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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 808 DE 21 DE FEVEREIRO DE 2025

prcarne

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 808 | 21 de fevereiro de 2025

                                          

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

De 1/@ em 1/@, boi gordo de SP vai perdendo valor em fevereiro/25

Aos poucos, a arroba vai perdendo valor, tanto no mercado paulista quanto em outras importantes praças pecuárias. No Paraná, o boi vale R$310,00 por arroba. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de oito dias

O preço do boi gordo paulista caiu mais R$ 1/@ na quinta-feira (20/2), repetindo o mesmo comportamento observado no dia anterior, segundo apurou a Scot Consultoria. Com isso, pelos dados da Scot, o animal terminado “comum” agora vale R$ 315/@ (no prazo, valor bruto) em São Paulo, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 317/@ – no caso do bovino padrão-exportação a queda foi R$ 3/@ sobre o preço de quarta-feira (19/2). Os preços das fêmeas também seguem em tendência de baixa. Nesta quinta-feira, a novilha gorda caiu R$ 3/@, para R$ 303/@, enquanto o valor da vaca permaneceu estável, em R$ 285/@, de acordo com os números da Scot. Segundo levantamento da Agrifatto, o mercado da carne bovina continua operando com altos estoques, um reflexo da queda acentuada da demanda nesta segunda quinzena do mês, período marcado pelo baixo poder de compra dos consumidores brasileiros, que buscam produtos alternativos mais baratos, como ovo, frango e carne suína. Em decorrência disso, informa a Agrifatto, todos os produtos com ossos, sejam eles destinados ao consumo direto ou à produção de charque, sofreram ajustes negativos pela segunda semana consecutiva. Na avaliação da consultoria, as carnes originárias de regiões distantes do mercado paulista, como PA, TO, RO e AC, tendem a ser mais baratas. Em contraste, utilizando São Paulo como referência, a proteína produzida em Estados limítrofes, como MS, MG, GO e PR, geralmente apresentam preços mais altos. No mercado futuro, o pregão da quarta-feira (19/2) foi marcado por um desempenho predominantemente negativo. A única exceção ficou para o contrato com vencimento em fevereiro/25, que encerrou a sessão cotado a R$ 312,65/@, com leve alta de 0,18% em relação ao dia anterior. Segundo relatório divulgado pela equipe de analistas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o momento é de pressão dos frigoríficos sobre as cotações da arroba do boi gordo. “Muitos compradores têm relatado maior facilidade para o preenchimento das escalas, nem sempre longas – na maioria dos casos, as programações giram em pelo menos uma semana”. Dados do Cepea mostram que a diferença entre o preço da carne no atacado da Grande São Paulo e o Indicador do boi Cepea/Esalq no mercado paulista teve sua máxima recente em dezembro/24 – vantagem de R$ 2,15/kg para a carne. Em janeiro/25, porém, baixou para R$ 1,57/kg e, na parcial de fevereiro/25, está em 96 centavos/quilo. O mesmo comportamento, diz o Cepea, é visto para a carne in natura exportada. A diferença de R$ 8,83/kg de dezembro/24 caiu para R$ 8,58/kg em janeiro/25 e, nas duas primeiras semanas de fevereiro, se limitou a R$ 6,99 reais/kg. De acordo com dados do Cepea, no mercado atacadista da Grande São Paulo, o preço da carne com osso apresenta tendência de queda desde meados de janeiro/25, com ligeiro fôlego apenas no repique do início de fevereiro. Em janeiro último, a carcaça casada acumulou desvalorização de 3,9%, enquanto o Indicador do boi CEPEA aumentou 2,2%. Na parcial de fevereiro/25, diz o Cepea, a situação se inverteu: a carne caiu apenas 0,6%, enquanto o boi teve baixa de 2,2%. Na terça-feira (18/2), a carcaça casada registrou valor médio de R$ 22,32/kg à vista; o traseiro se desvalorizou 1,1% na parcial deste mês, para R$ 25,97/kg, enquanto o dianteiro teve ligeiro aumento de 0,8%, chegando a R$ 18,97. Por sua vez, o preço da ponta de agulha se manteve estável, em R$ 18,88/kg, considerando o mesmo período de comparação. No período mais recente – do começo da semana passada até terça-feira (18/2) –, em Cuiabá/MT, o boi gordo se desvalorizou 2,2%, segundo dados do Cepea. Em Colíder/MT, a queda da arroba chegou a 3,7%, mas, em Barra do Garças/MT, a baixa também foi forte, de 3% Em Rondônia, o boi caiu 1,8% e, no Pará, a retração no período foi de 1,7%. No estado de São Paulo, regiões como Araçatuba e Presidente Prudente apresentaram queda de 1,9% e de 2,3%, respectivamente, de acordo com levantamento do Cepea. Por sua vez, em Goiânia/GO, Rio Verde/GO e Campo Grande/GO, a queda foi ao redor de 0,5%. No Rio Grande do Sul, porém, o movimento tem sido de elevação nos preços do boi gordo, com o acumulado de 1,4% desde a segunda-feira da semana passada.

Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO

 

Boi/Cepea: Com pressão compradora, preços da arroba caem

Agentes de frigoríficos do Brasil têm pressionado os valores de compra de novos lotes de boi gordo

 

Segundo pesquisadores do Cepea, esses demandantes estão atentos às recentes desvalorizações da carne. Do lado da oferta, o Cepea verifica maior disponibilidade de vacas no spot nacional – esses animais ganharam algum peso desde o retorno das chuvas. Também o volume de animais de confinamentos está maior que há um ano. No front externo, segundo dados da Secex, nesta parcial de fevereiro, as exportações diárias de carne bovina registram média de 10 mil toneladas, aumento de 6,2% sobre a de fevereiro do ano passado. 

Cepea

 

SUÍNOS

 

Mercado de suínos perdeu parte da força na quinta-feira

Segundo pesquisadores do Cepea, além da oferta reduzida de animais em peso ideal abate, as demandas interna e sobretudo externa têm reforçado o movimento de alta nas cotações do suíno vivo no mercado independente 

 

Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 177,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 14,20/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (19), houve tímida alta de 0,11% em Minas Gerais, chegando a R$ 9,45/kg, e de 0,23% em Santa Catarina, valendo R$ 8,87/kg. Os valores ficaram estáveis no Paraná (R$ 9,10/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,73/kg) e em São Paulo (R$ 9,21/kg). O mercado da suinocultura independente vinha em uma crescente intensa nos preços nas últimas semanas, mas nesta quinta-feira, apesar de se manterem em patamares altos, os valores subiram de forma mais tímida na quinta-feira (20). 

Cepea/Esalq

 

Suinocultura independente: após escalada de preços, a quinta-feira (20) foi de altas moderadas

O mercado da suinocultura independente vinha em uma crescente intensa nos preços nas últimas semanas, mas na quinta-feira, apesar de se manterem em patamares altos, os valores subiram de forma mais tímida na quinta-feira (20)

 

Em São Paulo, o preço subiu, passando de R$ 9,50/kg vivo para R$ 9,60/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos. Ao todo, durante a Bolsa, foram negociados 19.800 animais. As informações são da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o preço subiu, saindo de R$ 9,50/kg vivo para R$ 9,80/kg vivo, sem acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal subiu, passando de R$ 8,71/kg vivo para R$ 8,97/kg.

APCS/ Asemg/ACCS

 

Suínos/Cepea: Produtos suinícolas estão em valorização

Dos cortes ao animal vivo, os preços dos produtos suinícolas acompanhados pelo Cepea estão em forte movimento de alta neste início de segunda quinzena de fevereiro

 

Segundo pesquisadores do Cepea, além da oferta reduzida de animais em peso ideal abate, as demandas interna e sobretudo externa têm reforçado o movimento de alta nas cotações do suíno vivo no mercado independente. Levantamento do Cepea mostra que, na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), na última semana, a valorização do suíno vivo posto na indústria supera os 8%. No Sudoeste Paranaense, o aumento em sete dias está acima dos 10%. No mercado atacadista da carne, pesquisadores do Cepea indicam que as cotações da carcaça acompanharam o movimento altista do animal vivo. Isso evidencia, no momento, que a liquidez está boa, mesmo diante das recentes valorizações da proteína.

Cepea

 

Brasil bate recorde na produção de carne suína em 2024

Preço do quilo da carcaça suína no atacado subiu 13,8%

 

A produção de carne suína no Brasil atingiu 5,3 milhões de toneladas em 2024, impulsionada pelo abate de 57,6 milhões de animais, de acordo com a Pesquisa Trimestral de Abate do IBGE. Apesar do recorde, o crescimento anual foi o menor da última década, com um aumento de 0,6% (29,9 mil toneladas), bem abaixo da média de 5,3% (214 mil toneladas) dos últimos dez anos. Os dados são do Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, divulgado na quinta-feira (20) pelo Departamento de Economia Rural (Deral). As exportações também registraram um volume inédito, totalizando 1,3 milhão de toneladas, um avanço de 8,9% em relação a 2023. Com isso, cerca de 75,5% da carne suína permaneceu no mercado interno. No entanto, a disponibilidade para consumo interno caiu 1,8%, uma redução de 74 mil toneladas, contribuindo para a alta dos preços. Segundo o Deral, o preço do quilo da carcaça suína no atacado subiu 13,8%, passando de R$ 10,42 para R$ 11,86. O aumento reflete a maior demanda externa e a menor oferta interna, fatores que pressionam os valores da carne no mercado nacional.

Agrolink

 

FRANGOS

 

Frango: quinta-feira com maioria das cotações estáveis. Ave no atacado paulista caiu 1,02%

Em meio à maioria das cotações estáveis para o mercado do frango na quinta-feira (20), o preço da ave no atacado paulista apresentou queda. As exceções foram as quedas no valor da ave no atacado paulista e no preço do frango congelado

 

De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo não mudou, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 1,02%, custando, em média, R$ 7,77/kg. No caso do animal vivo, o preço ficou estável no Paraná, com valor de R$ 4,65/kg, da mesma maneira que em Santa Catarina, com preço de R$ 4,61/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (19), o preço da ave congelada ficou estável, valendo, R$ 8,40/kg, assim como o frango resfriado, cotado em R$ 8,48/kg. 

Cepea/Esalq

 

FRANGOS: custo de produção sobe 0,4% no Paraná

O custo de produção do frango vivo no Paraná, criado em aviários tipos climatizado em pressão positiva, foi de R$ 4,81 por quilo em janeiro de 2025, segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos, da Embrapa Suínos. Representa elevação de 0,4% em relação ao custo de R$ 4,79 por quilo em dezembro.

 

Comparado com o mês anterior, a maior alta no Paraná foi com gastos em calefação e cama, que teve aumento de 5,53%, e em ração, que cresceu 1,43%. Em compensação houve redução em genética (-3,48%) e em mão de obra (-0,99%).

SEAB-PR/DERAL

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Sondagem da Fiep: Indústria do Paraná está otimista, mas preocupada com infraestrutura

Os empresários da indústria do Paraná estão otimistas de que 2025 será um ano positivo, apesar do cenário político nacional, dos custos de produção e da infraestrutura logística do estado. É o que apontou a 29ª edição da Sondagem Industrial, organizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), divulgada na quinta-feira (20)

 

O levantamento, realizado entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, ouviu indústrias de diferentes portes e segmentos. Os dados mostram que 61% dos industriais paranaenses estão otimistas ou muito otimistas com o desempenho de suas indústrias em 2025, enquanto 31% têm perspectivas neutras e somente 8% demonstram pessimismo. Entre os respondentes da sondagem, 90% disseram que pretendem investir neste ano, com prioridade para melhorias em processos, produtos e serviços (56%), redução de custos produtivos (44%) e prospecção de novos mercados (41%). Apesar desse panorama, a dificuldade de acesso ao crédito segue como uma barreira pelas indústrias do Paraná, levando 55% dos empresários a utilizarem recursos próprios para financiar investimentos. “A indústria paranaense segue demonstrando resiliência e capacidade de crescimento. O desempenho positivo registrado em 2024 faz com que os empresários enxerguem oportunidades na expansão do mercado e no fortalecimento da produção”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos. Ferrovias preocupam industriais do Paraná. Apesar do otimismo, algumas questões ainda seguram investimentos e crescimento de capacidade, segundo representantes das indústrias do Paraná. A infraestrutura é uma delas, especialmente as vias de escoamento, como rodovias, ferrovias e portos. Do total, 48% dos respondentes afirmaram estarem preocupados com a infraestrutura no estado. A preocupação está principalmente no fim do contrato de concessão, em 2027, da Malha Sul, que liga Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uma eventual paralisação dessa ferrovia teria impactos no setor produtivo paranaense. Além disso, a Nova Ferroeste, que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá, ainda não saiu do papel, retraindo investimentos. Os dois assuntos que envolvem as ferrovias, segundo o presidente da Fiep, são urgentes. “Esperamos que este ano seja decisivo. Se entrarmos no calendário eleitoral de 2026 e não tivermos soluções contundentes neste ano, a janela de resultado de ganho de carga na infraestrutura é mais lenta”, comentou. A questão política, aliás, foi apontada pelas indústrias do Paraná como outro fator de preocupação. Segundo a pesquisa, 43% dos respondentes acreditam que a economia pode enfrentar retração ou forte retração em 2025, e 79% desse grupo apontam a política econômica nacional como o principal fator de impacto negativo.

Gazeta do Povo

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar segue exterior e cai ante real enquanto mercado monitora tarifas dos EUA

O dólar fechou a quinta-feira em baixa no Brasil, acompanhando o recuo generalizado da moeda norte-americana no exterior, ainda que o mercado siga operando sob tensão em meio às promessas de tarifas de importação dos Estados Unidos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,37%, aos R$5,7045. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 7,68%.

 

Às 17h02 na B3 o dólar para março -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,31%, aos R$5,7125. Em mais um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, os investidores se voltaram para o cenário externo, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu anunciar novas tarifas no próximo mês ou antes, acrescentando madeira e produtos florestais à lista de produtos no alvo de seu governo. Anteriormente, Trump já havia anunciado a intenção de tarifar carros importados, semicondutores e produtos farmacêuticos. O fato de Trump indicar que as tarifas não serão imediatas, porém, abriu espaço para uma queda do dólar nesta quinta-feira, mesmo porque a sessão da véspera já havia sido de elevação da moeda norte-americana pelo mesmo motivo -- as promessas de tarifas. “Tivemos ontem um movimento meio global de aversão ao risco, com as moedas (de emergentes) performando pior com a questão das tarifas dos Estados Unidos”, comentou durante a tarde o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. “Hoje o câmbio está voltando um pouco para abaixo dos R$5,70, devolvendo”, acrescentou. Após marcar a cotação máxima de R$5,7271 (+0,02%) às 9h01, na abertura do mercado, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,6865 (-0,69%) às 14h43. No restante da tarde, recuperou algum fôlego, mas ainda encerrou em baixa. “O dólar está caindo hoje, mas o cenário ainda é de volatilidade”, avaliou Lucas Almeida, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital. “Acredito que as novas tarifas anunciadas pelo governo Trump aumentam a incerteza no comércio global, e esse tipo de medida protecionista pode ter efeitos contraditórios: por um lado, fortalece o dólar no curto prazo pela busca de segurança; por outro, pode gerar ajustes nos fluxos de capitais, beneficiando algumas moedas emergentes, como o real.” No exterior, o dólar seguia em queda ante praticamente todas as demais divisas -- a exceção era o peso argentino. Às 17h11, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,73%, a 106,400.

Reuters

 

Ibovespa fecha com alta discreta sustentada por Vale

O Ibovespa fechou com uma alta discreta na quinta-feira, sustentada pelo avanço da Vale na esteira de balanço acompanhado de anúncio de recompra de ações e dividendos, enquanto Banco do Brasil e Gerdau figuraram entre as maiores quedas, com os respectivos resultados e perspectivas para 2025 também ocupando as atenções.

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,17%, a 127.871,29 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 127.063,47 pontos na mínima e 127.871,29 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava R$22,5 bilhões antes dos ajustes finais do pregão.

Reuters

 

Linhas equalizadas do Plano safra são suspensas por falta de orçamento

Apenas a linha destinada a agricultura familiar pode ser acessada pelos bancos. Linhas equalizadas do Plano safra são suspensas por falta de orçamento

 

O Tesouro Nacional determinou a suspensão de novas contratações de financiamentos com subvenção federal nas linhas do Plano Safra 2024/25 a partir da sexta-feira (21/2). Apenas as operações de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) poderão ser acessadas. Em ofício encaminhado na quinta-feira (20/2) às 25 instituições financeiras que operam recursos equalizados nesta temporada, o órgão destaca que houve “aumento relevante dos gastos” por conta da forte elevação da Selic. “Devido à divulgação de nova grade de parâmetros oficial pela Secretaria de Política Econômica no início do presente mês e ao recebimento de informações atualizadas da previsão de gastos com o estoque de operações rurais contratadas com equalização de taxas de juros, as estimativas dos gastos para 2025 com a referida subvenção econômica foram atualizadas, tendo como resultado um aumento relevante dos gastos devido à forte elevação nos índices econômicos que compõem os custos das fontes em relação aos utilizados na confecção do Projeto de Lei Orçamentária — PLOA 2025, ainda em tramitação no Congresso Nacional”, explica o ofício. “Diante desse quadro e considerando que o Projeto de Lei Orçamentária para o exercício ainda não foi aprovado, determino a suspensão, a partir de 21/02/2025, de novas contratações de financiamentos subvencionados pelo Tesouro Nacional do Plano Safra 2024/25 — excetuando-se as linhas de financiamento de Pronaf Custeio”, completa o documento. Na semana passada, o governo federal havia anunciado que faria uma realocação de recursos, de linhas que estavam com demanda aquém do esperado, para fortalecer o custeio do Pronaf. A medida informada hoje, porém, é mais abrangente, pois determina o fechamento dos protocolos em todos as instituições financeiras. Técnicos do governo já consideravam que o orçamento para pagamento da equalização dos juros estava “quase esgotado” diante do aumento do gasto ocasionado pela elevação da Selic. A alta nos juros da economia impacta os custos de captação dos bancos e aumentam a diferença que o Tesouro precisa bancar entre a taxa que o agricultor paga na ponta e o que o dinheiro realmente custa, mais os spreads bancários. Esse cálculo vale tanto para operações contratadas neste Plano Safra quanto para um estoque de financiamentos equalizados nos últimos anos. Algumas contratações de investimentos feitas na pandemia, por exemplo, tinham juros de 4,5%, como na linha ABC, hoje RenovAgro. O Moderfrota, para aquisição de máquinas no Plano Safra 2020/21 foi de 7,5%. Com a Selic em 13,25% e expectativas de o índice chegar ou ultrapassar 15% neste ano, a conta ficou mais cara e obrigou o governo a fechar a porta mais cedo. Como essa é uma despesa obrigatória da União, o não pagamento da equalização, por falta de orçamento ou qualquer outro motivo, pode configurar crime de responsabilidade fiscal. Apesar da avaliação unânime de cenário mais apertado em 2025, a medida pegou de surpresa várias instituições financeiras na quinta-feira (20/2). A suspensão pode atrapalhar os planos de alguns agentes, que se programaram para oferecer recursos equalizados, que têm ficado “mais em conta” para o produtor com a subida da Selic, nesse primeiro semestre do ano — segundo semestre da safra. O cenário é muito complexo para o governo federal, disse outro executivo. “A pressão em cima do crédito rural está absurda. Todo estoque de crédito concedido, a preços da pandemia, o governo está tendo que equalizar até hoje. A alta de juros não estava prevista nesse ritmo”, afirmou. Dos mais de R$ 476 bilhões anunciados para o Plano Safra 2024/25, da agricultura familiar e empresarial, R$ 133,6 bilhões poderiam ser acessados em linhas com a equalização de juros, que garante taxas mais baixas aos produtores rurais. O limite equalizável para o custeio do Pronaf, linha preservada na determinação de hoje, era de R$ 17,5 bilhões no início do Plano Safra. Atualmente, há R$ 5,6 bilhões disponíveis, a maior parte no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que repassa os recursos para bancos e cooperativas financeiras credenciadas. De julho de 2024 a janeiro de 2025, foram concedidos R$ 226,8 bilhões em financiamentos do Plano Safra. Desses, ao menos R$ 77 bilhões tinham equalização. São recursos livres equalizáveis (R$ 32,6 bilhões), poupança rural com subvenção econômica (R$ 25,7 bilhões), BNDES equalizável (R$ 17,9 bilhões) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) com subvenção (R$ 797,5 milhões). Os dados são do Banco Central, acessados em 6 de fevereiro deste ano.

Valor Econômico

 

FGV Ibre projeta PIB mais fraco e puxado por agro em 2025

Composição do crescimento deve ser mais similar ao de 2023 e recessão está descartada por ora, segundo Boletim Macro

 

Após um 2024 rodando acima de suas capacidades, a atividade no Brasil deve desacelerar em 2025. Embora o movimento abra brecha para o flerte com discussões sobre “recessão técnica”, sobretudo no segundo semestre, a economia ainda deve ter bom desempenho. Em termos de composição, o PIB também deve se mostrar um provável repeteco de 2023, quando a agricultura liderou o crescimento. A nova edição do Boletim Macroeconômico do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) traz a estimativa de 3,5% para o crescimento do PIB em 2024. Se confirmada, será o melhor desempenho desde 2021, quando o PIB saltou 4,8% na saída da crise da covid-19. Para 2025, a estimativa é de desaceleração para 1,8%, número que não sofreu alteração mesmo com um fim de ano mais fraco que o esperado. “O fim do ano, sobretudo dezembro, surpreendeu para baixo. Esperávamos alta de 0,6% a 0,7% do PIB no quarto trimestre, na comparação trimestral, mas deve ficar mais baixo, perto de 0,5%”, diz a coordenadora do boletim, Silvia Matos. O importante, diz ela, é olhar a composição desse crescimento e como ele se comportará daqui para a frente. Isso porque a demanda doméstica saltou 5,6% no ano passado, bem acima do desempenho do PIB como um todo e grande responsável pela explosão das importações (14,7%). “Claro que houve recuperação do investimento (7,3%), que é uma coisa ótima, mas a impressão que fica é que estamos operando acima da capacidade da economia. Prova disso é a inflação, que está em altos níveis e espera-se que se mantenha nesses patamares ainda por um bom tempo.” Para 2025, a expectativa é que a expansão da demanda doméstica baixe para 1,6%. “Era algo desequilibrado, mas já é possível perceber, nos serviços prestados às famílias e na venda de bens duráveis que o ritmo vem caindo. O aperto da política monetária sobre o crédito e a desaceleração do impulso fiscal devem ajudar a esfriar o consumo”, diz Silvia. Este ano também deve ser mais parecido com 2023 em termos de quais setores vão liderar o crescimento. Naquela ocasião, agricultura e indústria extrativa, os chamados de setores não cíclicos por serem mais indiferentes a questões como a taxa básica de juros, responderam por mais da metade da expansão de 2,9% do PIB. Desta vez, o Ibre projeta uma alta de 7,3% para a primeira, na esteira de uma nova supersafra prevista pelo setor. No caso da indústria extrativa, a estimativa é de avanço de 5,1%, ajudada principalmente pela entrada em operação de novas plataformas de petróleo. Com isso, o setor não cíclico deve responder por 1 ponto percentual (p.p.) da alta do PIB, enquanto os setores cíclicos contribuirão com 0,8 p.p.

Globo rural

 

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