Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 755 | 26 de novembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Consumo interno de carne bovina se retrai
Semana abre com estabilidade nas cotações nas principais praças brasileiras; em SP, animal terminado vale R$ 350/@, tanto o bovino "comum" quanto o boi-China, informou a Agrifatto. No Paraná, o boi vale R$340,00 por arroba. Vaca a R$315,00. Novilha a R$325,00. Escalas de abate de seis dias.
Em um cenário de calmaria, típico de segunda-feira, o preço médio do boi gordo em São Paulo se manteve estável. “Apesar de algumas negociações pontuais acima da média de referência, a arroba se firmou em R$ 350 para os bois comuns e para os da categoria China, sem incluir os prêmios adicionais do tipo Cota Hilton”, afirmaram os analistas da consultoria Agrifatto. Nas outras 16 praças brasileiras monitoradas pela Agrifatto, o valor do animal terminado ficou em R$ 318,40/@. Segundo a consultoria, neste fim de semana, no interior do Estado de São Paulo e na região Nordeste do Brasil, tanto as vendas no varejo de carne bovina quanto as distribuições atacadistas foram consideradas fracas. “Essa situação já acendeu um alerta vermelho, levando vários frigoríficos a alternarem os abates para alinhar a produção ao consumo”, observam os analistas da Agrifatto. “Isso demonstra que, apesar das aquisições de carnes com ossos na semana passada terem sido menores que nas anteriores, o consumidor, sem recursos financeiros, e à beira da exaustão devido aos preços elevados, leva as mercadorias circularem lentamente”. Tal situação, acredita a Agrifatto, pode perdurar pelas próximas semanas, pois, a primeira quinzena de dezembro, apesar do pagamento de salários, benefícios sociais e décimo terceiro, tradicionalmente apresenta desempenho fraco. “A aceleração (do consumo) costuma ocorrer com a proximidade das festas natalinas e de fim de ano”. Na semana passada, o boi gordo continuou a sustentar o seu movimento de alta, diz a Agrifatto. “No físico, já são 24 semanas consecutivas de valorização”, destacou a consultoria. No mercado futuro, a última sexta-feira (22/11) foi marcada por uma onda de otimismo, o que resultou em alta generalizada entre os contratos do boi gordo. O vencimento para janeiro/25 atingiu uma nova máxima, encerrando o pregão a R$ 346,30/@, um avanço de 2,17% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo desta segunda-feira (25/11), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$350,00 a arroba. O “boi China”, R$350,00. Média de R$350,00. Vaca a R$325,00. Novilha a R$335,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China”, R$340,00. Média de R$340,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$335,00 a arroba. O “boi China”, R$335,00. Média de R$335,00. Vaca a R$315,00. Novilha a R$325,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de onze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$340,00. Média de R$340,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$305,00 a arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de nove dias; Maranhão — O boi vale R$305,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de seis dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Exportações de carne bovina avançam em receita até a quarta semana de novembro/24
Preço médio pago pela carne bovina registrou avanço de 5,9%
Segundo Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do MDIC, as exportações de carne bovina in natura alcançaram 179,9 mil toneladas até a quarta semana de novembro/24. O volume embarcado no mesmo período do ano anterior chegou em 187,9 mil toneladas em 20 dias úteis em novembro/23. A secretaria informou que a média diária movimentada até a quarta semana de novembro/24 ficou em 12,8 mil toneladas, avanço anual de 36,8%, sendo que a média diária exportada no mês de novembro do ano passado ficou em 9,3 mil toneladas. Com relação ao preço médio, o valor ficou em US$ 4.864 mil por tonelada, leve avanço de 5,9% frente ao valor negociado em novembro/23, que estava em US$ 4.592 mil por tonelada. Com relação ao valor negociado para o produto ficou em US$ 875,4 milhões. No ano anterior a receita total foi de US$ 863,2 milhões. A média diária ficou em US$ 66,5 milhões, avanço de 44,9%, frente ao observado no mês de novembro do ano passado, que ficou em US$ 43,1 milhões.
SECEX/MDIC
SUÍNOS
Suínos: Demanda segue firme
Segundo a Scot Consultoria, a carne suína está mais competitiva frente a proteína bovina. Na parcial de novembro, o boi casado teve valorização superior a carcaça suína
Para a Scot Consultoria, o mercado deve permanecer firme no curto prazo, a depender de como será o giro de mercadorias. De acordo com a Scot, o preço da carcaça suína especial apresentou ganho de 0,65% e está precificado em R$ 15,50/kg. Já o preço médio da arroba do suíno CIF permaneceu estável e está sendo negociado em R$ 191,00/@. De acordo com o levantamento realizado pelo Cepea na última sexta-feira (22), o Indicador do Suíno Vivo em Minas Gerais registrou estabilidade e segue em R$ 10,26/kg. No Paraná, o preço do animal não teve alteração e está precificado em R$ 9,77/kg e teve ganho de 0,10%. Já na região do Rio Grande do Sul, o animal apresentou alta de 0,11% e está precificado em R$ 9,49/kg. Em São Paulo, o valor ficou próximo de R$ 10,12/kg e apresentou estabilidade. Em Santa Catarina, o valor do suíno permaneceu cotado em R$ 9,72/kg.
Cepea
FRANGOS
Frango: estabilidade nos preços na granja paulista
O mercado do frango segue registrando estabilidade nas cotações e a tendência é que os preços devem seguir firmes nos próximos dias. De acordo com a Scot Consultoria, as antecipações devido aos feriados surtiram efeito no atacado, mesmo com a entrada da segunda quinzena do mês
Segundo Scot Consultoria, o mercado atacadista deve assistir boa demanda, com o varejo indo às compras para se restabelecer com a proximidade da chegada de dezembro e isso também pode se refletir nos preços na granja. Com base no levantamento realizado na última sexta-feira (22), o preço do frango congelado seguiu estável e está precificado em R$ 8,07 por quilo. Já o valor para o frango resfriado, a cotação apresentou estabilidade e está próximo de R$ 8,17 por quilo. De acordo com Scot Consultoria, a ave terminada nas granjas paulistas segue com estabilidade e cotada em R$5,50 por quilo. Já para o atacado, a referência do frango também seguiu estável e precificada ao redor de R$ 7,55 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná apresentou estabilidade e está cotado em R$ 4,65/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgou que o frango vivo seguiu com estabilidade e sendo negociado em R$ 4,49/kg.
Scot Consultoria
Volume embarcado de carne de frango alcança 353,6 mil toneladas até a 4ª semana de novembro/24
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do MDIC, o volume exportado de carne de aves in natura chegou em 353.675 mil toneladas até a quarta semana de novembro/24. No ano passado, o volume exportado alcançou 356,2 mil toneladas em 20 dias úteis de novembro/23.
A média diária ficou em 25,2 mil toneladas, aumento de 41,8% frente à média diária exportada do ano anterior, com 17,8 mil toneladas. O preço pago pelo produto ficou em US$ 1.881 por tonelada, alta de 6,1% se comparado com os valores praticados em novembro do ano anterior, que estavam próximos de US$ 1.773 por tonelada. A receita obtida até a quarta semana do mês de novembro ficou em US$ 665,3 milhões, enquanto em novembro do ano anterior o valor ficou em US$ 631,9 milhões. A média diária do faturamento ficou em US$ 47,5 milhões, avanço de 50,4% frente a média diária observada em novembro do ano anterior, que ficou em US$ 31,5 milhões.
SECEX/MDIC
EMPRESAS
Após forte pressão, CEO global do Carrefour deve pedir desculpas ao Brasil; carta já está pronta
Alexandre Bompard decidiu voltar atrás e deve pedir desculpas ao país e aos frigoríficos brasileiros pelas declarações controversas a respeito dos requisitos e padrões de venda da carne oriunda do Mercosul
O presidente global do Carrefour, Alexandre Bompard, decidiu voltar atrás e deve pedir desculpas ao país e aos frigoríficos brasileiros pelas declarações controversas a respeito dos requisitos e padrões de venda da carne oriunda do Mercosul, apurou o Valor. Pelo teor do documento, Bompard não deve afirmar que a França voltará a comprar carne dos países do bloco econômico, pois a rede entende que o volume é ínfimo. A questão, portanto, não deve ser mencionada. A decisão foi tomada com a escalada das pressões políticas e econômicas nas últimas horas, contra a empresa, e contra Bompard, seu principal executivo. Anúncios de empresas de boicote de venda de produtos para a varejista cresciam, e nas redes sociais, críticas de consumidores vinham aumentando desde o início desta segunda-feira (25. Há o risco de o Atacadão perder a liderança para o Assaí no quarto trimestre, se a questão não for resolvida rapidamente, confirmou o Valor com três fontes a par do tema. A ideia é que uma carta com esse teor seja oficialmente entregue, primeiramente, pela embaixada da França ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, num respeito à posição do governo, num encontro que deve ocorrer possivelmente amanhã. As conversas para o contato estão em andamento. No texto, Bompard, que assina o documento, deve ressaltar a longa história de parceria com a indústria do setor, numa parceria de 50 anos, e reforçar a qualidade do produto brasileiro. O Valor apurou que o ministro só aceitará o pedido se o teor for claramente entendido como uma confissão de erro, e esse recado já chegou à rede, e esse é o maior cuidado do Carrefour na elaboração desse texto. Uma versão pode ser enviada previamente ao ministro, inclusive, dizem fontes. Inicialmente, é esperado que o embaixador francês na capital federal, Emmanuel Lenain, faça esse contato com o ministro, mas caso exista alguma dificuldade de agenda, o atual presidente do Carrefour no Brasil, Stéphane Maquaire, deve ir ao encontro. A expectativa da rede é que, com as desculpas diretas do próprio CEO global, que criou toda a crise em torno do tema, a situação seja resolvida. Como o Valor noticiou no sábado (23), houve soluções iniciais estudadas no fim de semana para resolver a questão, como uma retratação pública de outro executivo do grupo na França, ou do CEO brasileiro. Mas o governo brasileiro não aceitaria um pedido de desculpas que não fosse de Bompard, apurou o Valor. No fim da tarde da segunda, cerca de 40 empresas já estariam na lista de boicote ao Carrefour e deputados anunciavam apoio a campanhas de boicote de consumidores às lojas da empresa, formada pelos grupos Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.
Valor Econômico
Frigoríficos suspendem fornecimento de carne ao Carrefour Brasil
Processadores de carne suspenderam o fornecimento ao Carrefour Brasil, afirmou o grupo supermercadista na segunda-feira, com frigoríficos reagindo à declaração da liderança do varejista na França contra a carne do Mercosul.
"Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade", afirmou o Carrefour Brasil em comunicado. O presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, prometeu na semana passada manter a carne sul-americana fora das prateleiras da rede na França, em uma atitude vista pelo setor no Brasil, maior exportador global de carne bovina, como protecionista, em meio às discussões para um acordo Mercosul e União Europeia. A França, um dos maiores produtores agrícolas do bloco, é contrária a um acordo com o Mercosul, diante de preocupações de que seus agricultores sejam prejudicados pelo avanço de safras e produtos sul-americanos. O Carrefour Brasil citou ainda, em comunicado, que está em busca de "soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil". O Carrefour Brasil ressaltou ainda que "não há falta de carne nas lojas até este momento". No final de semana, o Carrefour havia classificado como "improcedente" a alegação de que a rede estava sofrendo desabastecimento no Brasil, após notícia de que frigoríficos brasileiros teriam parado de fornecer carne no país, como um boicote à varejista depois da declaração do presidente da empresa francesa. Representantes do Carrefour disseram à Reuters que o varejista atualmente não vende na França carne do Mercosul. Empresas como JBS, Marfrig e Minerva pararam de fornecer carne ao Carrefour Brasil, segundo notícias publicadas na mídia. Procurada, a Marfrig manteve sua posição de não comentar o assunto, mesmo comentário feito mais cedo pela Minerva. A JBS não comentou o assunto imediatamente. A unidade brasileira do Carrefour foi responsável por cerca de 20% das vendas totais do grupo francês, de acordo com dados do terceiro trimestre. O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, disse nesta segunda-feira que estava feliz com a decisão dos fornecedores locais, após ter chamado na semana passada a promessa de Bompard de uma "ação orquestrada" por empresas francesas para sabotar o pacto comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que as autoridades pretendem finalizar este ano. Os analistas do Goldman Sachs estimaram que cada dia de vendas de carne perdidas, incluindo carne bovina, de frango e suína, pode representar um declínio de até 1,8% nas estimativas de lucro líquido do quarto trimestre do Carrefour Brasil.
Reuters
GOVERNO
Ministro Fávaro reforça atuação dos adidos agrícolas na abertura de novos mercados globais
Em reunião no Mapa, o ministro destacou a importância da cooperação internacional para impulsionar o agronegócio brasileiro
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu na segunda-feira (25), na sede do Ministério, os 29 adidos agrícolas brasileiros em missão, além dos profissionais recém-designados para atuar nas 11 novas adidâncias. "Fortalecer as relações diplomáticas e ampliar mercados internacionais são prioridades da atual gestão, conforme orientação do presidente Lula", afirmou o ministro Fávaro, destacando as contribuições do Mapa. "Realizamos mais de 72 missões internacionais para estreitar laços comerciais. A vocês, adidos, cabe identificar as oportunidades de cada país, para fortalecer o agronegócio brasileiro. Juntos, vamos aumentar a eficiência do setor e gerar mais empregos." O Brasil já abriu 281 novos mercados para produtos agropecuários em 61 destinos. As novas adidâncias desempenharão um papel essencial na identificação de oportunidades e no fomento à cooperação internacional, contribuindo para ampliar mercados e consolidar parcerias estratégicas. "O trabalho de vocês ao redor do mundo está criando muitas oportunidades para o Brasil. Vamos continuar ampliando mercados e explorando novas possibilidades", destacou Fávaro. A reunião contou com a presença do secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua; do secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Pedro Alves Corrêa Neto; do secretário-executivo, Irajá Lacerda; do secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart; e do secretário-adjunto de Política Agrícola, Wilson Vaz. Atualmente, o Brasil possui adidos agrícolas em 29 locais estratégicos, incluindo África do Sul, Alemanha, Angola, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China (dois adidos), Colômbia, Coreia do Sul, Egito, Estados Unidos, França (na Delegação do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas em Paris), Índia, Indonésia, Itália (na Delegação Permanente do Brasil junto à FAO e outros organismos internacionais), Japão, Marrocos, México, Suíça (na Delegação do Brasil junto à OMC e outras organizações econômicas em Genebra), Peru, Reino Unido, Rússia, Singapura, Tailândia, Bélgica (na Missão do Brasil junto à União Europeia em Bruxelas, com dois adidos) e Vietnã. Com a ampliação, o Brasil contará com adidos agrícolas em mais 11 países: Argélia, Bangladesh, Chile, Costa Rica, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Filipinas, Irã, Malásia, Nigéria e Turquia. Essa expansão reforça o compromisso do Mapa em promover o agronegócio brasileiro em mercados estratégicos e diversificados ao redor do mundo.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Decisão do Carrefour reflete entendimento infundado sobre o agro brasileiro, diz embaixada do brasil na França
Em nota, o órgão diplomático do Brasil no país europeu apontou desinformações sobre a agropecuária nacional, inclusive a de que o fornecimento de carne do Mercosul ‘não respeita as exigências e normas' da Europa
A embaixada do Brasil em Paris disse, em nota à imprensa, que o governo brasileiro lamenta o comunicado do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, sobre a decisão do grupo de suspender a compra de carnes do Mercosul, anunciada na última quarta-feira, 20. “A referida comunicação reflete entendimento e temores infundados sobre a sustentabilidade e a qualidade dos produtos ofertados pela agropecuária brasileira, os quais não se coadunam com a prática de negócios do próprio Carrefour, que, diariamente, oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros, bem como sobre eventual risco aos produtores e consumidores europeus decorrente de importações do Mercosul”, afirmou a embaixada na nota. Na nota, a embaixada destacou que o Brasil respeita a oposição de qualquer setor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. “Tal posição, no entanto, não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação contra produtos brasileiros”, criticou a embaixada brasileira na França. Na publicação, o governo brasileiro desmentiu três desinformações sobre a agropecuária nacional. Segundo o governo, é falsa a declaração de que há risco de “transbordamento de carne do Mercosul no mercado francês, que não respeita as suas exigências e normas”. A Embaixada destacou, na nota, que a União Europeia (UE) importa apenas 5% de carne bovina que consome anualmente, de 6,5 milhões de toneladas. “A Europa exporta mais carne do que importa. A cota de carne bovina oferecida ao Mercosul corresponde a apenas 1,5% do consumo europeu”, esclareceu a Embaixada. A Embaixada ressaltou ainda que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não “compromete os elevados padrões produtivos e sanitários” adotados em ambas as regiões. “O Brasil orgulha-se de ser, há décadas, fornecedor seguro de proteína animal ao mercado europeu, bem como de sua capacidade de atender plenamente às exigências e controles sanitários de mais de 160 países, incluindo os rigorosos controles da União Europeia”, citou a embaixada. Por fim, a representação do governo brasileiro na França afirmou que os produtores brasileiros estão sujeitos a normas de sustentabilidade e produção frequentemente mais rigorosas do que as da União Europeia (UE). “Nosso Código Florestal reserva entre 20% e 80% da área total das propriedades rurais para preservação da vegetação nativa (80% em todo o bioma amazônico), cifras sem paralelo na regulação ambiental europeia”, destacou a embaixada do Brasil em Paris.
O Estado de São Paulo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em leve baixa, ainda acima de R$5,80
Após ensaiar uma queda mais firme pela manhã, o dólar fechou a segunda-feira praticamente estável, ainda acima dos 5,80 reais, com parte do mercado aproveitando cotações um pouco mais baixas para comprar moeda, enquanto no exterior a divisa dos EUA cedia ante a maior parte das demais na esteira da indicação do novo secretário do Tesouro norte-americano
O dólar à vista fechou o dia com leve baixa de 0,18%, cotado a 5,8036 reais. Em novembro, a divisa acumula alta de 0,38%. Às 17h06, o dólar para dezembro -- o mais líquido atualmente no Brasil -- caía 0,09%, aos 5,8050 reais. A moeda norte-americana abriu o dia em baixa ante boa parte das demais divisas, incluindo o real, com o mercado reagindo positivamente à decisão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira de indicar o gestor Scott Bessent como Secretário do Tesouro do futuro governo, encerrando semanas de especulação sobre a escolha. Veterano de Wall Street, Bessent é visto por analistas como um conservador na área fiscal, o que ajudava a aliviar as preocupações em relação à trajetória da dívida pública dos EUA. O recuo do dólar, no entanto, não se sustentou. “A boa surpresa para o câmbio foi a escolha feita por Trump do novo secretário do Tesouro. Isso deu uma acalmada nos mercados, tirou a pressão dos (rendimentos dos) Treasuries, e explicou a valorização na largada do real”, comentou Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI investimentos. “Muito importador aproveitou a queda pela manhã e isso aumentou a demanda por dólar, que voltou a subir”, acrescentou Viotto. Após o governo ter anunciado na noite de sexta-feira o bloqueio adicional de 6,04 bilhões de reais do Orçamento federal para 2024, com o objetivo de assegurar o cumprimento das regras do arcabouço fiscal, o mercado aguarda agora o pacote de medidas de contenção de gastos do governo, mirando os próximos anos. Em Brasília o governo seguiu na segunda-feira articulando o pacote, sem que haja confirmação de quando as medidas serão anunciadas.
Reuters
Ibovespa fecha estável com alívio externo e à espera de pacote fiscal
Investidores aguardam o anúncio do pacote de corte de gastos pelo governo federal, que pode ser divulgado na terça-feira
O alívio no ambiente externo com a indicação de Scott Bessent como secretário do Tesouro dos Estados Unidos deu suporte para ativos domésticos, mas não foi capaz de fazer o Ibovespa terminar a sessão da segunda-feira (25) no campo positivo. Em um dia de forte volatilidade, o índice recuou 0,07%, aos 129.036 pontos, oscilando entre os 128.932 pontos e os 129.495 pontos. Investidores aguardam ainda o anúncio do pacote de corte de gastos, que pode ser divulgado amanhã. Em meio a um “boicote” anunciado por alguns frigoríficos brasileiros após comentários feitos pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, na última quarta-feira (20), os papéis da Minerva, BRF e Marfrig avançaram 1,77%, 0,95% e 0,88%, nessa ordem. Apenas os papéis da JBS recuaram 2,10%. Segundo apurações do Valor, Bompard tem sido pressionado por setores na França a recuar de sua promessa de não comprar mais carne do Mercosul. Mesmo com a polêmica, os papéis do Carrefour subiram 1,05%, a R$ 6,71, com o recuo dos juros futuros. Depois de registrar um forte avanço na sessão anterior, os papéis da Petrobras recuaram no pregão de hoje. As ações PN caíram 0,61%, a R$ 39,18, enquanto as ON tiveram queda de 0,97%, a R$ 42,82, em um dia de contração nos preços dos contratos de petróleo. O volume financeiro do índice foi de R$ 22,6 bilhões e de R$ 27,8 bilhões na B3, bem acima do valor visto dos últimos dias. Ministros de várias Pastas voltaram a se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a Junta de Execução Orçamentária (JEO) durante a segunda, mas nenhum anúncio, sobre o pacote de corte de gastos, foi feito. Uma pesquisa realizada pela XP Investimentos revelou que a maioria dos entrevistados espera um anúncio de cerca de R$ 40 bilhões em cortes de gastos para o ano de 2026. Na prática, porém, os participantes acreditam que as medidas irão produzir uma economia menor, de R$ 27,5 bilhões. O estudo ouviu 71 players institucionais financeiros.
Valor Econômico
Mercado eleva projeções para Selic e inflação em 2025, com alta do dólar, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente sua projeção para o nível da Selic no próximo ano, em meio a uma expectativa também mais alta para o avanço do IPCA em 2025, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12,25%, de 12,00% na semana anterior. Para 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 11,25%, manteve-se em 11,75% pela oitava semana consecutiva. O BC volta a se reunir em dezembro para a última decisão de política monetária do ano. Neste mês, o Copom decidiu acelerar o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, em decisão unânime de sua diretoria, que não indicou os próximos passos da política monetária. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda um aumento sólido na projeção para o IPCA no próximo ano, agora com alta de 4,34% -- próximo do teto da meta perseguida pelo BC --, ante 4,12% há uma semana. Em 2024, o avanço do índice deve chegar a 4,63%, ligeiramente abaixo dos 4,64% projetados anteriormente. As contas para 2026 e 2027 também mostraram alta, com a inflação calculada respectivamente em 3,78% e 3,51%, de 3,70% e 3,50% na semana anterior. O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As alterações nas projeções para a Selic e para a inflação ocorrem na esteira da piora das previsões do próprio governo para a alta dos preços, elevando os temores dos agentes financeiros de um cenário de descontrole inflacionário. Na segunda-feira passada, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda apontou uma deterioração em sua visão para a inflação, com a projeção para o IPCA indo a 4,40% em 2024, ante previsão de 4,25% feita em setembro, enquanto o índice para 2025 foi ajustado de 3,4% para 3,6%. A secretaria apontou para a "aceleração significativa" nos preços de carnes, de leite e derivados e do café e para o aumento nas tarifas de energia elétrica, que levaram o IPCA a acumular alta de 4,76% nos 12 meses até outubro, mas disse que os preços devem voltar a desacelerar até o fim do ano. O mercado também vem demonstrando desânimo com a economia brasileira em meio à demora do anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo, que busca garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo. A expectativa é que a divulgação do pacote possa ocorrer nesta semana. No Focus desta segunda, houve ainda novo aumento na expectativa para a cotação do dólar em 2024, agora em 5,70 reais, de 5,60 reais na semana anterior. No próximo ano, a moeda norte-americana deve atingir 5,55 reais, segundo os analistas, ante 5,50 reais há uma semana. Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 3,17% neste ano, acima da expectativa de 3,10% da semana anterior. Em 2025, a projeção é de que a expansão seja de 1,95%, um aumento ligeiro sobre a alta de 1,94% da pesquisa anterior.
Reuters
Bancos mantêm estável previsão de avanço do crédito em 2024 e sobem projeção para 2025
O estudo contou com a participação de 17 instituições financeiras e foi realizado entre os dias 13 e 19 de novembro
A projeção dos bancos para o crescimento da carteira de crédito este ano se manteve praticamente estável, ficando em 10,5% em novembro, ante os 10,6% registrados na sondagem anterior, de setembro. Para 2025, a expectativa subiu para 9,3%, de 9,1% antes. Os dados são da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. O estudo contou com a participação de 17 instituições financeiras e foi realizado entre os dias 13 e 19 de novembro. “O resultado da pesquisa consolida a expectativa de uma expansão do crédito na faixa de dois dígitos neste ano, em um ambiente de atividade econômica e mercado de trabalho mais aquecidos do que o esperado”, avalia em nota o diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban, Rubens Sardenberg. A previsão para a carteira com recursos livres em 2024 permaneceu estável em 9,9%. Dentro do segmento, a carteira destinada às empresas teve revisão positiva, com projeção de avançar 8,5%, ante 8,2% na pesquisa anterior. Por outro lado, o crédito livre para as famílias sofreu revisão para baixo, de 11,3% para 11,1%. Em relação à carteira com recursos direcionados, a projeção de crescimento recuou, passando de 11,9% para 11,7%. Segundo a Febraban, a queda foi puxada pelo crédito destinado às empresas, cuja projeção passou de 12,1% para 10,7%, refletindo a reavaliação do impacto dos programas públicos, especialmente os direcionados ao Rio Grande do Sul, cujo desempenho ficou abaixo do esperado. Por outro lado, a estimativa de expansão de crédito direcionado destinado às famílias voltou a subir e ficou em 11,9%. A alta na previsão para o desempenho da carteira de crédito em 2025 foi puxada pela melhora esperada na carteira com recursos livres (de 8,9% para 9,3%). Já a expectativa de crescimento da carteira direcionada apresentou queda, de 10,3% para 9,8%. Ainda de acordo com a pesquisa, a expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre mostrou ligeira piora para 2024 e 2025. Para ambos os anos, a projeção ficou em 4,5%, acima do observado na pesquisa anterior, de 4,4% e 4,3%, respectivamente. Assim, a expectativa é que a inadimplência da carteira livre fique estável a partir de agora (o indicador de atrasos ficou em 4,5% em setembro de 2024, segundo o Banco Central), ante expectativa anterior de continuidade do ciclo de queda. “Algo que devemos continuar observando com atenção são os índices de inadimplência, especialmente das famílias e das micro, pequenas e médias empresas, diante do novo ciclo de alta dos juros, que pode comprometer este cenário positivo observado no mercado de crédito até o momento”, complementa Sardenberg.
Valor Econômico
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