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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 732 DE 22 DE OUTUBRO DE 2024

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 732 | 22 de outubro de 2024

                                          

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS

 

Disputa por fêmeas faz novilha gorda bater R$ 300/@ em SP

Na segunda-feira (21/10), a novilha gorda subiu R$ 5/@ na praça paulista, para R$ 300/@, no prazo, valor bruto, segundo apurou a Scot Consultoria. Pelos dados da Scot, a vaca gorda vale R$ 277/@ no mercado paulista, o boi gordo “comum” é vendido a R$ 305/@ e o “boi-China” está cotado em R$ 310/@. No Paraná, o boi vale R$305,00 por arroba. Vaca a R$280,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de cinco dias.

 

“Aparentemente, começou um movimento de retenção de matrizes para a produção de bezerros”, afirmam os analistas. “Essa retenção reduz a disponibilidade imediata de bovinos no mercado, elevando os preços”, ressalta a consultoria, acrescentando que os frigoríficos estão disputando lotes de fêmeas para manter as operações em equilíbrio. Porém, informa a Scot, alguns frigoríficos de São Paulo não abriram as compras de boiadas gordas neste começo de semana, o que pode mudar o quadro vigente. “As escalas de abate continuam a atender, em média, seis dias”, relata a Scot, ainda referindo-se ao mercado paulista. Segundo levantamento da Agrifatto, o mercado físico do boi gordo segue em alta, superando o patamar de R$ 300/@ nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. No entanto, diz a Agrifatto, alguns fatores podem influenciar o mercado do boi gordo no curto prazo, como a chegada de gado da segunda rodada do confinamento. Porém, continua a consultoria, os animais de pastagens naturais ainda estão ausentes do mercado devido à prolongada estiagem. Além disso, reforça a Agrifatto, “a oferta de fêmeas, que normalmente pressiona os preços dos machos, diminuiu significativamente com a mudança do ciclo pecuário”. Neste primeiro dia da semana, diz a Agrifatto, o mercado brasileiro registrou a “calmaria típica de uma segunda-feira chuvosa” e os preços dos animais terminados ficaram estabilizados nas 17 praças monitoradas pela consultoria. No Estado de São Paulo, o preço do boi gordo permaneceu em R$ 305/@ (média entre o animal “comum” e o “boi-China”, segundo a Agrifatto. Nas outras 16 regiões, a média do boi gordo estabilizou em R$ 282,50/@. “Pelo segundo dia consecutivo, todas as 17 praças acompanhadas mantiveram suas cotações laterais”, ressaltou a Agrifatto. No mercado futuro, o contrato com vencimento em novembro/24 fechou a sessão da última sexta-feira na B3 valendo R$ 307,30/@, com leve valorização de 0,23% em relação ao dia anterior. A terceira semana de outubro/24 terminou com o boi gordo acima dos R$ 300/@, tanto na B3 quanto no Cepea, pela primeira vez em 20 meses, recorda a Agrifatto. A semana se encerrou com uma valorização de 2,82% no indicador Agrifatto e de 1,96% no indicador Cepea, e com médias semanais de R$ 301,62/@ e R$ 300,43/@, respectivamente. Na terceira semana de outubro/24, o mercado de carnes com osso apresentou certa estabilidade, mas com alguns ajustes negativos, informa a Scot. A cotação da carcaça do boi casado capão caiu 1,9%, sendo cotada em R$ 20,50/kg. O preço da carcaça do boi casado inteiro também sofreu queda, de 1%, e agora vale R$ 20/kg, diz a Scot. Entre os cortes de carne de fêmeas, a vaca casada manteve-se estável, negociada em R$ 20/kg, e a cotação da novilha casada teve baixa de 0,5%, para R$ 20,10/kg, de acordo com a Scot. A cotação da ponta de agulha (consumo) inteira subiu 0,6%, para R$17,30/kg. O preço do dianteiro 1×1 do boi capão caiu 1,1%, acrescenta a consultoria. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta segunda-feira (21/10): São Paulo — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de cinco dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$295,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$270,00 a arroba. O “boi China”, R$280,00. Média de R$275,00. Vaca a R$255,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de cinco dias. Tocantins — O “boi comum” vale R$280,00 a arroba. O “boi China”, R$290,00. Média de R$285,00. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de três dias; Pará — O “boi comum” vale R$280,00 a arroba. O “boi China”, R$290,00. Média de R$285,00. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de quatro dias; Goiás — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$275,00 a arroba. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de sete dias; Maranhão — O boi vale R$270,00 por arroba. Vaca a R$255,00. Novilha a R$260,00. Escalas de abate de seis dias.

Scot Consultoria/Portal DBO/S&O Global/Agrifatto


Carne Bovina: Média diária exportada avança 42,1% na terceira semana de outubro

Volume movimentado alcançou 176,3 mil toneladas

 

Segundo a Secretária de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina in natura chegaram em 176,3 mil toneladas até a terceira semana de outubro/24. No ano anterior, o mês de outubro exportou 186,1 mil toneladas em 21 dias úteis. A média diária movimentada ficou em 12,5 mil toneladas, avanço de 42,1% se comparada com a de outubro do ano passado, que ficou em 8,8 mil toneladas. Com relação ao preço médio, o valor está em US$ 4.603 por tonelada num leve avanço de 0,01% frente ao valor negociado em outubro/24, que estava em US$ 4.596 mil por tonelada. O valor negociado para o produto na terceira semana de outubro/24 ficou em US$ 811,9 milhões, tendo em vista que o preço comercializado durante o mês de outubro do ano anterior foi de US$ 855,6 milhões. A média diária ficou em US$ 57,9 milhões, com um avanço de 42,3%, frente ao observado no mês de outubro do ano passado, que ficou em US$ 40,746 milhões.

Agência Safras

 

SUÍNOS

 

Volume exportado de carne suína chega em 74,9 mil toneladas até a terceira semana de outubro/24

Média diária movimentada de carne bovina avança 36,2%

 

Segundo a Secretária de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne suína in natura até a terceira semana de outubro/24 chegaram em 74,9 mil toneladas. O volume exportado em todo outubro do ano passado atingiu 82,5 mil toneladas em 21 dias úteis. A média diária movimentada até a terceira semana ficou em 5,3 mil toneladas e registrou um ganho de 36,2% frente a outubro do ano passado, que ficou em 3,9 mil toneladas. A receita obtida com as exportações de carne suína ficou em US$ 187,8 milhões, sendo que em outubro do ano anterior foi de US$ 188,7 milhões. A média diária do faturamento está em US$ 13,4 milhões um incremento de 49,3% frente a média diária do ano anterior, que ficou em US$ 8,9 milhões. O preço pago está em US$ 2.507 por tonelada, avanço de 9,6% frente ao praticado em outubro do ano passado, que estava sendo negociado em US$ 2.287 por tonelada.

Agência Safras

 

Produção de carne suína da China no terceiro trimestre atinge o maior nível em pelo menos uma década

A produção de carne suína da China no terceiro trimestre aumentou 4,8% em relação ao ano anterior, para 12,69 milhões de toneladas, o maior volume para o trimestre em pelo menos uma década, mostraram cálculos da Reuters com base em dados oficiais, à medida que os fazendeiros criaram mais porcos para consumo nas festas de fim de ano.

 

A produção de carne suína no terceiro trimestre na China, que consome metade da carne suína do mundo, é normalmente de cerca de 12 milhões de toneladas, e chegou perto do nível deste ano pela última vez em 2014, quando atingiu 12,67 milhões de toneladas. No entanto, os criadores chineses expandiram a produção nos últimos anos, e o rebanho de fêmeas reprodutoras ainda era maior do que há um ano até julho, quando começou a diminuir, mostram dados do Ministério da Agricultura. Os produtores mantiveram rebanhos maiores este ano, esperando uma recuperação econômica mais forte para aumentar a demanda por carne, mas o consumo tem sido decepcionante. A produção de carne suína da China nos primeiros nove meses do ano aumentou 3,6% em relação ao ano anterior, para 43,01 milhões de toneladas, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas na quarta-feira. O rebanho nacional de suínos aumentou para 442,29 milhões de porcos no terceiro trimestre, ante 435,17 milhões no trimestre anterior, de acordo com os dados. Os fazendeiros também engordaram seus porcos durante o terceiro trimestre para ganhar mais dinheiro, aumentando a oferta de carne suína, disse Rosa Wang, analista da Shanghai JC Intelligence Co Ltd. "A margem dos suínos foi positiva em agosto e setembro, então os criadores de suínos optaram por engordar os porcos ou até mesmo compraram porcos de 90 kg ou 100 kg e os engordaram até um peso maior para ganhar dinheiro", disse ela. No entanto, as margens caíram desde então, junto com a queda dos preços. Os contratos futuros de suínos caíram 4,5% em outubro, caindo pelo terceiro mês consecutivo, devido ao excesso de oferta

Reuters

 

FRANGOS

 

Frango: Volume exportado alcança 286,6 mil toneladas até a terceira semana de outubro

Preço pago pela tonelada avançou 9,4% no comparativo anual

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Governo Federal a exportação de carne de aves in natura ficou em 286,6 mil toneladas até a terceira semana de outubro/24. A média diária está em 20,4 mil toneladas o que representa um aumento de 14,9% frente à média diária exportada do ano anterior, que ficou em 17,8 mil toneladas. O preço pago pelo produto ficou em US$ 1.935 por tonelada, o que representa uma alta de 9,4% se comparado com os valores praticados em outubro do ano anterior, que estavam em US$ 1.768 por tonelada. No faturamento, a receita obtida ficou em US$ 554,7 milhões, enquanto em outubro do ano anterior o valor ficou em US$ 661,7 milhões. A média diária do faturamento está em US$ 39,6 milhões, avanço de 25,8% frente a média diária observada em outubro do ano anterior, que ficou em R$ 31,5 milhões. 

Agência Safras

 

ABPA e USAPEEC assinam memorando de cooperação pelo livre comércio global

Documento firmado ontem em Paris renova laços e compromissos entre produtores avícolas do Brasil e dos EUA em prol da sustentabilidade, da sanidade e contra o protecionismo

 

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e da USA Poultry and Egg Export Council (USAPEEC), Greg Tyler, assinaram ontem, em Paris (França), um memorando que estabelece um trabalho de cooperação em prol de questões que impactem o comércio global de produtos avícolas. De acordo com o documento, ambas as entidades trabalharão em conjunto para a superação de temas que dificultam o fluxo e impactam a oferta global de produtos, como protecionismo, questões sanitárias, entre outras políticas de atuação.  O acordo também envolve o debate em torno do papel do Conselho Mundial da Avicultura (sigla em inglês) e outros temas de interesse comum. Entre seus tópicos de trabalho conjunto citados pelo documento estão: - a sustentabilidade ambiental ou ecológica como uma diretriz na produção e comércio de aves; - a regulamentação da saúde animal, sanitária e de segurança alimentar baseada nos princípios da ciência sólida e avaliação de risco apropriada; - o apoio para o desenvolvimento contínuo da indústria avícola e do comércio internacional; - as relações internacionais baseadas na cooperação e a negociação e mediação para resolver diferenças; - por fim, a promoção da ciência sólida e do livre comércio. O documento estabelece a realização de encontros bilaterais periódicos, para estimular o intercâmbio de informações e o fortalecimento das ações, em especial, em temas como saúde animal, disponibilidade de grãos para ração e combustível, uso e disponibilidade de água, biossegurança, segurança alimentar, segurança alimentar, resíduos, gerenciamento de resíduos, meio ambiente e outros. “Somos concorrentes no mercado internacional, o que não nos impede de trabalhar em conjunto e cooperação em temas que são de interesse de ambos os países, bem como das nações importadoras.  Assim como o grande palco de interação global, que é o IPC, a construção de relações bilaterais de alto nível, como a que construímos entre ABPA e USAPEEC, são fundamentais para o fortalecimento de um comércio global livre”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

ABPA

 

LEGISLAÇÃO

 

Portuários manterão 50% dos serviços na paralisação desta terça-feira

Operadores de portos afirmam que a greve é ilegal e de cunho político. Estivadores, operadores de guindastes e trabalhadores administrativos em capatazia aceitaram a sugestão da Justiça

 

Três sindicatos de trabalhadores portuários aderiram à cláusula de paz proposta pela Justiça do Trabalho da 2ª Região para manterem 50% dos serviços na paralisação prevista para 22.10. Sugerida pelo vice-presidente judicial, desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto, a proposta previu a manutenção de 50% dos serviços, sob pena de multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento, para a greve nacional anunciada para ocorrer por 12 horas. Com isso, o magistrado concedeu, em regime de plantão nesse domingo (20/10), liminar nos termos propostos na audiência. Estivadores, operadores de guindastes e trabalhadores administrativos em capatazia aceitaram a sugestão. A categoria dos conferentes não aderiu ao movimento paredista e, portanto, não se manifestou sobre a cláusula. Já o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), que ajuizou o dissídio, rejeitou a sugestão de acordo e reafirmou que a greve é ilegal e de cunho político. Entre outros pontos, o Sopesp pedia a declaração de abusividade do movimento; 100% do contingente de portuários; multa diária de R$ 200 mil; e expedição de ofícios a fim de garantir o reforço policial para manutenção das operações portuárias na integralidade. Os trabalhadores protestam contra projeto de lei que extingue direitos de avulsos e portuários em geral. Em Santos-SP, há previsão de extinção do cais público da cidade. Na decisão, o magistrado afirmou que a "greve é instrumento não apenas legítimo, como também importante meio de pressão, desde que exercida de forma pacífica e observados os requisitos legais", os quais foram cumpridos. “Respeitou-se o prazo de 72 horas de aviso antes da paralisação e a suspensão das atividades não apresenta caráter político, pois visa à manutenção de direitos trabalhistas adquiridos.” O protesto é contra uma proposta de lei que será apresentada na Câmara dos Deputados e, segundo os trabalhadores, reduziria os direitos trabalhistas dos portuários. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Portuários do Paraná (Sintraport-PR), a proposta extingue, por exemplo, o adicional noturno, além do pagamento por adicional de risco concedidos aos profissionais, entre outros benefícios. Por enquanto, a greve não causa nenhum impacto direto ao agronegócio, mas coloca o setor em alerta, uma vez que se trata de uma atividade que usa muito portos para exportação em um momento crucial para o embarque de alguns produtos.

Globo Rural

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Com ajuda dos pés de frango, exportações da BRF crescem 25% em dois anos

Em 2024, empresa vai exportar o equivalente a um trimestre a mais do que embarcava em 2022

 

O aumento no número de habilitações para exportação e uma mudança na estratégia de vendas ao exterior fizeram os volumes embarcados pela BRF crescerem 25% em dois anos, para 1 milhão de toneladas, entre carne de frango, suína e produtos processados. Mas ainda há espaço para avançar, uma vez que mercados como a União Europeia seguem fechados. “Vamos exportar este ano [o equivalente a] um trimestre a mais do que a gente exportava em 2022”, afirma Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de planejamento e mercado internacional da empresa, em encontro com jornalistas durante o Sial, em Paris. Os números não incluem as vendas de frango ao mercado halal, que segue os preceitos do Islã. Em 2023, a BRF obteve 67 novas habilitações e este ano mais 66 mercados se abriram. “O crescimento expressivo veio muito de habilitações que conseguimos”, observa. Mas também funcionou a estratégia de “buscar o que o cliente quer”. Nessa procura, o que se descobriu foi que a empresa, às vezes, não estava aproveitando a oportunidade de exportar o “que tinha em casa”, nas palavras do executivo. Um dos produtos que ajudaram nesse avanço das vendas foi o pé de frango, cujo principal comprador é a China. Segundo Dall’Orto, os pés de frango produzidos em unidades não habilitadas para vender à China acabavam sendo descartados. Porém, havia demanda para eles em outros mercados, como Vietnã, Haiti e República Dominicana. “São países que pagam menos que a China, mas que querem o produto”, observa. Outro item é o chamado CMS (carne mecanicamente separada), que a BRF não exportava. Segundo o executivo, a empresa usava todo o CMS proveniente de aves e suínos como matéria-prima para seu próprio produto, como salsicha e mortadela. No entanto, começou a comprar CMS das empresas que não conseguem exportar e passou a vender a carne mecanicamente ao exterior a partir de suas unidades habilitadas. “Saiu de zero e hoje exportamos 4 mil a 5 mil toneladas por mês”. Os destinos são países da América do Sul, África do Sul e Filipinas. O melhor aproveitamento dos produtos também permitiu à BRF ter mais volume para exportação, de acordo com Dall’Orto. Dentro do BRF+, programa que visa ganho de eficiência, foi realizado um trabalho para identificar os produtos que poderiam ser colocados nas formulações de industrializados, abrindo espaço para a venda de outros ao exterior. “Começamos a liberar mais peito [de frango] para exportação. Primeiro, conseguimos desossar melhor e trocar um pouco de perna por peito. Então num momento que a perna está bem mais barata que o peito, consigo usar mais perna na formulação de processados e exportar mais peito, que dá mais volume”, diz. A reabertura do mercado do Reino Unido, há pouco mais de ano, foi outro fator positivo para as exportações da BRF. Sobretudo porque o país demanda produtos cozidos - como tiras de frango para o food service e peito de peru -, que têm mais valor agregado. Além disso, admite Dall’Orto, pode ajudar a encurtar o caminho para retomada de vendas a países da União Europeia, fechada desde 2018, por causa da Operação Trapaça, desdobramento da Carne Fraca, deflagrada um ano antes. A suspeita era de adulteração em resultados de análises relativas à presença de salmonela nos produtos. Segundo ele, a Europa está no processo de pré-listing atualmente. “A adequação das fábricas já fizemos, até pelo Reino Unido, onde os parâmetros são muito parecidos. Então as fábricas estão aptas a exportar”, diz. São 12 unidades de frango. No curto prazo, a expectativa é de cenário de estabilidade para as carnes de frango e suína, com mercado bem equilibrado entre oferta e demanda, segundo o executivo. Nesse ambiente, os preços devem ficar estáveis, assim como os custos. “Estamos vindo de uma produção de grãos equilibrada nesta safra, então há um cenário de equilíbrio de custo e de preço”. Dall’Orto evita estimativas, mas afirma que a perspectiva é de que as exportações da BRF continuem crescendo “a bom ritmo no ano que vem também”. Atualmente, a empresa tem 27% participação nas exportações nacionais de frangos, processados e suínos. Só de carne de frango, são 170 mil toneladas por mês, sendo 70 mil destinadas ao mercado halal do Oriente Médio. Afora o melhor aproveitamento do que já “tem em casa”, a BRF também tem buscado entender os hábitos de consumo de cada país importador, para elevar as vendas externas. “Estamos fazendo um trabalho de especificação para os clientes. Entender qual é o uso do produto lá na ponta tem trazido bastante valor”, afirma. Mais uma vez o pé de frango para a China é um dos exemplos. E quem poderia imaginar, até os calos fazem diferença. “Os chineses avaliam o tamanho, a quantidade de calos, a cor da pele do pé. O pé sem calo vale mais. E estamos começando a classificar mais o pé porque o de 35 gramas vale mais do que o de 25 gramas”, relata.

Valor Econômico

 

EMPRESAS

 

S&P eleva perspectiva para JBS; diversificação contribui para resultados

A agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva para a nota de crédito da JBS S.A. de negativa para estável, citando operações diversificadas e eficientes da companhia e compromisso da administração com o controle de dívida

 

A S&P espera que a JBS mantenha o endividamento abaixo de 3 vezes (dívida líquida/Ebitda) mesmo com o possível aumento na distribuição de dividendos e potenciais investimentos e aquisições. “A alavancagem declinou significativamente nos últimos dois trimestres e espera-se que termine 2024 em 2,5x, com fundos das operações (FFO) sobre dívida de 27%, após alcançarem 5,4x e 111% em 2023”, disse a S&P em nota divulgada na quarta-feira (16). A agência confirmou a classificação da nota de emissor da JBS em escala global em “BBB-” e a nota em escala nacional em “brAAA”. As margens Ebitda (lucro antes de impostos, taxas, depreciação e amortização) recordes nos negócios de carne suína e de aves da JBS deverão compensar um Ebitda próximo de zero esperado para o negócio de carne bovina nos Estados Unidos em 2024 e na maior parte de 2025, segundo a S&P. “Isso ocorre apesar das margens se recuperarem para cerca de 9% em uma base consolidada, de 4,7% em 2023, graças ao desempenho operacional recorde da Pilgrim's Pride, do negócio de carne suína nos EUA e da Seara, e uma recuperação na carne bovina da JBS Brasil, Austrália e Europa”, disse a S&P.

Carnetec

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar passa por ajustes e fecha abaixo de R$5,70 apesar de avanço no exterior

O dólar fechou a segunda-feira em leve queda e novamente abaixo dos 5,70 reais, em um dia de ajustes após as altas recentes, enquanto no exterior a moeda norte-americana registrou ganhos firmes em meio à expectativa de cortes menores de juros nos EUA e ao aumento das apostas de vitória de Donald Trump nas eleições.

 

O dólar à vista fechou o dia em leve baixa de 0,13%, cotado a 5,6931 reais. Em outubro a divisa acumula elevação de 4,48%. Às 17h29 na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,01%, a 5,7060 reais na venda. No início do dia a moeda norte-americana chegou a superar os 5,73 reais, acompanhando o avanço firme das cotações também no exterior. Um dos motivos para o movimento era a leitura de que o Federal Reserve tende a cortar os juros em apenas 25 pontos-base em novembro, e não em 50 pontos-base. Além disso, os receios em torno de eventual vitória de Trump na disputa com Kamala Harris pela Casa Branca dava suporte ao dólar. Analistas veem as propostas do ex-presidente, incluindo tarifas e cortes de impostos, como favoráveis à alta da moeda norte-americana. “Trump é um dos elementos mais importantes (para a alta recente do dólar). Ele faz boa parte do que promete, e o que ele faz é disruptivo”, avaliou André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online. “Ele já falou publicamente que vai cortar impostos de empresas por lá e emitiu sinais de que o fiscal norte-americano vai continuar em aceleração, o que sugere uma taxa de juros mais alta por mais tempo”, acrescentou. Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação máxima de 5,7363 reais (+0,63%) às 9h52. Depois disso, porém, o dólar perdeu força ante o real e se reaproximou da estabilidade, em meio a ajustes de preços após a escalada recente. Este movimento de ajuste foi visto também no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), onde as taxas cederam apesar a forte alta dos rendimentos dos Treasuries. A perda de força do dólar ante o real ocorreu em paralelo a declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento em São Paulo. Campos Neto seguiu o roteiro recente de comentários, ao reforçar que medidas fiscais são importantes para o BC conseguir baixar os juros, que a missão da instituição é atingir a meta de inflação de 3% e que não há uma orientação (guidance) para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), em novembro.

Reuters

 

Ibovespa fecha em queda com Petrobras, mas Embraer atenua perda

O Ibovespa fechou com um declínio discreto nesta segunda-feira, pressionado pela queda de Petrobras, enquanto Embraer avançou mais de 4% após dados sobre entregas no terceiro trimestre e Hypera teve um dia volátil, com o noticiário incluindo oferta da EMS para criar maior laboratório farmacêutico do Brasil

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,11%, a 130.361,56 pontos, tendo marcado 130.156,63 pontos na mínima e 131.123,53 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou bilhões de reais. Na visão da equipe de grafistas da Ágora Investimentos, o Ibovespa segue oferecendo uma leitura baixista de curto prazo após recente formação de topo na região dos 131.700 pontos. "Em caso de perda do suporte consolidado dos 129.500 pontos, confirmaria pivô de baixa com alvo em 125.250 pontos", afirmou.

Reuters

 

Mercado eleva projeção para Selic em 2025 a 11,25% e vê inflação no teto da meta este ano, mostra Focus

Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente sua projeção para o nível da Selic no próximo ano, em meio a expectativas mais altas para o avanço do IPCA e o crescimento do PIB em 2024 e projeção de uma inflação maior em 2025, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira

 

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 11,25%, de 11,00% na semana anterior, indicando menos cortes de juros em 2025. Para 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 10,75%, manteve-se em 11,75%, com dois aumentos seguidos de 0,5 ponto percentual, em novembro e dezembro. Depois disso é esperado mais um aumento de 0,25 ponto na primeira reunião de 2025, com a Selic permanecendo em 12,0% até o penúltimo encontro. São previstos então um corte de 0,50 ponto percentual e outro de 0,25 ponto em novembro e dezembro do próximo ano. A mudança na previsão ocorre na esteira do aumento do ceticismo do mercado em relação aos esforços do governo para equilibrar as contas públicas. O Executivo tem prometido que anunciará novas medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais, em 27 de outubro, a fim de cumprir as regras do arcabouço fiscal. Participantes do mercado têm afirmado que a confiança na direção da questão fiscal será retomada apenas quando houver justamente o anúncio de medidas concretas. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda um aumento na projeção para o IPCA neste ano, agora com alta de 4,50% --exatamente o teto da meta--, ante 4,39% há uma semana. Em 2025, o avanço do índice deve chegar a 3,99%, acima dos 3,96% projetados anteriormente. O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Houve ligeira melhora ainda na expectativa para a expansão do PIB em 2024, agora em 3,05%, de 3,01% na semana anterior. No próximo ano, a economia brasileira deve crescer 1,93%, segundo os analistas, mesma projeção da pesquisa anterior. Para o mercado de câmbio, a previsão quanto ao preço do dólar ao fim deste ano subiu para 5,42 reais, de 5,40 reais há uma semana. Em 2025, a expectativa é de que a moeda norte-americana atinja 5,40 reais, semelhante à previsão anterior.

Reuters

 

Ritmo de expansão do crédito deve ficar estável em 10,1%em setembro, diz Febraban

Pesquisa estima que crédito às empresas deve crescer 1,2% no mês e 7,3% em um ano; às famílias, 1,1% e 11,9%, na mesma base de comparação 

 

O saldo total da carteira de crédito deve apresentar alta de 1,2% em setembro ante agosto. Já o ritmo de expansão anual da carteira deve se manter estável em 10,1%, segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). De acordo com a pesquisa, o crédito às empresas deve crescer 1,2% no mês e 7,3% em um ano. Por sua vez, o crédito às famílias deve registrar expansão de 1,1% e 11,9%, na mesma base de comparação. Na divisão por tipo de crédito, o livre deve subir 1,2% e 9,3%, respectivamente; enquanto o direcionado deve avançar 1,2% e 11,2%. “Os números da pesquisa indicam que o mercado de crédito manteve seu bom dinamismo até o fim do terceiro trimestre, especialmente no segmento de recursos livres, mais sensível às condições econômicas. As surpresas positivas com o crescimento da economia e com o mercado de trabalho, que ainda se mostra aquecido, ampliando a renda das famílias, têm permitido uma maior expansão do crédito”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban. Segundo ele, apesar do novo ciclo de aperto monetário, a expectativa da Febraban é que o ritmo de expansão do crédito se mantenha no patamar de dois dígitos até o fim do ano. “Uma reversão aqui só mesmo com uma piora importante no cenário macroeconômico, que não está no nosso radar”, acrescenta. De acordo com a pesquisa, as concessões de crédito devem recuar 4,4% em setembro ante agosto. Entretanto, ajustando pelo número de dias úteis, o volume de concessões deve ficar praticamente estável, com variação de apenas 0,1%. A variação acumulada em 12 meses deve ser de 12,5%.

Valor Econômico

 

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