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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 89 DE 18 DE MARÇO DE 2022

Atualizado: 23 de mai. de 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 89| 18 de março de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Negócios com boi padrão exportação continuam girando. Animal comum é deixado de lado

Frigoríficos intensificam buscas pelo boi-China, aceitando pagar bons prêmios por este tipo de animal; em SP, preços de bovinos abatidos mais jovens (até quatro dentes) oscilam entre R$ 345/@ e R$ 350/@, informa a Scot Consultoria


Na avaliação da IHS, as regiões que possuem maior número de plantas habilitadas para exportação, como é o caso das plantas situadas no Estados de São Paulo, seguem com forte apetite comprador, dando condições para indicações de preços mais altos. Enquanto a indústria segue ativa na compra de animais que atendam aos padrões de exportação, o animal gordo comum e a vaca gorda (ambos destinados ao mercado interno) não apresentam procura consistente e, com isso, as indicações de preços seguem com pressão baixista. Segundo a Scot Consultoria, o fraco escoamento de carne bovina no mercado interno diminui o apetite por compras das indústrias, que, de maneira geral, têm trabalhado com escalas de abate confortáveis. Na quinta-feira, a IHS Markit observou que houve baixa no preço da arroba da vaca gorda nas praças do interior de São Paulo, recuando de R$ 305/@ para R$ 300/@.

Levantamento da quinta-feira da Scot Consultoria aponta estabilidade nas três categorias destinadas ao abate. De acordo com a Scot, as referências de preço são: R$ 340/@ para o boi gordo; R$ 298/@ para vaca gorda; e R$ 332/@ para novilha gorda (valores brutos e a prazo). Os negócios com bovinos de até quatro dentes destinados à exportação oscilam entre R$ 345/@ e R$ 350/@ no mercado paulista, acrescenta a Scot. No mercado atacadista, há sinais de melhoria na movimentação por parte dos distribuidores, que estão efetuando novos posicionamentos de compras de cortes bovinos para o próximo final de semana. No entanto, o mercado de distribuição registra uma maior procura por cortes de dianteiro, que têm custos mais baixos. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 352/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista) MS-C. Grande: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 290/@ (prazo); MT-Tangará: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 291/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 294/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 308/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca R$ 295/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 281/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 276/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).

PORTAL DBO


Boi/Cepea: Preços do boi se mantêm firmes, na casa dos R$ 340

Enquanto o volume de animais abatidos no Brasil em 2021 volta aos menores patamares em mais de 17 anos, as vendas externas da proteína bovina apresentam desempenho recorde


Como resultado, os preços do boi gordo seguem elevados, na casa de R$ 340/@. De acordo com dados do IBGE, em 2021, foram abatidos no Brasil mais de 27 milhões de cabeças de bovinos, 7% abaixo do ano anterior e a menor quantidade desde 2004. No caso específico de fêmeas (vacas e novilhas), foram abatidas 9,27 milhões de cabeças em 2021, queda de 14% frente ao ano anterior e o volume mais baixo desde 2003. Quanto às vendas externas, segundo dados da Secex, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somavam, até a segunda semana de março, 84,21 mil toneladas, com média diária de embarques de 10,52 mil. Caso o atual ritmo de vendas se mantenha até o encerramento do mês, o Brasil pode escoar mais de 200 mil toneladas em março.

Cepea


SUÍNOS


Suínos: cotações enfraquecidas na quinta

Segundo pesquisadores do Cepea, enquanto no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, a oferta restrita vem elevando e/ou sustentando os valores do suíno, em boa parte das regiões do Paraná e de São Paulo, os preços estão enfraquecidos, influenciados pelo aumento no escoamento de suínos devido à necessidade de “caixa” dos produtores


Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 109,00/R$ 116,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 8,40 o quilo/R$ 8,70 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (16), os preços ficaram inalterados em Minas Gerais, custando R$ 6,07/kg, e no Rio Grande do Sul, fixado em R$ 5,30/kg. Houve queda de 0,19% no Paraná, chegando em R$ 5,32/kg, e de 0,16% em São Paulo, atingindo R$ 6,09/kg, enquanto uma leve alta de 0,18% foi registrada em Santa Catarina, fechando em R$ 5,45/kg. Na quinta-feira (17), as principais bolsas de suínos registraram queda nos preços, com exceção de Minas Gerais, que mantém o preço estável há cinco semanas. Lideranças do setor apontam que há suinocultores se desfazendo de matrizes, encaminhando para abate, e sobra de leitões, aumentando a oferta no mercado e derrubando preços.

Cepea/Esalq


Suinocultura independente: preços voltam a cair com maior oferta de animais e descarte de matrizes

Na quinta-feira (17), as principais bolsas de suínos registraram queda nos preços, com exceção de Minas Gerais, que mantém o preço estável há cinco semanas


Em São Paulo, conforme informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço saiu de R$ 6,40/kg vivo para R$ 6,19/kg vivo. O presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, aponta que "a oferta que ainda está desproporcional ao consumo. As granjas vêm reduzindo peso, mas paralelo a isso, tem granjas desativando o plantel, então esse excedente pode demorar mais para ser escoado, porque coloca também as matrizes para abate. Vai chegar um momento em que vai faltar suíno, mas ainda não sabemos quando". Santa Catarina também registrou baixa, passando de R$ 5,76/kg vivo para R$ 5,65/kg. No mercado mineiro, o preço se manteve estável pela quinta semana consecutiva em R$ 6,10/kg vivo conforme com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 10/03/2022 a 16/03/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 0,38%, fechando a semana em R$ 5,80.

"Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 5,66", informou o Lapesui.

AGROLINK


Suínos/Cepea: Preços apresentam movimentos distintos

Os preços do suíno vivo vêm apresentando movimentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea


Esse cenário se deve aos diferentes volumes de oferta dentre as regiões. Segundo pesquisadores do Cepea, enquanto no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, a oferta restrita vem elevando e/ou sustentando os valores do suíno, em boa parte das regiões do Paraná e de São Paulo, os preços estão enfraquecidos, influenciados pelo aumento no escoamento de suínos devido à necessidade de “caixa” dos produtores. Quanto ao mercado da carne, vendedores passaram a sentir certa resistência por parte dos compradores em realizar novos reajustes positivos nos preços. Neste caso, atacadistas indicam que, com o final da primeira quinzena, as saídas de carcaça e de alguns cortes diminuíram. Com isso, os preços da carcaça especial suína e de alguns cortes negociados no atacado da grande São Paulo estão em queda nesta semana.

Cepea


ABCS diz que suinocultura brasileira vive pior crise da história

A suinocultura brasileira enfrenta um momento desafiador em cenário de alta nos custos de grãos e aumento da oferta de carne suína no mercado doméstico, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)


A produção de carne suína brasileira cresceu mais de 30% entre 2016 e 2021, sendo que o principal salto na oferta ocorreu em 2020 e 2021, puxado pela demanda chinesa. Em 2020, as exportações absorveram a maior parte do excedente produtivo, mas em 2021, o mercado doméstico teve de lidar com uma disponibilidade interna de carne suína maior (+294,5 mil toneladas) diante da desaceleração no ritmo das exportações. “É justamente este excedente de quase 300 mil toneladas despejado no mercado interno em 2021, agravado por um momento de perda de poder aquisitivo da população brasileira, que é um dos fatores que determinaram o início da crise da suinocultura que perdura neste início de 2022”, disse a ABCS em análise divulgada na quinta-feira (17). O aumento no custo de produção também contribuiu para agravar a crise. A ABCS disse que já esperava um primeiro semestre desafiador em 2022, com preço de venda do suíno em baixa e alto custo de produção. Com o início da guerra na Ucrânia, os preços dos grãos tiveram uma disparada imediata nos mercados internacionais. A ABCS disse que a suinocultura está sendo afetada de forma indireta pelo conflito, com aumento dos preços dos combustíveis, da cotação dos grãos e possibilidade de falta de fertilizantes ou alta no preço internacional. Os potenciais problemas logísticas relacionados ao conflito e sanções que dificultem transferências bancárias da Rússia poderão afetar as exportações de carne suína brasileira para os russos. A Rússia anunciou no ano passado que o Brasil poderia exportar carne suína ao país dentro de uma cota de 100 mil toneladas que teria de ser cumprida no primeiro semestre de 2022. Mas a maior preocupação para o setor em relação às exportações é a redução dos embarques para a China e o baixo valor em dólar pago pela carne suína brasileira nos últimos meses, segundo a ABCS. “Certamente, esta é uma das piores crises da história da suinocultura brasileira, mas há um fator peculiar neste momento que é o grau de incerteza mundial diante de uma pandemia ainda em curso e a recente eclosão da guerra na Eurásia”, disse o Presidente da ABCS, Marcelo Lopes. “Estes acontecimentos determinam um ambiente muito propício à volatilidade dos mercados e, principalmente, às especulações, mas não há, ao menos no curto prazo, qualquer indicativo de desabastecimento dos principais insumos agropecuários no Brasil.”

CARNETEC


FRANGOS


Frango: preços seguem em alta

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,20/kg, enquanto a ave na granja aumentou 1,67%, valendo R$ 6,10/kg

Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg, assim como o Paraná, custando R$5,05/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (16), a ave congelada caiu 0,42%, alcançando R$ 7,18/kg, enquanto o frango resfriado subiu 1,41%, fechando em R$ 7,21/kg. Cepea/Esalq


EMPRESAS


JBS estreia no segmento de fertilizantes

Com a Campo Forte, companhia agrega valor aos resíduos de seus processos de produção e avança para se tornar “net zero” até 2040


Maior empresa de proteínas animais do mundo, com faturamento superior a R$ 200 bilhões por ano, a JBS aproveitou o grande volume de resíduos de sua cadeia de produção para criar um novo negócio, de fertilizantes, e avançar nos esforços de zerar seu balanço líquido de emissões de gases causadores do efeito estufa até 2040. Para atuar no novo segmento, a divisão de Novo Negócios da JBS criou a Campo Forte Fertilizantes, que já começou a operar uma fábrica no município de Guaiçara, no interior de São Paulo. A unidade, cuja capacidade chegará a 150 mil toneladas por ano, absorveu investimentos de R$ 134 milhões. Susana Carvalho, Diretora de Novos Negócios responsável pela Campo Forte, diz que o foco da empresa são adubos orgânicos, organominerais e especiais. Esterco e outros resíduos orgânicos dos processos de produção de carne bovina (Friboi), suína e de frango (Seara) são as matériasprimas principais. Inicialmente, afirma, os resíduos estão chegando a Guaiçara das unidades da Friboi e da Seara mais próximas, localizadas em São Paulo ou perto do Estado. Na medida que o negócio crescer, outras fábricas do grupo também passarão a entregar matéria-prima para a unidade. “Trata-se de mais uma iniciativa de economia circular da JBS. E, além de garantir um destino adequado aos resíduos de seus processos de produção, a nova empresa conta com produtos de alto valor agregado”, afirma a executiva, que evita fazer projeções para o faturamento da Campo Forte neste momento. Mas o fato é que, diante das incertezas que cercam o mercado de fertilizantes convencionais por causa da guerra na Ucrânia - a Rússia é grande exportadora do insumo -, a demanda está aquecida, o que tende a favorecer as vendas. Os adubos da Campo Forte podem substituir os insumos tradicionais fabricados a partir de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). Mas a entrada em operação da empresa neste momento de dificuldades é apenas uma coincidência. Os estudos da JBS sobre o mercado de fertilizantes começaram em 2016, e em 2017 a companhia decidiu que iria investir no negócio. De lá para cá, foram feitos os licenciamentos dos fertilizantes que estão sendo comercializados. As obras da fábrica tiveram início em 2020. Susana conta que as vendas estão sendo realizadas para revendas de insumos e cooperativas e também diretamente para grandes produtores. A equipe de vendas tem atualmente pouco mais de 20 pessoas - mas vai crescer, já que o objetivo é chegar a todas as principais regiões agrícolas do país.

VALOR ECONÔMICO


Paranaense Copagri arrenda e reforma fábrica da massa falida da Olvepar

Investimentos na unidade chegam a R$ 120 milhões


A paranaense Copagri, uma das maiores fornecedoras de matéria-prima para a produção de biocombustíveis no país, está investindo R$ 120 milhões no arrendamento e na reforma de uma fábrica de processamento de soja da massa falida da antiga Olvepar, em Cuiabá. Desse total, R$ 50 milhões já saíram dos cofres da Copagri, e o restante virá de financiamento bancário. Enrique Traver, fundador e CEO da empresa, afirmou ao Valor que o objetivo é triplicar a capacidade atual de processamento de soja da companhia até 2023, quando chegará a 1,2 milhão de toneladas ao ano. Atualmente, a Copagri processa a oleaginosa para produção de farelo e óleo em unidades de terceiros. “Estamos com forte demanda por óleo para biocombustível no mercado interno e com ótimas perspectivas para este ano”, disse Traver. A projeção é que a receita chegue a R$ 3 bilhões em 2022. No ano passado, o faturamento, recorde, foi de R$ 1,1 bilhão, e, em 2020, de R$ 500 milhões. Além da boa demanda interna, Traver afirma que as exportações de farelo e óleo estão em forte expansão, mesmo com os preços elevados da soja no mercado internacional. Hoje, as vendas externas respondem por 60% do faturamento da companhia.

VALOR ECONÔMICO


MEIO AMBIENTE


Marfrig reforça compromisso ESG; avança em práticas de bem-estar animal

A Marfrig divulgou na quinta-feira (17) o seu Informe de Progresso em Sustentabilidade, com os avanços alcançados ao longo de 2021. Segundo a empresa, os resultados registrados demonstram o empenho da companhia ao desenvolver boas práticas de controle de origem, bem-estar animal e questões socioambientais


O documento revela ainda as medidas adotadas para minimizar o reflexo das operações em relação às mudanças climáticas – incluindo o controle e redução de gases de efeito estufa, consumo de água e energia e gestão de efluentes e resíduos. A Marfrig também destaca suas ações de impacto positivo em relação aos fornecedores e as comunidades impactadas por sua atividade. A Marfrig afirma ser a pioneira no setor ao assumir o compromisso de combater o desmatamento nos biomas brasileiros, utilizando, por exemplo, sistemas de geomonitoramento e georreferenciamento da cadeia de fornecimento, via satélite. Com o Plano Marfrig Verde+, lançado em 2020, a companhia pretende tornar sua cadeia de produção 100% livre do desmatamento até 2025 na Amazônia e 2030 para o Cerrado e demais biomas. Um dia antes da apresentação do informe, a Marfrig divulgou em nota separada que manteve a classificação tier 2 em gestão de bem-estar animal, segundo o Business Benchmark on Farm Animal Welfare – o BBFAW 2021. Conforme a empresa, trata-se do maior e mais importante ranking global de gestão do bem-estar de animais para alimentação. A métrica considera a atuação da companhia em sua cadeia de suprimentos no mundo todo e avalia sua operação do ano anterior. Presente no BBFAW desde o primeiro ranking, em 2012, a Marfrig afirma ser a única empresa do segmento a atingir o tier 2 nesta edição. É a terceira vez que a companhia alcança essa classificação, avanço de duas posições desde a avaliação realizada em 2019, quando ocupou o tier 4. A cada edição, o BBFAW torna-se mais exigente e criterioso, elevando o número de aspectos avaliados. O ranking é dividido em seis níveis: tier 6 - empresas com nenhuma evidência de processos e práticas na agenda de negócios; tier 5 - com previsão na agenda, mas limitações na implementação; tier 4 - progredindo na implementação; tier 3 - processos estabelecidos, mas com ajustes a fazer; tier 2 - processos integrados à estratégia de negócios; e tier 1 - empresas líderes em gestão de animais de fazenda. Para alcançar o melhor nível, as companhias devem reportar indicadores anuais de bem-estar dos animais presentes em toda a cadeia de suprimentos, além dos treinamentos e práticas utilizadas desde a criação de animais, transporte e abate, sempre com detalhes sobre metodologia, evolução e conexão com a estratégia do negócio.

CARNETEC


Projeto que exclui MT da Amazônia Legal pode gerar perda anual de US$ 2,7bi ao agro

Caso ocorra, mudança liberaria o desmate de quase 17 milhões de hectares; devastação afetaria produtividade das lavouras ao reduzir volume de chuvas


O projeto de lei 337/2022, que pretende excluir o Estado de Mato Grosso da Amazônia Legal, alterando o Código Florestal, pode liberar o desmate de quase 17 milhões de hectares e, com isso, gerar prejuízos de US$ 2,7 bilhões ao ano ao agronegócio. A estimativa considera os efeitos da redução das chuvas causada pela devastação. Os cálculos foram feitos pelos pesquisadores Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) e pelo Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais (Lagesa), ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em nota técnica, eles informaram que o cálculo foi feito com base em modelagem computacional que projetou qual área seria liberada para desmatamento. Para a projeção de perdas no valor de produção, os pesquisadores levaram em conta os preços atuais de soja e milho. O projeto de lei foi apresentado pelo deputado Juarez Costa (MDB-MT). A retirada de Mato Grosso da Amazônia Legal faria com que os produtores do Estado não precisassem mais cumprir com a destinação de 80% de suas propriedades para a manutenção de reserva legal válida para a Amazônia. Para as estimativas, os pesquisadores consideraram a premissa de que a alteração permitiria aos produtores destinar apenas 20% para reserva legal, conforme regra aplicada a campos gerais. A mudança liberaria 16,9 milhões de hectares, que hoje têm vegetação nativa em pé, para desmate dentro da nova lei. Além disso, mais 3,3 milhões de hectares que hoje deveriam ser recuperados para que os produtores se adequem ao Código Florestal deixariam de ter que ser restaurados. A efetivação do desmatamento da área que poderia ser liberada para corte poderia levar à emissão de 5 gigatoneladas (Gt) de gás carbônico na atmosfera — na contramão dos compromissos do Brasil para limitar as emissões a 1,2 Gt em 2030. A perda de vegetação reduziria o volume de chuvas, o que afetaria a produtividade das lavouras no agronegócio. Para chegar à conclusão sobre as perdas potenciais, o grupo técnico levou em consideração os preços atuais da tonelada de soja e da arroba de gado (US$ 302,58 por tonelada e US$ 201,50 por arroba, respectivamente). Também trabalharam com a hipótese de que 70% da área a ser desmatada seria convertida em pasto, enquanto os demais 30% virariam lavoura de soja, seguindo padrões históricos. O PL 337/2022 foi apresentado no último dia 22 de fevereiro, e no último dia 9 de março foi encaminhado às comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, Constituição e Justiça e de Cidadania. Como justificativa para a proposta de excluir Mato Grosso da Amazônia Legal, o deputado argumentou que “o custo econômico para recuperação das reservas, ou para compensação dessa imensa área, seria muito grande”.

VALOR ECONÔMICO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Porto de Paranaguá completa 87 anos com foco na atração de investimentos

Ao completar 87 anos na quinta-feira (17/03), o Porto de Paranaguá se prepara para continuar na vanguarda da atividade portuária


Com novos arrendamentos, os investimentos privados já previstos pela autoridade portuária podem chegar a R$ 2,6 bilhões nos próximos anos. Pioneiro, o Paraná foi o primeiro Estado do País a receber a delegação de competências para administrar os contratos de exploração de áreas. O próximo leilão acontece no próximo dia 30, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A PAR32 será destinada à movimentação de carga geral, especialmente açúcar. O investimento previsto é de R$ 4,1 milhões. Outras cinco áreas do Porto de Paranaguá já estão em estudo ou em processo de arrendamento: A PAR09, destinada a movimentação de granel sólido vegetal, deve atrair R$ 492 milhões de investimentos e está em fase de audiência pública. A PAR14 e a PAR15, também voltadas para granéis sólidos, estão em fase de diligências. A primeira tem previsão de até R$ 1,1 bilhão em investimentos e a segunda, de R$ 656 milhões. A PAR50, destinada a granéis líquidos, prevê aporte de R$ 338 milhões. A administração portuária também já adiantou o interesse em arrendar uma sexta área: a PAR03, ainda em fase inicial de coleta de material para estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Com 38 mil metros quadrados, o espaço englobará o Terminal Público de Fertilizantes (Tefer), de seis mil metros quadrados. Para receber mais cargas, os portos preparam o aumento da capacidade de transporte ferroviário. As obras do Projeto Cais Leste – Moegão terão início ainda no primeiro semestre de 2022, após avançar a fase de consulta pública. A moega exclusiva para descarga de trens vai receber até 180 vagões simultaneamente. Serão três linhas independentes e correias transportadoras ligando 11 terminais. No mar, a derrocagem da Pedra da Palangana será concluída neste mês. A fase de detonação foi encerrada em 2021 e, em 2022, as rochas são retiradas para britagem e doação para prefeituras do Litoral. Os projetos ligados à inovação, junto à Fundácion ValenciaPort, devem transformar as operações portuárias. O termo de cooperação técnica, inédito no Brasil, prevê a instalação do Port Colaborative Decision Making (PCDM) e do Port Community System (PCS), que conecta sistemas e integra informações de toda a cadeia logística, promovendo redução de tempo de custos na operação. Atualmente, é o segundo porto do Brasil em valor de movimentação, sendo o 1º na exportação de óleo vegetal e frango congelado; 1º em importação de fertilizante; 2º em exportação de soja, farelo de soja, açúcar, papel, carne congelada e álcool; 2º na movimentação de contêineres e veículos; e 3º na exportação de madeira.

Agência de Notícias do Paraná


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar à vista fecha em queda de 1,07%, A R$5,0373

O dólar terminou o pregão em firme queda de mais de 1%, em torno de 5,03 reais, numa quinta-feira de forte demanda por risco nos mercados internacionais, à medida que investidores digeriram sinalizações de política monetária lá fora e aqui


O dólar à vista caiu 1,07%, a 5,0373 reais. No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de divisas tinha queda de quase 0,5%, bastante expressiva para o padrão do indicador. Os mercados ainda pareceram olhar para pontos diferentes em relação às sinalizações emitidas pelo banco central dos Estados Unidos, mas a percepção de que o Fed pode não conseguir entregar todas as altas de juros prometidas pode estar afetando o dólar para baixo e elevando as ações, contribuindo para a demanda por ativos de risco --como moedas emergentes e/ou correlacionadas às commodities. E nesse contexto o alto juro brasileiro joga a favor do câmbio. O Bacen indicou na véspera que poderia parar de subir a Selic depois de maio, mas, além de o patamar da taxa já estar bastante elevado em comparação aos pares, o risco é de o BC precisar esticar o ciclo de aperto monetário, dada a pressão implacável da inflação. "A continuação do ciclo de alta sinalizado para maio deve trazer algum suporte para o real", disse o Barclays em nota. Thiago Melzer, sócio da Upon Global Capital, disse que o Brasil deverá continuar a ter desempenho melhor que pares emergentes no curto e médio prazo, mas o surpreendente fluxo estrangeiro ao país visto no começo do ano deve diminuir, na esteira de fatores locais e de uma percepção de maior risco em relação ao bloco emergente. O país, segundo ele, recebeu impulso da melhora dos termos de troca; de um cenário eleitoral, aos olhos dos estrangeiros, mais "amigável ao mercado", conforme o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança nas pesquisas de intenção de voto; e da percepção de que o Banco Central do país começou a agir antes que outros para combater a inflação.

REUTERS


Ibovespa tem nova alta firme com impulso de commodities e juros no radar

O principal índice da bolsa brasileira subiu na quinta-feira, estendendo a alta de 2% da véspera, com ajuda das ações de commodities e de bancos e em meio aos ganhos em Wall Street. O mercado também reagiu às elevações de juros no Brasil e Estados Unidos


A Vale foi a principal contribuição positiva para o índice, diante da valorização do minério de ferro, enquanto a Petrobras cedeu, com os ruídos políticos que rondam a empresa contrapondo-se à disparada do petróleo. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa avançou 1,63%, a 112.918,11 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 32,3 bilhões de reais.

REUTERS


Economia piora projeção de alta do PIB em 2022 para 1,5% e vê inflação bem acima da meta

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia piorou na quinta-feira suas projeções oficiais para a atividade econômica e a inflação em 2022, embora tenha seguido mais otimista que o mercado em relação à economia


Agora, a estimativa é de alta no Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% este ano, contra 2,1% na projeção feita em novembro do ano passado. Para 2023, a projeção foi mantida em 2,5%. Para a inflação medida pelo IPCA, a estimativa da equipe econômica subiu para 6,55% em 2022, de 4,70% antes, e foi mantida em 3,25% para 2023. O centro da meta de inflação é de 3,50% neste ano e 3,25% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Agentes de mercado preveem crescimento do PIB de 0,49% este ano e de 1,43% para o ano que vem. Já para a inflação, as expectativas são de alta de 6,45% e 3,70%, respectivamente, conforme pesquisa Focus mais recente. Para o INPC acumulado neste ano --que serve de parâmetro para a correção do salário mínimo e de uma série de despesas previdenciárias no Orçamento do ano que vem-- a conta foi a 6,7%, de 4,25% anteriormente. A SPE atribuiu a revisão dos números às mudanças de estatísticas divulgadas pelo IBGE no fim do ano passado, alterando para baixo o PIB de 2019, além do crescimento menor do que o projetado para a atividade no segundo semestre de 2021. “Os setores mais afetados negativamente no final do ano passado foram a indústria e o setor agropecuário, cuja produção foi prejudicada, em grande medida, pela ampliação dos gargalos nas cadeias globais e pela maior crise hídrica em quase 100 anos, respectivamente”, disse. Em relação ao cenário internacional, a SPE afirmou que projeções coletadas dos analistas de mercado indicam uma revisão negativa da atividade para as principais economias globais. A pasta ressaltou que a projeção maior de inflação decorre do aumento dos preços de commodities agrícolas e energéticas em meio às tensões no Leste Europeu, com o conflito entre Rússia e Ucrânia.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito repetidamente que o país voltará a surpreender os analistas, com maiores investimentos privados e uma melhora no mercado de trabalho mitigando efeitos adversos da inflação elevada, mesmo em meio às incertezas globais geradas pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Na quarta-feira, Guedes afirmou que o Brasil está preparado "para qualquer guerra" e que o governo pode contornar o teto de gastos se necessário.

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