Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 77| 02 de março de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
No novo cenário, pecuaristas e indústrias frigoríficas começam a reavaliar cálculos e custos para as próximas semanas
Embora ainda pouco afetado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, os agentes da bovinocultura brasileira demonstram preocupação em relação ao embate geopolítico no leste europeu
Segundo apuração da Scot Consultoria, na sexta-feira (25/2), as cotações do boi gordo e da vaca pronta para abate não sofreram alterações no mercado paulista, em relação ao dia anterior. Com isso, o macho terminado segue valendo R$ 338/@ e a vaca é negociada a R$ 303/@ (preços brutos e a prazo), informa a Scot. Com boa demanda para exportação e a oferta enxuta, negócios com o chamado boi-China (abatido mais jovem, geralmente com idade abaixo de 30 meses) já saem a R$ 355/@ nas praças paulistas, acrescenta a Scot. Ainda de acordo com a consultoria, na sexta-feira, a novilha gorda teve reajuste de R$ 2/@ em São Paulo, chegando a R$ 332/@ (a prazo, valor bruto), também estimulada pelo avanço da demanda externa. “Os aumentos nos custos de produção para recria e engorda também devem impactar na formação de preço da arroba do boi gordo, diante da forte escalada das cotações dos grãos”, observam os analistas da IHS. “Março deve trazer enormes desafios à cadeia pecuária brasileira, com grandes embates entre os agentes do mercado”, prevê a IHS. No mercado atacadista da carne bovina, a semana começou sem alterações significativas, mesmo com a chegada do feriado prolongado de Carnaval, teoricamente marcado pelo avanço das vendas no varejo e, consequentemente, pela maior demanda por parte dos distribuidores da proteína. As expectativas seguem voltadas para o recebimento dos salários a partir do 5º dia útil do mês de março. A entrada de dinheiro na conta dos trabalhadores poderá resultar em aumento, embora ainda tímido, da procura pela carne bovina, disparado a proteína preferida dos brasileiros. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 345/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 295/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca a R$ 292/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MT-Tangará: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 286/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 307/@ (à vista) vaca a R$ 295/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 305/@ (à vista) vaca a R$ 285/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 312/@ (prazo) vaca R$ 295/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 309/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 282/@ (prazo) vaca a R$ 276/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 289/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 278/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 286/@ (à vista) vaca a R$ 276/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).
PORTAL DBO
Mercado do boi gordo pré-carnaval
Na semana que antecedeu o carnaval as praças pecuárias registraram movimentações distintas. No acumulado da semana, para as cotações do boi gordo, 7 praças registraram alta, 7 tiveram queda e 18 permaneceram estáveis. O cenário das praças pecuárias brasileiras foi contrastante nos últimos dias, com exportações, condições climáticas e oferta de boiadas movimentando as cotações, tanto para cima quanto para baixo.
SCOT CONSULTORIA
Utilização frigorífica em Mato Grosso aumenta em janeiro
Os índices de utilização frigorífica real e em operação em Mato Grosso aumentaram em janeiro, em relação a dezembro do ano passado, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)
A utilização real subiu 6,1 pontos percentuais (p.p) e a de frigoríficos em operação teve alta de 5,02 p.p. Alguns frigoríficos maiores entraram em período de férias coletivas ou em manutenção no primeiro mês do ano, reduzindo as opções de venda dos produtores de gado. “Para fevereiro, a tendência é de que esse cenário permaneça, visto que na primeira quinzena novas plantas entraram em recesso”, disse o Imea em relatório divulgado na segunda-feira (28). Apesar das altas nos índices de utilização frigorífica no maior estado produtor de bovinos do Brasil, houve queda de 4,17% nos abates em janeiro ante dezembro, a 418,7 mil animais, refletindo o aumento na retenção do gado e recuo de oferta de bovinos para abate.
CARNETEC
SUÍNOS
Suínos: mercado encerrou a sexta-feira estável
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 110,00/R$ 114,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 8,60 o quilo/R$ 8,80 o quilo.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (24), houve aumento de 1,89% em Santa Catarina, chegando a R$ 5,39/kg, e de 0,19% no Paraná, cotado em R$ 5,40/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais, valendo R$ 6,07/kg, R$ 5,28/kg no Rio Grande do Sul e R$ 5,94/kg em São Paulo.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: preços próximos da estabilidade
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto a ave no atacado subiu 1,69%, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 3,99/kg. Já no Paraná, foi registrado aumento de 0,20%, chegando em R$ 5,09/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (24), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficaram com preços estáveis, valendo, respectivamente, R$ 6,09/kg e R$ 6,37/kg.
Cepea/Esalq
Carne de frango cai 30%, bovina sobe e diferença de preços bate recorde
No atacado da Grande São Paulo, o quilo da proteína da ave custa R$ 15,60 menos do que a de boi, segundo o Cepea
A diferença de preços entre as carnes de frango e bovina nunca foi tão grande no país, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. No atacado da Grande São Paulo, o quilo da carne de frango custa R$ 15,60 menos do que a carne bovina, a maior diferença em toda a série histórica da instituição, que começou em 2004. De acordo com os pesquisadores do Cepea, a diferença aumentou porque o preço da carne de frango caiu nos últimos meses e a de boi, em contrapartida, manteve-se em rota ascendente. Entre o dia 20 de setembro do ano passado, quando atingiu seu pico, de R$ 8,55 por quilo, e na última quinta-feira, a cotação do frango congelado caiu quase 30%, para R$ 6,09. O Cepea não divulga o indicador da proteína de boi em seu site. No caso da carne bovina, o aumento de preços se deve, em grande medida, ao encarecimento da matéria-prima. Na última quinta, a arroba do boi gordo custava R$ 340,70 em São Paulo, valor 13,4% superior ao registrado em 20 de setembro.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Frigoríficos do Paraguai suspendem exportações de carne bovina à Rússia
Medida foi adotada após negociação com importadores
Com a confirmação da remoção dos primeiros bancos russos do sistema global de pagamentos interbancários Swift, os frigoríficos de carne bovina que atuam no Paraguai entraram em acordo com importadores e suspenderam as exportações de carne bovina para a Rússia. Por meio da controlada Athena Foods, a brasileira Minerva lidera os embarques paraguaios da proteína. À imprensa local, o Gerente da Câmara Paraguaia de Carnes, Daniel Burt, afirmou que já foram interrompidos os embarques de novas cargas à Rússia, mas que os navios que já estão em trânsito continuarão seu curso. As exportações de carne bovina ao mercado russo renderam quase US$ 300 milhões ao Paraguai em 2021, ou cerca de 20% do total registrado pelo segmento. É o principal mercado para os cortes industriais do Paraguai, importantes para equilibrar as vendas entre os cortes premium e os de menor qualidade, como analisou o “Ultima Hora”. Com a interrupção das vendas à Rússia, os exportadores paraguaios passaram a avaliar mercados alternativos para escoar a carne de animais já abatidos especialmente para a produção de comidas rápidas.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai chegam a quase 80% de execução
Já foram investidos R$ 184 milhões na estrutura com recursos da Itaipu, cabendo ao DER/PR a execução da obra e da nova rodovia perimetral de acesso à ponte
Em fevereiro, a nova Ponte da Integração Brasil – Paraguai, em Foz do Iguaçu, atingiu a marca de 78% de conclusão. As equipes permanecem trabalhando na construção do tabuleiro da ponte, por onde irão circular veículos e pedestres. A ponte terá 760 metros de comprimento e um vão-livre de 470 metros – o maior da América Latina. Serão duas pistas simples com 3,6 metros de largura, acostamento de três metros e calçada de 1,7 metro nas laterais. Até agora já foram investidos aproximadamente R$ 184 milhões na obra, recursos da Itaipu Binacional. Na nova rodovia de Foz do Iguaçu os trabalhos permanecem avançando na execução de três dos seis viadutos planejados, nas interseções com a Avenida General Meira, com a BR-469, e com a via de acesso à Ponte Tancredo Neves. A obra prevê uma nova ligação rodoviária entre a BR-277 e a Ponte da Integração, concentrando o tráfego de longa distância entre os dois países. Além de 15 quilômetros de pista, serão executados outros três viadutos, na Avenida Felipe Wandscheer, Avenida República Argentina e no entroncamento com a BR-277. No local da nova aduana Brasil – Argentina estão sendo executados serviços de compactação de aterro, e na aduana Brasil – Paraguai estão em andamento serviços de terraplenagem. Uma terceira obra, também resultado da parceria entre Governo do Paraná, Itaipu Binacional e governo federal será realizada em Foz do Iguaçu. O DER/PR publicou este mês o edital da duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, um investimento de R$ 186,95 milhões para duplicar o trecho de 8,70 quilômetros, implantar vias marginais, passeios, ciclovias, quatro viadutos e uma ponte, passa-faunas, e iluminação pública. A obra tem início logo após o trevo Carimã, onde está sendo executado um dos viadutos da nova perimetral, e segue até o portal de entrada do Parque Nacional Iguaçu. A BR-469 será duplicada em ambos os lados, com vias marginais de sentido único também nos dois lados da rodovia. Serão executados viadutos no acesso ao Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, e nos quilômetros 2, 3 e 7. A nova ponte será executada sobre o Rio Tamanduá, próximo ao trevo.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS PARANÁ
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em alta de 1,01%, a R$5,1563
O dólar voltou a fechar em alta na sexta-feira, chegando a superar 5,18 reais após cair à faixa de 4,99 reais dois dias atrás, com o mercado local descolando de pares conforme investidores buscaram proteção, já que os negócios domésticos serão retomados apenas na quarta-feira pós-Carnaval
Entre a máxima do ano --de 5,7128 reais, do dia 5 de janeiro-- e a mínima desta semana, de 5,0033 reais, o dólar despencou 12,42%. Estrategistas do Bank of America alertam para "call" favorável ao dólar e chamam atenção para a política monetária norte-americana, cujas discussões nesta semana dividiram os holofotes com a crise geopolítica. "Em nossa opinião, a divergência de política monetária dos EUA ainda não seguiu seu curso, ainda que BCE (BC europeu) e BoJ (do Japão) deem pequenos passos em direção à normalização da política monetária este ano. É por isso que continuamos otimistas com o dólar", disseram em relatório. Eles notaram, contudo, que diante da turbulência desta semana o real mostrou aumento de volatilidade em linha com o histórico, enquanto outras moedas emergentes, como o peso mexicano, experimentaram um surto maior de instabilidade. Estudo do Citi mostra que o real é a moeda latino-americana com maior beta (uma medida de sensibilidade) em relação ao rublo russo, o que em tese deixaria a moeda brasileira mais vulnerável a eventuais contágios da crise por lá. A alta do dólar na sexta se somou ao salto de cerca de 2% da véspera. Com isso, a moeda aumentou 3,13% em dois dias, ritmo mais intenso nessa comparação desde julho de 2021. Foi o suficiente para a moeda zerar as perdas na semana e fechar o período com valorização de 0,28%. É a primeira vez desde a semana finda em 7 de janeiro que o dólar acumula ganho semanal. A cotação amenizou as perdas em fevereiro para 2,82%. De toda forma, é a primeira vez que o dólar perde valor no mês desde 2017 e a queda é a mais intensa desde 2010 (-4,66%). "Nesta semana, as atenções globais irão se manter concentradas sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, bem como as reações das principais potências à invasão em larga escala que está sendo conduzida. Mercados acompanharão de perto o eventual anúncio de novas sanções, e o avanço das forças russas no território ucraniano", disse o Itaú Unibanco em relatório.
REUTERS
Ibovespa sobe com Vale e exterior e fecha fevereiro no azul
A BRF caiu 25,2%, segunda maior queda do Ibovespa do mês. A ação iniciou o mês em baixa, após sua oferta de ações sair com desconto de 7,5%. O papel tomou outro baque, após a companhia divulgar resultados
O principal índice da bolsa paulista acelerou na última hora e fechou a sexta-feira pré-feriado em alta, apoiado pela Vale, embora com os mercados globais atentos aos desdobramentos da guerra na Ucrânia. O Ibovespa subiu 1,39%, a 113.141,94 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 39,5 bilhões de reais. No acumulado de fevereiro, o índice teve alta de 0,9%, terceiro avanço mensal seguido, enquanto na semana marcou ganho de 0,2%. Os mercados globais de ações tiveram ganhos, reagindo a sanções coordenadas de Estados Unidos e aliados contra a Rússia, após invasão da Ucrânia, mas que não bloquearam o país de um sistema global de pagamentos ou atingiram de forma robusta o setor de energia. Os índices mais importantes em Wall Street fecharam em disparada. Destaque para o S&P 500, que subiu 2,2%, e o Dow Jones, que escalou 2,5%. O Ibovespa ganhou terreno no final do pregão que antecedeu o feriado prolongado do Carnaval, até a retomada na tarde da próxima quarta-feira. Para Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, "como a composição do Ibovespa tem muito peso de commodities, elas acabam sendo um colchão no índice", disse, lembrando que a guerra na Ucrânia levou os preços de materiais, como petróleo, para cima. Mikail afirma que o índice local segue em nível atrativo e pode seguir recebendo fluxo de capital estrangeiro, dependendo do desenrolar das questões na Ucrânia, especialmente quanto às sanções a serem impostas à Rússia.
REUTERS
Ampliação das sanções contra a Rússia afeta o agro brasileiro
Mercados de trigo e fertilizantes deverão ser particularmente prejudicados
A ampliação das sanções de países ocidentais liderados por União Europeia e Estados Unidos contra a Rússia preocupa o agronegócio brasileiro. O movimento tende a manter as cotações do trigo nas alturas no mercado internacional e travar compras de fertilizantes, uma vez que diversos bancos russos estão sendo removidos do Swift, sistema global de pagamentos interbancários. A Rússia é um dos países do mundo que mais exportam trigo e adubos, e o Brasil é grande importador nesses dois segmentos. Antes do recrudescimento da crise, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) previa que as exportações russas de trigo alcançariam 35 milhões de toneladas nesta safra 2021/22, 17% do total global e abaixo apenas que o volume projetado para a União Europeia (37,5 milhões de toneladas). O Brasil, que deverá importar 6,7 milhões de toneladas, principalmente da Argentina, não deverá enfrentar problemas de desabastecimento, mas os moinhos instalados no país já enfrentam pressão de exportadores do vizinho por renegociação de contratos e sinalizam que os preços da farinha e outros derivados vão subir para o consumidor. Em tempos de inflação já elevada e queda do poder de compra da população, o cenário motiva apreensão. Desse ponto de vista, também a valorização do milho no exterior — a Ucrânia é grande exportadora do cereal — diante da escalada das tensões é outro ponto de atenção, embora exportadores brasileiros possam ser favorecidos. Para a indústria de aves e suínos, a tendência é de redução ainda maior de margens, que já estão negativas em alguns polos, e aumento da pressão por reajustes das carnes no varejo. No caso dos fertilizantes, a interrupção do fornecimento russo poderá comprometer o suprimento doméstico e reduzir a aplicação do insumo nas lavouras — além, é claro, de acirrar a disputa por produtos em fontes alternativas de fornecimento como o Canadá, que também tendem a ficar mais caros. A importação de fertilizantes está na base da relação comercial entre Brasil e Rússia. Como já informou o Valor, em 2021 as importações brasileiras de cloreto de potássio russo, por exemplo, alcançaram 3,6 milhões de toneladas, ou mais de US$ 1,3 bilhão. Outros US$ 1,2 bilhão foram gastos na compra de ureia (1,3 milhão de toneladas), nitrato de amônio (1,4 milhão), nitrogênio, fósforo e potássio (967 mil), de acordo com dados do ComexStat, do Ministério da Economia. Já as exportações do agro brasileiro para a Rússia, que também serão prejudicadas pelas sanções, são menos relevantes, e há opções para o escoamento. No ano passado, os embarques de soja do Brasil para a Rússia lideraram a pauta, com 768,2 mil toneladas, ou US$ 343,2 milhões. Entre as proteínas, o destaque foi a carne de frango, com 105,8 mil toneladas, ou US$ 167,1 milhões.
VALOR ECONÔMICO
IGP-M tem alta de 1,83% em fevereiro com commodities no atacado, segundo FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou alta de 1,83% em fevereiro, depois de ter iniciado o ano com avanço de 1,82%, impulsionado por importantes commodities no atacado, bem como combustíveis
Os dados divulgados na sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas levam o avanço acumulado em 12 meses do indicador a 16,12%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 2,36% em fevereiro, de 2,30% em janeiro. "A inflação ao produtor fechou o mês de fevereiro sob influência dos preços de grandes commodities, como soja (de 4,05% para 8,91%), milho (de 5,64% para 7,92%) e combustíveis, com destaque especial para o óleo diesel (de 2,30% para 5,53%)", destacou André Braz, Coordenador dos índices de preços, explicando que esses três itens respondem por 45% da taxa do IPA. A FGV informou ainda que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,33%, de 0,42% no primeiro mês do ano. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, com queda de 0,10% depois de alta de 0,94% em janeiro. Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve avanço de 0,48% no período, depois de subir 0,64% no mês anterior. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
REUTERS
Confiança de serviços no Brasil cai em fevereiro ao menor nível em 9 meses, diz FGV
A confiança do setor de serviços do Brasil registrou queda em fevereiro pela quarta vez seguida e foi ao nível mais fraco em nove meses diante da piora tanto da percepção sobre o momento presente quanto do futuro
Os dados divulgados na semana passada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostraram que no mês o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 2,0 pontos, para 89,2 pontos, menor nível desde maio de 2021 (88,1 pontos). "A desaceleração no ritmo de recuperação foi influenciada pelo surto de Covid, ainda que com restrições mais brandas. Para os próximos meses, as expectativas não são muito favoráveis, dado que o cenário macroeconômico tende a se manter negativo no curto prazo, com inflação resiliente, juros em alta e confiança dos consumidores em patamar baixo", alertou em nota o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler. A FGV informou que o Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, caiu 2,8 pontos e foi a 86,6 pontos, menor nível desde maio de 2021 (84,0 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, perdeu 1,2 ponto, para 92,0 pontos, leitura mais baixa desde abril de 2021 (88,7 pontos). A FGV destacou ainda que, nos últimos meses, o saldo do emprego previsto também tem sinalizado perda de força no ritmo de recuperação. O saldo refere-se ao percentual das empresas que planejam aumentar seu quadro de funcionários nos próximos meses, menos o percentual de empresários que planejam reduzir. Em fevereiro, esse saldo atingiu 9,7 pontos, queda de 5,0 pontos nos últimos quatro meses.
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Prejuízos do agro com a estiagem já passam de R$ 70 bilhões
Paraná e Rio Grande do Sul contabilizam a maior parte dos prejuízos
A estiagem registrada a partir do fim do ano passado em parte do Centro-Sul já causou prejuízos de mais de R$ 70 bilhões no país, segundo estimativas divulgadas nos últimos dias por entidades e órgãos governamentais dos Estados mais afetados. O quadro é particularmente preocupante porque o governo federal ainda não apresentou soluções para socorrer as unidades da federação que sofreram com o clima adverso nesta safra - a lista inclui Minas Gerais, Bahia e Tocantins, onde o problema foi o excesso de chuvas. No Rio Grande do Sul, os prejuízos do campo com a estiagem devem alcançar R$ 31,7 bilhões, de acordo com os cálculos da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). As perdas na produção devem ter um efeito cascata sobre a economia local, com reflexos também sobre os setores industrial e de serviços e sobre a arrecadação tributária. Ao todo, segundo a Farsul, a seca deve tirar R$ 115,7 bilhões da economia do Estado, o que, caso se confirme, representará um encolhimento de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) local. Na última semana, o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná cortou mais uma vez sua previsão para a safra de soja no Estado, que deverá ser a menor em dez anos em virtude da seca. Com a nova revisão, o órgão passou a prever colheita de 11,6 milhões de toneladas, e não mais de 12,8 milhões. A preços atuais, a estiagem pode causar prejuízos que ficarão entre R$ 30 bilhões e R$ 33 bilhões. O cálculo das perdas financeiras considera apenas a quebra nas lavouras de soja, mas o Estado também registra perdas consideráveis nas lavouras de milho primeira safra e feijão. Somadas outras culturas, a produção de grãos na safra de verão paranaense deverá ser de 14,7 milhões de toneladas, volume 42% menor do que o esperado no início do ciclo. Nas lavouras de Santa Catarina, a estiagem causou perdas de R$ 3,7 bilhões até o momento, segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri/Cepa). Milho (grão e silagem), soja e feijão foram as culturas mais afetadas até o mês passado. Já em Mato Grosso do Sul, que ainda não revisou suas projeções, a estimativa mais recente era de prejuízos de até R$ 3 bilhões. Somadas, as previsões feitas individualmente pelos Estados são similares às divulgadas na última semana pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que calcula que a perda de renda dos agricultores será superior a R$ 70 bilhões. Segundo a entidade, em comparação com as projeções de dezembro, o país deixará de colher 24 milhões de toneladas de produtos como soja, milho, arroz e feijão.
VALOR ECONÔMICO
Dívida bruta recua a 79,6% do PIB em janeiro com superávit primário recorde
A dívida bruta do país voltou a recuar em janeiro e ficou abaixo de 80% do PIB pela primeira vez desde abril de 2020, favorecida por um superávit recorde das contas do setor público, mostraram números do Banco Central divulgados na sexta-feira
A dívida bruta ficou em 79,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro mês do ano, de 80,3% em dezembro. Foi o terceiro mês seguido de recuo do indicador, que chegou a encostar em 89% do PIB no auge dos gastos de enfrentamento à pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021. As receitas do setor público superaram as despesas não-financeiras em 101,833 bilhões de reais em janeiro, maior saldo mensal da série do Banco Central, com início em dezembro de 2001. O saldo superou as despesas com juros no mês --que caíram na comparação com janeiro do ano passado em meio a ganhos do BC com operações cambiais-- e o país teve um raro superávit nominal, de 84,061 bilhões de reais, o maior já registrado. Janeiro é sazonalmente um mês mais favorável para as contas públicas, com a concentração do recolhimento de alguns tributos e despesas menores no início do ano, e este ano a arrecadação foi impulsionada por receitas expressivas de impostos que incidem sobre o lucro das empresas e sobre o setor de petróleo e metais minerais, que têm ganho com os preços elevados das commodities. No mês, o superávit do governo central calculado pelo BC foi recorde em 77,430 bilhões de reais. Estados e municípios e estatais também tiveram saldos expressivos, de 19,977 bilhões de reais e 4,426 bilhões de reais, respectivamente. A dívida líquida do setor público, que computa também os ativos do governo, como as reservas internacionais, foi a 56,6% em janeiro, contra 57,2% no mês anterior.
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