Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 772 | 19 de dezembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Preços do boi gordo não mostram disposição para novos avanços
Liquidez do mercado físico deve cair gradativamente devido ao período de festas, diz analista
O mercado físico do boi gordo registrou queda nos preços em alguns estados na quarta-feira (18). De acordo com a consultoria Safras & Mercado, assim como nos últimos dias, os frigoríficos atuaram de maneira comedida na compra do boi gordo, apontando que as escalas de abate estão bem-posicionadas para a reta final de 2024. O cenário se mostra difícil para o avanço de preços no curto prazo. Segundo Allan Maia, analista da empresa, vale frisar que a liquidez do físico deve cair gradativamente devido ao período de festas e às manutenções programadas por parte das indústrias. “Além da programação de abates, os agentes devem acompanhar com atenção no decorrer das próximas semanas a evolução da carne no atacado e as condições das pastagens”, disse Allan Maia analista da empresa. Preços médios da arroba do boi: São Paulo: R$ 310 a R$ 315. Minas Gerais: R$ 305 a R$ 310. Goiás: R$ 300. Mato Grosso do Sul: em Campo Grande, foi cotada em até R$ 315. Mato Grosso: na região do Xingu, ao nível de R$ 290. Já em Rondonópolis, ficou em R$ 300. O mercado atacadista prossegue a semana com preços acomodados para a carne bovina. Os preços encontram dificuldade para novos avanços no momento. “Um ponto que pesa no momento é que as varejistas já estão posicionadas para o atendimento do período de festas. Vale pontuar, ainda, que as altas recentes da carne bovina foram consistentes, o que pode levar uma parcela da população a migrar para proteínas mais acessíveis, como a carne de frango”, diz Maia. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 20,30 por quilo. Quarto traseiro ficou em R$ 26,80 por quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 19,50 por quilo.
Agência Safras
SUÍNOS
Suínos: preços do vivo cederam ainda mais na quarta-feira (18)
O preço do suíno vivo seguiu em queda livre na quarta-feira (18), mesmo no final do ano, época que costuma ser de boas vendas
Segundo análise do Cepea, os preços do suíno caíram fortemente. Segundo pesquisadores do Cepea, a oferta de animais para abate no mercado independente ficou acima da demanda, devido à baixa liquidez da carne. Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo teve queda de 1,83%, com preço médio de R$ 161,00, enquanto a carcaça especial cedeu 0,76%, fechando em R$ 13,10/kg, em média. Segundo o Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (17), houve queda de 3,40% em Minas Gerais, chegando a R$ 7,95/kg, baixa de 3,61% no Paraná, com preço de R$ 8,28/kg, desvalorização de 0,70% no Rio Grande do Sul, alcançando R$ 8,46/kg, retração de 3,64% em Santa Catarina, atingindo R$ 8,21/kg, e de 3,03% em São Paulo, fechando em R$ 8,63/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços estáveis para o mercado do frango na quarta-feira (18)
As cotações do mercado do frango seguem em mais um dia em estabilidade na quarta-feira (18). De acordo com análise do Cepea, a carne de frango vem perdendo competitividade frente à suína, mas ganhando em relação à bovina.
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,60/kg, da mesma forma que o frango no atacado, custando, em média, R$ 7,60/kg. Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,60/kg, assim como em Santa Catarina, com valor de R$ 4,54/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (16), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,34/kg e R$ 8,30/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Lar Cooperativa anuncia investimentos em projetos de aves e suínos no Paraná
A Lar Cooperativa informou no início de dezembro que investirá um total de R$ 283,1 milhões em instalações no segmento de aves e suínos no Paraná, como parte da adesão da empresa a um programa de incentivos do governo paranaense a investimentos em municípios considerados de baixo desempenho econômico no estado
A Lar está investindo R$ 105,6 milhões na construção de um incubatório em Rio Bom, no norte do Paraná, que visa ampliar a produção de aves e fortalecer a cadeia produtiva na região. Em Diamante D’Oeste, no oeste do estado, a Lar planeja investir R$ 87,4 milhões para implantação de uma granja de suínos com capacidade para 5 mil matrizes, voltada para a produção de leitões. Outros R$ 90 milhões serão investidos em São José das Palmeiras, no oeste do Paraná, num projeto de recria de poedeiras e galos, visando à modernização e inovação no setor avícola. A adesão da Lar Cooperativa ao programa Rota do Progresso do governo do Paraná foi assinada no último dia 9 de dezembro, segundo comunicado divulgado pela companhia na semana passada. O programa Rota do Progresso utiliza créditos de ICMS acumulados pelas empresas como forma de incentivar a industrialização de regiões que enfrentam desafios históricos para atrair grandes empreendimentos. A Lar Cooperativa deverá fechar o balanço de 2024 com cerca de R$ 300 milhões em sobras, segundo o presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, em programa de rádio da Lar divulgado na quarta-feira (18). “Nós podemos dizer do nosso momento de enorme contentamento por termos fechado o melhor balanço da Lar Cooperativa no ano em que ela completa 60 anos”, disse Rodrigues, referindo-se ao valor de distribuição de sobras e bonificações aos associados. Em 2024, a Lar Cooperativa registrou boas safras de soja e milho no Paraná, embora com algumas quebras, e uma pecuária “que foi muito bem”. Em Mato Grosso do Sul, Rodrigues disse que houve uma quebra na lavoura de soja e uma redução de mais de 50% na safrinha de milho, o que levará a uma redução de 6% no faturamento total da empresa em 2024 em relação ao ano passado. “No entanto, o resultado financeiro é muito melhor do que o que nós imaginávamos, do que nós projetamos. E o que interessa para nós é o que sai na última linha do balanço”, disse Rodrigues. O executivo espera que 2025 seja um ano tão bom quanto 2024 ou até melhor para a companhia, considerando as perspectivas para as safras de soja e milho e para a pecuária.
Carnetec
Uruguai mantém bloqueio de compra de unidades da Marfrig pela Minerva no país
Preço atribuído de venda dos ativos uruguaios foi de R$ 675 milhões
Minerva informa que está analisando os termos da decisão e as possíveis medidas e ações legais cabíveis. Em comunicados separados, Minerva e Marfrig anunciaram que o órgão regulador de mercado do Uruguai manteve a decisão que impede a aquisição9 de três plantas da Marfrig pela Minerva. A Minerva disse que está analisando os termos da decisão e as possíveis medidas e ações legais cabíveis a serem adotadas. A Marfrig esclarece que a autorização da Comission de Promocion y Defensa de la Competencia (CPDC) do Uruguai para alienação das unidades de abate em Colônia, Salto e San José é necessária para o sucesso do negócio. E acrescentou que o preço atribuído de venda dos ativos no país foi de R$ 675 milhões, e que “está depositado em conta garantia”.
Valor Econômico
MEIO AMBIENTE
Atraso na lei antidesmatamento da UE é confirmado após aprovação dos países
Os países da União Europeia aprovaram na terça-feira o adiamento por um ano da lei antidesmatamento do bloco, confirmando o atraso da política verde, informou o Conselho da UE em um comunicado
O adiamento da lei, que estava programado para ser implementado no final deste mês, é um golpe para a agenda verde da UE, que está enfrentando a resistência das indústrias e de alguns governos que dizem que tais medidas para combater as mudanças climáticas são muito onerosas. Mas o adiamento oferece alívio às empresas e aos parceiros comerciais da UE, incluindo os Estados Unidos e o Brasil, que se opõem à política e alertam que ela prejudicará o comércio, já que muitas empresas têm dificuldades para cumpri-la. A aprovação dos governos estipula uma data de início em dezembro de 2025 para a política da UE de proibir a importação de soja, carne bovina, café, óleo de palma e outros produtos ligados à destruição de florestas. O Brasil e a Indonésia classificaram a lei como protecionista e disseram que ela poderia excluir milhões de agricultores pobres e de pequena escala do mercado da UE. Outra resistência veio dos EUA, que criticou a UE por ter se atrasado no lançamento de um sistema de conformidade para que os produtores apresentassem sua documentação. A lei exigirá que as empresas e os comerciantes que também colocam madeira, cacau, borracha e alguns produtos derivados, como o chocolate, no mercado da UE, forneçam provas de que sua cadeia de suprimentos não contribui para o desmatamento, sob pena de multas e possível rejeição de seus produtos. A UE classificará os países como de baixo, médio ou alto risco de desmatamento, determinando o grau de rigor com que as autoridades alfandegárias verificarão a conformidade dos produtos. As empresas que exportam commodities da Europa enfrentariam as mesmas obrigações. Grande parte da oposição dizia respeito aos requisitos de relatório da lei, e não apenas ao seu cronograma. Os legisladores da UE, que tentaram, sem sucesso, enfraquecer a política no mês passado, disseram que esperam que Bruxelas também explore como simplificar as regras de relatório da lei. Isso preocupou os ativistas. "Isso não deve ser uma desculpa para enfraquecer a lei de forma alguma", disse Nicole Polsterer, ativista do grupo ambientalista Fern. A lei adiada será publicada no jornal oficial da UE nos próximos dias.
Reuters
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
População paranaense ficará concentrada em grandes centros urbanos até 2050, diz Ipardes
A população paranaense ficará cada vez mais concentrada em grandes centros urbanos. É o que aponta a nova projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), divulgada nessa terça-feira (17/12), que tem como foco os 399 municípios do Paraná. Até 2050, 26 cidades deverão concentrar cerca de 60% dos habitantes do Estado. Os dados estão disponíveis na Base de Dados do Estado (BDEweb)
Hoje, 22 municípios contam com mais de 100 mil habitantes, segundo o Censo 2022: Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Fazenda Rio Grande, Colombo, Araucária, Sarandi, Toledo, Guarapuava, Campo Largo, Piraquara, Umuarama, Arapongas, Almirante Tamandaré, Paranaguá, Apucarana, Pinhais e Cambé. Para 2050, esse número crescerá 18%, chegando a 26 cidades. Pato Branco, no Sudoeste, e Paranavaí, no Noroeste, devem se juntar à lista. Já na estimativa populacional do IBGE de 2024, Campo Mourão (Centro-Oeste) e Francisco Beltrão (Sudoeste) já contam com mais de 100 mil habitantes em 2024. As projeções também apontam que Curitiba e Londrina continuarão com as maiores populações no Estado, sendo a primeira acima de 1 milhão de habitantes (a única do Paraná) e a segunda com mais de 500 mil – também a única. Maringá aparece na sequência, com 474 mil moradores. Cascavel e São José dos Pinhais devem ultrapassar Ponta Grossa, com as três cidades acima de 400 mil residentes. Foz do Iguaçu, Fazenda Rio Grande, Colombo e Araucária fecham a lista de cidades mais populosas do Estado, segundo a projeção, cada uma acima de 200 mil habitantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Paraná deverá crescer até 2044, chegando a 12,46 milhões de habitantes e, a partir de 2045, reduzir até chegar a 12,40 milhões em 2050. A nível nacional, o ponto de inflexão na curva será atingido três anos antes, em 2042, quando a população brasileira começará a reduzir gradativamente, chegando a 215,2 milhões. Na contramão do Estado e do País, as Regiões Geográficas Intermediárias de Cascavel e Maringá devem seguir com suas populações crescendo mesmo com o cenário de redução estadual, com 2,51 milhões e 2,19 milhões, respectivamente, no final da primeira metade do século XXI. A Região de Curitiba, que atualmente conta com 4,20 milhões de habitantes, crescerá até 2046, com o ponto de inflexão a partir de 2047. Entretanto, continuará com um número superior ao registrado em 2024, chegando a 2050 com 4,44 milhões de moradores. As Regiões de Guarapuava, Londrina e Ponta Grossa terão suas populações reduzidas no período. Entre 2025 a 2035, cerca de 153 municípios deverão apresentar taxas positivas de crescimento. Já entre 2035 e 2050, este número cairá para 102. Em termos de comparação, no último período censitário, de 2010 a 2022, 229 municípios apresentaram este desempenho. Isoladamente, as cidades que terão sua população aumentada de forma mais expressivas nos próximos 25 anos são Floresta, com 179,29% (passando de 12.173 para 33.998 habitantes); Mandaguaçu, com 125,93% (de 35.948 para 81.219); Vitorino, com 91,98% (de 10.731 para 20.601); Sabáudia, com 78,65% (de 9.725 para 17.393); Pontal do Paraná, com 76,70% (de 33.891 para 59.884); Sarandi, com 61,02% (de 130.263 para 209.750); Fazenda Rio Grande, com 58,45% (de 165.369 para 262.033); Francisco Alves, com 57,37% (de 8.724 para 13.729); Iguaraçu, com 56,45% (de 5.787 para 9.054); e Cambira, com 51,43% de crescimento em sua população (de 10.215 para 15.469 habitantes). Até 2050, a população paranaense deverá apresentar redução de 5,5 pontos percentuais (p.p.) da participação relativa dos jovens (até 14 anos de idade – 1,7 milhão), passando de 19,2% para 13,7%, e incremento de 12 p.p. das pessoas idosas (60 ou mais – 3,7 milhões), indo de 17,6% para 29,8%. Dentro desse recorte, a quantidade de idosos com idade superior a 80 anos também cresce de forma acelerada, passando de 2,3% para 6,9%, crescimento de 4,6 p.p. Em relação ao sexo, o feminino, que hoje já é maioria no Paraná, com 51,16%, contra 48,84% do sexo masculino, ampliará lentamente a sua vantagem, chegando a 2050 com 51,46%, ante 48,54% do sexo oposto, índice alcançado a partir de 2045 e estável pelos quatro anos seguintes.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Sem votos para PEC do ajuste fiscal, Lira encerra sessão e retoma trabalhos nesta quinta-feira
Sem votos suficientes para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal na noite desta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu encerrar a sessão e adiar a análise do projeto. Ele marcou uma nova sessão para esta quinta-feira, às 10h
O governo conseguiu aprovar um requerimento para votar o texto elaborado pelo deputado Moses Rodrigues (União-CE), mas obteve apenas 294 votos a favor, menos do que o necessário para aprovar uma PEC (que exige o apoio de 308 deputados federais). O adiamento ocorreu mesmo com mudanças que reduzirão a economia planejada pelo governo Lula (PT) e impedirão um corte imediato dos supersalários. Na versão da PEC do governo, ficaria proibido, imediatamente, o pagamento de “verbas indenizatórias” que não estiverem previstas em lei complementar. Na nova versão, apresentada pelo deputado Mosés Rodrigues (União-CE), os supersalários continuarão sendo pagos enquanto não for aprovada uma lei ordinária que os limite. Com isso, a lógica foi invertida – e uma lei ordinária é mais frágil e fácil de alterar. O argumento dos deputados foi pressionar o Senado Federal a votar o projeto de lei que está parado há quatro anos na Casa para regulamentar as verbas indenizatórias acima do teto do serviço público, atualmente de R$ 44 mil por mês. Esse projeto, no entanto, abre 32 exceções para “verbas indenizatórias” para juízes, promotores e outros servidores públicos. Há especialistas em contas públicas que apontam, inclusive, que essa proposta provocará um aumento dos gastos e não um corte. “Não há aqui uma intenção de eliminar os supersalários, há uma intenção de regularizar os supersalários. Está errado”, afirmou o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ). “Quer ganhar mais que o teto? Vai para a iniciativa privada, é simples. Eu era da inciativa privada, vim para o serviço público e existe um teto”, criticou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP). Os governistas defenderam que a medida vai impor uma regra para os pagamentos do Poder Judiciário acima do teto remuneratório. “Essa PEC também está aprovando um dispositivo para rediscutir o teto salarial. Coisas importantes que o povo tem direito a saber”, disse o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), vice-líder do governo. O deputado Moses Rodrigues (União-CE), que atuou como relator informal da PEC, destacou que a Câmara votou um projeto de lei com este objetivo em 2021, que ele classificou como “duro”. “O projeto de lei que está no Senado pode ser votado a qualquer momento. Estamos dando toda a sinalização para resolver esse tema, que é muito sensível”, afirmou. Uma das medidas aprovadas é a mudança nos beneficiários do abono salarial, pago hoje a trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários-mínimos (R$ 2680) por mês. Com a alteração, essa linha de corte passará a ser corrigida apenas pela inflação, enquanto o salário-mínimo terá ganho real anualmente. A proposta do governo é congelar a linha de corte quando chegar a 1,5 salário-mínimo. A medida só possui impacto a longo prazo e só começará a surtir real efeito a partir de 2027 nas contas públicas, segundo especialistas. O Ministério da Fazenda estimou a economia em R$ 100 milhões em 2025, R$ 600 milhões em 2026 e R$ 2 bilhões em 2027. Fundeb Uma medida alterada pelo relator foi o mecanismo proposto pelo governo para redirecionar R$ 4,8 bilhões do Ministério da Educação (MEC) hoje usados para abertura de novas vagas de educação em tempo integral para outros programas do ministério, como o Pé de Meia. A abertura de vagas passaria a ser custeada pelo Fundo de Valorização da Educação Básica (Fundeb). O governo tinha proposto que 20% da complementação federal fosse usada com esta finalidade e o relator alterou para 10% em 2025 - cerca de R$ 5 bilhões. Esta mudança, no entanto, não terá impacto fiscal, segundo o presidente da Frente Parlamentar da Educação, deputado Rafael Brito (MDB-AL). “O ajuste fiscal não está nisso, nem em 2025, nem em 2026. O ajuste fiscal está em que o governo federal, a partir do próximo ano, não vai mais financiar a abertura de novas vagas em escola de tempo integral como faz hoje”, explicou o emedebista. A partir de 2026, a abertura de vagas será custeada com 4% das verbas totais do Fundeb – cerca de R$ 10 bilhões por ano. O município e Estado que atingir as metas de ensino integral previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) não precisará mais destinar 4% dos recursos do fundo com esta finalidade e poderá direcioná-los a outros gastos.
Valor Econômico
Dólar dispara quase 3% e bate novo recorde com receio fiscal e decisão do Fed
Moeda norte-americana fechou à R$ 6,26 diante de mercado com enorme desconfiança no compromisso fiscal do governo
O dólar disparou quase 3% frente ao real na quarta-feira, renovando a maior cotação da história, com o mercado demonstrando enorme desconfiança no compromisso fiscal do governo, apesar de avanços na tramitação das medidas de contenção de gastos no Congresso, e reagindo à decisão do Federal Reserve de sinalizar ritmo mais lento de corte de juros à frente. O dólar à vista encerrou o dia em alta de 2,78%, cotado a 6,2679 reais -- maior valor nominal de fechamento da história. Na B3, às 17h17, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 2,67%, a 6,274 reais na venda. Por mais um pregão, o foco do mercado permaneceu sobre o cenário fiscal do país, com investidores analisando novas notícias sobre a tramitação do pacote fiscal do governo no Congresso, que deve entrar em recesso na sexta-feira. A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira o texto-base do projeto que impõe travas para o crescimento de despesas com pessoal e incentivos tributários no caso de déficit primário -- o Projeto de Lei Complementar 210, que faz parte do pacote fiscal. Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), os outros dois textos que compõem o pacote do governo -- um projeto de lei e uma Projeto de Emenda à Constituição -- devem ser analisados pelo plenário na quarta-feira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse mais cedo que teve uma reunião positiva com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acrescentando que a votação do pacote fiscal na Casa depende apenas da chegada do texto após a votação na Câmara dos Deputados. "Acho que tem uma crise de credibilidade. O mercado precisa ver algo concreto para reprecificar e não se acalma com discursos e notícias. O mercado só vai acalmar com um pacote aprovado, que dê para fazer conta e reprecificar os riscos", disse Matheus Massote, sócio da One Investimentos. Após quatro pregões seguidos com intervenções do Banco Central no câmbio, nesta sessão não houve leilões de dólares. O fluxo do envio de remessas de empresas para o exterior, que se intensifica no fim do ano, também era um fator relevante, gerando falta de liquidez no mercado. Quando já circulava acima dos 6,20 reais, o dólar recebeu um novo impulso vindo do cenário externo, após as autoridades do Federal Reserve projetarem no meio da tarde um afrouxamento monetário menor do que o anteriormente esperado para o próximo ano, em meio a uma inflação persistente nos Estados Unidos. O anúncio ajudou a fortalecer a moeda norte-americana nos mercados globais, gerando pressão sobre divisas de países emergentes, uma vez que os rendimentos dos Treasuries saltaram.
Reuters
Ibovespa tem maior queda em 2 anos com receio fiscal somado a sinal do Fed
O Ibovespa desabou mais de 3% na quarta-feira, maior queda em cerca de dois anos, com o pessimismo persistente sobre o cenário fiscal no Brasil somando-se à reação negativa em Wall Street da sinalização do Federal Reserve de que diminuirá o ritmo de corte na taxa de juros dos Estados Unidos
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 3,15%, a 120.771,88 pontos, maior queda percentual desde 10 de novembro de 2022 considerando fechamento. O volume financeiro atingiu 83 bilhões de reais, em pregão marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e do contrato futuro do índice. De acordo com o analista educacional Vitor Agnello, da CM Capital, os ativos brasileiros continuam minados pela apreensão com o rumo das contas públicas, com agentes acompanhando a tramitação de medidas de cortes de gastos no Congresso Nacional, fundamentais para demonstrar algum controle fiscal no país. A Câmara dos Deputados aprovou na véspera o texto-base do projeto de lei que impõe travas para o crescimento de despesas com pessoal e incentivos tributários se houver déficit primário, além de permitir o uso de superávit de quatro fundos para pagar a dívida pública de 2025 a 2030, parte do pacote fiscal. Uma das preocupações é se haverá tempo para a votação no Senado. O presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a última sessão do Congresso antes do recesso parlamentar está marcada para a quinta-feira, mas já afirmou que não descarta a possibilidade de fazer sessões extras. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a votação do pacote fiscal do governo no Senado depende apenas da chegada do texto após a votação na Câmara dos Deputados. Investidores também temem desidratação nas medidas apresentadas. Nesse sentido, também pesou reportagem do Valor Econômico de que líderes partidários da Câmara fecharam acordo para rejeitar endurecimento das regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em paralelo, nos Estados Unidos, as bolsas fecharam com quedas expressivas e os rendimentos dos títulos do Tesouro avançaram após o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual, como esperado, mas apontar ritmo mais lento para novas reduções, não descartando uma pausa nos cortes a partir de janeiro. De acordo com o diretor de risco da Ciano Investimentos, Plínio Zanini, o efeito benigno a princípio do alívio monetário nos EUA acaba sendo contrabalançado pela revisão na perspectiva de novos cortes pelo BC norte-americano.
Reuters
BC anuncia leilão de até US$ 3 bilhões no mercado à vista nesta quinta-feira
O Banco Central anunciou na quarta-feira (18) que realizará novo leilão de dólares no mercado à vista nesta quinta-feira (19), entre 9h15 e 9h20, com a venda de até US$ 3 bilhões
A referência será a taxa Ptax do fechamento de quarta. O dólar comercial disparou na sessão desta quarta-feira, em um pregão marcado por temor crescente em relação à seara fiscal brasileira, diante da desidratação das medidas de corte de gastos do governo no Congresso. A piora no câmbio seu deu também em ajuste de expectativas sobre o corte de juros pelo Federal Reserve (Fed). Além disso, não houve intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, como ocorreu nos pregões anteriores. Diante disso, o dólar à vista exibiu sua maior valorização diária em mais de dois anos, apreciando 2,82%, a R$ 6,2672, novo recorde nominal de fechamento. Antes disso, a maior apreciação diária ocorreu em 10 de novembro de 2022, quando o dólar valorizou 4,10%.
Reuters
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