CLIPPING DO SINDICARNE Nº 838 DE 08 DE ABRIL DE 2025
- prcarne
- 8 de abr.
- 16 min de leitura
Atualizado: 9 de abr.

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 838 | 08 de abril de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: preços estáveis na praça de SP e nas demais regiões
Poucos negócios foram registrados neste início de semana nas praças brasileiras, o que resultou em estabilidade nos preços do boi gordo, informa as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No Paraná o boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de seis dias.
Em São Paulo, segundo dados apurados pela Scot Consultoria, o boi gordo “comum” segue em R$ 320/@, a vaca gorda é negociada por R$ 288/@, a novilha está valendo R$ 305/@ e os negócios envolvendo lotes de “boi-China” saem por R$ 323/@ (todos os preços são brutos e com prazo). As escalas de abate das indústrias paulistas estão, em média, para seis dias, acrescenta a Scot. Na primeira semana de abril/25, a valorização do boi gordo seguiu avançando no mercado físico, segundo balanço divulgado pela Agrifatto aos seus assinantes. “O volume regular de chuvas tem contribuído para a manutenção da qualidade das pastagens, permitindo que os pecuaristas retenham os animais dentro do sistema produtivo, enquanto aguardam melhores preços”, relata a Agrifatto. Esse cenário refletiu-se nas negociações do indicador Datagro, que registrou uma evolução positiva nas médias semanais. Em São Paulo, o indicador teve alta de 1,22%, encerrando a última sexta-feira (4/4) cotado a R$ 320, o que representa uma ligeira alta de 0,27% em relação ao preço da sexta-feira anterior (28/3). Na última semana, estimulado pelo pagamento dos salários de março, o mercado atacadista apresentou aumento nos preços de todas as carnes, com ossos e desossadas, informa a Agrifatto. Na B3, apesar da abertura em baixa na sexta-feira, reflexo das taxações norte-americanas impostas recentemente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, os contratos do boi gordo encerraram a semana em alta, considerando o comparativo semanal, informa a Agrifatto. O contrato mais curto, de abril, registrou uma valorização de 1,73% na comparação semanal, fechando a sexta-feira (4/4) a R$ 323,50/@. Por sua vez, o contrato de maio/25 teve o menor avanço da semana, encerrando a sessão a R$ 322,85/@, um aumento semanal de apenas 0,65%. Por outro lado, relata a Agrifatto, os contratos para agosto/25 apresentaram uma valorização mais expressiva, com alta semanal de 1,42%, fechando a última sexta-feira em R$ 331,65/@. Cotações do boi gordo desta segunda-feira (7/4), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$325,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$290,00. Novilha R$300,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de cinco dias; Goiás — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$275,00 a arroba. Vaca a R$255,00. Novilha a R$260,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$255,00. Novilha a R$260,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Arroba do boi gordo continuará valorizada no 1º semestre?
Primeira semana de abril teve valorização de até 3,6% nas cotações. Contudo, alguns fatores podem pressionar os preços nos próximos meses
O mercado físico do boi gordo registrou novos aumentos de preço no Brasil ao longo da semana. De acordo com o analista de Safras & Mercado Allan Maia, o encurtamento das escalas de abate, que tem variado entre cinco e seis dias úteis, contribuiu para o crescimento das cotações da arroba. Outro fator que ajudou esse movimento de valorização é a expectativa de avanço no consumo de carne bovina, considerando a entrada dos salários na economia e o feriado de Páscoa. “As exportações de carne bovina em ótimo nível pelo Brasil também ajudam a reduzir a disponibilidade interna da proteína”, sintetiza Maia. O coordenador da equipe de Inteligência de Mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, enxerga continuidade da valorização da arroba do boi gordo na primeira quinzena de abril. “Porém, na segunda quinzena, é possível que o mercado esteja mais pressionado, mas ainda assim se mantendo próximo aos R$ 300 por arroba.” Segundo ele, isso acontece por conta da chegada do outono que motiva a tradicional desova de fim de safra. “O capim perde o seu vigor e, assim, temos um cenário de maior necessidade do vendedor em ofertar boiadas entre abril e maio, o que colabora com um cenário mais baixista, seja em ano de alta ou de baixa”. Ainda assim, de acordo com o especialista, 2025 será um ano com viés de baixa sem muita força. “A ‘barrigada’ para este final de safra não deve ser muito forte, então não interpretamos um cenário em que o mercado ceda, salvo se as condições que tivermos agora de mercado, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a manutenção de exportação ao mercado chinês, as aberturas de mercado e o mercado doméstico não sofrerem nenhuma alteração”. O cenário exportador de carne bovina esteve aquecido no primeiro trimestre do ano, com recorde de exportação e preço em dólar maior do que em 2024. “Esses fatores contribuem para que a indústria exportadora garanta as suas margens. Quanto à oferta de boiadas, vemos elas chegando de forma constante no mercado, em linha com os números do primeiro trimestre de 2024. Contudo, janeiro e fevereiro deste ano registraram abates superiores na comparação anual, de acordo com o Sistema de Inspeção Federal, ainda que tenham desacelerado nos últimos dias, principalmente em março.” Segundo Fabbri, o ritmo mais lento dos últimos dias tem provocado dificuldades de os compradores encontrarem machos terminados e bem-acabados nas praças de comercialização, levando à firmeza da arroba do boi nesta semana, mesmo com a maior participação de fêmeas na linha dos abates. Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 3 de abril, conforme dados de Safras & Mercado: São Paulo (Capital): R$ 325, avanço de 1,56% frente ao fechamento da última semana, de R$ 320. Goiás (Goiânia): R$ 320, alta de 3,23% perante os R$ 310 da semana passada. Minas Gerais (Uberaba): R$ 305, estável frente ao fechamento anterior. Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320, acréscimo de 1,59% frente aos R$ 315 do último período. Mato Grosso (Cuiabá): R$ 310, aumento de 1,64% frente à semana passada, de R$ 305. Rondônia (Vilhena): R$ 285, valor 3,64% superior frente aos R$ 275 do último período. O mercado atacadista manteve preços ao longo da semana, embora haja uma tendência de elevação no curto prazo em meio à expectativa de demanda mais firme na primeira metade de abril. O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 25,50 o quilo, sem alterações ante o fechamento da semana passada. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 18,50 o quilo, também sem mudanças.
Agência Safras
Carne bovina: Volume exportado chega em 37,4 mil toneladas na primeira semana de abril/25
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 37,4 mil toneladas na primeira semana de abril/25. No ano anterior, o mês de abril exportou 207,7 mil toneladas em 22 dias úteis.
A média diária exportada até a primeira semana de abril/25 ficou em 9,3 mil toneladas e registrou leve queda de 0,9%, quando se compara com a média observada em abril de 2024, que estava em 9,4 mil toneladas. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 4.949 por tonelada na primeira semana de abril/25, isso representa um ganho anual de 9,20%, quando se compara com os valores observados em abril de 2024, em que estavam precificados em US$ 4.530 por tonelada. O valor negociado para a carne bovina até a primeira semana de abril ficou em US$ 185.193 milhões, sendo que no ano anterior a receita total foi de US$ 941.148 milhões. A média diária do faturamento ficou em US$ 46,2 milhões e registrou um ganho de 8,20%, frente ao observado no mês de abril do ano passado, que ficou em US$ 42,7 milhões.
SECEX/MDIC
SUÍNOS
Segunda-feira (7) termina com elevações nas cotações no mercado de suínos
Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo subiu 1,31%, com preço médio de R$ 155,00, enquanto a carcaça especial aumentou 1,69%, fechando em R$ 12,00/kg, em média.
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (4), o preço ficou estável somente no Paraná (R$ 7,67/kg). Houve aumento de 1,64% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,07/kg, elevação de 0,26% no Rio Grande do Sul, custando R$ 7,82/kg, incremento de 0,13% em Santa Catarina, atingindo R$ 7,60/kg, e de 1,75% em São Paulo, fechando em R$ 8,16/kg.
Cepea/Esalq
Primeira semana de abril registra exportações de carne suína superiores aos números de abril de 2024
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne suína in natura até a primeira semana de abril (quatro dias úteis), mostrou valores superiores aos registrados para o mesmo mês no ano passado.
A receita obtida, US$ 42,9 milhões representa 19,27% a do total arrecadado em todo o mês de abril de 2024, que foi de US$ 222,5 milhões. No volume embarcado, as 17.808 toneladas representam 18,40% do total registrado em abril do ano passado, com 96.743 toneladas. O faturamento por média diária até este início de abril foi de US$ 10.7 milhões, quantia 6% a mais do que a de abril de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 21,20% observando os US$ 13.6 milhões, vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 4.452 toneladas, leve alta de 1,2% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, recuo de 17,63%, comparado às 5.405 toneladas da semana passada. No preço pago por tonelada, US$ 2.409, ele é 4,7% superior ao praticado em abril passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa retração de 4,33% em relação aos US$ 2.518 anteriores.
SECEX/MDIC
FRANGOS
Frango: altas pontuais em meio a cotações estáveis nesta segunda-feira (7)
O mercado do frango teve altas pontuais na segunda-feira (7), em meio à maioria das cotações estáveis.
De acordo com agentes do setor avícola consultados pelo Cepea, há expectativa de aumento no volume de vendas nos próximos dias. O cenário tende a ser mais favorável em comparação com as últimas duas semanas, que foram impactadas pela menor liquidez. Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo aumentou 1,56%, custando, em média, R$ 6,50/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,37%, custando, em média, R$ 8,03/kg. Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, custando R$ 4,69/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 4,98/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (4), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,61/kg e R$ 8,66/kg.
Cepea/Esalq
Preço da tonelada de carne de frango exportada cai na primeira semana de abril
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne de aves in natura até a primeira semana de abril (quatro dias úteis), registraram leve queda no preço pago por tonelada.
A receita obtida, US$ 156 milhões, representa 19,10% do total arrecadado em todo o mês de abril de 2024, que foi de US$ 816,7 milhões. No volume embarcado, as 87.245 toneladas representam 19,28% do volume registrado em abril de 2024, com 452.486 toneladas. O faturamento por média diária até este momento do mês foi de US$ 39 milhões, quantia 5,1% a mais do que o registrado em abril de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve recuo de 5,82% quando comparado aos US$ 41,4 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 21.811 toneladas, elevação de 6% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, diminuição de 5,58% em relação às 23.100 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.788, ele é 0,9% inferior ao praticado em abril do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa queda de 0,25% no comparativo ao valor de US$ 1.792 visto na semana passada.
SECEX/MDIC
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Comércio global: Paraná vendeu US$ 14,2 bilhões em alimentos e bebidas para 176 países em 2024
A China foi o principal importador de alimentos e bebidas do Paraná, com US$ 5,4 bilhões de produtos deste segmento comercializados, representando 37,9% da pauta de vendas para o Exterior. Na sequência estão o Irã (US$ 473 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 471 milhões), Coreia do Sul (US$ 441 milhões), Holanda (US$ 385 milhões) e Indonésia (US$ 376 milhões)
O Paraná exportou US$ 14,2 bilhões em alimentos e bebidas para 176 países diferentes de janeiro a dezembro de 2024, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços organizados e analisados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O número de países interessados nos produtos paranaenses e a variedade comercializada reforçam a vocação do Estado de ser um dos principais e mais completos fornecedores de alimentos do planeta. Ao longo do período, a China foi o principal importador de alimentos e bebidas do Paraná, com US$ 5,4 bilhões de produtos deste segmento comercializados, representando 37,9% da pauta de vendas para o Exterior. Na sequência estão o Irã (US$ 473 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 471 milhões), Coreia do Sul (US$ 441 milhões), Holanda (US$ 385 milhões), Indonésia (US$ 376 milhões), Japão (US$ 353 milhões), Índia (US$ 330 milhões), México (US$ 306 milhões) e Arábia Saudita (US$ 288 milhões). O Paraná também exportou muitos produtos para a União Europeia ao longo do ano passado, com França (US$ 208,4 milhões), Alemanha (US$ 208 milhões), Turquia (US$ 200 milhões), Reino Unido (US$ 142 milhões), Espanha (US$ 127 milhões) e Eslovênia (US$ 101 milhões) liderando o comércio. Para os Estados Unidos foram vendidos US$ 117 milhões. Países sul-americanos também estão bem representados na pauta do comércio exterior: Chile (US$ 152 milhões), Uruguai (US$ 95 milhões) e Peru (US$ 71 milhões). O principal produto alimentício exportado pelo Paraná entre janeiro e dezembro foi a soja, com US$ 5,3 bilhões, seguida pela carne de frango in natura (US$ 3,8 bilhões), farelo de soja (US$ 1,4 bilhão), açúcar bruto (US$ 1,2 bilhão), cereais (US$ 551 milhões), carne suína (US$ 404 milhões), óleo de soja bruto (US$ 358 milhões), café solúvel (US$ 326 milhões) e carne de frango industrializada (US$ 146 milhões).
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar supera R$5,90 após Trump ameaçar China com mais tarifas
Em um dia de estresse generalizado nos mercados globais, o dólar disparou novamente no Brasil e superou os R$5,90, após os Estados Unidos iniciarem a cobrança de tarifas de importação e o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar a China com mais taxas
O dólar à vista fechou em alta de 1,24%, aos R$5,9107, maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro, quando encerrou a R$ 5,9165. Apenas no acumulado das duas últimas sessões, a moeda norte-americana avançou 28 centavos de real -- um salto que dá a medida do estresse do mercado local com a guerra tarifária deflagrada pelos EUA. Em abril a divisa já acumula elevação de 3,57%. Às 17h06, na B3, o dólar para maio -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,82%, aos R$5,9315. O dólar se manteve em alta durante praticamente toda a sessão em sintonia com a queda firme das ações ao redor do mundo, após o início da cobrança, no sábado, de uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos EUA. Assim como na sexta-feira, investidores buscavam a segurança da moeda norte-americana, tendo no horizonte ainda o início da cobrança, na próxima quarta-feira, de uma bateria adicional de tarifas recíprocas que atingirá vários países. Para piorar, nesta segunda-feira Trump disse que pode impor uma taxa adicional de 50% sobre as importações vindas da China também na próxima quarta-feira, se a segunda maior economia do mundo não retirar as tarifas de 34% que impôs sobre produtos dos EUA na semana passada. As tarifas chinesas vieram em resposta às taxas de 34% anunciadas anteriormente por Trump sobre a China. Os mercados globais chegaram a experimentar algum alívio nesta segunda-feira perto das 11h (horário de Brasília), após reportagem da CNBC dos EUA informar que Trump estaria considerando uma pausa de 90 dias nas tarifas cobradas de todos os países, com exceção da China. Em reação, às 11h15 o dólar à vista despencou para a mínima de R$5,8163 (-0,38%). Mas o movimento foi um ruído momentâneo. Em resposta na sequência, a Casa Branca desmentiu a pausa e qualificou a notícia como “falsa”, o que fez o dólar subir com ainda mais força ante o real. Às 13h12, a moeda norte-americana à vista atingiu a máxima de R$5,9333 (+1,63%). “Essa possível escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou um aumento na aversão ao risco nos mercados, o que afetou particularmente as moedas de países emergentes -- especialmente o real”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em comentário distribuído no fim da tarde. A alta do dólar ante o real ajudou a sustentar as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil e esteve em sintonia com a queda firme do Ibovespa. No exterior, o dólar tinha ganhos ante quase todas as demais divisas no fim da tarde. Às 17h16, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,89%, a 103,510.
Reuters
Ibovespa fecha em queda sem alívio em receios sobre tarifas
O Ibovespa fechou em queda na segunda-feira, sem alívio nas preocupações sobre a nova política comercial norte-americana, com as ações da Petrobras respondendo pelo maior peso negativo, também afetadas por receios de corte de preços pela estatal com o tombo do petróleo no exterior
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,31%, a 125.588,09 pontos, no terceiro pregão seguido de queda, tendo marcado 123.876,24 pontos na mínima e 128.410,57 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$30,4 bilhões. "Em função do contexto extremamente desafiador para as bolsas globais, a região de suporte consolidado (do Ibovespa) dos 118.500 é o grande ponto de atenção para a semana", afirmaram analistas gráficos da Ágora Investimentos, em relatório enviado a clientes na segunda-feira. "Em caso de perda deste nível, o Ibovespa entraria tecnicamente em tendência de baixa de médio e longo prazo com potencial busca pela região dos 100 mil pontos." O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desencadeou uma guerra comercial na semana passada ao taxar as importações de uma série de países, disse nesta segunda-feira que adotará uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não retirar suas tarifas retaliatórias sobre os EUA. "Além disso, todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles conosco serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente", disse Trump em uma postagem no Truth Social. A Comissão Europeia, por sua vez, disse na segunda-feira que ofereceu um acordo tarifário "zero por zero" para evitar uma guerra comercial com Trump, com os ministros da União Europeia concordando em priorizar as negociações, mas ao mesmo tempo preparando contramedidas. O primeiro pregão da semana foi marcado por forte volatilidade, principalmente no final da manhã, após notícia -- negada pela Casa Branca -- de que Trump estaria avaliando uma pausa de 90 dias nas tarifas a todos os países exceto a China, o que fez o Ibovespa e o S&P 500 flertarem com o sinal positivo. "Notícia falsa", disse a Casa Branca, o que fez com que os pregões voltassem ao território negativo. O S&P 500 ainda voltou a flertar com o azul antes de fechar em baixa de 0,23%. Em coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump reforçou que não pensa em fazer uma pausa nas tarifas para permitir negociações com parceiros comerciais, mas disse que deve conversar com a China, o Japão e outros países sobre as tarifas. "O tema das políticas tarifárias de Trump continua sendo o principal fator de risco", afirmou o especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, em nota por e-mail, acrescentando que a sessão desta segunda-feira foi marcada por forte volatilidade nos mercados.
Reuters
Poupança no Brasil registra 3º mês seguido de saques em março, diz BC
A caderneta de poupança no Brasil registrou saques líquidos pelo terceiro mês consecutivo em março, totalizando R$11,459 bilhões, informou o Banco Central na segunda-feira.
No acumulado do ano, a poupança registra retirada líquida de R$45,692 bilhões. Em março, houve um saldo negativo de R$9,239 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto a poupança rural teve saques líquidos de R$2,220 bilhões. Ambos tiveram saídas nos três primeiros meses do ano. A rentabilidade atual da caderneta de poupança é dada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. Esta fórmula vale enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano -- a taxa básica de juros está atualmente em 14,25% ao ano.
Reuters
Mercado mantém projeções para inflação e PIB em meio a temores de guerra comercial, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções para a inflação e o crescimento do Brasil neste ano e no próximo, com as expectativas em relação ao patamar da taxa de juros em 2025 e 2026 também inalteradas, após uma semana marcada por aumento dos temores com uma guerra comercial global, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, mesma previsão da pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 1,97% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa ficou inalterada em crescimento de 1,60%. Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 13ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic se encontra em 14,25% ao ano. O resultado vem na esteira de uma semana marcada por aumento dos temores sobre uma recessão global provocada por uma guerra comercial ampla, com os mercados reagindo ao anúncio de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira passada. Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana. Ao contrário da expectativa de agentes financeiros, as medidas de Trump ainda não provocaram negociações com os parceiros dos EUA, com China e União Europeia seguindo o caminho da retaliação, enquanto o presidente norte-americano não fornece sinais de que pode recuar. Esse cenário impulsionava as preocupações de uma guerra comercial global e uma consequente desaceleração econômica. No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 para R$5,90, de R$5,92 na semana passada, e queda da projeção para 2026 a R$5,99, de R$6,00 anteriormente. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 5,52% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.
Reuters
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