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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 757 DE 28 DE NOVEMBRO DE 2024

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 757 | 28 de novembro de 2024

             

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS


Estabilidade na arroba do boi


Segundo a Agrifatto, depois de semanas consecutivas de aquecimento e preços em alta, as negociações entre os frigoríficos brasileiros e os importadores chineses esfriaram. No Paraná, o boi vale R$340,00 por arroba. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias.

 

Segundo a Agrifatto, tradicionalmente, o consumo doméstico de carne bovina é mediano na primeira metade de dezembro, mas tende a aumentar com a proximidade das festas natalinas e de ano novo. “Este padrão de consumo é crucial para determinar os níveis de estoque e demanda no curto prazo”, observa a Agrifatto. De agora em diante, continua a consultoria, “é importante ter a atenção voltada para o mercado físico que, para o final de novembro e ao longo de dezembro, mostra um cenário complexo influenciado por diversos fatores sazonais e econômicos”. Pelos dados da consultoria, ontem, quarta-feira (27/11), o preço médio da arroba do boi gordo (com ou sem padrão-exportação) no mercado paulista se manteve em R$ 355/@. Nas demais 16 regiões monitoradas pela Agrifatto, o valor da arroba continuou estável em R$ 320,90. “As negociações para embarque para a China em novembro/24 e dezembro/24 já estão fechadas, e os poucos negócios que foram fechados durante a última semana já são referentes a janeiro/25 e com os chineses oferecendo valores cerca de US$ 100/t a menos do que ofertavam na semana passada”, informou a Agrifatto. Com isso, os frigoríficos exportadores também se ausentaram das negociações, acrescenta a consultoria. Diante disso, o dianteiro bovino brasileiro com destino a China permaneceu com referência nos US$ 5.600/tonelada. “O momento é de espera para avaliar o desempenho das vendas no território chinês nas próximas semana”, recomendou a Agrifatto. Cotações do boi gordo da quarta-feira (27/11), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$355,00 a arroba. O “boi China”, R$355,00. Média de R$355,00. Vaca a R$325,00. Novilha a R$340,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China”, R$350,00. Média de R$345,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China”, R$340,00. Média de R$340,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$325,00. Vaca a R$305,00. Novilha a R$315,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$305,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de treze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$350,00. Média de R$345,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$305,00 a arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$305,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de seis dias.

Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto

 

Paraná em alerta por focos de raiva 

Os focos de raiva no rebanho bovino do Paraná registraram aumento de 39% em 2024, em comparação com o ano passado

 

Até agora, foram notificadas 206 ocorrências, contra 148 em 2023. A doença foi identificada em 45 municípios, com destaque para a região oeste do estado. Cascavel lidera os registros, com 105 casos, seguido por Laranjeiras do Sul (27) e Ponta Grossa (19). Prevenção e controle da raiva A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) alerta que a vacinação regular é a principal estratégia de prevenção. Segundo o órgão, a raiva pode causar prejuízos significativos, especialmente para pequenas propriedades, com risco de perda total do rebanho. Medidas de controle estão sendo implementadas, como delimitação de áreas de perifoco, imunização emergencial e controle de morcegos, principais transmissores do vírus. Notificação de casos é obrigatória. A coordenadora do programa de controle da raiva da Adapar, Elzira Jorge Pierre, reforça a obrigatoriedade de notificar casos suspeitos. "O produtor deve informar à Adapar sempre que houver animais com sintomatologia nervosa na propriedade", destacou.


SUÍNOS

 

Mercado dos suínos: estabilidade na 4ª feira

De acordo com a Scot Consultoria, o preço da carcaça suína especial ficou estável e está precificado em R$ 15,50/kg. Já o preço médio da arroba do suíno CIF permaneceu estável e está sendo negociado em R$ 191,00/@.

 

Segundo o levantamento realizado pelo Cepea na última terça-feira (26), o Indicador do Suíno Vivo em Minas Gerais registrou estabilidade e segue em R$ 10,26/kg. No Paraná, o preço do animal teve ganho de 0,10% e está precificado em R$ 9,79/kg. Já na região do Rio Grande do Sul, o animal seguiu com estabilidade e está precificado em R$ 9,49/kg. Em São Paulo, o valor ficou próximo de R$ 10,14/kg e apresentou ganho de 0,20%. Em Santa Catarina, o valor do suíno registrou alta de 0,21% e está cotado em R$ 9,72/kg.

Cepea

 

FRANGOS

 

Frango: queda de 0,67% no atacado paulista na 4ª feira

A referência para o frango no atacado paulista registrou baixa de 0,67% na quarta-feira (27), conforme apontou a Scot Consultoria. Os valores para ave no atacado passaram de R$ 7,50 por quilo para R$ 7,45 por quilo

 

Já a cotação da ave terminada nas granjas paulistas segue com estabilidade e cotada em R$ 5,50 por quilo. Com base no levantamento realizado na última terça-feira (26), o preço do frango congelado seguiu estável e está precificado em R$ 8,08 por quilo. Já o valor para o frango resfriado, a cotação segue estável e está próximo de R$ 8,18 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná apresentou estabilidade e está cotado em R$ 4,65/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgou que o frango vivo seguiu com estabilidade e sendo negociado em R$ 4,49/kg. O Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou a abertura de mercado na Bósnia e Herzegovina para exportação de carne de aves. Segundo as informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a abertura deve gerar oportunidades para exportadores de carne de frango do Brasil. “O mercado bósnio é uma oportunidade de alta relevância para os exportadores brasileiros. Há demanda por produtos avícolas com padrões de qualidade elevados, e a necessidade de complementaridade à produção local”, informou o presidente da ABPA, Ricardo Santin. 

Cepea

 

Abertura de mercado na Bósnia e Herzegovina para exportação de carne de frango

Com essa nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 204ª abertura de mercado neste ano, totalizando 282 aberturas em 62 destinos desde o início de 2023

 

O governo brasileiro recebeu, com satisfação, o anúncio, pelo governo da Bósnia e Herzegovina, da autorização para que o Brasil exporte carne de aves para aquele país. Essa abertura, que deverá contribuir para aumentar o fluxo comercial entre os dois países, é mais uma demonstração da confiança internacional no sistema de controle sanitário do Brasil. Entre janeiro e outubro de 2024, as exportações brasileiras de carne de frango somaram US$ 8,17 bilhões, equivalentes a 4,38 milhões de toneladas. Terceiro maior produtor mundial e maior exportador de carne de frango, o Brasil abastece aproximadamente 170 países com essa proteína animal, contribuindo assim para a segurança alimentar e nutricional de seus parceiros comerciais. Com essa nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 204ª abertura de mercado neste ano, totalizando 282 aberturas em 62 destinos desde o início de 2023. Esses resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

MAPA

 

CARNES

 

Custos de produção de frangos e suínos acumulam nova alta em outubro, ração se destaca

Os custos de produção de frangos de corte e de suínos nos principais estados produtores e exportadores do país acumularam nova alta no mês passado, conforme estudos da Embrapa Suínos e Aves divulgados em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) no último dia 13 de novembro

 

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 6,22 em outubro, um aumento de 5,28% em comparação a setembro, passando a acumular uma alta de 0,25% em 2024, enquanto registra alta de 5,84% nos últimos 12 meses. Os custos com ração (que representam 73,5% do valor total) e com a genética foram determinantes, com aumentos de +6,97% e +3,03%, respectivamente. No Paraná, o custo de produção do quilo do frango atingiu os R$ 4,68 em outubro, uma alta de 1,51% em relação a setembro. No ano, o ICPFrango registra um aumento acumulado de 6,15%, enquanto nos últimos 12 meses houve uma variação de +9,76%. A ração se destacou como o principal componente de custo, com um aumento de 1,76% e uma participação de 66,03% no custo total de produção, além do aumento nos preços dos pintainhos de 1 dia de idade (+3,49%). Também estão disponíveis no site das Cias os custos de produção para os estados de Goiás (suínos), Minas Gerais (suínos), Paraná (suínos), Rio Grande do Sul (suínos e frangos de corte) e de Santa Catarina (frangos de corte).

Carnetec

 

EMPRESAS

 

Congresso aumenta pressão sobre França e Carrefour

Senado convidou embaixador francês e o presidente do Carrefour Brasil para prestar explicações

 

Na quarta-feira (27/11), a Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal aprovou um requerimento da senadora Tereza Cristina (PP-MS) para convidar o embaixador da França em Brasília, Emmanuel Lenain, e o presidente do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, para prestar explicações sobre o episódio. A audiência ainda não tem data marcada. A ex-ministra da Agricultura disse que o pedido de desculpas de Bompard foi “pífio” e disse que as críticas aos produtos brasileiros escalaram na França, com as declarações de parlamentares franceses em sessão ontem. Segundo ela, o Parlamento do Mercosul (Parlasul), que une deputados e senadores de Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, deverá aprovar uma manifestação de repúdio aos colegas franceses na próxima sessão, em dezembro. Ela afirmou que é preciso ouvir do embaixador uma posição oficial da república francesa. Tereza Cristina criticou ainda falas “desastrosas” da ministra da Agricultura da França, Annie Genevard, relacionando a produção brasileira ao uso de hormônios e antibióticos. “Se a França não quer entrar no acordo Mercosul-União Europeia, ninguém tem nada com isso. O movimento é contra o Mercosul, mas o foco foi Brasil. Os parlamentares franceses disseram que produtos brasileiros são lixo, isso precisa de uma retratação”, disse a senadora. “O pedido de desculpas [do Carrefour] foi pífio, não pede desculpas coisa nenhuma. Ele apenas diz que francês compra de francês e o Carrefour brasileiro que compre dos brasileiros”, disse durante sessão no Senado. Tereza Cristina disse ainda que a carta contém um “pequeno deboche” ao dizer que a carne brasileira é gostosa. A senadora repetiu que a acusação de que os produtos brasileiros não cumprem normas e requisitos sanitários e de qualidade são uma “inverdade” e classificou como “surreal” a ofensiva de multinacionais francesas, que têm grandes operações no Brasil, como a Tereos. “Tudo bem, a pressão dos agricultores franceses, cada um faz seu papel. Mas não podemos admitir falta de respeito com o Brasil e com os produtos brasileiros”, afirmou a ex-ministra. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que as declarações do CEO do Carrefour foram “descabidas, afrontosas e absurdas”. “Não sabemos se a inverdade escamoteia alvos ocultos, como perturbar o acordo Mercosul-União Europeia, se é mero protecionismo ou mesmo fruto da irresponsabilidade de quem deveria primar pela responsabilidade, honestidade e zelo de suas intervenções”, afirmou na sessão. Calheiros ressaltou que esse tipo de declaração causa prejuízos. “O terror comercial é uma prática reprovável e acabou provocando uma centelha desnecessária. O boicote que acabou sendo boicotado pelo próprio supermercado”, afirmou. A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados também aprovou quatro requerimentos sobre o tema. Um deles convida o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a prestar explicações sobre o episódio e sobre a posição oficial do Brasil. Inicialmente, o requerimento era de convocação, mas foi transformado em convite após acordo com a base governista na comissão. O colegiado também aprovou um pedido de informações oficiais ao chanceler sobre o mesmo tema. Ainda foi aprovado um requerimento para a realização de audiência pública para debater as ações e estratégias tomadas pelo governo brasileiro com relação às medidas protecionistas e distorções ambientais do mercado internacional. A Comissão de Agricultura também aprovou a elaboração de uma nota de repúdio à decisão do Carrefour de suspender a compra de carnes do Mercosul. Deputados governistas e da oposição destacaram o posicionamento uníssono do país em defesa da produção nacional nesse episódio. “É disputa comercial. Temos que ter posições rigorosas”, disse o deputado Bohn Gass (PT-RS).

Globo Rural

 

INTERNACIONAL

 

Exportações de carne bovina da Argentina crescem 14% até out/24

O país asiático foi responsável por 73,6% do total de embarques da proteína argentina computados nos primeiros dez meses deste ano

 

As exportações de carne bovina in natura da Argentina atingiram de 641,9 mil toneladas no acumulado de janeiro a outubro de 2024, um crescimento de 14,3% em relação ao resultado obtido no mesmo período de 2023, informou o portal do jornal Clarín, com base em dados do Consórcio ABC (que reúne os maiores exportadores da proteína do país). Em receita, os embarques no acumulado dos 10 primeiros meses deste ano geraram quase US$ 2,5 bilhões (exatos US$ 2.492,4 bilhões), 7,2% superior ao montante computado em igual intervalo do ano passado. Em outubro/24, as vendas externas de carne argentina refrigerada e congelada atingiu 68,4 mil toneladas, com receita de US$ 274,3 milhões, que significou uma queda, em volume, de 5,9% e recuou, em receita, de 8,4%, na comparação com os resultados de setembro/24, destaca o relatório do Consórcio ABC. A China foi responsável por 73% dos volumes totais exportados em outubro/24. No acumulado dos 10 primeiros meses do ano, essa participação sobe para 73,6%. Porém, o preço pago pelos chineses pela carne argentina continuam em patamares baixos, girando em US$ 3.360/tonelada em outubro/24, bem inferior ao valor máximo de US$ 5.900 obtido em maio de 2022. Conforme detalhado pelo Consórcio ABC, o preço médio de exportação da carne bovina resfriada e congelada da Argentina atingiu US$ 4.009 tonelada em outubro/24, valor 2,7% inferior ao obtido em setembro/24, mas 6,4% superior ao preço médio de outubro de 2023, de US$ 3.768/tonelada.

Portal DBO

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Paraná foi o 3º estado que mais gerou empregos com carteira assinada no ano, aponta Caged

Estado acumula 163 mil contratações a mais do que desligamentos nos 10 primeiros meses de 2024, melhor desempenho do Sul do Brasil neste período de acordo com dados do Novo Caged. Maior volume de novas vagas está concentrada no setor de serviços e na indústria

 

O Paraná acumula um saldo positivo de 163.206 empregos com carteira assinada gerados nos dez primeiros meses de 2024, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado garante ao Estado o terceiro maior volume de contratações formais do Brasil, atrás apenas de estados mais populosos como São Paulo, que gerou 609.153 vagas, e Minas Gerais, com 207.773. O resultado também marca o melhor desempenho da região Sul. Santa Catarina teve um saldo positivo de 140.011 vagas criadas no ano, enquanto o Rio Grande do Sul, que se recupera dos impactos das enchentes do início de 2024, agora registra 79.925 empregos com carteira assinada a mais do que em relação ao período de janeiro a outubro do ano passado. Apenas em outubro, o Paraná teve um saldo positivo de 10.132 vagas de emprego, que resulta de 173.621 admissões descontadas de 163.489 desligamentos que aconteceram ao longo dos 31 dias do mês. No ano, até o momento, foram registradas 1.731.470 contratações e 1.568.264 demissões no Estado. Com o acréscimo mais recente, o Paraná soma agora um estoque de 3.254.607 vagas de emprego com carteira assinada, o maior volume do Sul do Brasil e o quarto maior em nível nacional, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Todos os segmentos analisados pelo MTE apresentam saldo positivo de vagas criadas em 2024 no Paraná. O destaque é para o setor de serviços, com 81.314 empregos com carteira assinada a mais até outubro. Depois, aparecem a indústria, com 40.679 vagas, o comércio (20.610), a construção (20.196) e a agropecuária (413). O desempenho também foi positivo na análise específica de outubro, com maiores aumentos nos serviços (3.603 vagas), indústria (3.063), comércio (2.704) e construção (1.099). A exceção foi a agropecuária, que se manteve praticamente estável no mês, com 337 desligamentos a mais do que admissões. Os dados do Caged apontam para um equilíbrio de gênero na geração de empregos no Paraná em 2024. De janeiro a outubro, 82.111 homens e 81.095 mulheres a mais passaram a integrar o mercado de trabalho formal, uma proporção de 50,3% de trabalhadores para 47,7% de trabalhadoras. Já em relação à idade, houve uma prevalência maior de contratações na faixa etária de 18 a 24 anos, que somam 80.000 novas vagas no ano. Depois, aparecem os trabalhadores até 17 anos, com 29.559 contratações a mais do que desligamentos, seguidos por aqueles com 30 a 39 anos (21.541), 40 a 49 anos (18.251), 25 a 29 anos (16.581) e 50 a 64 anos (731). A única faixa com saldo negativo foi aquela acima dos 65 anos, que teve 3.457 demissões a mais do que admissões no período. As vagas para quem possui até o ensino médio completo representam a maior parte das novas oportunidades de trabalho, com 109.898 vagas entre janeiro e outubro em relação a 2023. Os outros maiores volumes estão concentrados entre aqueles com ensino médio incompleto (19.614), ensino fundamental completo (10.234), ensino superior completo (9.311) e ensino superior incompleto (6.322). Em todo o Brasil, foram gerados 132.714 empregos formais em outubro, resultado de 2,22 milhões de contratações e de 2,09 milhões de demissões. Ao fim de outubro de 2024, ainda conforme os dados oficiais do MTE, o Brasil chegou a um saldo acumulado de 47,63 milhões de empregos com carteira assinada.

Agência Estadual de Notícias

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar vai a R$ 5,9124 e atinge maior nível da história após frustração com fiscal

Investidores locais e estrangeiros vinham aguardando iniciativas que indicassem mais responsabilidade do governo com as contas públicas, avaliam operadores

 

O dólar à vista disparou na quarta-feira, encerrando a sessão no maior patamar nominal histórico, em meio a frustrações dos investidores com a postura do governo em relação à seara fiscal. O gatilho para a forte depreciação do real foi a notícia antecipada pelo Valor de que o governo deverá anunciar a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas com salários até R$ 5 mil. Investidores locais e estrangeiros vinham aguardando iniciativas que indicassem mais responsabilidade do governo com as contas públicas, avaliam operadores, mas a notícia da possível ampliação da faixa de isenção do IR “frustrou mais uma vez e jogou água na recuperação do real”. Parte da dinâmica de hoje foi resultado da elevação do prêmio de risco, outra parte foi resultado de movimento técnico, com acionamento de “stop loss”, recurso automatizado para o encerramento de posições, diante de dinâmicas mais bruscas. Todo o movimento de hoje foi atribuído ao cenário local, dado que o exterior foi marcado pela desvalorização consistente do dólar, em meio ao fortalecimento do euro e do iene, e da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) irá cortar as taxas de juros no encontro de dezembro. O real vinha exibindo um dos melhores desempenhos frente ao dólar no mês de novembro, perdendo apenas para o peso colombiano, da relação das 33 moedas mais líquidas. Nas últimas sessões, o câmbio permaneceu praticamente estável, diante da expectativa pelas medidas de corte de gastos do governo. Encerrada as negociações do mercado à vista, o dólar fechou em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,9124, o maior patamar nominal histórico. Antes disso, o maior nível havia sido registrado em 13 de maio de 2020, no começo da pandemia de coronavírus. Hoje o dólar encostou na mínima de R$ 5,8015 e bateu na máxima de R$ 5,9288. Já o euro comercial encerrou a sessão com valorização de 2,66%, cotado a R$ 6,2444. O real apresentou o segundo pior desempenho do dia, melhor apenas que o rublo russo. Já o índice DXY recuava 0,87%, aos 106,078 pontos, perto das 17h40. O chefe de tesouraria de um grande banco diz que a comunicação caótica do governo, "colocando a possibilidade dessa bomba ainda neste ano quebrou o mercado”. “Difícil entender essa ansiedade de dar notícias ruins ao mercado em todas as oportunidades. Investidores estrangeiros vão sair de vez do Brasil, e aí demora muito para voltar”.  O executivo lembra, ainda, que a sessão for marcada por “stop loss” nos mercados, principalmente nos juros, mas com algum desmonte também em câmbio. O diretor de investimentos (CIO) da SulAmerica, Luis Garcia, diz ver um lado positivo na pressão do câmbio. “Talvez isso consiga disciplinar o governo. Sempre falo que, de todos os ativos brasileiros, nenhum tem tanto poder disciplinador como o dólar. O governo tem bastante medo não só pelo nível, que chama atenção da população, mas pelo preço que pode afetar a inflação e, consequentemente, afeta a popularidade do presidente.” Garcia afirma, ainda, não ter dúvidas de que os ruídos de hoje minam mais a credibilidade do governo com os agentes financeiros. “Tínhamos a perspectiva de que o ministro [da Fazenda Fernando] Haddad estava conseguindo caminhar no sentido de algo mais estrutural, com a discussão ganhando qualidade. Vimos até o dólar parado aqui, enquanto subia no exterior Só não melhorava porque o mercado não queria antecipar nenhum movimento, uma vez que ficava a dúvida se o presidente Lula iria assinar”, afirma. “Quando você mistura os cortes com isenção de IR, você percebe que o governo não está optando pela linha pragmática adotada no primeiro governo Lula.” Apesar dessa piora de hoje, Garcia diz não ver o Brasil entrando em dominância fiscal por enquanto. “É inevitável que o debate vai ganhar mais tração, mas tecnicamente ainda temos um espaço razoável para chegar neste ponto.” Também de acordo com Garcia, é fácil de dizer o que movimentou o câmbio hoje, já que o real se descolou totalmente dos pares. “O dólar ficou bem mais fraco lá fora. Até o peso mexicano, que vinha pior, teve valorização, enquanto aqui tivemos essa depreciação mais forte do real. Temos transparência no que moveu o dólar por aqui”, diz. No exterior, o índice DXY desde cedo operava em queda firme. A pressão do euro e do iene afetaram o índice, além dos dados econômicos dos Estados Unidos elevarem as chances de que o Federal Reserve (Fed) irá cortar suas taxas no encontro de dezembro. A pressão vinda pelo euro se deu por conta de comentários de Isabel Schnabel, conselheira do Banco Central Europeu (BCE), dizendo que a autoridade monetária precisa ter cautela ao cortar suas taxas, já que elas já não restringem a economia da região. Além do mais, a perspectiva de que o Fed irá cortar suas taxas e de que o Banco do Japão irá elevar seus juros faz com que investidores antecipassem posições na véspera de feriado de “Thanksgiving”, o que valorizou o iene contra o dólar.

Valor Econômico

 

Ibovespa perde 128 mil pontos e fecha na mínima do dia com desconfiança fiscal 

O índice encerrou a sessão com queda de 1,73%, aos 127.669 pontos

 

Notícias de que a divulgação do pacote de corte de gastos poderá ocorrer com o anúncio da isenção do Imposto de Renda a salários de até R$ 5 mil elevaram a desconfiança de agentes financeiros e provocaram uma forte reversão no mercado local na parte da tarde, o que também afetou o Ibovespa. O índice encerrou a sessão com queda de 1,73%, aos 127.669 pontos, na mínima do dia. Na máxima, ele chegou a tocar nos 130.283 pontos. Segundo o noticiário, a proposta que poderá ser apresentada pelo governo com relação à isenção de Imposto de Renda poderia levar a uma perda de arrecadação entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, o que poderia ser compensado pela taxação de “super-ricos”. Agentes financeiros avaliam, porém, que a elevação da faixa de isenção do IR deverá ofuscar e exigir medidas de corte ainda mais robustas por parte do governo. Ao contrário da sessão anterior, o dia foi de recuo em bloco dos papéis de bancos. O destaque negativo ficou por conta das units do BTG Pactual, que recuaram 5,23%, a R$ 32,05. Por outro lado, ações de mineradoras e siderúrgicas foram beneficiadas: os papéis da Vale subiram 1,22%, assim como Usiminas PNA (+1,92), Gerdau PN (+0,90%), CSN Mineração (+0,58%) e CSN (+0,81%). Na véspera do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que manterá os mercados fechados amanhã, o volume financeiro no índice foi de R$ 19,5 bilhões e de R$ 26,5 bilhões na B3. Em NY, o dia foi negativo para os principais índices acionários americanos: o Nasdaq recuou 0,59%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones caíram 0,38% e 0,31%, nessa ordem. “Foi um balde de água fria. Estamos lutando para entregar um equilíbrio das contas públicas. O corte de gastos de R$ 70 bilhões é o mínimo para manter o arcabouço fiscal de pé. Se ele [Haddad] assumir mais essa dívida [da isenção do IR], quebra a perna do arcabouço”, critica o sócio-fundador da Ajax Asset Management, Rafael Passos. O gestor de renda variável da Ace Capital, Tiago Cunha, vai na mesma linha e diz ver como praticamente “impossível” a chance de que o governo consiga pagar essa isenção mais o valor que estava sendo estimado pelo mercado em termos de cortes. Nesse sentido, ele avalia que a chance de um rali para as ações brasileiras no fim do ano foi “embora”. Se o anúncio da isenção ocorrer sem os devidos ajustes na outra ponta por meio dos cortes de despesas, Cunha avalia que o impacto maior deve ser sofrido por ações domésticas, diante da subida dos juros futuros, assim como ocorreu na sessão de hoje.

Valor Econômico

 

País tem saldo positivo de 132 mil vagas de trabalho com carteira assinada em outubro

A abertura de vagas de trabalho foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 71 mil postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 44 mil vagas

 

Após a criação de 251.560 vagas em setembro (dado revisado na quarta-feira, 27), o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 132.714 carteiras assinadas em outubro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de empregados e Desempregados (Caged), divulgados na quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho. O resultado do décimo mês de 2024 decorreu de 2.222.962 admissões e 2.090.248 demissões. O saldo é o pior resultado para este mês considerando a série histórica do Novo Caged, iniciada em 2020 (sem ajustes). Em outubro de 2023, houve abertura de 187.070 vagas com carteira assinada, na série ajustada. O mercado financeiro esperava uma diminuição do ritmo na comparação com setembro, mas o resultado veio abaixo até mesmo do piso das estimativas de analistas consultados elo Estadão/Projeções Broadcast. A mediana indicava a criação líquida de 200 mil vagas com carteira assinada e o intervalo das estimativas, todas positivas, variavam de 175 mil a 250 mil vagas formais criadas. Serviços puxam o resultado. A abertura de vagas de trabalho foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 71.217 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 44.297 vagas. Já a indústria gerou 23.729 vagas em outubro. Vagas recuaram na construção e no agro. Por outro lado, houve fechamento de vagas no setor de construção, em 767 vagas, e na agropecuária, em 5.757 postos. O melhor e o pior desempenho por Estado. No décimo mês do ano, 24 das 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho entre os Estados foi registrado em São Paulo, com saldo positivo de 47.255 postos de trabalho. Já o pior aconteceu na Bahia, onde 579 vagas foram fechadas. Quanto ganha em média quem foi admitido. O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada foi de R$ 2.153,18 em outubro. Comparado ao mês anterior, houve uma redução de R$ 18,96 no salário médio de admissão, uma queda de 0,87%.

O Estado de São Paulo

 

Confiança da indústria no Brasil recua pelo terceiro mês consecutivo, diz FGV

A confiança da indústria no Brasil recuou pela terceira vez consecutiva em novembro, registrando a quarta queda do ano, devido à piora tanto na percepção do setor sobre a situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) na quarta-feira (27)

 

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) recuou 1,3 ponto em novembro na comparação com o mês anterior e foi a 98,6 pontos. "O resultado sugere que os empresários estão cautelosos com o fim do ano, uma vez que a atividade do setor começa a dar sinais de arrefecimento", explicou o economista Stéfano Pacini, do FGV Ibre. Um dos fatores para a queda do ICI em novembro veio do ISA (Índice de Situação Atual), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, com recuo de 1,2 ponto no mês, para 101,7 pontos. No ISA, houve forte piora nos componentes sobre o nível de demanda e sobre a situação atual dos negócios, ambos com queda de 2,9 pontos em novembro, a 102,1 pontos e 101,1 pontos, respectivamente. O IE (Índice de Expectativas), indicador da percepção sobre os próximos meses, também contribuiu negativamente para a confiança, registrando baixa de 1,4 ponto no mês, a 95,4 pontos, o menor nível desde novembro de 2023 (92,6 pontos). Em novembro, houve queda da confiança em 14 dos 19 segmentos industriais pesquisados. "No cenário macroeconômico, o ciclo de alta da taxa de juros com o intuito de segurar pressões de custos tende a conter a atividade econômica de um setor que teve a demanda aquecida durante quase todo o ano", avaliou Pacini.

Reuters

 

Juros futuros sobem e taxas longas vão às máximas desde 2023 com mal-estar fiscal 

A taxa do DI com vencimento para janeiro de 2026 subiu de 13,28%, do ajuste anterior, para 13,50% e a do DI para janeiro de 2031 foi de 12,92% para 13,29%

 

Os juros futuros encerraram a sessão da quarta-feira (27) em forte alta, pressionados pela frustração dos investidores com as notícias envolvendo o pacote de ajuste fiscal, que deve ser anunciado oficialmente na noite de hoje, e a possibilidade de que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil seja divulgada junto. Com isso, o noticiário minou a já baixa confiança do mercado nos esforços fiscais do governo, provocando uma ampla deterioração dos ativos domésticos. Vale ressaltar ainda que o movimento local contrariou o fechamento da curva de juros nos Estados Unidos, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) continue a flexibilizar a sua política monetária em dezembro. Ao fim da sessão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 subiu de 13,28%, do ajuste anterior, para 13,50%; a do DI de janeiro de 2027 saltou de 13,325% para 13,62%; a do DI de janeiro de 2029 teve forte alta de 13,08% a 13,45% e a do DI de janeiro de 2031 foi de 12,92% para 13,29%. Com a deterioração de hoje, os juros futuros alcançaram novos recordes para o ano, enquanto as taxas de longo prazo renovaram as máximas desde março de 2023. A curva a termo ainda chega a precificar uma Selic de quase 14,5% no fim do ciclo de aperto monetário do Banco Central. Nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de dez anos anotava queda de 4,310% para 4,253%, perto do horário de fechamento do mercado doméstico. A notícia, antecipada pelo Valor, de que o governo deve anunciar de forma conjunta ao pacote de corte de gastos a isenção do IR para rendas de até R$ 5 mil foi o estopim para a piora dos ativos domésticos à tarde. Comentários do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, de que não há no pacote mudanças no seguro-desemprego e de que deve ocorrer um aumento dos tributos a indivíduos de alta renda, ajudou a deteriorar o quadro do mercado local. Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimentos, entende que o noticiário de hoje mostrou que a disposição do governo em cortar gastos “é realmente muito baixa” ao tentar combinar medidas para melhorar o problema fiscal com outra “claramente populista”. “Me parece que o governo já está pensando em 2026. O que é um sinal muito ruim. Se já está assim no segundo ano de mandato, imagina no terceiro ou no quarto?”, questiona. Pires lembra, ainda, que o custo da isenção do IR a rendas de até R$ 5 mil é “muito alto”, já que cerca de 80% da população brasileira ganha abaixo dessa faixa. O governo argumenta que medidas para aumentar a tributação à camada mais rica da população tornará o impacto fiscal da isenção do IR neutro. Pires, contudo, alerta que os indivíduos de maior poder aquisitivo têm capacidade de mobilização de capital alta, o que pode levar a uma retirada de capital do Brasil para o exterior. Além da deterioração dos mercados locais, a decepção com as medidas fiscais e a isenção do IR levaram o mercado a precificar uma Selic ainda mais alta no ano que vem. “Muito provavelmente, a medida de isentar o IR vai virar consumo imediato, o que tem potencial de ser inflacionário de forma muito rápida”, pontua Pires. Assim, a curva de juros futuros precifica, conforme os níveis do fechamento de hoje, uma Selic de 14,245% no último trimestre de 2025, após ter chegado a quase 14,5% no momento de maior estresse do mercado. Além disso, a alta de juros precificada para a próxima reunião do Copom, em dezembro, é de 0,82 ponto percentual, o que indica que já há apostas de que o colegiado suba os juros nominais em 1 ponto percentual. “Desde o início do debate [sobre o corte de gastos] a ‘ala política’ tem vencido os embates. O [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad parece cada vez mais isolado. Os seus colegas ministros não o ajudam e o Executivo, no papel do Lula, claramente pende para o lado mais populista”, diz o diretor da MAG Investimentos.

Valor Econômico

 

Fazenda estima impacto de R$ 35 bi com isenção do IR, valor compensado com imposto maior para renda acima de R$ 50 mil

O Ministério da Fazenda estima que ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês terá um impacto fiscal de R$ 35 bilhões por ano, valor que será integralmente compensado pela taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês 

 

Na noite da quarta-feira (27), o ministro Fernando Haddad confirmou que o governo vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para isentar de IR quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, está isento quem ganha até dois salários-mínimos, o equivalente a R$ 2.824. Haddad, contudo, não informou o impacto fiscal da medida, que será detalhada em entrevista coletiva nesta quinta-feira (28). A renúncia de arrecadação, segundo o pronunciamento feito nesta quarta-feira pelo ministro, será compensada por quem ganha mais de R$ 50 mil por mês. Ele não detalhou como será a cobrança, mas o Valor apurou que será proposta uma alíquota mínima efetiva de 10% no IR para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês. O cálculo da alíquota efetiva considerará todas as rendas, inclusive aquelas tributadas exclusivamente na fonte e isentas, como distribuição de lucros e dividendos e rendimentos financeiros isentos. Se a alíquota efetiva paga pelo contribuinte estiver abaixo de 10%, paga um adicional para chegar em 10%. É possível, segundo apurou o Valor, que haja algum fator de redução para quem tenha renda total de R$ 600 mil a R$ 1,2 milhão por ano. Já para quem ganha mais de R$ 1,2 milhão, a alíquota efetiva de 10% incidirá integralmente. Já a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional) estima que a ampliação da faixa de isenção do IR custará cerca de R$ 45 bilhões por ano. A medida também aumentaria o número de isentos de 14,5 milhões para 30,6 milhões. “A isenção para quem ganha até R$ 5 mil é uma medida justa, que deve impulsionar a economia e aumentar o consumo. No entanto, o impacto fiscal estimado em R$ 45 bilhões por ano exige soluções robustas para compensação de receitas”, diz, em nota, Mauro Silva, presidente da associação. O presidente da Unafisco também chamou atenção para o desafio de implementar a isenção do IR, de forma a não criar distorções na tributação de rendas próximas ao limite proposto. “O impacto positivo da medida é inegável, especialmente para a classe média, mas é preciso pensar em como tratar aqueles que ganham pouco acima do limite, como R$ 5.100 ou R$ 5.200. Sem ajustes na tabela ou medidas complementares, essas pessoas podem acabar sendo penalizadas de forma desproporcional”, alertou Silva.

Valor Econômico


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