Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 753 | 22 de novembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Agrifatto: boi gordo já bateu os R$ 350/@ em SP
Segundo a consultoria paulista, em âmbito nacional, o mercado do boi gordo iniciou a segunda quinzena de novembro/24 com cotações em patamares elevados. No Paraná, o boi vale R$330,00 por arroba. Vaca a R$310,00. Novilha a R$320,00. Escalas de abate de seis dias.
Na quinta-feira (21/11), o valor do boi gordo – tanto o “comum” quanto o animal destinado ao mercado externo (“boi-China”) – subiu para R$ 350/@ em São Paulo, apurou a Agrifatto, consultoria que acompanha diariamente os negócios em 17 praças brasileiras. Em boletim divulgado ontem, a Scot Consultoria não apontou valorização nos preços dos machos terminados e abatidos no mercado paulista, mas indicou elevação diária nas cotações da vaca e da novilha gordas, que subiram R$ 3/@ e R$ 2/@, respectivamente, para R$ 320/@ e R$ 337/@. Pelos dados da Scot, as cotações do boi gordo e a do “boi-China” seguem valendo R$ 345/@ e R$ 347/@ em São Paulo. Segundo a Agrifatto, em âmbito nacional, o mercado do boi gordo iniciou a segunda quinzena de novembro/24 com cotações em patamares elevados, tanto no mercado físico quanto no futuro. “Impulsionada por uma oferta limitada e uma demanda consistente, as últimas semanas foram marcadas por uma forte valorização da carne bovina no varejo doméstico”, observa a consultoria, que continua: “Porém, a velocidade com que as altas têm ocorrido impede que o consumidor final continue absorvendo aumentos indefinidamente”. Na terça-feira (19/11), véspera de feriado (Dia da Consciência Negra), 10 das 17 regiões monitoradas pela Agrifatto registraram valorizações nos preços do boi gordo (SP, BA, ES, GO, MG, MS, MT, PR, RS e SC); as outras 7 mantiveram suas cotações estáveis (AC, AL, MA, PA, RJ, RO e TO). “No entanto, o volume negociado foi apenas suficiente para manter o atendimento das escalas em sete abates, na média nacional”, disse a Agrifatto. Na quinta-feira, enquanto o preço do boi gordo subiu para R$ 350/@ no mercado paulista, nas outras 16 regiões acompanhadas pela Agrifatto, o valor médio da arroba permaneceu estável, em R$ 314,75/@. No mercado futuro, os contratos do boi gordo apresentaram oscilações variadas no pregão de terça-feira (19/11) da B3. O papel com vencimento em fevereiro/25 fechou cotado a R$ 330,55/@, com desvalorização de 0,39% sobre o dia anterior. Cotações do boi gordo desta quinta-feira (21/11), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$350,00 a arroba. O “boi China”, R$350,00. Média de R$350,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$335,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$330,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$330,00. Vaca a R$310,00. Novilha a R$320,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$330,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$330,00. Vaca a R$310,00. Novilha a R$320,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de oito dias; Goiás — O “boi comum” vale R$330,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$330,00. Média de R$330,00. Vaca a R$310,00. Novilha a R$320,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$305,00 a arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de nove dias; Maranhão — O boi vale R$305,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de seis dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Suínos/Cepea: Carne suína ganha competitividade frente à bovina
Pesquisas do Cepea mostram que os preços do suíno vivo e da carne seguem em alta no mercado brasileiro e renovando – em algumas regiões – as máximas nominais das respectivas séries históricas
Mesmo com as valorizações, a competitividade da proteína suína frente à concorrente bovina nesta parcial de novembro é a maior desde junho de 2023, uma vez que o mercado de boi tem registrado forte e consistente aumentos nas cotações. Já no comparativo com a carne de frango, concorrente mais em conta, a suína apresenta redução na competitividade neste mês. Especificamente no mercado interno suinícola, pesquisadores do Cepea indicam que as aquecidas demandas interna e externa pela carne e a dificuldade em se encontrar novos lotes de animais para abate seguem impulsionando os preços do setor como um todo.
Cepea
Preços dos suínos independentes mantêm estabilidade na semana
Após reajustes recentes, associações destacam estabilidade nos preços e projetam aumentos com a chegada do 13º salário e maior demanda sazonal
Na quinta-feira (21), a comercialização dos suínos no mercado independente apresentou estabilidade nos principais estados produtores. Com os feriados de novembro e a entrada da segunda quinzena do mês, tiraram o ímpeto das altas no mercado de suínos. Em São Paulo, os preços dos suínos apresentaram estabilidade frente à semana anterior e segue precificado em R$ 10,30/kg por vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Ainda de acordo com a APCS, a expectativa para os próximos dias é de reajuste nas cotações dos suínos em que as indústrias já estão se preparando para atender a demanda de final de ano. “A expectativa é de novo realinhamento nos preços com a entrada dos pagamentos do 13º salário e aumento no consumo”, informou.
No mercado mineiro, o valor do animal apresentou estabilidade nesta semana e está sendo negociado próximo de R$ 10,30/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal nesta semana registrou valorização de 0,41% frente a anterior, em que passou de R$ 9,78/kg e está precificado em R$ 9,82/kg vivo.
APCS/Agrolink
FRANGOS
Preços do frango congelado e resfriado registram alta superior a 6% na primeira quinzena de novembro
Especialistas apontam a tendência é de estabilidade nas cotações até o final deste mês
As cotações do frango permaneceram estáveis na quinta-feira (21) em função da segunda quinzena do mês. No entanto, as cotações apresentaram avanços significativos na primeira quinzena de novembro com a demanda interna aquecida. A referência para o frango congelado registrou ganho de 6,55% frente ao observado no início de novembro, em que o valor passou de R$ 7,48 por quilo, no dia 01 de novembro para R$ 7,97 por quilo, até o dia 19 de novembro, conforme reportado pelo Cepea. Para o frango congelado, os preços tiveram valorização de 6,04% se comparado ao dia 01 de novembro em que estava próximo a R$ 7,61 por quilo, e agora está precificado R$ 8,07 por quilo, conforme o Cepea divulgou no dia 19 de novembro. O Cepea destacou que a tendência é de uma estabilidade nas cotações até o final deste mês e os colaboradores do Cepea relataram que alguns agentes estão buscando escoar a produção em meio à baixa liquidez. A Scot Consultoria reportou que a valorização foi de 9,4% na primeira quinzena de novembro, com o frango médio no atacado paulista sendo negociado, em média, em R$7,60 por quilo. O período do mês e as antecipações devido aos feriados, colaboraram para o quadro. De acordo com as informações da Scot Consultoria, a ave terminada nas granjas paulistas segue com estabilidade e cotada em R$5,50 por quilo. Já para o atacado, a referência do frango também seguiu estável e precificada ao redor de R$ 7,60 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná seguiu com estabilidade no comparativo diário, em que está cotado em R$ 4,62/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgou que o frango vivo seguiu com estabilidade e sendo negociado em R$ 4,49/kg.
Cepea
GOVERNO
Brasil e China estão perto de acordo em miúdos suínos e pescados
O Brasil está perto de finalizar protocolos para exportação de miúdos suínos e peixes à China, em processos que abririam mercados com alto potencial, disseram à Reuters duas pessoas a par do assunto.
Os acordos só não foram assinados na visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, nesta semana, porque algumas análises técnicas não foram concluídas a tempo, disse uma das pessoas, na condição de anonimato. "Os dois estão bastante avançados, estamos esperando a conclusão das análises técnicas. Não temos como prever ainda quando será a assinatura, mas não deve demorar", afirmou. No caso dos miúdos, a eventual abertura seria "disruptiva" para a cadeia de produção de suínos brasileira, disse a fonte. "São produtos que a China valoriza muito e o Brasil não tem hábito de consumir", acrescentou a pessoa. Ela explicou que o foco inicial são os "miúdos vermelhos", que incluem coração, fígado, rins, pulmões, miolo, língua e esôfago. Devido ao baixo consumo desses miúdos no Brasil, os preços são pouco remuneradores para a indústria local, mas com valores competitivos na China. O Brasil, quarto exportador global de carne suína, exportou em 2023 cerca de 1,2 milhão de toneladas, mas o volume de miúdos somou pouco mais de 100 mil toneladas, para todos os destinos, segundo dados oficiais. As questões técnicas para a formalização do protocolo incluem o reconhecimento pela China de que outros Estados brasileiros, além de Santa Catarina, são livres de febre aftosa sem vacinação. A entrada de Paraná e Rio Grande do Sul no rol dos Estados reconhecidos poderia aumentar a oferta para exportação de miúdos à China --os dois Estados nacionais estão entre os poucos com reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), mas não pela China. Atualmente, apenas Santa Catarina pode exportar miúdos e carne com osso para a China, segundo a fonte. "Estamos trabalhando para os outros Estados que foram reconhecidos livres pela OMSA, para também poder exportar carne com osso e miúdos." "Hoje esses outros Estados exportam, no caso de suínos, por exemplo, apenas carne sem osso." O processo de abertura do mercado de miúdos suínos acontece em momento em que a China abriu uma investigação antidumping sobre a carne suína e miúdos suínos da União Europeia, maior exportador do produto ao país asiático, em resposta às restrições europeias às exportações de veículos elétricos chineses. Se a China decidir levar adiante e colocar uma tarifa (antidumping) na carne da UE, os preços europeus vão ficar "inviáveis", disse a fonte, lembrando que 80% do que a China compra vem da Europa, um mercado que poderia vir, ao menos em parte, para o Brasil. Em receitas, as importações chinesas totais de carne suína, incluindo vísceras, somaram 6 bilhões de dólares em 2023, sendo que a Espanha respondeu por cerca de 1,5 bilhão de dólares e o Brasil por pouco mais de 1 bilhão de dólares. Holanda e Dinamarca exportaram o equivalente a mais de 500 milhões de dólares cada, segundo dados da alfândega chinesa.
Reuters
Ministério mantém otimismo com acordo Mercosul-UE após embargo do Carrefour
Negociadores brasileiros avaliam que a posição da empresa demonstra o “desespero francês” com o avanço do acordo entre os blocos. Decisão adotada pela rede francesa tem pouco peso político, dizem fontes
Governo e setor produtivo de carne brasileiro mantêm o otimismo com a possibilidade de assinatura do acordo Mercosul e União Europeia mesmo após a decisão da rede francesa de supermercados Carrefour de boicotar a importação de proteína animal do bloco sul-americano. Leia também O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, disse que o acordo nunca esteve tão perto de ser finalizado. Ele disse que a posição da França é importante, mas praticamente isolada. “A maior parte dos países da União Europeia é favorável que o acordo seja finalizado logo”, disse à reportagem nesta quinta-feira (21/11). Rua rechaçou a decisão do Carrefour de não comprar mais carne dos países do Mercosul para comercialização na sua rede na França. Ele disse que a medida não tem fundamentação técnica, pois vai contra a própria autoridade sanitária europeia, que avaliza a qualidade e sanidade da produção brasileira há mais de 40 anos. “A posição não condiz com as discussões técnicas”, destacou. “Vamos continuar com o diálogo para aparar as arestas, não somos de briga”, completou Rua. Uma fonte do governo disse que a posição do Carrefour “não muda em nada” os debates sobre a finalização do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia e classificou a medida como uma “ação isolada”. “Não tem força para travar o acordo. A França será voto vencido”, apostou. O Brasil exportou 444,6 mil toneladas de carne para a União Europeia em 2023, com negócios de US$ 1,6 bilhão, de acordo com o Agrostat do Ministério da Agricultura. A França importou apenas 794,5 toneladas (US$ 3 milhões). Neste ano, até outubro, foram embarcadas 380 toneladas, com negócios de US$ 1,4 milhão aos franceses. A quantidade de carnes enviada aos franceses é considerada “residual”, disse uma fonte que acompanha as tratativas internacionais. Ela lembrou que nem toda exportação vai para o Carrefour, o que diminui ainda mais o peso da decisão adotada pela rede francesa. “É uma ação quase desesperada de protecionismo irracional”, completou. A pressão tem aumentado. Nesta quinta-feira (21/11), a mídia europeia repercutiu um comunicado de outra rede de supermercados, o grupo Les Mousquetaires, dono da Intermarché e Netto, aderindo ao boicote à carne do Mercosul. Por outro lado, na última segunda-feira (18/11), o EuroCommerce, que faz lobby para supermercados europeus, afirmou em um comunicado ser parte de 78 federações profissionais que assinam um apelo para “acelerar a conclusão das negociações do acordo de livre-comércio UE-Mercosul”, argumentando que este poderia “contribuir para mitigar os desafios impostos pela instabilidade geopolítica e pelas perturbações na cadeia de suprimentos”. A posição vai contra a decisão do Carrefour e da Intermarché, por exemplo.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Valor da produção da agropecuária deve crescer 7,6% na safra 2024/25
Governo estima que VBP atinja o montante de R$ 1,31 trilhão nesta temporada. Os bovinos terão VBP de R$ 180,48 bilhões (+18,8%)
O Valor Bruto de Produção (VPB) da agropecuária brasileira deve alcançar o montante de R$ 1,31 trilhão na temporada 2024/25, crescimento de 7,6% em relação ao ciclo anterior. Dos R$ 1,13 trilhão, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%). Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7% no VPB, e a pecuária avançou 9,5%. De acordo com o ministério, da última temporada para o ciclo atual, as lavouras de laranja terão o maior índice de crescimento do VPB, com alta de 23,7%, e cifras de R$ 35,66 bilhões. Na sequência vem a soja, com R$ 339,25 bilhões (+16,5%) e café, com valor de R$ 83,92 bilhões (16,1%). Em comunicado, a Pasta disse que o resultado para as culturas de laranja e café, foi impulsionado por um aumento nos preços. No caso da soja, o aumento na produção proporcionou aumento no VBP. Em relação à pecuária, a cadeia de suínos deve puxar o incremento no resultado, com montante de R$ 62,74 bilhões, alta de 19,5%. Os bovinos terão VBP de R$ 180,48 bilhões (+18,8%), enquanto a pecuária leiteira deve crescer 4,9%, com VBP de R$ 4,9 bilhões. Para todos os setores da pecuária, o ministério apontou a melhora dos preços como fator mais significativo para o resultado.
Globo Rural
Safra de soja deve ultrapassar 22 milhões de toneladas no Paraná
Exportações de soja crescem no estado
Segundo a análise semanal do Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, as exportações de soja do estado apresentaram crescimento nos primeiros 10 meses de 2024. O volume exportado chegou a 15,1 milhões de toneladas, um aumento de 11,7% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram exportadas 13,5 milhões de toneladas. Entre os itens do complexo soja, o grão foi o destaque, com alta de 19,6% nas exportações, enquanto o farelo de soja registrou leve recuo de 1,5%. No entanto, as receitas totais caíram 7,6% devido à desvalorização da commodity no mercado internacional em 2024. O grão continua sendo o principal produto do complexo exportado, representando 76,8% do volume, seguido pelo farelo de soja, com participação de 20,7%. No cenário interno, a safra de soja segue com projeções positivas no Paraná. A expectativa é de uma produção superior a 22 milhões de toneladas, com o plantio já em fase final e as lavouras demonstrando bom desenvolvimento.
Agrolink
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em alta de 0,76% em meio à escalada do conflito Rússia-Ucrânia
O dólar fechou a quinta-feira pós-feriado no Brasil em alta, novamente acima dos 5,80 reais, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior em meio à escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu
O dólar à vista fechou o dia com avanço de 0,76%, cotado a 5,8117 reais. Esta é a maior cotação de fechamento desde 1º de novembro, quando a divisa encerrou a 5,8699 reais. Em novembro a divisa acumula alta de 0,52%. Às 17h23, o dólar para dezembro -- o mais líquido atualmente no Brasil -- subia 0,61%, aos 5,8175 reais. A moeda norte-americana operou em alta ante o real durante todo o dia, em meio à aversão global ao risco com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia. Enquanto Kiev acusou Moscou de utilizar um míssil balístico intercontinental para atacar seu território -- um artefato com alcance de milhares de quilômetros e capacidade nuclear --, a Rússia disse que uma nova base de defesa dos EUA contra mísseis balísticos no norte da Polônia levará a um aumento no nível geral de perigo nuclear. Com a pressão vinda do exterior, o dólar à vista oscilou entre a cotação mínima de 5,7826 reais (+0,25%) às 9h02, logo após a abertura, e a máxima de 5,8342 reais (+1,15%) às 13h51. Operador ouvido pela Reuters pontuou que o exterior conduziu os negócios, deixando em segundo plano as questões locais, como a expectativa pela divulgação do pacote de medidas fiscais do governo Lula. Também ficou em segundo plano, sem impactos sobre as cotações, a notícia de que a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, além de outras 36 pessoas, entre elas o candidato a vice na chapa bolsonarista na eleição de 2022, o general da reserva Walter Braga Netto.
Reuters
Ibovespa cai quase 1% com foco em geopolítica e pacote fiscal
Tensão entre Rússia e Ucrânia e espera por anúncio de cortes pesaram sobre os ativos
Diante do feriado nacional na última quarta-feira, os efeitos do acirramento da tensão geopolítica entre Ucrânia e Rússia foram sentidos no mercado local apenas na sessão de ontem. Em um dia de forte aversão a risco ao redor do mundo, o Ibovespa foi o destaque negativo do pregão e fechou perto da mínima do dia, com queda de 0,99%, a 126.922 pontos. Apenas 13 das 86 ações do Ibovespa apresentaram alta no pregão de ontem. O desempenho do índice só não foi pior devido ao avanço das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais da petroleira subiram 0,29%, a R$ 37,91, enquanto os ordinários tiveram alta de 0,17%, a R$ 41,09. O impulso veio da subida nos preços dos contratos de petróleo e da apresentação do Plano Estratégico 2025-2029. No fim da noite, a companhia anunciou o investimento total de US$ 111 bilhões e US$ 98 bilhões na carteira de projetos em implantação, além de US$ 13 bilhões em avaliação. A petroleira também aprovou o pagamento de dividendo extraordinário no montante de R$ 20 bilhões. O montante anunciado pela petroleira deve ser bem recebido pelo mercado na sessão de hoje. Com a piora externa, um desempenho mais positivo do principal índice da bolsa brasileira tornou-se praticamente impossível com investidores locais impacientes à espera da apresentação do pacote de corte de gastos do governo, que pode ser divulgado após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira, segundo declaração feita ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A impressão é que o pacote fiscal pode vir melhor do que esperávamos meses atrás, com alguma limitação do reajuste do salário-mínimo, para ficar em sintonia com o arcabouço fiscal”, diz o gestor de moedas da BlueLine, Marcel Yagui. Mesmo assim, o executivo não descarta que o real volte a sofrer nos próximos meses. “O problema é que o externo ficou mais adverso, com dólar globalmente mais forte. Infelizmente, isso parece que vai mitigar o potencial do câmbio”, afirma. “A leitura final é que pode ocorrer um alívio nos ativos, ao descomprimir os prêmios de risco, mas vai ser no contexto global, de tarifas nos Estados Unidos, de economia americana mais forte, ou seja, de dólar se sobressaindo”, completou. Para Yagui, ainda que as medidas do governo possam surpreender, os investidores estão mais cautelosos nesse momento e evitando antecipar algum movimento por conta desse cenário global desfavorável.
Valor Econômico
Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos
A arrecadação federal total cresceu 9,77% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (21) a Receita Federal. No mês, a arrecadação foi de R$ 247,92 bilhões, enquanto em outubro do ano passado somou R$ 225,9 bilhões, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
É o maior resultado já registrado para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos.No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,217 trilhões, representando um acréscimo de 9,69%, descontado o IPCA. Em relação às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, no mês de outubro, foi de R$ 225,23 bilhões, representando um acréscimo real de 9,93%. No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,1 trilhões, registrando acréscimo real de 9,70%. De acordo com a Receita, o resultado da arrecadação pode ser explicado, principalmente, “pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior”. Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 7,40% na arrecadação do período acumulado e de 8,87% na arrecadação do mês de outubro. Em relação ao PIS/Pasep e a Cofins houve uma arrecadação conjunta de R$ 47,19 bilhões, representando crescimento real de 20,25%. Segundo o órgão, esse desempenho é explicado pela combinação dos aumentos reais de 3,89% no volume de vendas e de 4,02% no volume de serviços de setembro de 2023 a setembro deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), e pelo acréscimo da arrecadação relativa ao setor de combustíveis, pelo aumento no volume de importações e pelo desempenho positivo das atividades financeiras. No período de janeiro a outubro, o PIS/Pasep e a Cofins apresentaram um crescimento real de 19,39%, totalizando uma arrecadação de R$ 444,7 bilhões. Esse resultado decorre, principalmente, do aumento real de 3,95% no volume de vendas e de 2,5% no volume de serviços entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, em relação ao período compreendido entre dezembro de 2022 e setembro de 2023. Também influenciou no resultado, o aumento no volume de importações e de alterações na legislação, com destaque para a retomada da tributação sobre os combustíveis, cuja base se encontrava desonerada no ano anterior, e para a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas contribuições. Os dados mostram que o Imposto sobre Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 11,12 bilhões, representando crescimento real de 58,12%. O aumento expressivo é resultado dos aumentos reais de 22,21% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 11,04% na taxa média de câmbio, de 30,35% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,23% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado. De janeiro a outubro, a arrecadação conjunta dos tributos foi de R$ 87,5 bilhões, representando crescimento real de 28,97%. Esse resultado também decorreu dos aumentos reais de 9,40% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 5,41% na taxa média pende do horário.de câmbio, de 20,06% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,84% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado. Já no que diz respeito à Receita Previdenciária, outubro apresentou uma arrecadação de R$ 54.2 bilhões, o que representa um crescimento real de 6,25%. “Esse resultado se deve ao crescimento real de 6,86% da massa salarial, de 9,79% na arrecadação do Simples Nacional Previdenciário e de 10,86% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no comparativo de outubro deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior”, disse a Receita. A arrecadação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) apresentou, no período de janeiro a outubro, um aumento real de 16,85%, em função da atualização de bens e direitos no exterior, que somou R$ 7,7 bilhões. No período, a Receita arrecadou R$ 62,16 bilhões. Em outubro, a Receita informou que a arrecadação do IRPF foi de R$ 4,9 bilhões, crescimento de 6,71%, resultante, principalmente, do aumento real de 6,93% na arrecadação relativa às quotas-declaração e de 17,46% na arrecadação proveniente do carnê-leão. O Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) apresentaram, em outubro, um crescimento de 4,29%, somando uma arrecadação conjunta de R$ 57,349 bilhões. O desempenho pode ser explicado pelos acréscimos reais de 9,15% na arrecadação do balanço trimestral, de 8,8% no lucro presumido e de 22,06% na arrecadação do item Lançamento de ofício, depósitos e acréscimos legais. No período de janeiro a outubro, a arrecadação do IRPJ foi de R$ 284,3 bilhões e da CSLL foi de R$ 151,5 bilhões, o que representa aumentos de 0,49% e de 3,42%, respectivamente.
Agência Brasil
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