Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 730 | 18 de outubro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Novilha gorda bate R$ 295/@ e o “boi-China” chega a R$ 310/@, apurou a Scot Consultoria
As cotações do “boi-China” e do boi gordo “comum” subiram R$ 5/@ na comparação com os preços de mercado da quarta-feira (16/10), fechando em R$ 305/@ e R$ 310/@, respectivamente, no prazo, de acordo com os dados da Scot. No Paraná, o boi vale R$305,00 por arroba. Vaca a R$280,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de cinco dias.
Os preços das fêmeas registraram alta diária de R$ 3/@ e agora são negociadas no mercado paulista em R$ 270/@ (vaca) e R$ 295/@ (novilha). “A primeira quinzena de outubro foi marcada por fortes altas de preços nas praças pecuárias paulistas”, informou a Scot. Pelo levantamento da Agrifatto, na quinta-feira o preço da arroba na praça paulista subiu para R$ 305/@ (média entre o boi “comum” e o “boi-China”. Nas outras 16 regiões monitoradas pela Agrifatto, a média avançou para R$ 282,50/@. “Onze das 17 praças acompanhadas passaram por valorização (SP, BA, ES, MA, MS, MT, PA, RO, RS, SC e TO); as outras 6 mantiveram suas cotações estáveis (AC, AL, GO, MG, PR e RJ)”, destaca a Agrifatto. Na quarta-feira (16/10), prevaleceu o pessimismo na bolsa de mercadoria B3, informou a Agrifatto. O contrato com vencimento em fevereiro/25 fechou a sessão cotado a R$ 296,95/@, uma retração de 1,21%, e a maior desvalorização do pregão de quarta-feira. Nos três primeiros dias da semana, as vendas de carne bovina no varejo e as distribuições no atacado na capital paulista não atingiram as expectativas iniciais, resultando em um volume de pedidos de reposição de estoques abaixo do esperado, informa a Agrifatto. As distribuições da quinta-feira (17/10) foram um pouco mais consistentes. Com a alta dos preços da carne bovina por oito semanas seguidas, o esgotamento dos salários de setembro e a tradicional queda de consumo na segunda quinzena, as vendas para o consumidor final praticamente estancaram. “Travou geral”, ressaltaram os analistas da consultoria. Para as negociações semanais com o setor atacadista da quinta-feira, o volume de carne disponibilizado pelos frigoríficos foi significativamente menor em comparação com o mesmo dia da semana anterior, compara a Agrifatto. “O aumento continuado nos preços do animal terminado causou uma severa restrição na oferta, reduziu os abates e, consequentemente, a produção de carne”, justificou a consultoria. Com a diminuição da demanda, a indústria de desossa passou a adquirir um volume menor do que o habitual, pois, tanto as redes varejistas quanto os grandes frigoríficos, reduziram as suas compras, enfatizou a Agrifatto. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta quinta-feira (17/10): São Paulo — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de cinco dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$295,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$270,00 a arroba. O “boi China”, R$280,00. Média de R$275,00. Vaca a R$255,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de cinco dias. Tocantins — O “boi comum” vale R$280,00 a arroba. O “boi China”, R$290,00. Média de R$285,00. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de três dias; Pará — O “boi comum” vale R$280,00 a arroba. O “boi China”, R$290,00. Média de R$285,00. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de quatro dias; Goiás — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$275,00 a arroba. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de sete dias; Maranhão — O boi vale R$270,00 por arroba. Vaca a R$255,00. Novilha a R$260,00. Escalas de abate de seis dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Pecuária/Cepea: Preços indicam virada de ciclo. Frigoríficos perdem margens de lucro
O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 fechou a R$ 300,30 na quarta-feira, 16, conforme levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Há exatos 20 meses (desde o dia 16 de fevereiro de 2023) que o Indicador não batia na casa dos R$ 300 – série nominal, sem considerar a inflação do período
Pesquisadores do Cepea indicam que essa marca reflete principalmente a baixa oferta de animais para abate. Do lado da demanda, as exportações seguem aquecidas – num contexto mundial de oferta limitada. Já as vendas no mercado doméstico dão sinais de enfraquecimento, sobretudo diante das recentes valorizações da carne, mas, como a oferta é relativamente pequena, os preços no atacado seguem firmes. Segundo pesquisadores do Cepea, as últimas semanas têm marcado uma virada do ciclo pecuário brasileiro. A intensidade e a duração das altas dos preços da carne, do boi e demais categorias animais vêm surpreendendo, pode-se dizer, todos os analistas. E essa mudança significativa das cotações do boi tem impactado a indústria. Mesmo com a carne em elevação, cálculos do Cepea mostram que a margem dos frigoríficos diminuiu. Os valores negociados na B3 até agosto deste ano dão uma ideia da distância entre o que operadores estavam estimando para esta entressafra e os patamares que têm se confirmado. Em meados de agosto, o contrato Outubro/24, por exemplo, era negociado por volta de R$ 241. E, nesta semana, o ajuste chegou à casa dos R$ 310, fechando a R$ 308,65 na quarta, diferença de 28% em dois meses. No mercado físico, a alta foi praticamente igual. Nesses mesmos dois meses (desde 15 de agosto), o Indicador do Boi CEPEA/B3 avançou 29%, refletindo negócios no mercado paulista que saíram da casa dos R$ 233, em média, para os R$ 300 atuais. No mesmo período, a carne com osso no atacado da Grande São Paulo se valorizou 28,1%, passando da média de R$ 16,40/kg para R$ 21,01/kg nessa quarta – preço à vista da carcaça casada bovina. Dados do Cepea mostram que as valorizações da arroba e da carne nos últimos dois meses são semelhantes, mas, quando analisadas as médias mensais, constata-se que, até o dia 16, o boi gordo no estado de São Paulo (Indicador CEPEA/B3) esteve em R$ 292,19, aumento de 14,4% em relação à média de setembro. Para a carcaça casada bovina negociada na Grande São Paulo, o acréscimo foi de 11,7%, com o quilo na média deste mês em R$ 20,05 à vista. Com isso, a diferença entre o “boi casado” (15 quilos de carcaça casada) no atacado da Grande São Paulo e a arroba do boi paga ao pecuarista paulista (Indicador CEPEA/B3) diminuiu, impactando a margem dos frigoríficos de setembro para outubro. Na primeira quinzena deste mês, a diferença entre os valores médios da arroba de boi (R$ 291,45) e 15 quilos da carne (R$ 299,55) esteve em 8,10 Reais. Na primeira quinzena de setembro, a arroba de carne superou a de boi em 15,19 Reais. De janeiro a setembro deste ano, considerando-se os efeitos da inflação pelo IGP-DI de setembro/24, a diferença média entre os preços do boi e da carne em SP foi de 12,76 Reais, com pico (carne valendo mais que arroba) de 15,23 Reais em junho e mínima de 7,93 Reais em janeiro – semelhante à atual. As compras em regiões mais afastadas da planta de abate, a possibilidade de abater fêmeas no lugar de bois para atender ao mercado chinês e a entrada de novos lotes de confinamentos, a maior parte negociada antecipadamente, são estratégias usadas pelos frigoríficos para aliviar a pressão por compras de boi no spot em determinadas praças. Mesmo assim, a oferta limitada de animais prontos para abate é generalizada e tem tido peso maior, resultando em novos aumentos de preços na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Na quarta, as negociações em São Paulo oscilaram entre R$ 294 e R$ 312 (valores à vista; já descontado o Funrural), e o avanço do Indicador na parcial de outubro chega a 9,5%. Negócios acima de R$ 290 têm sido captados também nos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, sendo que nestes dois últimos estados há registros inclusive na casa dos R$ 300. No mercado de carne, a carcaça casada bovina com osso no atacado da Grande São Paulo acumula acréscimo de 12,4% na parcial deste mês, com média à vista de R$ 21,01kg no dia 16.
Cepea
SUÍNOS
Mercado de suínos com cotações estáveis, na quinta-feira (17)
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 170,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 13,40/kg, em média.
Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (16), o preço teve alta apenas no Paraná, na ordem de 0,69%, chegando a R$ 8,75/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,96/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,39/kg), Santa Catarina (R$ 8,46/kg), e São Paulo (R$ 8,98/kg).
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços estáveis
Em São Paulo houve pequeno aumento, passando de R$ 9,17/kg vivo para R$ 9,28/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).
No mercado mineiro, o preço ficou estável pela décima semana consecutiva, valendo R$ 9,00/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve pequena alta, passando de R$ 8,71/kg vivo para R$ 8,81/kg vivo.
Agrolink
Suínos/Cepea: Competitividade cresce frente às concorrentes
Levantamentos do Cepea mostram que a competitividade da carne suína vem aumentando em relação às principais concorrentes nesta parcial de outubro
Enquanto os preços da proteína suinícola registram leves quedas, os da bovina e de frango se valorizam, com destaque para a carne de boi. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína é comercializada à média de R$ 12,98/kg em outubro (até o dia 15), baixa de 0,6% na comparação com o mês anterior. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da menor liquidez interna da carne, observada entre o final de setembro e a primeira semana de outubro.
Cepea
FRANGOS
Preços do frango estáveis na quinta-feira (17)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, da mesma forma que a ave no atacado, fechando, em média, R$ 6,85/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,49/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (16), a ave congelada teve tímida alta de 0,27%, chegando a R$ 7,51/kg, e o frango resfriado cedeu 0,39%, fechando em R$ 7,58/kg.
Cepea/Esalq
GOVERNO
Mapa destaca abertura de mercado no Catar para exportação de carne de caprinos e de ovinos
Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcançou sua 182ª abertura neste ano
O governo brasileiro recebeu, com satisfação, a notícia da abertura de mercado no Catar para a exportação de carne de caprinos e de ovinos do Brasil, após a aprovação de Certificado Sanitário Internacional. De janeiro a setembro deste ano, o Brasil exportou cerca de US$ 200 milhões em produtos agropecuários para o Catar. Aproximadamente 90% desse valor correspondem a proteínas animais, em especial aves e bovinos. A abertura do mercado catariano para carnes de caprinos e de ovinos de origem brasileira, que têm alcançado presença crescente no mercado internacional, deverá contribuir para diversificar a pauta do comércio bilateral. Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcançou sua 182ª abertura neste ano, totalizando 260 aberturas em 61 destinos desde o início de 2023.
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Movimentação dos portos paranaenses cresceu 8,6% de janeiro e setembro de 2024
Foram 52 milhões de toneladas movimentadas no período, contra 47,99 milhões em 2023 – incremento de mais de 4 milhões de toneladas. O desempenho foi puxado, principalmente, pela exportação de grãos de soja, açúcar e cereais e importação de fertilizantes
A movimentação nos Portos de Paranaguá e Antonina cresceu 8,6% de janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2023. O volume de importação e exportação passou de 47.997.984 toneladas no ano passado para 52.133.211 neste ano – um incremento de 4.135.227 toneladas. O desempenho foi puxado, principalmente, pela exportação de grãos de soja, açúcar, contêineres, fertilizantes e cereais (trigo, malte e cevada). Os números foram impulsionados, principalmente, pela exportação de grãos de soja, com 12.342.424 toneladas no período, um crescimento de 8% em relação à 2023 (11.449.461 toneladas). O açúcar também teve grande influência, tanto a granel, com aumento de 41% (4.966.915 este ano contra 3.532.977 toneladas no ano passado) quanto em saca, que aumentou em 49%: foram 676.384 toneladas em 2024 e 454.232 toneladas no ano anterior. A importação de fertilizantes cresceu 11% - de 7.057.771 toneladas em 2023 para 7.845.082 toneladas neste ano. Já os cereais tiveram aumento de 64% (de 495.252 toneladas nos primeiros nove meses de 2023, para 814.281 toneladas de janeiro a setembro de 2024. “Houve um aumento expressivo da movimentação de cereais com mais de 60% de crescimento na importação de malte, cevada e trigo para a indústria, principalmente, cervejeira”, disse o diretor de Operações Portuárias da Portos do Paraná, Gabriel Vieira. A movimentação de contêineres também cresceu expressivamente tanto em importação quanto em exportação, alcançando a marca de 1.169.035 TEUs (medida utilizada para comprimento de contêiner de 20 pés) movimentados. O número é 34% maior do que em relação ao ano passado (875.146 TEUs). O diretor de Operações Portuárias da Portos do Paraná observa o desempenho específico de setembro. Ele lembra que, apesar do período chuvoso daquele mês, e da baixa demanda na exportação dos grãos e farelo de soja, Paranaguá e Antonina tiveram uma movimentação de mais de 5,7 milhões de toneladas. “Se considerarmos os últimos 12 meses acumulados de movimentação já temos 69,5 milhões de toneladas”, avalia.
Agência Estadual de Notícias
Produtores de milho do Paraná têm melhor remuneração em outubro, diz Deral. Custo de produção do frango sobe
Os preços recebidos pelos produtores de milho no mercado paranaense tiveram aumento expressivo de 26% em outubro deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado
Mas o custo da produção de frango, em que a alimentação é uma das variáveis mais significativas, também evoluiu, com aumento de 9,2% comparando-se setembro deste ano com o mesmo mês de 2023. A análise detalhada faz parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 11 a 17 de outubro. O documento é preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Na última semana os produtores paranaenses de milho receberam R$ 55,58 pela saca de 60 quilos do produto. No fechamento de outubro de 2023 essa mesma saca rendeu R$ 44,02. O cenário favorável no mercado doméstico pode ter como justificativa a variação cambial, visto a valorização de 16% do dólar frente ao real. Isso direcionou o produto para exportação, reduzindo a oferta no mercado interno, o que elevou os preços. Também contribui o período de entressafra, com uma maior demanda pelo cereal. A alimentação dos frangos de corte, que tem o milho como um dos insumos, é o principal item apesar no custo de produção. No Paraná ele representou 65,95% do custo total, que ficou em R$ 4,61 o quilo em setembro, de acordo com a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias), da Embrapa Suínos e Aves (Cnpsa), base para o boletim produzido no Deral. Esse valor, que se refere à criação de frango em aviários tipos climatizado em pressão positiva (caracterizado pela indução de ar externo para dentro do galpão), foi 9,2% superior aos R$ 4,22 por quilo em setembro do ano passado. O valor especificamente da alimentação foi de R$ 3,04 por quilo no último mês, aumento de 7,8% em relação aos R$ 2,82 por quilo em setembro de 2023. A análise sobre suínos leva em conta a exportação de cerca de 7 mil toneladas de carne industrializada pelo Brasil no ano passado – nesse grupo incluem-se apresuntado e fiambre como os mais comuns. O Paraná figurou como o maior exportador, com 2,7 mil toneladas, o que representa 37% do total. O Paraguai foi o principal parceiro, recebendo 2,2 mil toneladas de carne suína brasileira industrializada, 86% provenientes do Paraná. Nos primeiros nove meses de 2024 o Brasil já enviou 6,8 mil toneladas da mesma carne para o Exterior.
SEAB-PR/DERAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em leve queda ante real apesar de impulso externo
Após oscilar em margens estreitas durante o dia, o dólar fechou a quinta-feira perto da estabilidade no Brasil, ainda que no exterior a moeda tenha registrado ganhos firmes ante boa parte das demais divisas, sob influência de dados robustos da economia dos EUA e da decepção com os estímulos econômicos da China
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,06%, cotado a 5,6602 reais. Em outubro a divisa acumula elevação de 3,87%. Às 17h13, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a 5,6685 reais na venda. A divisa norte-americana abriu o dia em alta ante o real, em meio à decepção com novas medidas anunciadas pela China para impulsionar o setor imobiliário. O país asiático disse que ampliará uma lista de projetos habitacionais elegíveis para financiamento e aumentará os empréstimos bancários para esses empreendimentos até o fim do ano. Analistas viram o anúncio apenas como um complemento de planos apresentados anteriormente. “O pacote de estímulos da China veio abaixo do esperado, gerando preocupações quanto ao impacto nas economias emergentes, como o Brasil, e levando os investidores a buscarem ativos considerados mais seguros, como o dólar, pressionando a cotação”, disse Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, em comentário enviado a clientes. Em reação ao anúncio chinês, o dólar à vista atingiu a máxima de 5,6900 reais (+0,46%) às 9h05, pouco depois da abertura. Ainda pela manhã, porém, a divisa desacelerou e se reaproximou da estabilidade. No exterior o viés predominante era de alta, com as cotações reagindo à divulgação de números positivos nos EUA. As vendas no varejo no país subiram 0,4% em setembro, acima do 0,3% das projeções de economistas, enquanto os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram 19.000 na semana passada, bem abaixo da previsão de 260.000 pedidos. Ao mesmo tempo, o cenário externo adverso e as preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal do governo Lula impediam que a divisa norte-americana buscasse níveis mais baixos. Na prática, as cotações seguiram “travadas”. Na mínima do dia, às 16h43, o dólar à vista foi cotado a 5,6576 reais (-0,11%). No exterior, o dólar seguia com ganhos firmes ante boa parte das demais moedas no fim da tarde. Às 17h12, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,24%, a 103,790.
Reuters
Ibovespa recua em meio à frustração com novos estímulos chineses; Vale cai 2,53%
O desempenho da bolsa local foi na contramão da maioria dos índices americanos
O anúncio de novos estímulos vindos da China decepcionou agentes financeiros e afetou negativamente ações de commodities, o que empurrou o Ibovespa para baixo na sessão da quinta-feira (17). O índice encerrou o dia em queda de 0,73%, aos 130.793 pontos, variando entre 129.902 pontos e 131.716 pontos. O avanço dos juros futuros e preocupações fiscais também influenciaram o desempenho do índice. O volume financeiro do Ibovespa foi de R$ 12,7 bilhões e de R$ 17,5 bilhões na B3. O dia também foi negativo para os papéis da Vale, que recuaram 2,53%, a R$ 60,76. O minério de ferro apresentou queda de 5,99%. O desempenho da bolsa local foi na contramão da maioria dos índices americanos. O Dow Jones avançou 0,37%, enquanto o Nasdaq registrou leve alta de 0,04% e o S&P 500 terminou quase estável, com queda de 0,02%. O Ministério da Habitação da China informou, na madrugada da quinta-feira, que vai acelerar o crédito para incorporadores imobiliários em dificuldade e reformar 1 milhão de apartamentos em favelas urbanas. A autarquia também disse que mais fundos serão alocados para projetos habitacionais na “lista branca” do governo, com 4 trilhões de yuan, equivalente a US$ 550 bilhões, em empréstimos a serem emitidos até o fim do ano. Fernando Rocha, economista-chefe e sócio da gestora JGP, diz que o montante de 1 milhão de apartamentos a serem reformados foi considerado “pequeno” pelo mercado e que a alocação de mais fundos na “lista branca” representa apenas uma nova forma de destinação de dinheiro. “O pacote ainda é tímido”, resumiu. Na visão de Rocha, a China passa por um momento chamado de “armadilha de liquidez” em que a taxa de juros está baixa, mas o crédito não melhora. “Chegamos na situação em que furou a ‘bolha de preço’ e as pessoas querem se livrar dos ativos [imóveis]. Quando isso ocorre, o governo precisa comprar estoques e transformar isso em casas populares, mas em um volume bem maior”, avalia. Em meio a uma mudança de paradigma no setor de construção chinês, Rocha defende que o cenário é bem “desafiador” para empresas de commodities brasileiras, especialmente aquelas ligadas à construção civil. “O pico do consumo de materiais de construção já passou. O preço não desaba porque vai ajustando a oferta.” Fernando Fontoura, sócio fundador e gestor de renda variável na Persevera Asset Management, acredita que os investidores mais estruturais estariam inclinados a fazer um movimento mais positivo para emergentes, como China e Brasil, após uma definição do próximo presidente dos Estados Unidos. Nos últimos dias, sites de apostas como o Polymarket apontaram uma chance maior de vitória do candidato republicano, Donald Trump, e de obtenção de uma maioria no Senado e na Câmara para o partido republicano. “O mercado está querendo esperar um pouco. O pensamento é que está tão próximo do resultado que é melhor ver como vai ficar. É importante entender se vai ter um republic sweep [onda republicana na Câmara e no Senado] também”, diz Fontoura.
Valor Econômico
IGP-10 acelera alta para 1,34% em outubro com efeito da seca sobre commodities, diz FGV
A alta do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou de forma acentuada em outubro a 1,34%, após avançar 0,18% no mês anterior, em resultado em linha com o esperado por analistas, mostraram dados divulgados na quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV)
Analistas consultados pela Reuters esperavam exatamente uma alta de 1,34% na base mensal. Em 12 meses, o IGP-10 passou a subir 5,10%. "A aceleração do IPA foi impulsionada pelos produtos agropecuários, que continuam a sofrer os efeitos da seca. No lado do consumidor, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, vigente desde o início de outubro, provocou um aumento nas tarifas de energia elétrica", disse André Braz, economista da FGV IBRE. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve alta de 1,66% em outubro, depois de subir 0,14% no mês anterior. O avanço no IPA veio na esteira da aceleração dos preços no grupo de Matéria-prima Brutas, que tiveram alta de 3,94% em outubro, ante uma queda de 0,86% no mês anterior. Os itens do grupo que mais contribuíram para o resultado foram minério de ferro (-8,41% para 1,84%), soja em grão (-0,99% para 6,58%) e bovinos (2,83% para 8,36%). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, registrou alta de 0,53% no mês, depois de subir 0,02% em setembro. No IPC, houve acréscimo em sete das oito classes que compõem o índice: Habitação (0,23% para 1,60%), Alimentação (-0,43% para 0,08%), Educação, Leitura e Recreação (-0,10% para 0,57%), Despesas Diversas (0,66% para 1,76%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,18% para 0,32%), Comunicação (-0,11% para 0,30%) e Vestuário (-0,23% para -0,03%). A tarifa de eletricidade residencial foi o item com a alta de maior destaque no IPC, subindo 6,35% em outubro, ante um avanço de 0,83% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) subiu 0,57% em outubro, depois de uma alta de 0,79% em setembro. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Reuters
Produtividade na indústria permaneceu estável no segundo trimestre, aponta CNI
Cenário é resultado de aumento, a um ritmo semelhante, das horas trabalhadas em relação à produção, o que explica a estabilidade do indicador
A produtividade do trabalho da indústria de transformação brasileira permaneceu praticamente estável no segundo trimestre de 2024, variando -0,3% em relação ao primeiro trimestre, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado ocorre após o registro de queda de 1,4% no primeiro trimestre do ano, quando a série apresentada pela pesquisa produtividade na Indústria interrompeu a tendência de alta observada desde o segundo trimestre de 2023. A quase estabilidade do indicador, calculado como a razão entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção, é explicada pelo ritmo semelhante de crescimento das variáveis que o compõem. O resultado se deu por aumento de 0,9% na produção e de 1,3% nas horas trabalhadas. “Esse comportamento reflete acomodação das horas trabalhadas, que cresceu a um ritmo menor que o apresentado no primeiro trimestre do ano, acompanhada de manutenção do ritmo de alta da produção”, explica a gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha. O levantamento mostra ainda que a demanda interna por bens manufaturados tem crescido nos últimos três trimestres, o que indica que há espaço para a produção industrial nacional seguir crescendo, visto que parte da demanda é atendida por importações, que vêm aumentando. Além disso, com os novos trabalhadores que vêm sendo contratados, a expectativa é de que, à medida em que sejam encerrados os ciclos de treinamento, haja crescimento do produto por trabalhador, resultando na melhoria do indicador avaliado. Também há sinais de recuperação do indicador, quando a produtividade é medida pelo número de trabalhadores. Nesse caso, a produtividade do trabalho cresceu 0,4%, no segundo trimestre do ano, em relação ao trimestre imediatamente anterior. É o melhor resultado do indicador desde o segundo trimestre de 2022. Na avaliação da CNI, as medidas recentes, anunciadas pelo governo federal, são importantes para uma trajetória sustentada de crescimento, pois criam melhores condições para as empresas investirem na modernização industrial. “É o caso das linhas de financiamento do eixo Indústria Mais Produtiva do Plano Mais Produção, do programa Brasil Mais Produtivo, no âmbito do plano Nova Indústria Brasil, e a recém regulada Lei de Depreciação Acelerada. Também concorre para o sucesso dessas medidas a garantia de um ambiente de negócios favorável ao investimento”, enfatiza Samantha Cunha. Principais problemas que afetaram a indústria de transformação em 2023. A indústria teve dificuldade de elevar a produção ao longo do ano por conta da baixa demanda por bens manufaturados, que caiu 1,7% em 2023. A demanda interna insuficiente foi um dos principais problemas enfrentados pela indústria ao longo do ano passado, de acordo com a Sondagem Industrial da CNI. Essa é uma das questões apontadas pelos empresários industriais desde o quarto trimestre de 2022, impactando cerca de 30% das empresas. Na última década (2013-2023), a produtividade acumulou queda de 1,2%. Esse resultado reflete redução de 16,5% nas horas trabalhadas e redução maior no volume produzido, de 17,4%. Na primeira metade da década, até 2018, a produtividade acumulou um crescimento de 7,1%. Esse ganho, no entanto, foi mitigado pela queda de 7,8% observada na segunda metade da década. A demanda retraída e as elevadas taxas de juros foram entraves para o aumento do investimento. Para a CNI, a retomada desse investimento é fator-chave para a produtividade seguir uma trajetória de crescimento de forma mais acelerada e sustentada.
CNI
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