Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 87| 16 de março de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Arroba continua firme com escala de abates confortáveis
Valor do macho terminado segue estável nas praças paulistas, a R$ 342/@, segundo dados da Scot Consultoria
Na terça-feira, 15 de março, o mercado físico do boi gordo operou com preços estáveis em praticamente todas as praças pecuárias brasileiras, informa a IHS Markit. Essa estabilidade nas cotações é reflexo do avanço das escalas de abate das unidades frigoríficas, depois que muitos compradores elevaram os preços da arroba na semana passada, incentivando, assim, as vendas de lotes terminados a pasto, justificam os analistas da consultoria. Segundo apuração da IHS Markit, as escalas de abates das indústrias brasileiras giram atualmente entre 7 e 10 dias. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o mercado paulista do boi gordo registrou pouca movimentação na terça-feira, devido à evolução das escalas de abate. Com isso, as cotações seguiram estáveis na comparação com o dia anterior – em R$ 342/@ para o boi gordo; R$ 300/@ para a vaca gorda; e R$ 332/@ para a novilha gorda (preços brutos e a prazo), segundo a Scot. “Ofertas abaixo dessas referências, oferecidas ontem, não vingaram”, ressaltou a consultoria. Os frigoríficos de São Paulo, continua a IHS, só conseguiram alongar as suas escalas de abate depois da forte atuação no mercado da região Norte do País, tanto comprando boi em pé quanto adquirindo carcaça bovina em abatedouros locais. Segundo a IHS, os preços mais baixos de animais terminados (em relação aos praticados no mercado paulista) situados no Brasil Central garantem margens de atuação mais confortáveis às indústrias de São Paulo, o que explica a intensificação da busca por boiadas em localidades distantes, como no Maranhão, Tocantins e Pará. Segundo a IHS, os custos de frete, impostos e demais gastos para deslocamento de animais presentes nessas regiões longínquas oscilam entre R$ 25 a R$ 30 por arroba. Por sua vez, o diferencial de base (diferença nos preços da arroba) entre São Paulo e o Norte do País gira hoje em torno de R$ 50/@, o que possibilita margens operacionais favoráveis, apesar da distância de mais de 2 mil quilômetros. Na avaliação dos analistas da IHS, a incapacidade de repassar novos reajustes aos preços da carne bovina nesta segunda quinzena de março (período marcado pelo baixo poder aquisitivo da população, devido ao maior distanciamento do pagamento dos salários) neutraliza a possibilidade de elevação mais consistente da arroba no curto prazo. Porém, a oferta enxuta de animais terminados e o ritmo forte das exportações da carne bovina brasileira garantem uma maior firmeza nos preços do boi gordo, em pleno período de safra de animais alimentados a pasto. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 352/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 290/@ (prazo); MT-Tangará: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca a R$ 291/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 294/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 308/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca R$ 295/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 281/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 276/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: queda de preço na terça-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF caiu, no mínimo, 1,80%, chegando em R$ 109,00/R$ 116,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,18%/1,14%, valendo R$ 8,40 o quilo/R$ 8,70 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (14), ficaram estáveis os preços em Minas Gerais, custando R$ 6,07/kg, e em Santa Catarina, fixado em R$ 5,44/kg. Houve queda de 0,93% no Rio Grande do Sul, chegando em R$ 5,34/kg, recuo de 0,56% no Paraná, valendo R$ v5,36/kg, e de 0,33% em São Paulo, fechando em R$ 6,12/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: Preços em alta na terça-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja subiu 3,51%, chegando a R$ 5,90/kg, enquanto a ave no atacado aumentou 2,13%, valendo R$ 7,20/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg, assim como o Paraná, custando R$5,05/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (14), a ave congelada valorizou 2,75%, alcançando R$ 7,11/kg, enquanto o frango resfriado subiu 1,00%, fechando em R$ 7,07/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
Abates de bovinos voltaram a cair em 2021, mas os de frangos e suínos aumentaram
IBGE também apontou redução na aquisição de leite e aumento da produção de ovos
Os abates de bovinos confirmaram as expectativas e recuaram em 2021 no país, ainda como reflexo do ciclo de baixa na pecuária e sob influência da queda da demanda doméstica em tempos de redução do poder de compra da população. Segundo dados divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda ante 2020 foi de 7,8%, para 27,5 milhões de cabeças. Foi o segundo ano consecutivo de retração, “dando sequência ao cenário de retenção de animais observado desde o início de 2020”, realçou o órgão. O IBGE informou que o único mês do ano passado a apresentar variação positiva nos abates foi dezembro, com acréscimo de 39,89 mil cabeças. A queda mensal mais intensa (650,8 mil cabeças) na comparação interanual foi em setembro, quando entrou em vigor o embargo temporário da China às exportações brasileiras por conta de casos atípicos de “vaca louca” identificados em Minas Gerais e Mato Grosso. Os pesquisadores do IBGE lembraram, na pesquisa, que houve valorização recorde dos preços médios dos bezerros e da arroba bovina em 2021 — o que estimulou a retenção de fêmeas para atividades reprodutivas, em detrimento de abates. O total de fêmeas abatidas no ano, que alcançou 9,31 milhões de cabeças, foi o menor desde 2004. Na prática, o abate de 2,34 milhões de cabeças de bovinos a menos em 2021 ante 2020 foi causado por retrações em 23 das 27 Unidades da Federação, detalhou o instituto. O recuo mais expressivo ocorreu em Mato Grosso (633,91 mil cabeças a menos), que mesmo assim continuou a liderar os abates, com participação de 16,2% no total. O IBGE também mostrou que, em razão da queda dos abates de bovinos — e da menor demanda —, a aquisição de couro cru nos curtumes pesquisados (que curtem pelo menos 5 mil unidades inteiras por ano) caiu 4,8% em 2021 ante 2020, para 29,3 milhões de peças. Os pesquisadores do IBGE lembram que o ano passado foi marcado por ocorrência de geadas e por um período seco mais intenso, fatores que contribuíram para prejudicar as pastagens em algumas das principais regiões produtoras. Sempre de acordo com o IBGE, o abate de frango somou 6,18 bilhões de cabeças no ano passado no Brasil, em alta de 2,8% ante 2020 e um novo recorde histórico. Foram 169,87 milhões de cabeças a mais, graças à demanda aquecida no país e no exterior. Esse incremento foi impulsionado por avanços em 19 das 25 Unidades da Federação que participam da pesquisa. Entre os destaques positivos estão Paraná (acréscimo de 67,89 milhões de cabeças), que lidera a atividade no país (participação de 33,6%) e Goiás (47,1 milhões de cabeças a mais). O abate de suínos no país, finalmente, também cresceu em 2021 — 7,3%, para 52,97 milhões de cabeças. Houve variações positivas interanuais em todos os meses, com a forte demanda para exportações colaborando para aliviar um pouco o cenário de aumento dos custos de produção. O IBGE informou que o abate de 3,61 milhões de cabeças de suínos a mais foi puxado por altas em 21 das 25 Unidades da Federação participantes da pesquisa do instituto nessa frente. Entre os destaques estão os acréscimos no Rio Grande do Sul (909,57 mil cabeças) e Santa Catarina (821,72 mil) — que manteve liderança entre os Estados, com participação de 28,4%.
VALOR ECONÔMICO
Canadá: US$ 150 milhões a mais em carnES
O Canadá autorizou o início da importação de carne bovina e suína in natura do Brasil. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14) pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que está em viagem ao Canadá
O Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite Ribeiro explicou que, levando em conta o market share do Brasil para esses dois produtos é possível estimar exportações da ordem de US$ 150 milhões por ano. “Tendo presente que o Canadá não tem imposto de importação para suínos, esse é um mercado que pode ir além do market share brasileiro. No caso de carne bovina, existe uma alíquota de cerca de 26,5% de importação, mas podemos ter acesso àquele mercado via uma quota da OMC de 76,4 mil toneladas, com tarifa de 0%”. ABPA comemora mercado para carne suína A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou o anúncio feito pela ministra da Agricultura. Em comunicado, a entidade lembrou que a abertura é válida para os estabelecimentos sob inspeção federal localizados em Santa Catarina – à época da solicitação inicial, o estado era o único reconhecido como livre de aftosa sem vacinação, que é um critério estabelecido pelas autoridades canadenses. “Além de gerar mais divisas para a suinocultura nacional – que vem enfrentando fortes dificuldades em função dos elevados custos de produção – o reconhecimento sanitário das autoridades canadenses reforçará as chancelas já existentes à qualidade e à sanidade do produto brasileiro”. Na avaliação da Safras & Mercado, a notícia da abertura de mercado de proteína brasileira ao Canadá é positiva, e pode ajudar o Brasil a reduzir a dependência das exportações para a China. “Quanto mais mercados o Brasil abrir, melhor será para o país, independente dos volumes que vierem a ser adquiridos”, destaca o analista Fernando Iglesias.
Canal Rural
EMPRESAS
Agrária: em assembleia, cooperativa apresenta a cooperados o maior faturamento da sua história
No último sábado (12/03), a Agrária realizou no Centro Cultural Mathias Leh, em Entre Rios, Distrito de Guarapuava (PR), a sua 71ª Assembleia Geral Ordinária (AGO). Na reunião, foram aprovados os balanços referentes a 2021 e apresentado aos cooperados o resultado de faturamento da cooperativa durante o ano: R$ 6,5 bilhões, o maior montante já registrado pela Agrária.
“Essa conquista é fruto de inúmeros trabalhos que estamos desenvolvendo dentro da cooperativa, com o empenho dos nossos cooperados e colaboradores. O mercado foi favorável, mas só pudemos aproveitar a oportunidade porque estávamos preparados”, afirmou o Diretor-Presidente da cooperativa, Jorge Karl. A AGO contou com a presença do presidente da Ocepar, José Roberto Riken, que falou sobre as demandas que têm sido trabalhadas pela entidade juntos às instâncias governamentais. Ricken também parabenizou a Agrária pela precisão com que conduz seu processo de prestação de contas. “A Agrária faz um trabalho extremamente minucioso em suas assembleias, isso é diferenciado”, destacou. Durante a Assembleia Geral Ordinária também aconteceu a eleição do novo Conselho Fiscal da cooperativa, que terá mandato de um ano. O Conselho será presidido pela cooperada Corina Wild. Ainda no sábado (12/03), a Agrária realizou sua 123ª Assembleia Geral Extraordinária. O evento discutiu e aprovou o modelo de distribuição de sobras que será implantado na Maltaria Campos Gerais e apresentou os investimentos que serão realizados pela cooperativa nos próximos meses. “O ano de 2022 já se apresentava como um período de incertezas, pois estamos saindo da pandemia. Uma guerra em pleno século XXI era algo que não esperávamos, e que deve intensificar esse cenário. Primeiro porque um conflito como esse desestabiliza toda economia mundial, e segundo porque o envolvimento de Rússia e Ucrânia interfere diretamente no fornecimento de energia, de insumos e no preço das commodities”, finalizou Karl.
Imprensa Agrária
BRF vai dobrar número de lojas da rede Mercato Sadia
Experiência tem sido um “laboratório” para o desenvolvimento de novos produtos
A BRF vai dobrar o número de lojas físicas da rede Mercato Sadia neste ano, para 20 - a empresa inaugurou nove lojas na Grande São Paulo e uma em Itajaí (SC) em 2021. Sergio Esteves, diretor de Omnichannel da empresa, afirma que as operações aproximaram a BRF do consumidor e geraram informações úteis para o desenvolvimento de novos produtos - e alguns deles deverão chegar ao mercado já nos próximos meses. “As lojas físicas são grandes laboratórios para entendermos melhor o consumidor e pensarmos novas maneiras de vender”, resumiu Esteves ao Valor. “Também são um lugar onde o consumidor encontra todo o nosso portfólio”. A BRF tem mais de 700 produtos. O espaço físico das lojas é organizado por “ocasiões de consumo”: café da manhã, almoço, churrasco, etc. As unidades expõem produtos que podem passar batido no varejo ou que muitas vezes só são adquiridos por restaurantes e pelo food service. A primeira loja da Mercato Sadia, inaugurada em janeiro do ano passado, fica na Vila Leopoldina, bairro da capital paulista que tem renda per capita elevada. Mas, a despeito disso, Esteves garante que a densidade populacional é mais importante do que o potencial econômico, e por isso as novas unidades serão abertas no ABC, em Alphaville, Osasco e Guarulhos, entre outros pontos da Grande São Paulo. “Temos produtos para todas as classes”, afirma o executivo.
VALOR ECONÔMICO
Marfrig avança sobre BRF: como ficam as ações das empresas
O frigorífico muda de postura e passa a controlar a rival via conselho de administração
Em junho do ano passado, o frigorífico Marfrig anunciava a compra de 31,66% do capital social da rival BRF. Na época, a empresa soltou um fato relevante reiterando que a aquisição visava apenas a diversificação de investimentos e que não pretendia eleger membros para o conselho de administração ou exercer influência sobre as atividades da companhia. No limite da sua fatia na BRF, e antes de acionar a ‘pílula de veneno’, a Marfrig mudou de postura em fevereiro deste ano: a companhia anunciou em fato relevante que indicaria representantes para o conselho de administração da BRF para influenciar nas decisões da empresa. Além disso, a Marfrig deve também consolidar os resultados da concorrente no próprio balanço. Dessa forma, o frigorífico consegue controlar a companhia sem acionar a poison pill. “Conhecendo mais a empresa, indicando profissionais para o conselho da administração, a Marfrig passará a ter mais controle sobre a BRF, o que pode possibilitar a ela em um futuro próximo fazer uma fusão, incorporando a BRF e mantendo o controle do novo grupo. É uma prática comum”, afirma Idean Alves, sócio do escritório Ação Investimentos, pertencente à XP. Para Alves, a estratégia da Marfrig de ‘guardar o jogo’ no início aconteceu para evitar solavancos nos papéis. “Eles tiveram todo o cuidado de sinalizar que a compra das ações da BRF ao longo de 2021 era para aumentar e diversificar a participação no setor, a fim de evitar especulação nas ações, o que tornaria o preço mais caro”, afirma Alves. “Boa parte do mercado já via como objetivo final a Marfrig se transformar em uma gigante de alimentos, parecida com uma JBS, que atua nas três linhas de proteína animal: bovinos, suínos e aves”, afirmou Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos. Consultada pelo E-Investidor, a Marfrig afirmou que só poderia se manifestar após o dia 28 de março, quando ocorre a votação do conselho administrativo da BRF. Marfrig e BRF são frigoríficos com posições complementares. Enquanto a primeira é focada em carne bovina, com grande exposição ao mercado norte-americano, a segunda investe em aves e suínos e tem uma presença bem relevante na Ásia e Oriente Médio. As duas companhias juntas somariam pouco mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado, ainda atrás da JBS e da concorrente americana Tyson. “O faturamento chegaria a quase R$ 140 bilhões de reais anuais, que é cerca de metade do que a JBS fatura, que é R$ 300 bilhões. Ainda ficaria atrás da Tyson, com cerca de R$ 200 bilhões. Seria então uma terceira colocada, mas muito mais competitiva”, afirma Crespi. “Do ponto de vista operacional, há uma diversificação de produtos e geografias bastante positiva.” “De fato acontecendo (a fusão), repetiria-se uma história comum nesse setor, vide Sadia e Perdigão (que deram a origem à BRF), de uma empresa performando abaixo do esperado (BRF) sendo incorporada por um player em melhor momento (Marfrig), aproveitando a oportunidade de mercado”, explica Idean Alves. “Com essa fusão, os investidores “ganhariam” uma empresa mais eficiente, e com marcas fortes. Casaria o mix de produtos e a diversificação geográfica da BRF com a eficiência de gestão e a força da proteína bovina por parte da Marfrig.” Para o futuro do setor, as perspectivas é que aconteçam mais movimentos de consolidação, que amplifiquem a diversificação geográfica e a diversidade de produtos desses frigoríficos. O segmento também deve ficar cada vez mais concentrado em poucos players. “A Marfrig, sem dúvida, se apresenta como um deles, ao lado da JBS. Os campeões nacionais seguem com fome para dominar o mundo da proteína”, ressalta Alves.
O ESTADO DE SÃO PAULO
INTERNACIONAL
2,75 milhões de frangos serão abatidos em Wisconsin (EUA) à medida que a gripe aviária se espalha no país
Um bando comercial de 2,75 milhões de galinhas poedeiras em Wisconsin será abatido para evitar a propagação de uma forma altamente letal de gripe aviária depois que as aves da fazenda deram positivo para a doença, disseram autoridades estaduais no dia 14 de março
Os abates de Wisconsin elevariam para cerca de 6,7 milhões o número de galinhas e perus criados comercialmente mortos em todo o país devido à gripe aviária desde fevereiro. É o maior surto da doença nos EUA em aves desde 2015, quando quase 50 milhões de aves morreram. Os surtos estão limitando as exportações de produtos avícolas americanos, já que países importadores como China e México bloqueiam remessas de estados com rebanhos infectados. Autoridades dos EUA disseram que a gripe aviária não é uma preocupação imediata de saúde pública e que as aves de bandos infectados não entrarão no sistema alimentar. Nenhum caso humano foi detectado nos Estados Unidos. A doença já está disseminada em aves na Europa e afetando África, Ásia e Canadá.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Colheita de soja atinge 68% da área no PR, diz Deral; qualidade tem nova melhora
A colheita de soja alcançou 68% das áreas cultivadas na safra 2021/22 do Paraná, avanço de 14 pontos percentuais na semana, informou na terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), notando uma nova melhora na qualidade das lavouras
No mesmo período do ciclo anterior, os trabalhos estavam em 58% após problemas climáticos que atrasaram o andamento da safra. Nesta temporada, o Estado foi atingido pela seca decorrente do fenômeno climático La Niña, que limitou a produtividade de algumas regiões. O Deral notou uma melhora nas condições das lavouras e passou a avaliar 50% das áreas como boas, contra 46% no levantamento anterior, à medida que avança a colheita de campos considerados piores. Ainda assim, o percentual está bem abaixo dos 81% vistos um ano antes. As áreas consideradas médias são 32% e 18% ruins, ante respectivos 30% e 24% na semana anterior, mostraram os dados. Para o milho, o plantio da segunda safra atingiu 87% das lavouras, versus 69% na semana passada. Em igual período da safra passada, a semeadura estava em 72%. Em relação à qualidade, as lavouras do cereal consideradas boas passaram de 90% para 95% no comparativo semanal e somente 5% estão em condições médias, em meio a expectativas otimistas para a segunda safra. No mês passado, Deral estimou a colheita do milho safrinha em 15,5 milhões de toneladas, uma expressiva alta ante os 5,74 milhões registrados na temporada anterior, que foi afetada por seca e geadas. Na soja o cenário é inverso, com projeção mais recente em 12,83 milhões de toneladas para o Estado, cerca de 45% abaixo do potencial inicialmente esperado para a safra atual, disse o departamento no fim de fevereiro.
REUTERS
Produção industrial do Paraná cai em janeiro
A produção industrial do Paraná encolheu 3,7% no primeiro mês deste ano na comparação com janeiro de 2021
O resultado segue a tendência nacional, porém em menor escala, já que o país contabilizou 7,2% de retração no mês. Das 15 regiões analisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas quatro cresceram: Mato Grosso (43%), Espírito Santo (5,4%), Rio de Janeiro (2,8%) e Goiás (2,1%). Apesar do indicador negativo, nos últimos 12 meses a indústria paranaense acumula 7,8% de crescimento, terceiro melhor resultado no ranking nacional, superado por Santa Catarina (8,5%) e Minas Gerais (8,3%). O país teve alta de 3,1% no mesmo período. “A atividade industrial vem registrando diminuição no ritmo de produção desde o quarto trimestre do ano passado”, justifica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe. Segundo ele, até agosto de 2021 o setor vinha numa retomada forte, mas perdeu fôlego e desde então inverteu a curva numa tendência de queda. “Isso se deve em parte à escassez e alta considerável nos insumos e matérias-primas para produção, que têm pressionado os custos das empresas e, consequentemente, desacelerado o ritmo de trabalho nas fábricas”, avalia. Das 13 atividades industriais avaliadas pelo IBGE, cinco cresceram em relação a janeiro do ano passado. Foi o caso de bebidas (+29,6%), máquinas e equipamentos (+24,5%), celulose e papel (+4,8%), produtos químicos (+ 1,7%) e madeira (+1,4%). As mais prejudicadas foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (- 35%), móveis (-34,7%), automotivo (-25,6%), borracha e material plástico (-14,9%) e fabricação de produtos de metal (-8,6%). O setor de alimentos, o maior do estado, também recuou em 3%.
FIEP
Os empregos na indústria têm saldo positivo, mas houve queda de 34% em relação a janeiro de 2021
Em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), o saldo de empregos da indústria do Paraná ficou positivo com a abertura de 5.928 novas vagas
Mesmo assim, comparado ao mesmo mês de 2021, quando foram abertos 8.987 postos de trabalho, o resultado é de queda de 34%. Nos últimos 12 meses, o saldo também aumentou, é de 41.280 empregos no setor. O Sul lidera o ranking nacional de empregos na indústria em janeiro. Das 51.419 novas vagas abertas no país, a região foi responsável por 26.254 delas. Embora os dados sejam positivos no Paraná, quarto colocado no ranking nacional do setor, o estado ficou atrás de Santa Catarina (12.842) e Rio Grande do Sul (7.484). São Paulo lidera com 20.385 postos criados em janeiro. O Sudeste contabiliza 25.875 contratações de saldo na indústria no mês. Dos 24 segmentos avaliados pelo Novo Caged, somente dois mais demitiram do que contrataram. Foi o caso de móveis (-156 vagas) e petróleo (-27). Os que mais abriram oportunidades na indústria foram alimentos (904), vestuário (836), reparação de máquinas e instalação de equipamentos (741), automotivo (561) e fabricação de máquinas e equipamentos (524). “O mercado de trabalho demora mais para responder a uma piora no ritmo de produção na indústria. Isso deve se refletir nos próximos meses apenas”, sugere Thiago Quadros, também economista da Fiep. “Da mesma forma que ocorre em relação à produção, o cenário econômico para 2022 era de uma melhora no controle de inflação, queda de juros e condições mais favoráveis à criação de empregos, mas essa previsão já mudou”, explica Quadros. A estimativa de inflação já passou para 6,45%, segundo o último boletim Focus do Banco Central, divulgado na semana passada. Está acima do teto da meta que é de 5%. “Com o conflito entre Rússia e Ucrânia essa configuração deve mudar porque terá influência na decisão dos empresários, que seguram seus investimentos e tendem a não aumentar as contratações até que a situação melhore”, reforça.
FIEP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em alta de 0,75%, a R$5,1584
O dólar registrou na terça-feira o quarto pregão consecutivo de alta, mais longa série do tipo em três meses, que levou a cotação ao maior patamar desde meados de fevereiro e acima de 5,15 reais
A alta do dólar --em outras palavras, a depreciação da taxa de câmbio-- ocorreu em sintonia com novo dia de perdas na bolsa de valores brasileira, mais uma vez pela queda dos preços das commodities. Preocupações com desdobramentos de novos lockdowns na China por causa de um forte aumento de casos de Covid-19 no país e certo nervosismo antes das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos contribuíram para a realização de lucros na taxa de câmbio na terça. O dólar à vista fechou a terça-feira em alta de 0,75%, a 5,1584 reais --valor mais alto desde 17 de fevereiro (5,1668 reais), bem antes de a Rússia invadir território ucraniano. Em quatro pregões consecutivos de ganhos, a cotação saltou 2,91%. A série é a mais longa desde os cinco dias de valorização registrados entre 9 e 15 de dezembro do ano passado. "O fundamento do Brasil por ora não mudou muita coisa, o que poderia manter o dólar em baixa", disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, baseado no Estado da Flórida, EUA. "O que poderia mudar um pouco isso seriam novas isenções fiscais, o que para os investidores poderia soar como certo relaxamento sobre os gastos", completou, referindo-se a discussões no governo sobre subsidiar os preços dos combustíveis, enquanto se cogitou ainda aumentar gastos no Auxílio Brasil. O banco central dos Estados Unidos deve elevar na quarta-feira a taxa de juros pela primeira vez em mais de três anos. Poucas horas depois, será a vez de o BC brasileiro informar sua decisão de política monetária, com ampla expectativa de elevação de pelo menos 1 ponto percentual da Selic.
REUTERS
Ibovespa cai com peso de commodities, na contramão de Wall Street
O principal índice da bolsa brasileira recuou na terça-feira, pressionado pela queda das ações de commodities, apesar de alta firme de bolsas norte-americanas diante de algum alívio em relação à inflação e na expectativa por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos
O Ibovespa cedeu 0,88%, a 108.959,30 pontos, quarta baixa seguida e o menor fechamento desde 24 de janeiro. O volume financeiro foi de 30,5 bilhões de reais. A queda no preço do petróleo derrubou Petrobras, mas ao mesmo tempo aliviou alguns temores com inflação e refletiu na queda dos principais contratos de juros futuros. Em consequência, ações ligadas ao consumo doméstico, mais sensíveis aos juros, avançaram. Em Wall Street, uma leitura semelhante do movimento do petróleo, aliado a um dado mensal de preços ao produtor levemente abaixo das estimativas, desencadeou uma alta firme nos principais índices de ações. O Nasdaq Composite saltou 2,9% e o S&P 500 subiu 2,1%. Bruno Madruga, diretor de renda variável da Monte Bravo, diz que a "composição do Ibovespa responde o porquê do movimento contrário" do índice ante os pares norte-americanos, apesar das influências serem semelhantes. Segundo ele, queda nos preços das commodities têm "reflexo no mercado brasileiro, que é extremamente dependente da movimentação de Petrobras, Vale e do próprio setor de siderurgia". Petrobras e Vale representam juntas quase 30% do Ibovespa. O mercado agora está centrado nas decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central, que iniciaram nesta terça-feira suas respectivas reuniões de dois dias, enquanto investidores seguem atentos à guerra na Ucrânia.
REUTERS
Produção industrial recua em dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE
Maiores quedas foram observadas no Amazonas, Minas Gerais, Pará e Paraná
A produção industrial recuou em dez dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na passagem de dezembro de 2021 para janeiro deste ano. As maiores quedas foram observadas no Amazonas (-13%), Minas Gerais (-10,7%) e Pará (-9,8%). Os estados do Paraná (-5,1%), Pernambuco (-5%) e Ceará (-3,8%) também registraram quedas mais intensas do que a média nacional (-2,4%). A lista de locais com recuo na produção inclui ainda a região Nordeste (-1,6%) e os estados de Goiás (-1,7%), Rio de Janeiro (-1,4%) e São Paulo (-1%). Por outro lado, cinco estados tiveram alta: Mato Grosso (4%), Espírito Santo (2,6%), Bahia (1,2%), Santa Catarina (0,9%) e Rio Grande do Sul (0,8%). Na comparação com janeiro do ano passado, 11 dos 15 locais pesquisados tiveram queda, com destaque para os estados do Pará (-24,4%), Ceará (-24,3%) e Pernambuco (-12,3%). Entre os quatro estados com crescimento, a maior alta ficou com Mato Grosso (43%). Já no acumulado de 12 meses, dez dos 15 locais pesquisados tiveram alta na taxa. Os maiores avanços foram observados em Santa Catarina (8,5%) e Minas Gerais (8,3%). Dos quatro locais em queda, Bahia teve o principal recuo (-12,5%).
Agência Brasil
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