Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 742 | 05 de novembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: estabilidade nos preços
O mercado físico do boi gordo apresentou estabilidade na segunda-feira (4/11), apesar da continuidade da pressão de alta sobre os valores da arroba, conforme apurou a Agrifatto, que acompanha diariamente os negócios em 17 praças brasileiras. No Paraná o boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de quatro dias.
Diante do baixo volume de negócios efetivados neste primeiro dia da semana, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros continuam “desconfortáveis”, girando em torno de cinco dias, em nível nacional, calculou a Agrifatto. Pelos dados da consultoria, em São Paulo, o preço do boi gordo “comum” e do “boi-China” continua valendo R$ 320/@ – ou seja, não há ágio para o animal tipo-exportação. Segundo os números da Scot Consultoria, no mercado paulista, o animal destinado ao mercado doméstico está cotado em R$ 320/@, enquanto os vendedores de “boi-China” recebem R$ 2/@ a mais (R$ 322/@). Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta segunda-feira (4/11): São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de cinco dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de quatro dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de cinco dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de quatro dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias; Goiás — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$290,00 a arroba. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias; Maranhão — O boi vale R$290,00 por arroba. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Cotações no mercado de suínos sobem suíno vivo no RS tem alta de 2,02%
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo subiu 1,68%, com preço médio de R$ 182,00, enquanto a carcaça especial teve elevação de 1,43%, fechando em R$ 14,20/kg, em média
Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (1), houve alta de 2,47% em Minas Gerais, chegando a R$ 9,53/kg, avanço de 0,77% no Paraná, alcançando R$ 9,13/kg, incremento de 2,02% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 9,08/kg, elevação de 1,35% em Santa Catarina, atingindo R$ 9,300/kg, e de 1,17% em São Paulo, fechando em R$ 9,48/kg.
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína brasileira pode bater recorde em 2025, diz Rabobank
As exportações brasileiras de carne suína deverão registrar um novo recorde em 2025, com alta de 2% a 3% em relação a 2024, segundo recente relatório divulgado pelo Rabobank
“Em 2025, fatores como biossegurança, alta competitividade em termos de preços no mercado internacional e potencial de elevar volume embarcado, devem continuar favorecendo o Brasil por mais um ano no setor de exportações”, disse o Rabobank. Segundo o banco, questões geopolíticas ligadas às eleições nos EUA e uma possível nova fase da guerra comercial com a China, além da investigação antidumping da China na União Europeia, devem afetar o comércio global e podem trazer oportunidades para as exportações brasileiras. A oferta de carne suína brasileira deverá ter um aumento de 1% a 2% em 2025. “A expectativa de maiores preços da carne bovina, tanto no mercado internacional como no mercado local, pode elevar a demanda pela carne suína brasileira em 2025”, disse o Rabobank. Os maiores preços de carne bovina também devem favorecer a competitividade da carne de frango, elevando a demanda doméstica por esta proteína já no início de 2025. “Porém, um possível cenário de preços maiores de milho, principalmente no segundo semestre do ano, por conta de queda na expectativa de área plantada devido a fatores climáticos, pode elevar os custos e as cotações da carne de frango e impactar a demanda local nesse período”, disse o Rabobank. O banco espera um aumento de 1% a 2% no volume embarcado de carne de frango brasileira em 2025, favorecido pela forte competitividade do Brasil no mercado externo em termos de preço e biossegurança.
Carnetec
FRANGOS
Frango no atacado paulista chegou a R$ 7,00/kg na segunda-feira
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado aumentou 0,72%, em média, R$ 7,00/kg.
Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável no Paraná, cotado a R$ 4,61/kg, enquanto em Santa Catarina, o valor subiu 1,35%, precificado em R$ 4,49/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (1), a ave congelada teve queda de 0,66%, chegando a R$ 7,48/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,40%, fechando em R$ 7,61/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
JBS deve exportar quase 1 milhão de toneladas de produtos para China em 2024
Evento debateu a demanda internacional pelos produtos agropecuários brasileiros. Exportações de carnes para a China vêm aumentando
A JBS, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, deve exportar quase um milhão de toneladas em produtos para a China neste ano, estimou nesta segunda-feira (4/11) o empresário Wesley Batista, conselheiro e acionista da JBS e de sua controlada nos Estados Unidos, a Pilgrim's Pride. "O Brasil está abrindo mercado porque a demanda está lá", disse o empresário, durante evento online do BTG Pactual, sobre a demanda internacional pelos produtos agropecuários brasileiros. Também presente no evento transmitido pela internet, o presidente do conselho de administração da Granja Faria, Ricardo Faria, acrescentou que "as pessoas vão ficando cada vez mais com necessidade de hábitos alimentares sofisticados, e a própria China pode ter aumentos relevantes de consumo". Além disso, Faria enxerga um horizonte promissor para as vendas externas de ovos e carne de aves, com um potencial importante de crescimento na Índia. De acordo com os empresários, a busca pelos produtos brasileiros existe também porque o país é um dos poucos onde a oferta ainda tem espaço para aumentar, dada a quantidade de pastagens degradadas que podem ser aproveitadas para produção rural. "Os Estados Unidos têm 100 milhões de cabeças de gado. O Brasil tem 200 milhões, e os Estados Unidos produzem mais que o Brasil, por aí se vê como o Brasil consegue aumentar [a produção]", exemplificou Batista. O uso de tecnologia e nutrição animal adequadas são algumas das maneiras de incrementar a produtividade na indústria de carnes. "[Temos que] aproveitar a demanda crescente que o Brasil tem condição de suprir", enfatizou. Entre os desafios a serem superados, Batista citou os gargalos existentes na questão trabalhista e custos tributários. "Vamos ver a reforma tributária. É um tema para ser endereçado há décadas no país e, se bem endereçado, será um grande avanço". Há também escassez de mão de obra e infraestrutura em alguns polos produtores. "Na planta de Diamantino, em Mato Grosso, nós abatemos duas mil cabeças de bovino por dia. Eu queria elevar para três mil e não tem gente. E se falarmos que vamos buscar [mão de obra] em outro Estado, não tem moradia", disse Batista. O empresário da Granja Faria acrescentou entre os desafios a questão do autocontrole dos frigoríficos, "que tem que ser implementada".
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Marfrig e BRF anunciam avanços na área de sustentabilidade
Companhias destacam conquistas com base em números finalizados de 2023 nas áreas de logística reversa e energia renovável
A Marfrig compensou 2.032 toneladas de embalagens de plástico e papel de produtos consumidos no Brasil em 2023, um aumento de 49% em relação ao ano de 2022 (1.363 toneladas), informou a companhia na semana passada. A compensação é realizada em parceria com o Instituto Rever, entidade responsável por homologar as cooperativas que fazem a triagem, o acondicionamento e o direcionamento dos resíduos para que retornem à cadeia produtiva, além de emitir os certificados de reciclagem. Para o diretor de Sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez, a compensação das embalagens é parte importante das iniciativas socioambientais da empresa e dos compromissos assumidos pela Marfrig para mitigar o impacto de suas operações. "Por meio da logística reversa conseguimos avançar em nossa estratégia de garantir a sustentabilidade de ponta a ponta da cadeia produtiva de alimentos, além de contribuir para a profissionalização das cooperativas e a geração de emprego e renda para trabalhadores da área de reciclagem”, disse ele em nota. “A parceria incentiva a logística reversa das embalagens pós-consumo, garante a conformidade legal da Marfrig perante os órgãos estaduais e nacional, alinhando-se às exigências regulatórias e fortalecendo a responsabilidade socioambiental da empresa”, disse o diretor executivo do Instituto Rever, Ricardo Pazzianotto, na mesma nota. Em nota separada divulgada na segunda-feira (4), a BRF informou que já conta com 90% de sua matriz energética composta por fontes renováveis. Entre elas, a biomassa se destaca como uma das principais contribuições, sendo obtida a partir de reflorestamento de Eucalyptus. É utilizada principalmente para a geração de vapor nos processos produtivos, o que ajuda a reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
A empresa possui cerca de 27 mil hectares de ativos florestais destinados à produção de biomassa, distribuídos por oito estados brasileiros e mais de 190 fazendas. 95% dessas fazendas são próprias ou arrendadas. Espécies do gênero Eucalyptus ocupam 96% dessas áreas, com pequenas parcelas destinadas a Pinus (1,1%) e outras espécies, como araucária, bambu e mimosa (0,5%). "Estamos comprometidos em utilizar fontes de energia renováveis e reduzir ao máximo nosso impacto ambiental, sempre buscando inovação e eficiência na produção de alimentos", disse o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da BRF, Cicero Suzin, na nota. Somente em 2023, a empresa investiu R$ 8,4 milhões em projetos voltados para otimizar o aproveitamento energético em suas operações. O uso de energia renovável faz parte do pilar de mudanças climáticas da plataforma de sustentabilidade da BRF, que inclui também agronegócio de baixo carbono, eficiência operacional e a compra sustentável de grãos que são utilizados na produção de ração. A BRF encerrou o ciclo de 2023 com redução de 21% nas emissões totais atreladas aos Escopos 1 e 2 quando comparado com a baseline 2019, motivada majoritariamente pela priorização do consumo de energia renovável. A companhia tem o objetivo de contar com 50% de energia de fontes limpas até 2030.
Carnetec
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai mais de 1%, para abaixo de R$5,80, com mercado à espera de medidas fiscais
Após se aproximar dos 5,90 reais na sessão anterior, o dólar recuou mais de 1% ante o real na segunda-feira, para abaixo de 5,80 reais, após o governo Lula indicar que as medidas de contenção de gastos devem ser anunciadas nesta semana, enquanto no exterior a moeda norte-americana também cedia na véspera da eleição presidencial dos EUA
O dólar à vista fechou o dia com baixa de 1,48%, cotado a 5,7833 reais. No ano, porém, a divisa acumula alta de 19,20%. Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,69%, a 5,7930 reais na venda. A moeda norte-americana já abriu o dia em queda ante o real, com o mercado repercutindo positivamente o cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, para que ele se dedicasse a “temas domésticos”, conforme nota divulgada pelo ministério no domingo. O otimismo dos investidores foi reforçado no fim da manhã após Haddad afirmar que as medidas fiscais discutidas pelo governo estão “adiantadas” e que teria uma reunião sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda na segunda-feira. Haddad deixou a Fazenda e foi para o Planalto no meio da tarde. O cenário eleitoral dos EUA era outro fator que reforçava o viés de baixa do dólar ante o real. No fim de semana, uma pesquisa mostrou a democrata Kamala Harris com 47% das intenções de voto em Iowa, um reduto tradicional dos republicanos, contra 44% de seu adversário, Donald Trump. O resultado do levantamento está dentro da margem de erro, de 3,4 pontos percentuais, mas abriu espaço para que operadores desmontassem parte das operações que precificavam vitória de Trump. Assim, o dólar cedia ante praticamente todas as demais divisas e os rendimentos dos Treasuries tinham baixas firmes. O avanço firme do minério de ferro e do petróleo no exterior -- dois produtos importantes da pauta exportadora brasileira -- eram um terceiro fator para o fortalecimento do real frente ao dólar. Pela manhã o relatório Focus do Banco Central mostrou que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2024 passou de 5,45 para 5,50 reais. A projeção de inflação neste ano foi de 4,55% para 4,59% e para o próximo ano passou de 4,00% para 4,03% -- em ambos os casos acima do centro da meta de inflação, de 3%.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com alívio em Treasuries e chance de pacote fiscal na semana
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, endossado pelo alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aventou a possibilidade de apresentar nesta semana as medidas de contenção de gastos públicos prometidas pela equipe econômica
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,73%, a 130.338,34 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 130.608,79 pontos na máxima e 128.128,13 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava 17,73 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Reuters
Focus: Mercado eleva projeção e espera inflação acima da meta em 2024
Segundo a pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado, subiu também a estimativa para o crescimento econômico deste ano
Pela segunda semana consecutiva, a mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira neste ano subiu para patamar acima do teto da meta. A projeção mediana passou de 4,55% para 4,59%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado ontem com estimativas coletadas até o fim da semana passada. São cinco semanas seguidas de alta na mediana das expectativas e a segunda com resultado acima da meta. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,00% em 2024, 2025 e 2026, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2025, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu, de 4,00% para 4,03%. Para 2026, teve ajuste de 3,60% para 3,61%. Para a taxa básica de juros (Selic), a mediana das estimativas manteve-se em 11,75% no fim de 2024 e subiu de 11,25% para 11,50% em 2025 e de 9,50% para 9,75% em 2026. A mediana das expectativas do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2024 voltou a subir, agora de 3,08% para 3,10%. Para 2025, a mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) manteve-se em 1,93%. Para 2026, permaneceu em 2,00%. A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre, ante o primeiro, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no começo de setembro. O PIB do terceiro trimestre será conhecido em 3 de dezembro. A mediana das estimativas para o dólar no fim de 2024 foi elevada de R$ 5,45 para R$ 5,50. Para 2025, a mediana das estimativas para a moeda americana também subiu, de R$ 5,40 para R$ 5,43 entre uma semana e outra. Para 2026, foi de R$ 5,33 para R$ 5,40.
Valor Econômico
Reservas internacionais atingem maior patamar em 5 anos
País terminou setembro com ‘colchão’ de US$ 372 bilhões, fruto de valorização de ativos
O nível das reservas internacionais atingiu o maior patamar em cinco anos, fechando setembro em US$ 372 bilhões, segundo o Banco Central (BC). Em dezembro do ano passado, esse valor era de US$ 355 bilhões. Especialistas atribuem o crescimento à valorização no preço dos títulos públicos americanos, que compõem boa parte das reservas brasileiras, e das receitas com juros. As reservas internacionais funcionam como um “colchão” de segurança para a economia brasileira em momentos de choques, como crises cambiais. Esse “colchão”, segundo o BC, ajuda a atenuar oscilações bruscas do câmbio e a manter a funcionalidade do mercado, “dando maior previsibilidade e segurança para os agentes”. Os dados do Banco Central mostram que os três principais fatores do crescimento das reservas em 2024 foram o ganho de preços (quando há mudança nos preços de ativos que compõem as reservas), em US$ 6,7 bilhões; a receita de juros, US$ 6,4 bilhões; e as variações por paridade (impactada pelas taxas de câmbio das moedas que compõem as reservas), US$ 3,6 bilhões. A política de investimentos da autarquia segue um tripé de segurança, liquidez e rentabilidade, nessa ordem. O BC informou que, apesar de não haver consenso sobre a melhor métrica para avaliar o “nível ótimo” das reservas em um país, “avaliações internas periódicas indicam que o Brasil está alinhado à prática de outros países semelhantes”. O economista Sílvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, afirma que o Brasil já possui um nível de reservas “volumoso” e ressalta que o próprio valor do início do ano já representava uma situação favorável para as contas externas. “Esse movimento marginal favorece porque valorizou os ativos que nós temos em reserva, mas de certa forma não muda muito o que é relativamente confortável.” O BC pode utilizar as reservas para intervenções quando considera que há disfunções no mercado. Neste ano, houve apenas uma intervenção com dólar à vista, na venda de US$ 1,5 bilhão anunciada em agosto. Apesar da escalada da divisa na semana passada, a autoridade monetária não voltou a intervir no câmbio à vista. Membros da diretoria do BC, como o presidente Roberto Campos Neto e o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que comanda a diretoria responsável pela execução da política cambial, sempre reforçam que o Brasil tem um regime de câmbio flutuante. Assim, as intervenções do BC são feitas apenas quando há disfuncionalidade no mercado. Campos Neto costuma defender que o câmbio é bom absorvedor de choques e que o BC tem volume suficiente de reservas para intervir quando necessário. Já Galípolo, que assumirá a autarquia em janeiro, destacou em mais de uma oportunidade que as discussões sobre intervir no câmbio são colegiadas. Isso acaba aumentando a confiança inclusive dos investidores em relação à economia. Victor Scalet, estrategista macro da XP, aponta que o Banco Central tem entrado de forma “bastante pontual” no mercado de câmbio nos últimos dois anos para casar fluxos de saídas conhecidos. No caso da última intervenção, Campos Neto explicou, na época, que o BC havia identificado um movimento de fluxo atípico devido ao rebalanceamento de um índice, sendo necessária a intervenção para balancear. As reservas são aplicadas em títulos, depósitos em moedas estrangeiras, ouro e outros ativos. A maior parte, US$ 299 bilhões dos US$ 372 bilhões, está em títulos, que geram rentabilidade. Segundo o relatório das reservas internacionais de 2023, a maior parte do “colchão” está em dólares. Essa participação foi de cerca de 80% no ano passado. Sílvio Campos Neto, da Tendências, destaca que, no caso das reservas aplicadas em títulos dos Estados Unidos, que representam a maior parte dos títulos, houve efeito da dinâmica dos juros e da alta no preço dos papéis.
Valor Econômico
POWERED BY
EDITORA NORBERTO STAVISKI LTDA
041 3289 7122
041 99697 8868
Comments