Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 773 | 20 de dezembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Estabilidade no mercado do boi gordo em São Paulo
Após a queda na cotação da arroba do boi gordo, o mercado permaneceu estável. As escalas de abate estão, em média, para onze dias. Na região Noroeste do Paraná, as ofertas diminuíram e, com isso, as ofertas de compra também. Sendo assim, o preço permaneceu estável para todas as categorias
Nos últimos dias, uma parte da ponta vendedora saiu do mercado, embora ainda existam ofertas de boiada. Além desse fator, com as festividades de fim de ano próximas, o escoamento de carne das entidades compradoras aumentou, ainda que levemente. Ressalta-se que as vendas estão abaixo das expectativas para o período. Soma-se a esses fatores o período de fim de ano, marcado pela suspensão dos negócios por questões fiscais, um comportamento típico nessa época. Devido a esses fatores supracitados, a cotação da arroba do boi gordo não mudou. No Espírito Santo, mesmo com o mercado ofertado, o escoamento de carnes seguiu lento, abaixo do esperado. Dessa forma, o preço seguiu estável para todas as categorias. As escalas de abate estão, em média, para dez dias. Na região Noroeste do Paraná, as ofertas diminuíram e, com isso, as ofertas de compra também. Sendo assim, o preço permaneceu estável para todas as categorias. As escalas de abate estão, em média, para doze dias. No Rio de Janeiro, o preço se manteve estável para todas as categorias. As escalas de abate estão, em média, para sete dias úteis.
Scot Consultoria
Boi/Cepea: Vantagem do preço da carne sobre boi gordo é recorde
Neste mês de dezembro, os preços da carne bovina negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo operam com vantagem histórica em relação aos valores da arroba do boi gordo para abate (Indicador CEPEA/B3)
No início desta semana, uma arroba de carcaça casada de boi à vista no atacado foi negociada a 42,10 Reais acima da arroba do animal para abate. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação para os preços da carne em dezembro vem da demanda dos brasileiros. Já a procura por boi tem dado sinais de desaquecimento. Boa parte das escalas para as próximas semanas já está preenchida, afastando alguns frigoríficos da compra. Pecuaristas, por sua vez, também se mostram mais recuados, seja porque já fecharam as vendas do ano, seja porque esperam preços maiores em janeiro. Conforme levantamentos do Cepea, essa expectativa de parte dos pecuaristas se baseia justamente numa retomada de preços mais equilibrados com a carne.
Cepea
Preço da carne deve subir de novo, e por um bom tempo
Para saciar o apetite de outros países e do mercado interno, a produção de carne no Brasil está a todo vapor. Nem mesmo as pastagens debilitadas pela prolongada seca deste ano frearam a produção nacional, que deve chegar a 10,2 milhões de toneladas, um recorde na série histórica. O preço da carne, contudo, deve enfrentar pressão altista em médio prazo.
A mudança no ciclo pecuário, associada aos efeitos da estiagem, foi citada na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) como fator para deterioração do cenário de inflação de curto prazo, e para justificar a elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano. A questão também foi citada no Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (19) pelo Banco Central: "A principal surpresa ocorreu em alimentação no domicílio, devido às fortes elevações do preço da carne bovina. Embora já se esperasse que o ciclo do boi fosse reduzir a oferta de animais para o abate, a evolução dos preços ocorreu mais cedo e foi mais intensa do que o antecipado”, diz o documento. Fruto de uma pecuária mais tecnificada, o rebanho brasileiro é abatido cada vez mais jovem e pesado para atender ao padrão "Boi China". Em que pese esses ganhos de produtividade, os últimos três meses registraram forte demanda doméstica coincidindo com uma maior agressividade nas exportações. Isso mexeu com os preços. No acumulado de doze meses, até novembro, a alta do grupo carnes dentro do IPCA foi de 15,43%, contra uma inflação geral de 4,87% no mesmo período. De um semestre para outro, a cotação da arroba do boi gordo saltou de R$ 180 para picos de R$ 350, e se mantém atualmente acima de R$ 300. “A gente nunca tinha visto num curto espaço de tempo uma gangorra tão forte”, observa Thiago Bernardino, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). Para analistas ouvidos pela Gazeta do Povo, vários fatores concorrem para a alta da carne, mas o principal deles teria sido o aumento das exportações. Em outubro, o país embarcou 435 mil toneladas de carne bovina, 41% mais do que no mesmo mês do ano passado e 5% mais do que em setembro. Nos primeiros dez meses do ano as exportações superaram todos os embarques de 2023. “O abate de animais e a produção de carne foram muito fortes. Mas o que puxou mesmo foi a exportação. Além do volume e do valor por tonelada, o câmbio favoreceu muito”, observa Lygia Pimentel, estrategista-chefe da consultoria Agrifatto. Outro fator importante na alta da carne teria sido a mão do governo. “Com certeza a expansão de gastos do governo gerou um aumento de renda e uma redução de desemprego. E isso manteve o consumo doméstico aceitando preços mais altos, estimulando absorver o que restava aqui no mercado doméstico. Foi uma situação de demanda direcionando esses preços para cima, muito mais do que oferta”, sublinha a analista. Tradicionalmente, o período de festas de fim de ano costuma inflacionar os preços da picanha, alcatra e contrafilé nos supermercados. Desde o início de dezembro, no entanto, eles se estabilizaram ou recuaram. Seria um sinal de cautela dos consumidores, que buscam alternativas mais baratas. “Quando a carne bovina começa a subir, a população tende a migrar para proteínas mais acessíveis, como cortes de frango, de suínos, embutidos e ovos. Essa migração é normal e a gente já viu isso acontecendo nos anos de pandemia”, aponta Fernando Iglesias, analista de pecuária da agência Safras & Mercado. Em curto prazo, porém, alguns fatores apontam para alívio temporário no preço da carne. A expansão dos confinamentos em outubro, de 32,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, deve aumentar a oferta de boi gordo aos frigoríficos no início do ano. Entre fevereiro e março será a vez de incremento dos volumes devido ao abate das fêmeas que não emprenharam na “estação de monta” no verão. Mas a época das vacas gordas está no fim. A pecuária vive uma fase de transição, de virada de ciclo. Até aqui, o baixo preço dos bezerros fazia os pecuaristas não titubearem em descartar fêmeas para o abate. Segundo Bernardino, do Cepea, a curva já começou a mudar, com valorização das crias e diminuição do abate de matrizes. Esse processo de reconstituição do rebanho, no entanto, é lento e só deve alcançar seu pico no fim de 2026 e início de 2027. “Provavelmente ainda temos mais abate de fêmeas, que serve como um peso contrário à valorização do boi gordo”, argumenta Bernardino. Para o analista de mercado da Scot Consultoria Alcides Torres, os preços atuais ainda têm mais relação com a qualidade do pasto do que com a mudança do ciclo pecuário. "Normalmente no último trimestre do ano os pastos estão muito ruins, a quantidade de oferta de boiadas diminui e o preço sobe, além do consumo, que melhora. É a oferta de fêmeas no primeiro semestre do ano que vem que vai dizer se teremos preços constantemente elevados até 2026", afirma. De qualquer forma, a mudança de ciclo já entrou no radar da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que prevê que no ano que vem a produção de carne no país cairá 4,3%, ficando em 9,8 milhões de toneladas. O ciclo pecuário com viés de alta dos preços da carne deve chegar ao auge em 2026, ano de eleição. Justamente quando as promessas de campanha de carne barata voltarão ao debate político. Apesar de o Brasil liderar as exportações globais de carne bovina, entre 70% e 75% da produção é destinada para abastecer o mercado interno. Segundo o frigorífico Minerva, graças ao aprimoramento genético do rebanho e à introdução do farelo de milho na dieta (DDG, coproduto das usinas de álcool), o país conseguiu elevar o teto de abates para 39 milhões de cabeças por ano. Quatro milhões a mais do que no ciclo pecuário anterior.
Gazeta do Povo
SUÍNOS
Quinta-feira (19) com preços estáveis no mercado de suínos
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo teve queda de 1,24%, com preço médio de R$ 159,00, enquanto a carcaça especial cedeu 0,76%, fechando em R$ 13,00/kg, em média.
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (18), houve aumento de 0,13% em Minas Gerais, chegando a R$ 7,96/kg, e queda de 0,72% no Paraná, atingindo R$ 8,22/kg. Os valores ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 8,46/kg), Santa Catarina (R$ 8,21/kg) e São Paulo (R$ 8,63/kg).
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços estáveis ou em queda na quinta-feira (19
Em São Paulo, após duas semanas sem acordo entre frigoríficos e suinocultores, na quinta-feira (19) houve negociação, com preço estabelecido em R$ 8,32/kg. Ao todo, durante a Bolsa, foram negociados 17.100 animais. As informações são da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).
No mercado mineiro o preço ficou estável em R$ 8,00/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve queda, passando de R$ 8,90/kg vivo na semana passada para R$ 8,11/kg vivo. No Paraná, entre os dias 12/12/2024 a 18/12/2024, o indicador do preço do quilo do suíno vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 6,53%, fechando a semana em R$ 8,82/kg vivo.
APCS/ASEMG/ACCS/LAPESUI
Suínos/Cepea: Desequilíbrio entre oferta e demanda pressiona cotações do vivo
Após atingir em novembro recorde nominal da série histórica do Cepea, o valor médio do suíno vivo tem apresentado quedas acentuadas em dezembro.
Segundo pesquisadores do Cepea, as desvalorizações do animal estão atreladas ao forte desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado doméstico. Levantamento do Cepea mostra que, na parcial de dezembro (até o dia 17), a carcaça especial registra média de R$ 14,53/kg no mercado atacadista da Grande São Paulo, recuo de 2% em relação à de novembro. Ressalta-se que essa baixa interrompe uma sequência de altas nos preços que vinha sendo observada desde maio deste ano.
Cepea
FRANGOS
Frango no atacado em São Paulo subiu 0,66% na quinta-feira (19)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,60/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,66%, custando, em média, R$ 7,65/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,60/kg, assim como em Santa Catarina, com valor de R$ 4,54/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (18), a ave congelada cedeu 0,12%, cotada a R$ 8,33/kg, enquanto o frango resfriado ficou estável, fechando em R$ 8,30/kg.
Cepea/Esalq
MEIO AMBIENTE
Governo reforça restrições ambientais para concessão de crédito rural
Instituições financeiras terão que conferir uma “lista negativa” de produtores que desmataram. Novas exigências ambientais para financiamentos rurais são uma forma de tentar frear mais o desmatamento no país
O governo federal vai impor novas exigências ambientais para as concessões de crédito rural como forma de tentar frear mais o desmatamento no país. A intenção é desvincular totalmente os incentivos públicos previstos nos financiamentos ao setor agropecuário de eventuais ilegalidades. Resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira (19/12) amplia restrições e impedimentos ambientais aos bancos que financiam o campo, cria mecanismos para a comprovação de desmatamentos legais no momento da contratação do crédito e veda operações com recursos subsidiados para ações de supressão da vegetação. A partir de 2026, as instituições financeiras terão que conferir uma “lista negativa” elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente com dados do Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e verificar se o produtor rural que busca o empréstimo realizou algum tipo de desmatamento a partir de 31 de julho de 2019 na área a ser financiada. Caso seja constatado desmatamento no período, a instituição financeira deverá exigir a apresentação de documentos que comprovem a regularidade da ação antes de prosseguir com a operação. O produtor poderá apresentar, por exemplo, a Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), que comprova que o desmate foi legal, e obter o financiamento. Se o desmate for irregular, ele poderá comprovar que está em processo de adequação, por meio do Programa de Regularização Ambiental (PRA) ou de algum Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) equivalente já firmado. O produtor também poderá apresentar um laudo técnico de sensoriamento remoto para questionar os dados do Prodes, caso não concorde com o alerta de desmatamento gerado pela ferramenta de monitoramento. Esses serão os quatro caminhos para ele conseguir o financiamento para uma área que foi desmatada, mesmo que legalmente, nos últimos cinco anos. Caso não seja possível apresentar ao menos um desses documentos, o empréstimo deverá ser negado. Produtores que não desmataram e que, consequentemente, não terão seus nomes na lista, portanto, terão a aprovação da operação financeira de forma mais célere e menos burocrática. Quem estiver listado e não conseguir comprovar a legalidade do desmatamento, não terá acesso ao crédito. A nova resolução, aprovada na quinta-feira, determina também que, a partir de 2025, nenhuma instituição financeira poderá emprestar recursos controlados ou fruto de direcionamento de fontes para financiar a atividade de desmatamento, ou seja, o corte de árvores e a supressão de vegetação nativa de fato. Os produtores ainda poderão buscar linhas com juros livres para financiar essa ação. Após intensa negociação com diversos órgãos do governo, o Ministério da Fazenda também concordou em alterar trechos da resolução 5.081/2023, que vedava a concessão de crédito rural a produtores com áreas parcialmente embargadas. A Pasta decidiu abrir exceção para aqueles casos em que o produtor já fez a “parte dele”, mas não obteve o desembargo por conta de ineficiência do órgão ambiental responsável. A nova resolução também alterou mais uma vez a regra para verificação de irregularidades ambientais em assentamentos rurais e comunidades quilombolas, ou seja, em áreas coletivas. O objetivo é ser mais assertivo na vedação do crédito e não fechar o acesso a todos os produtores assentados, mas apenas a quem infringiu a regra ambiental.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Sem disputa, EPR conquista Lote 6 de Rodovias do Paraná
Plataforma ofereceu desconto de 0,08% sobre a tarifa básica de pedágio
Em um leilão sem concorrência e sem surpresas, a EPR, plataforma de rodovias da Equipav e da Perfin, conquistou a concessão do Lote 6 de rodovias do Paraná na quinta-feira (19). Conforme o Valor havia noticiado, o grupo foi o único a entregar proposta pelo projeto na segunda (16). A empresa, que entrou por meio de um consórcio com a própria Perfin, ofereceu desconto de 0,08% sobre a tarifa básica de pedágio. O projeto vinha sendo considerado o mais desafiador, entre os leiloados neste mês de dezembro, devido ao porte do contrato. O lote prevê R$ 12,7 bilhões de investimentos e inclui 662 km de estradas, que fazem a ligação de Guarapuava até a Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai, além de um trecho entre Cascavel e Pato Branco, no sudoeste do Estado. Entre as obras previstas, está a duplicação de 462,5 km. Também estão previstos cerca de R$ 7,4 bilhões de custos operacionais, ao longo dos 30 anos do contrato de concessão. A EPR já havia conquistado, em 2023, o Lote 2 de rodovias do Paraná. O grupo, formado em 2022 após a conquista de concessões estaduais de Minas Gerais, se tornou presença constante nos leilões rodoviários. Além dos projetos de Minas e do Lote 2, a empresa também já conquistou a concessão da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora. Na semana passada, o grupo esteve presente nas duas concorrências de projetos rodoviários realizados pelo governo federal, mas acabou não levando nenhum dos contratos, que atraíram forte competição. O Lote 3 de rodovias do Paraná ficou com a CCR, que superou as ofertas da EPR, do Pátria e do consórcio da 4UM com o Opportunity; e a Rota Verde, em Goiás, foi arrematada pelo consórcio da Aviva, da Azevedo e Travassos, derrotando, EPR e XP.
Valor Econômico
ECONOMIA/INDICADORES
Por 55 votos a 18, Senado aprova em 2º turno a PEC do pacote fiscal
Por 55 votos a 18, o Senado aprovou em segundo turno na quinta-feira (19) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que faz parte do pacote de corte de gastos enviado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso Nacional. No primeiro turno o placar havia sido favorável em 53 a 21
O relator, Marcelo Castro (MDB-PI), acatou uma emenda da senadora professora Dorinha (União-TO) e retirou do texto a previsão para que prefeitos e governadores utilizem dinheiro do Fundeb para o pagamento de merenda escolar. Apesar da alteração, como se trata de um tema autônomo em relação a PEC, a matéria, caso não sofra mais modificações, poderá ser promulgada e não retornará à Câmara dos Deputados segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Apesar disso, o texto ainda prevê outras alterações na utilização dos recursos do Fundeb. O governo poderá se valer do incremento anual dos aportes no Fundeb para repassar os custos com a ampliação das vagas no ensino integral para os Estados e municípios. O mecanismo permitirá ao Ministério da Educação (MEC) reduzir em R$ 4,8 bilhões os gastos com esse objetivo e direcionar para outros programas, como o Pé de Meia. O texto prevê que o governo gastará 10% da complementação federal ao Fundeb na ampliação do ensino integral. Com isso, a previsão é de R$ 5,5 bilhões, para 2025, e de cerca de R$ 10 bilhões por ano em 2026, quando a abertura de vagas será custeada com 4% das verbas totais do Fundeb. O município e Estado que atingir as metas de ensino integral previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) não precisará mais destinar 4% dos recursos do fundo com esta finalidade e poderá direcioná-los a outros gastos. No restante, foi mantido o texto aprovado na Câmara dos Deputados. A PEC restringe gradualmente a faixa de renda para receber o abono salarial, pago hoje a trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários-mínimos (R$ 2680) por mês, e prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2032. A mudança no abono prevê que a linha de corte passará a ser corrigida apenas pela inflação, enquanto o salário-mínimo terá ganho real anualmente. A proposta do governo é congelar quando chegar a 1,5 salário-mínimo. A medida só possui impacto a longo prazo e só começará a surtir real efeito a partir de 2027 nas contas públicas, segundo especialistas. O Ministério da Fazenda estimou a economia em R$ 100 milhões em 2025, R$ 600 milhões em 2026 e R$ 2 bilhões em 2027. A proposta deixa brechas para a manutenção dos supersalários. O texto prevê que a proibição das verbas indenizatórias, os chamados penduricalhos, só entre em vigor após a aprovação de uma legislação específica limitando o pagamento. Até a nova regra ser sancionada, os pagamentos acima do teto remuneratório podem continuar. A versão apresentada pelo governo previa o inverso. Ficaria proibido, imediatamente, o pagamento de “verbas indenizatórias” que não estivessem previstas em lei complementar. Há um texto que prevê o fim dos supersalários e regulamenta o pagamento de verbas indenizatórias acima do teto constitucional. O projeto, no entanto, abre 32 exceções para “verbas indenizatórias” para juízes, promotores e outros servidores públicos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), condiciona o avanço desse texto a aprovação da chamada PEC do quinquênio que prevê um adicional de 5% do salário a cada cinco anos, no limite de 35%, para procuradores. Segundo cálculos da Consultoria de Orçamento, Fiscalização e Controle do Senado, o impacto pode chegar a R$ 82 bilhões.
Valor Econômico
Dólar recua mais de 2% após leilões do BC, falas de Galípolo e avanço do pacote fiscal
O dólar à vista recuou mais de 2% na quinta-feira, caindo abaixo dos 6,13 reais, com o mercado reagindo positivamente a uma venda recorde da moeda norte-americana pelo Banco Central na manhã, a comentários do futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e ao avanço do pacote fiscal no Congresso.
Após cinco pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização de 5,2%, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 2,29%, cotado a 6,1243 reais, ainda o segundo maior valor nominal de fechamento da história. Na B3, às 17h23, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 2,10%, a 6,124 reais na venda. Logo após a abertura, o BC vendeu 3 bilhões de dólares à vista em um leilão anunciado na véspera. No entanto, assim como em operações recentes, o leilão teve efeito quase nulo nas negociações, com a moeda norte-americana ainda demonstrando força e se mantendo em patamares históricos. Pouco mais de uma hora depois da primeira operação, a autarquia vendeu mais 5 bilhões de dólares à vista em um segundo leilão anunciado minutos antes da venda. Foi o maior volume para uma única operação desde o início do regime de câmbio flutuante, em 1999, o que finalmente forneceu alívio à moeda brasileira. Com as operações de hoje, o BC totaliza mais de 20,75 bilhões de dólares vendidos desde a quinta-feira da semana passada, em uma série de intervenções no câmbio que incluíram leilões à vista (13,75 bilhões de dólares) e leilões de linha (7 bilhões de dólares, em operações com compromisso de recompra). Após os leilões desta manhã, o real ainda recebeu um impulso de falas de Galípolo consideradas positivas por analistas, com o hoje diretor de Política Monetária do BC enfatizando que a autoridade monetária tem ferramentas para atingir a meta de inflação e rejeitando ideia de que o real esteja sofrendo um ataque especulativo. Falando na coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação, Galípolo ainda apontou que a mais recente decisão do Copom, que elevou a Selic em 1 ponto percentual e sinalizou mais duas altas da mesma magnitude, teve um peso maior dos indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu creditaria hoje essa inversão à atuação do BC. Entrou com mão pesada hoje e retirou a pressão, ao menos a mais aguda. Impacto foi imediato, impactou frontalmente a liquidez e o resultado veio", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. Após um adiamento na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, nesta quinta-feira Proposta de Emenda à Constituição que restringe o acesso ao abono salarial, projeto que faz parte do pacote fiscal. O movimento da Casa reduziu um pouco os temores de agentes financeiros de que os projetos fiscais não sejam votados até o fim deste ano. Na curva de juros brasileira, as taxas futuras reverteram as altas de mais cedo e recuaram, com quedas de mais de 60 pontos-base em alguns contratos, em pregão que contou ainda com atuação do Tesouro Nacional na recompra de títulos públicos.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com ajustes
O Ibovespa fechou com uma alta modesta nesta quinta-feira, refletindo movimentos técnicos e busca por barganhas, após tombo de mais de 3% na véspera, com as ações de Localiza e Hapvida entre os destaques positivos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,48%, a 121.356,97 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 120.768,22 pontos na mínima e 121.769,57 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava 25,6 bilhões de reais antes dos ajustes finais nesta véspera de vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista.
Reuters
Taxas futuras de juros despencam com atuação de BC e Tesouro e avanço do pacote fiscal
As taxas dos DIs recuaram na quinta-feira, com quedas de mais de 60 pontos-base para alguns contratos, à medida que a curva de juros recebia alívio com o avanço do pacote fiscal do governo no Congresso, falas do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e recompras de títulos pelo Tesouro Nacional.
No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 15,06%, ante 15,478% no ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 15,3%, com queda de 65 pontos-base ante o ajuste anterior de 15,955%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2029 estava em 14,965%, em queda de 67 pontos ante os 15,639% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2031 tinha taxa de 14,67%, ante os 15,299% da quarta-feira. Por mais uma sessão, os investidores estavam focados na tramitação das medidas de contenção de gastos do governo no Congresso, com as notícias sobre a questão gerando estresse no mercado na abertura, o que contribuiu para a alta momentânea dos prêmios de risco do país. A forte intervenção no câmbio realizada pelo Banco Central mais cedo, com a venda de 8 bilhões de dólares à vista em dois leilões separados em meio à desvalorização do real, teve efeito positivo na curva de juros, já reduzindo alguns dos prêmios de risco, com investidores aprovando a atuação da autarquia. Também repercutiram bem no mercado falas consideradas positivas do futuro presidente do BC Gabriel Galípolo durante coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação, quando ele defendeu a meta de inflação e um ajuste fiscal contínuo e rejeitou a ideia de um ataque especulativo contra a moeda brasileira. Em outro impulso, o Tesouro Nacional voltou ao mercado nesta quinta para realizar a recompra de títulos públicos, obtendo mais de 7 milhões de títulos, que se somaram às 400.000 notas adquiridas na véspera, ajudando a derrubar as taxas futuras elevadas. "Hoje estamos observando um respiro na curva de juros. Mais cedo a gente via contornos de estresse, mas aí tivemos movimento de recompra do Tesouro, que ajuda a mitigar essa volatilidade", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Reuters
BC reduz estimativa de expansão do crédito em 2024 para 10,6%, ante 11,1%
O Banco Central prevê um crescimento do crédito no país de 10,6% este ano, ante estimativa de 11,1% feita em setembro, conforme dados do seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado na quinta-feira, prevendo um ritmo de alta de 9,6% em 2025, contra previsão anterior de 10,3%
Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 11,7% em 2024, contra expectativa anterior de 12,0%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,8%, ante 9,7% no último relatório. Para 2025, a expectativa da autarquia é que o crédito a pessoas físicas cresça 10,0%, contra 10,8% antes, enquanto as empresas devem registrar alta de 9,0%, ante previsão anterior de 9,5%. Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 10,4% (+10,5% antes) em 2024. Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 10,8% (+12,0% antes). Em 2025, a autoridade monetária vê uma alta de 9,6% no crédito livre (10,2% antes) e de 9,7% no crédito direcionado (10,5% antes).
Reuters
BC projeta inflação acima do teto da meta até o3º trimestre de 2025 em cenário de referência
"As projeções de inflação subiram em todo o horizonte apresentado, aumentando assim o distanciamento em relação à meta e tornando a convergência para a meta mais desafiadora”, destacou a autoridade
O Banco Central (BC) afirmou na quinta-feira que as suas projeções de inflação estão “acima do limite do intervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025”, quando estará em 5,1%, “entrando depois em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo acima da meta”. A meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. As informações foram divulgadas pela autoridade monetária no Relatório de Inflação (RI). No documento, o BC destaca que, desde o RI anterior, divulgado em setembro, “as projeções de inflação subiram em todo o horizonte apresentado, aumentando assim o distanciamento em relação à meta e tornando a convergência para a meta mais desafiadora”. Já a “significativa elevação na expectativa da taxa de juros” do setor privado, como mostra o Boletim Focus, “reflete a piora do quadro inflacionário ocorrida nos últimos meses, com o aumento das expectativas de inflação e dos seus riscos de alta, a atividade econômica mais robusta que o esperado e a elevação da taxa de juros real neutra avaliada pelos analistas”. Outra mudança em relação a setembro foi que as condições financeiras da economia “ficaram bem mais restritivas”. No curto prazo, até março, o BC calcula que “o repasse da depreciação cambial também deve resultar em preços de bens industriais com variações elevadas, em contexto de demanda doméstica ainda resiliente”. Também até março, a estimativa para a inflação de serviços “é de variações em patamar elevado, em contexto de mercado de trabalho aquecido e efeito maior de inércia”. No caso da política fiscal, o cenário do BC para prazos mais longos supõe “que os resultados melhoram ao longo do tempo”. “Para as projeções, a variável considerada é o resultado primário do governo central corrigido por outliers e ajustado pelo ciclo econômico, no acumulado em 12 meses”, diz. “Supõe-se que essa variável, depois de ter terminado 2023 com déficit significativo, em parte decorrente da incorporação do pagamento do estoque atrasado de precatórios, se recupera parcialmente ao longo do tempo.” O BC afirmou que, “excetuada a oscilação entre janeiro e fevereiro, a inflação acumulada em doze meses deve permanecer acima do limite superior do intervalo de tolerância nos próximos meses, em meio a taxas mensais mais elevadas”. No acumulado de 12 meses, o BC projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 4,89% até dezembro, 4,37% até janeiro, 4,72% até fevereiro e 5% até março. A meta de inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Valor Econômico
Produção da agroindústria registra até outubro o melhor resultado em 14 anos
Demanda forte nos mercados interno e externo fizeram PIMAgro subir 4,2% em outubro. Chance maior do setor fechar o ano com crescimento de ao menos 2,7%, segundo FGV Agro
A produção da agroindústria disparou em outubro, amparada no forte aquecimento do mercado interno e do ritmo de exportações. O Índice de Produção Agroindustrial PIMAgro, elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), subiu 4,2% em relação a outubro de 2023, com expansão em quase todos os segmentos. Com o resultado, as agroindústrias cresceram 2,7% nos dez primeiros meses de 2024, o melhor desempenho nesse intervalo desde 2010. Mesmo que a produção agroindustrial de novembro e dezembro fique nos mesmos patamares do ano passado, o setor ainda deve fechar 2024 com o melhor resultado em 14 anos. Na avaliação do FGV Agro, cresceram as possibilidades de o crescimento da produção agroindustrial brasileira ser de pelo menos 2,7% neste ano. Para isso, basta que o setor cresça 2,5% em novembro e dezembro. A atividade dos segmentos de produtos não alimentícios cresceu 7,4% em outubro, o segundo melhor desempenho mensal desde o início da série histórica, que começa em janeiro de 2002. O principal destaque foi a indústria de fumo, cuja produção cresceu 23,1%, zerando as perdas que havia acumulado até agosto. O segmento teve severas perdas com as enchentes que ocorreram entre abril e maio no Rio Grande do Sul — o Estado concentra a produção de tabaco e fumo no país. Também tiveram forte avanço as indústrias de produtos têxteis e de insumos agropecuários, que cresceram 10,7% e 8,3%, respectivamente. No ramo de insumos, a produção de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários expandiu-se 29,7% no mês. O negócio de insumos começou a se beneficiar das perspectivas mais positivas para a nova safra de grãos e da melhoria da relação de troca do milho. Apesar disso, a produção de insumos acumula queda de 3,9% em 2024, ainda como reflexo das margens apertadas dos produtores ao longo do ano, que criou um ambiente de cautela no campo, e dos efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul. E, ainda entre as agroindústrias não alimentícias, o segmento de biocombustíveis cresceu 3,4% em outubro. O segmento de produtos alimentícios e bebidas interrompeu dois meses de retração e registrou em outubro um aumento de produção de 1,4%. As agroindústrias de alimentos cresceram 2,4% em outubro, puxadas mais uma vez pela indústria de carnes e pelo início da recuperação do segmento de óleos e gorduras. A produção da indústria de alimentos de origem animal expandiu-se 3,8% no mês, enquanto a de alimentos de origem vegetal subiu 0,4%, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de retração. De acordo com o FGV Agro, a queda da produção de arroz, conservas, sucos, açúcar e café impediu que a indústria de alimentos de origem vegetal tivesse uma alta mais vigorosa em outubro. No acumulado do ano, o segmento é a único entre todos que acumula queda em relação ao mesmo período de 2023. Por fim, a atividade do segmento de bebidas teve queda de 4% no mês de outubro, com uma retração mais forte na produção de bebidas alcoólicas (-5%) e menor na indústria de bebidas não alcoólicas (-2,9%). Ainda assim, a indústria de bebidas acumula expansão de 2,8% no ano.
Globo Rural
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