0,4%. Já o desempenho de maio ante igual mês do ano passado ficou abaixo mediana das estimativas de 26 instituições financeiras e consultorias, de alta de 3,6%. No acumulado do ano, a produção industrial cresceu 1,8%. A indústria, diz Stéfano Pacini, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), tende a sentir antes das demais atividades o processo de desaceleração da atividade e os dados de confiança de junho também apontam para esse cenário, com percepção de piora dos empresários. “Houve aumento grande da incerteza, o que traz receio ao empresário, que tende a adiar decisões de produzir mais ou de fazer investimentos. Há um cenário macroeconômico de alta incerteza, uma política monetária contracionista para segurar a atividade e as pressões de preço. A boa notícia continua sendo o mercado de trabalho, que tem apresentado bons resultados no decorrer do segundo trimestre.” Pacini chama a atenção para o desempenho ruim, na variação mensal de maio, de setores com grande peso no indicador. Pelos dados da PIM, a produção industrial mostrou recuo em 13 de 25 atividades. Houve recuos expressivos em veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%). Também foram destaques as contribuições negativas de produtos alimentícios (-0,8%), produtos de metal (-2,0%), de bebidas (-1,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-1,7%) e móveis (-2,6%). “Há sinais espalhados de arrefecimento, olhando para bens de capital, que são mais ligados a máquinas, equipamentos, enfim, bens de investimento, e dentro do consumo. A nossa expectativa ainda é de expansão do consumo das famílias, da formação bruta de capital fixo no segundo trimestre e no curto prazo, de forma geral, mas a um ritmo bem mais moderado do que o observado nos últimos trimestres”, diz Rodolfo Margato, economista da XP. Segundo a pesquisa, três das quatro grandes categorias da pesquisa tiveram queda na atividade em maio ante abril. Os bens de capital tiveram recuo de 2,1% no período. No entanto, na comparação com maio do ano passado, a produção nessa categoria avançou 0,8%. Já a produção de bens intermediários apresentou crescimento de 0,1% na passagem de abril a maio, comportamento atribuído pelos economistas pelo melhor desempenho da indústria extrativa. Em bens de consumo duráveis houve queda de 2,9% em maio, na variação mensal, enquanto em bens semi e não duráveis a contração foi de 1%. Macedo, do IBGE, observa que, em maio, as indústrias de duráveis e de semiduráveis e não duráveis apresentaram quadro desfavorável, também como reflexo de trajetória pouco positiva nas produções industriais de eletrodomésticos e de “linha marrom”, com eletroeletrônicos, no mesmo período. Como ponto positivo, destaca Margato, da XP, está a indústria extrativa, com crescimento pelo quarto mês consecutivo, uma forte expansão na margem e na comparação com o mesmo período de 2024. Ele lembra que esse grupo decepcionou no ano passado, mas entrou numa trajetória de recuperação firme no início de 2025. ”Ainda vemos uma dinâmica bastante favorável nos setores menos sensíveis. Além da indústria extrativa, a agricultura continua forte, puxada por safra recorde de soja, de milho, e o mercado de trabalho aquecido, que leva a um aumento contínuo da massa de renda disponível às famílias.” A projeção da XP é de alta de PIB de 0,5% para o segundo trimestre de 2025, com média de 0,3% de alta no segundo semestre.
Valor Econômico
Agroindústria tem alta de 1% em abril, revela FGVAgro
Uma pesquisa sobre o volume de produção agroindustrial, do FGVAgro, revela que a Agroindústria registrou um nível de alta de 1% em abril ante março (já considerando os ajustes sazonais). Esse resultado foi puxado, principalmente, pelo segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas (1,7%). O segmento de Produtos Não Alimentícios também registrou expansão, mas em um ritmo bem menor: 0,2%.
Em contrapartida, ao analisar a comparação interanual, a Agroindústria, em abril ante o mesmo mês do ano passado, registrou queda (-3,5%). Contudo, é importante ressaltar que tivemos um mês de abril mais curto. Enquanto em 2025 o mês de abril contou com 20 dias úteis, o de 2024 teve 22 dias úteis. Naturalmente, essa diferença de 10% no número de dias úteis influencia nas variações sem controle do efeito-calendário, tal como a variação interanual. O resultado negativo foi derivado tanto do segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas (-3,7%), quanto de Produtos Não Alimentícios (-3,3%). No acumulado do ano, a produção agroindustrial teve uma ligeira alta de 0,3% frente ao mesmo período de 2024. Até março, o crescimento acumulado no ano foi de 1,7%, ou seja, o crescimento desacelerou de forma significativa entre março e abril de 2025. Segundo análise do FGVAgro, como a maioria dos setores da agroindústria apresentou o mesmo comportamento, a questão permanece: a Agroindústria está desacelerando, tal qual os demais segmentos da economia brasileira ou houve apenas uma contração decorrente de um mês de abril mais curto (isto é, com menor número de dias úteis)? Apenas os dados do próximo mês poderão responder essa questão.
FGVAgro
CEPEA: IPPA cai 4% em maio, mas acumula alta de 20% no ano
Levantamentos do Cepea mostram que, em maio, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) recuou 4,2% em relação ao mês anterior.
Segundo o Centro de Pesquisas, esse desempenho refletiu quedas em todos os grupos de alimentos: o IPPA-Grãos caiu 4,5%, o IPPA-Pecuária, 4,1%, o IPPA-Hortifrutícolas, 12,7%, e o IPPA-Cana-Café, 1,8%. No mesmo período, o Índice de Preços por Atacado de Produtos Industriais (IPA-OG-DI), calculado pela FGV, teve baixa de 0,7%, indicando que, de abril para maio, os preços agropecuários se desvalorizaram em relação aos industriais na economia brasileira. No cenário internacional, os preços dos alimentos convertidos em Reais recuaram 2,4%, reflexo da combinação entre a queda do dólar frente ao Real, de 2%, e a ligeira retração dos valores internacionais dos alimentos (-0,4%). No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, levantamento do Cepea aponta que o IPPA registrou expressivo avanço de 20% em comparação a igual intervalo de 2024, impulsionado pelas significativas altas nos grupos IPPA-Grãos (10,7%), IPPA-Pecuária (27,9%) e IPPA-Cana-Café (35,6%). Em sentido oposto, o IPPA-Hortifrutícolas caiu 9,7% no período. Ainda nessa base de comparação, o IPA-OG-DI subiu 5,9%, enquanto os preços internacionais dos alimentos convertidos em Reais se elevaram 10,5%, resultado da valorização de 15,4% do dólar e do aumento de 1,2% nos preços internacionais dos alimentos.
Cepea
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