Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 715 | 27 de setembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo ao mercado doméstico vale R$ 265/@, enquanto o “boi-China” sai por R$ 270/@ em SP
Período de entressafra de "boiadas de capim" segue dentro do normal histórico, ou seja, mercado reage com seguidas valorizações na arroba, sem espaço para quedas. No Paraná, o boi vale R$270,00 por arroba. Vaca a R$245,00. Novilha a R$250,00. Escalas de abate de cinco dias.
Os frigoríficos do Estado de São Paulo abriram a quinta-feira (26/9) ofertando R$ 3/@ a mais pelo boi gordo destinado ao mercado doméstico, que agora é vendido por R$ 265/@, no prazo, segundo apurou a Scot Consultoria. O “boi-China” foi negociado por R$ 270/@ no mercado paulista, com um ágio de R$ 5/@ sobre o bovino “comum”, acrescentou a Scot. Segundo a Agrifatto, oferta reduzida de boiadas gordas neste período crítico de entressafra e, consequentemente, o encurtamento das escalas de abate das indústrias brasileiras continuam impulsionando os preços da arroba não só em São Paulo, mas na maioria das praças brasileiras. No acumulado das três semanas de setembro/24, o Brasil exportou 185,5 mil toneladas da proteína in natura, com média diária de 12,4 mil toneladas, o que significou avanço de 26,8% em relação ao desempenho médio diário do mesmo período de 2023, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Para este mês de setembro, a Agrifatto projeta embarques totais de 240 mil toneladas de proteína in natura, o que representaria um novo recorde histórico para o período mensal, superando o recorde de julho/24, quando as exportações atingiram 237,27 mil toneladas. Em agosto/24, o Brasil exportou 217,46 mil toneladas de carne bovina in natura, um avanço de 17,3% sobre o volume computado em agosto/23, de 185,36 mil toneladas, de acordo com a Secex. Foi o melhor desempenho da histórica para o mês de agosto. Apesar do avanço dos embarques brasileiros nesta parcial de setembro/24, os importadores da China se mantêm cautelosos nas negociações, informa Agrifatto. Com isso, o dianteiro bovino brasileiro embarcado para a China permanece estável em US$ 4.600/tonelada, depois de um período de alta – a cotação paga pelos chineses subiu 11,18% de junho/24 até a primeira semana de set/24, quando a tonelada foi comercializada a US$ 4.725, o maior patamar de preço desde dezembro/23. “Essa alta do dianteiro, somada ao avanço do dólar frente ao real, beneficiou a indústria frigorífica brasileira, impulsionando o preço do dianteiro desossado vendido aos chineses para o maior patamar desde abril/23, chegando a R$ 26,74/kg neste mês de setembro/24”, relata a Agrifatto. No mercado futuro, todos os contratos apresentaram alta na quarta-feira (25/9) em relação ao dia anterior, encerrando no nível mais elevado até agora, informa a consultoria, com base em dados da B3. O destaque foi o contrato com vencimento em novembro/24, que fechou a R$ 278,90/@, com uma valorização de 2,33% em comparação ao dia anterior. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quinta-feira (26/9): São Paulo — O “boi comum” vale R$260,00 a arroba. O “boi China”, R$270,00. Média de R$265,00. Vaca a R$240,00. Novilha a R$250,00. Escalas de abates de oito dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$250,00 a arroba. O “boi China”, R$260,00. Média de R$255,00. Vaca a R$235,00. Novilha a R$240,00. Escalas de abate de cinco dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$270,00 a arroba. O “boi China”, R$270,00. Média de R$270,00. Vaca a R$245,00. Novilha a R$250,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$215,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$240,00 a arroba. O “boi China”, R$250,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$240,00 a arroba. O “boi China”, R$250,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abate de seis dias; Goiás — O “boi comum” vale R$250,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$260,00. Média de R$255,00. Vaca a R$235,00. Novilha a R$240,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$240,00 a arroba. Vaca a R$220,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abate de nove dias; Maranhão — O boi vale R$230,00 por arroba. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de seis dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Quinta-feira (26) com cotações estáveis para o mercado de suínos
Os valores no mercado de suínos nesta quinta-feira (26) ficaram estáveis. Segundo análise do Cepea, os preços do suíno vivo e da carne suína têm se mantido praticamente estáveis na maioria das regiões acompanhadas pelo órgão
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 169,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 13,20/kg, em média. Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (25), os preços ficaram estáveis nas principais praças: Minas Gerais 9R$ 8,96/kg), Paraná (R$ 8,52/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,20/kg), Santa Catarina (R$ 8,41/kg), e São Paulo (R$ 8,96/kg).
Cepea/Esalq
Suinocultura Independente: mais uma semana em estabilidade
A quinta-feira (26) foi mais um dia em que as principais praças que comercializam os suínos no mercado independente registraram estabilidade nos preços, e lideranças do setor apontam que, apesar do aparente teto de preços, a próxima semana pode trazer novos realinhamentos positivos nas cotações
Em São Paulo, o preço ficou estável pela sexta semana consecutiva em R$ 9,07/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o preço ficou estável pela sexta semana consecutiva, valendo R$ 9,00/kg vivo pela quarta semana consecutiva, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal ficou estável pela segunda semana em R$ 8,57/kg vivo.
Agrolink
FRANGOS
Mercado do frango seguiu com preços estáveis
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 0,31%, fechando, em média, R$ 6,48/kg
No caso do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,65/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,41/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (25), os preços da ave congelada e da resfriada ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 7,34/kg e R$ 7,51/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Marfrig espera reduzir alavancagem com conclusão de venda de ativos para Minerva
Liquidação de dívidas permitirá à Marfrig avançar em seu projeto de expansão no segmento de produtos industrializados, afirma diretoria da companhia. Venda de ativos da Marfrig para a Minerva deve ser concluída até o final de outubro.
A aprovação da venda de parte do negócio de carnes bovina e ovina da Marfrig para Minerva deve injetar cerca de R$ 5,7 bilhões ao caixa da companhia. O capital, segundo a direção do frigorífico, será usado para reduzir a alavancagem da Marfrig de 3,38 vezes reportado no segundo trimestre de 2024 para abaixo de três. “A prioridade da Marfrig é reduzir alavancagem, estoque de dívida bruta e, assim, reduzir a despesa financeira. Esse combo gera valor para o acionista e vamos seguir nessa trajetória”, comentou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Marfrig, Tang David. A previsão é de que a transferência dos ativos, totalizando 13 unidades industriais, seja concluída até o final do próximo mês. Segundo o executivo, a redução da dívida permitirá à Marfrig avançar em seu projeto de expansão no segmento de produtos industrializados e de marca, onde a companhia tem obtido melhores margens quando comparado à venda de carne in natura. “Nós lembramos sempre que essa otimização do portfólio e de complexos industriais busca operar unidades com o maior número de habilitações e melhor localização e com isso temos um menor custo, maior eficiência, garantindo principalmente margens maiores e mais resilientes”, detalhou o presidente da companhia para a América do Sul, Rui Mendonça. Dentre os projetos de expansão da companhia, o executivo destaca a meta de aumentar os abates de gado próprio mantido em confinamento pela empresa e que foi anunciado no início deste ano. A perspectiva, conta, é que a operação com animais criados pela própria Marfrig permitam à empresa trabalhar com ocupação total de suas unidades de abate com produtos habilitados para exportação para mercados mais exigentes, como o europeu. “Somando-se a operação em complexos industriais, o apoio dos confinamentos e a manutenção de todas as operações de industrializados, nós vamos caracterizar a Marfrig como essa empresa de alimentos que é o nosso projeto de futuro”, detalhou Mendonça. A venda de ativos da Marfrig para Minerva, aprovada nesta quarta-feira (25/9) pelo Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deve ser concluída até o final de outubro deste ano, segundo informações divulgadas por ambas as companhias em Fato Relevante ao mercado. Avaliada em R$ 7,5 bilhões, a transação prevê a transferência de seis plantas da Marfrig para a Minerva na América no Sul, sendo 11 no Brasil. Como parte das medidas de proteção concorrencial impostas pelo Cade, a minerva aceitou alienar planta produtiva em Pirenópolis. Segundo a minerva, a unidade de Pirenópolis encontra-se desativada desde 2010 sem perspectiva de reabertura. Por determinação do Cade, a venda deve ocorrer em no máximo 12 meses ou ir a leilão caso não surjam compradores interessados dentro do prazo estipulado. A aprovação da compra de ativos da Marfrig por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) “deve trazer o debate dos investidores sobre a Minerva de volta aos fundamentos de mercado, já que remove a pressão do acúmulo de juros sobre o valor de aquisição divulgado”, aponta relatório do Goldman Sachs. Os analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann avaliam como positivo, mas ainda apontam que a parte uruguaia possa trazer “alguma incerteza”. O Goldman Sachs estima que, ao incluir o capital de giro mínimo necessário para impulsionar a operação, a alavancagem da Minerva será de 4,5 vezes o Ebitda. No segundo trimestre de 2024, a alavancagem não ajustada foi de 3,6 vezes. “As perspectivas para o ciclo do gado no Brasil em 2025 estão melhorando progressivamente”, aponta a análise. O Goldman Sachs mantém sua recomendação de compra para a Minerva, com preço de R$ 7,55 por ação.
Globo Rural
Como ficam Marfrig e Minerva após a negociação?
A Marfrig pretende intensificar sua estratégia de focar em alimentos processados e marcas de alto valor agregado após a aprovação da venda de ativos para a Minerva, conforme afirmou o CEO Rui Mendonça após a decisão do Cade.
"Nosso foco é em alimentos de valor agregado e operações em complexos industriais", disse Mendonça. A companhia prioriza operações sustentáveis e eficientes, com ênfase em unidades com maior capacidade produtiva e localização estratégica. "Queremos concentrar operações com mais habilitações e grande volume, o que reduz o custo por quilo produzido e aumenta as margens", afirmou o CEO. Atualmente, 30% das vendas de carne desossada da Marfrig são de marcas reconhecidas no mercado. Mendonça destacou o aumento do foco em produtos processados e industrializados, considerados mais sustentáveis. "Seguiremos com commodities, mas com competitividade crescente e foco maior em produtos de valor agregado", comentou. Ele também destacou a parceria com a BRF, que tem gerado sinergias importantes. "Estamos trabalhando próximos à administração da BRF, aproveitando oportunidades conjuntas", disse, ressaltando o potencial de capturar mais sinergias. O negócio com a Minerva, anunciado em agosto de 2023, envolve a venda de ativos por R$ 7,5 bilhões, incluindo 11 plantas de bovinos no Brasil, unidades na Argentina, Uruguai, Chile e um centro de distribuição no Brasil. A transação deve ser concluída até o fim de outubro, exceto pelas plantas no Uruguai, que dependem de aprovação das autoridades locais. Do total de R$ 7,5 bilhões, já foram pagos R$ 1,5 bilhão e, com a aprovação do Cade, a Marfrig receberá entre R$ 5,6 bilhões e R$ 5,7 bilhões, ajustados pelo CDI desde agosto de 2023. A companhia planeja usar esses recursos principalmente para reduzir a alavancagem financeira, que estava em 3,38 vezes no segundo trimestre de 2023, segundo o diretor de relações com investidores, David Tang. O Cade aprovou a transação sem grandes restrições, permitindo à Marfrig seguir com seus planos. A planta de Pirenópolis (GO), atualmente da Marfrig, será vendida pela Minerva, que garantiu que a unidade está fechada desde 2010 e sem planos de reabertura. A Minerva informou que espera concluir a aquisição dos ativos da Marfrig até o final de outubro de 2024, após cumprir as condições contratuais e os remédios impostos pelo Cade, que incluem a venda da planta de Pirenópolis.
INTERNACIONAL
UE anuncia na OMC que não irá adiar lei antidesmatamento
Apesar de pressão internacional, bloco europeu reitera que manterá a data de vigor da EUDR para 30 de dezembro deste ano. Contêineres de café, cacau, carne bovina, borracha terão de passar por georreferenciamento para entrada na Europa
A União Europeia (UE) anunciou na Organização Mundial do Comércio (OMC) que não vai adiar a aplicação da sua lei antidesmatamento, rejeitando a pressão de países exportadores agrícolas, como o Brasil. Essa posição poderá resultar num grande confronto na cena comercial internacional no ano que vem. Em reunião do Comitê de Agricultura, que terminou na quinta-feira, a UE foi bombardeada por críticas. Mas desafiou o clamor dos exportadores e insistiu que a legislação (EUDR, no jargão comunitário) entrará em vigor em 30 de dezembro deste ano e “qualquer adiamento exigiria uma mudança legislativa”, algo que ‘não atingiria nosso objetivo de fornecer previsibilidade legal para as operadoras o mais rápido possível’. Usando essa lógica jurídica, a UE enfatizou que está “concentrada em garantir que todos os elementos necessários para a implementação do regulamento estejam prontos a tempo, incluindo a orientação para operadores econômicos e estados membros, bem como os sistemas de TI”. A lei da UE, portanto prevista para entrar em vigor dentro de três meses, visa proibir acesso ao mercado comunitário de seis commodities - carne bovina, soja, café, óleo de palma, madeira e cacau, além de seus derivados - produzidas em zonas desmatadas após o final de 2020. O Brasil é um dos maiores fornecedores para a UE da maioria dos produtos atingidos pela legislação, que correspondem a mais de 30% das exportações brasileiras para o mercado europeu. A lei tem potencial de dano elevado no comércio para a Europa a partir de 2025. No Comitê de Agricultura da OMC, a UE continua tendo de responder a uma série de reclamações dos parceiros. O bloco comunitário argumentou que seu regulamento visa combater as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, abordando especificamente o desmatamento ligado ao consumo da UE. “Não se trata de uma proibição comercial”, insistiu a UE, explicando que a rastreabilidade por meio de geolocalização será exigida para todos os embarques, tanto importadas quanto exportadas da UE. Contra a acusação de unilateralismo, a UE diz acreditar que sua legislação antidesmatamento está “em conformidade” com seus compromissos com a OMC e outros acordos comerciais. O sistema classificará os países com base em uma abordagem de avaliação de risco em três níveis. Os operadores e comerciantes serão responsáveis por garantir que suas commodities sejam livres de desmatamento e estejam em conformidade com os requisitos. A resposta da UE no Comitê de Agricultura da OMC ocorre num contexto de crescente pressão. Na semana passada, a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, pediu para Bruxelas ‘rever’’ sua legislação, diante dos riscos de entravar o comércio das commodities. Esta semana, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou que faria lobby junto a líderes europeus também pela suspensão da medida – certamente recebendo um não, a se julgar pelo que os europeus anunciaram na OMC nessa quarta-feira, em reunião fechada. No Comitê de Agricultura, o Brasil colocou igualmente mais pressão, em questões aos europeus copatrocinadas pela Indonésia, Argentina, Peru, Paraguai, Colômbia e Nigéria. A reunião do Comitê de Agricultura terminou na quinta-feira. E parece claro que países produtores não hesitarão em abrir disputa contra a UE, e mesmo impor medidas retaliatórias, se os europeus não flexibilizarem sua lei. O custo reputacional trazido pela lei é muito alto.
Valor Econômico
Pela 1ª vez em 10 anos, China pode reduzir importações globais de carne bovina
Depois do ritmo forte registrado nos primeiros meses de 2024, compras chinesas de proteína vermelha vêm perdendo o fôlego nesta etapa final do ano
As importações totais da China de carne bovina totalizaram 231 mil toneladas em agosto/24, um aumento de 15,5% sobre o volume obtido em julho/24 (200 mil toneladas), mas que marcou a terceira queda consecutiva em relação aos resultados computados nos mesmos meses de 2023, de acordo com dados divulgados pelo governo de Pequim. Em agosto/24, o Brasil representou 48% das compras totais chinesas de proteína vermelha, um acréscimo de 3 pontos percentuais em relação à participação alcançada em julho/24, e bem acima do segundo colocado no ranking dos maiores fornecedores – a Argentina, com 19% do total. No acumulado de janeiro a agosto de 2024, as importações chinesas de carne bovina alcançaram 1,89 milhão de toneladas, o que representou acréscimo de 5,3% sobre a quantidade registrada em igual intervalo do ano passado. No entanto, o saldo chinês de importação só está positivo devidos grandes avanços das compras internacionais nos primeiros meses de 2024, quando houve um aumento anual superior a 30% no período de janeiro-maio, seguido por quedas no trimestre de junho-agosto. Portanto, caso a tendência decrescente dos últimos meses continue nos meses finais deste ano, é possível que as importações mundiais de carne bovina da China terminem 2004 com taxa negativa de até 5% em relação ao resultado de 2023, o que significaria o primeiro declínio anual dos últimos dez anos. Ou seja, desde 2014, quando as importações chinesas eram um décimo do que são hoje, o gigante asiático tem aumentado significativamente as suas compras anuais de carne bovina, sobretudo do Brasil. Evolução anual das importações totais da China de carne bovina: (Fonte: China Business Industry Research Institute)
2019 – 1,66 milhão de toneladas
2020 – 2,12 milhões de toneladas
2021 – 2,33 milhões de toneladas
2022 – 2,69 milhões de toneladas
2023 – 2,74 milhões de toneladas
2024 (jan-ago) – 1,89 milhão de toneladas
Portal DBO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Proposta de Lei Orçamentária prevê aumento de quase 60% nos investimentos em 2025
Com um total de R$ 6,3 bilhões que devem ser aplicados em obras, serviços de manutenção e melhorias em todas as regiões do Estado, o valor da Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) para 2025 é R$ 2,4 bi maior do que o presente no orçamento atual
A Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) para 2025 prevê um aumento de 59,2% nos investimentos em comparação a 2024, ano em que o Paraná quebrou um recorde de 20 anos nos valores empenhados para esse fim. Com um total de R$ 6,3 bilhões que devem ser aplicados em obras, serviços de manutenção e melhorias em todas as regiões do Estado, o valor é R$ 2,4 bilhões maior do que o presente no orçamento atual. Os números foram apresentados durante a audiência pública realizada pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) terça-feira (24) para discutir a proposta de orçamento que será enviada à Assembleia Legislativa nos próximos dias. E, entre receitas e despesas previstas para o novo ano, o crescimento expressivo nos investimentos foi um dos pontos de destaque da reunião. De acordo com o diretor do Orçamento Estadual (DOE), Tadeu Cavalcante, esses dados são consequência do trabalho de responsabilidade fiscal adotado pelo Governo do Paraná nos últimos anos e dão continuidade a uma política de buscar o desenvolvimento de todas as regiões do Estado. “A ideia é de que os órgãos estejam todos preparados para que os processos e procedimentos licitatórios já estejam plenamente em curso para que o início do exercício de 2025 seja de execução, mobilização de obras e efetivas entregas dentro das metas”, disse. Na prática, esses investimentos vão levar aos paranaenses uma série de ações que visam melhorar sua qualidade de vida. A previsão da PLOA é de que, em 2025, sejam destinados nada menos do que R$ 2,1 bilhões para o andamento de trabalhos de infraestrutura. Esse valor inclui várias obras que já estão em andamento, o que significa que os trabalhos nos canteiros espalhados por todo o Paraná devem continuar fazendo com que obras importantes avancem. Isso inclui, por exemplo, a construção da Ponte de Guaratuba, a continuidade da duplicação da Rodovia dos Minérios entre Curitiba e Almirante Tamandaré e as melhorias na PR-317 entre Maringá e Iguaraçu, que preveem uma nova ponte, viadutos e passarelas no trecho. Além disso, a PLOA 2025 já antecipa para quais regiões do Estado parte desses R$ 2,1 bilhões serão alocados. Durante a reunião, a Diretoria do Orçamento Estadual apontou que R$ 1,8 bilhão já tem destino certo. Com base nas regiões intermediárias, são elas: Curitiba - R$ 875 milhões; Ponta Grossa - R$ 168 milhões; Londrina - R$ 196 milhões; Maringá - R$ 273 milhões; Cascavel - R$ 258 milhões; Guarapuava - R$ 47 milhões. Segundo o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, todos esses valores já estão presentes no orçamento de 2025 que será enviado à Assembleia Legislativa, mas que não são as únicas no horizonte. “Todas essas obras e investimentos já estão planejadas e descritas na PLOA, mas tem mais coisas que vão acontecer ao longo da execução orçamentária — e a gente quer privilegiar o investimento”, explicou. Esse crescimento do investimento é resultado do trabalho conjunto da Sefa com a Secretaria de Estado do Planejamento com foco nas entregas do Plano Plurianual (PPA). Segundo o diretor de Planejamento da SEPL, Breno Lemos, as duas secretarias se dedicaram a conectar as entregas previstas no PPA à lei orçamentária. “Para o ciclo 2024-2027 foram promovidas uma série de inovações metodológicas que resultaram em 1.326 entregas previstas para a sociedade nesse horizonte de tempo”, disse. “Esse é o maior número de entregas da história dos nossos planos plurianuais”. Embora as obras de infraestrutura sejam um dos principais investimentos descritos na PLOA 2025 elas não são as únicas melhorias propostas para o próximo ano. Durante a audiência pública, a Sefa antecipou outros investimentos previstos que compõem os R$ 6,3 bilhões dedicados apenas a este fim. A saúde é uma das áreas que mais vai receber recursos para ampliar e otimizar seu atendimento no Estado. São R$ 1,1 bilhão que vão ser usados, por exemplo, para melhorar a atenção básica e a assistência hospitalar e ambulatorial. Além disso, a educação deve receber um aporte de R$ 679 milhões e, na agricultura, mais R$ 372 milhões para a promoção da produção agropecuária com destaque para o fortalecimento da agricultura familiar.
Agência Estadual de Notícias
Paranaguá recebe 1ª atracação de serviço da Argentina e do Uruguai
Serviço aumenta capacidade de cargas a partir de Buenos Aires, Mar del Plata e Montevidéu
A empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) recebeu a atracação inaugural do serviço marítimo Atlas (Atlantic Shuttle) operado pela Mercosul Line, transportadora de cabotagem e provedora de logística multimodal, integrante do Grupo CMA CGM. Com escalas quinzenais em Paranaguá, a linha faz uma rota que conecta Paranaguá aos terminais portuários de Santos, Buenos Aires, Montevidéu e Mar del Plata. O porta-contêineres CMA CGM Platon, possui 170 metros de comprimento (LOA), 27 metros de largura (boca), e capacidade para transportar 1.713 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés). A gerente comercial de armadores da TCP, Carolina Merkle Brown, destaca que “este novo serviço traz um incremento importante na capacidade de transporte entre Brasil, Uruguai e Argentina, impulsionando os negócios entre parceiros comerciais dos três países, além de beneficiar as operações de transbordo, melhorando a eficiência logística para o trade que opera por Paranaguá”. Caracterizado pela transferência de contêineres entre navios que operam em diferentes linhas marítimas, as operações de transbordo na TCP cresceram 135% em 2024, atingindo a marca de 128.423 TEUs no período entre janeiro e agosto. Com a chegada do novo serviço, a TCP chega à marca de 21 serviços marítimos em seu portfólio. “Com mais linhas marítimas operando no Terminal, reforçamos a nossa estratégia de atuar como um hub portuário, concentrando as operações dos armadores de forma segura e eficiente”, completa Carolina.
Gazeta do Povo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai ante real após China sinalizar mais estímulos econômicos
O dólar à vista fechou a quinta-feira em baixa no Brasil, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, após Pequim prometer gastar ainda mais para impulsionar a economia da China, a maior compradora de commodities do mundo
O dólar à vista fechou em baixa de 0,59%, cotado a 5,4452 reais. Em setembro, a divisa acumula queda de 3,39%. Às 17h03, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,55%, a 5,4470 reais na venda. A moeda norte-americana despencou ante o real já no início da sessão, após líderes chineses prometerem "gastos fiscais necessários" para atingir a meta de crescimento econômico deste ano, de aproximadamente 5%. As falas, que incluíram orientações ao governo para sustentar o consumo das famílias e estabilizar o conturbado mercado imobiliário, foram feitas em uma leitura oficial da reunião mensal das principais autoridades do Partido Comunista, o Politburo. Esta promessa somou-se à série de medidas anunciadas pela China na última terça-feira para impulsionar a economia. A movimentação na China deu força às divisas de países exportadores de commodities, como o Brasil, e as cotações do dólar despencaram. “A China é o maior parceiro comercial do Brasil e, com a economia chinesa em crescimento, o país tende a importar mais commodities brasileiras, injetando mais dólares no mercado local e contribuindo para a valorização do real frente à moeda norte-americana”, afirmou Bruno Nascimento, analista de câmbio da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes. “Além disso, esses estímulos reduzem a aversão ao risco global, o que fortalece as moedas de mercados emergentes.” Com a forte influência da China nas cotações, ficou em segundo plano a divulgação do Relatório de Inflação do Banco Central, pela manhã, e a entrevista do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, em São Paulo. No documento, o BC melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024, de 2,3% para 3,2%. No entanto, informou que espera um menor ritmo de crescimento na segunda metade de 2024 e ao longo de 2025, ano para o qual a autarquia projeta um crescimento de 2,0%. Já Campos Neto afirmou que a alta recente de prêmios na curva a termo brasileira pode ser explicada pela percepção de menor transparência fiscal por parte do governo. Porém, segundo ele, a situação do Brasil não é tão ruim na comparação com outros países. Na terça-feira ele já havia afirmado que houve “exagero” na curva.
Reuters
Ibovespa avança com suporte de Vale, mas Petrobras mina alta maior
O Ibovespa subiu mais de 1% na quinta-feira, ancorado no avanço dos papéis da Vale, em meio ao otimismo renovado com promessas de estímulos econômicos na China, o que também favoreceu outras ações do setor de materiais básicos
Minando um impulso maior, as ações da Petrobras recuaram cerca de 2%, acompanhando o forte declínio nos preços do petróleo no exterior. Índice referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,08%, a 133.009,78 pontos, próximo da máxima da sessão, de 133.312,77 pontos. O volume financeiro somou 27 bilhões de reais. Falas de líderes chineses sobre implementar "gastos fiscais necessários" para atingir a meta de crescimento econômico do país para o ano aumentaram as expectativas do mercado em relação a novos estímulos além das medidas anunciadas nesta semana. O estrategista Felipe Reis, da EQI Research, observou que a China havia se tornado um ponto de atenção entre investidores nos meses recentes, diante de preocupações sobre a saúde econômica da segunda maior economia do mundo. No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o atual ciclo de política monetária está aberto e é necessário observar os dados, sem indicar o que fará à frente. Os comentários foram feitos durante entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação. Analistas do BB Investimentos destacaram em relatório que os agentes permanecem deixando em segundo plano o tema fiscal, enquanto focam em indicadores que possam contribuir para precificar a magnitude e o ritmo do ciclo do aperto monetário.
Reuters
Alta de preços ao produtor desacelera a 0,61% em agosto, diz IBGE
Os preços ao produtor no Brasil passaram a subir 0,61% em agosto e desaceleraram em relação ao avanço de 1,53% em julho, mas chegaram ao sétimo mês seguido de alta, informou Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira
O resultado levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma alta de 6,42%, abaixo da taxa de 6,58% no período até julho. “O crescimento verificado em agosto foi um pouco menor do que o de julho, com destaque para os aumentos de preços nos setores de alimentos e outros produtos químicos. Por outro lado, a variação negativa obtida pela atividade de indústrias extrativas ajudou a conter o quadro inflacionário na indústria”, explica Alexandre Brandão, gerente do IPP. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 18 apresentaram variações positivas de preço sobre o mês anterior. As atividades responsáveis pelas maiores influências no resultado de agosto foram alimentos (0,32 pontos percentuais), indústrias extrativas (-0,25 p.p.), outros produtos químicos (0,19 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,12 p.p.). Em termos de variação, os detaques do mês ficaram para indústrias extrativas (-5,06%), impressão (2,85%), outros produtos químicos (2,42%) e móveis (2,04%). O setor de alimentos registrou alta de 1,33% em agosto e chegou ao quinto mês seguido com variação positiva. "Esse desempenho da indústria de alimentos pode ser explicado pela alta de preços da carne bovina, em decorrência de problemas na oferta do produto e uma melhora da renda da população, que por sua vez acarreta um aumento da demanda por carne", explicou Brandão, acrescentando que também houve crescimento da demanda por arroz. O IPP mede a variação dos preços de produtos na "porta da fábrica", isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de agosto mostrou queda de 0,18% em bens de capital, alta de 0,38% em bens intermediários e avanço de 1,12% em bens de consumo.
Reuters
BC melhora projeção de alta do PIB para 3,2% em 2024, mas vê desaceleração em 2025
O Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024 a 3,2%, ante patamar de 2,3% estimado em junho, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado na quinta-feira, com impacto menor que o esperado das enchentes no Rio Grande do Sul, mas prevendo uma desaceleração no país em 2025
A nova projeção para este ano se alinha aos cálculos do Ministério da Fazenda, que também prevê expansão de 3,2% para o PIB. Já o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,00% em 2024. O BC afirmou que a revisão para cima para o PIB deste ano decorre principalmente da "elevada surpresa" positiva no segundo trimestre, mas ponderou que espera um menor ritmo na segunda metade deste ano e ao longo de 2025, ano para o qual a autarquia projeta um crescimento de 2,0%. Entre as razões para a desaceleração, o relatório citou "expectativa de menor impulso fiscal, interrupção da flexibilização monetária iniciada em 2023, menor grau de ociosidade dos fatores de produção e ausência de forte impulso externo." A autoridade monetária disse esperar que a agropecuária registre recuo de 1,6% em 2024 e alta de 2,0% em 2025. Para a indústria, o BC vê crescimentos de 3,5% em 2024 e 2,4% no próximo ano. No caso de serviços, a previsão é de altas de 3,2% neste ano e 1,9% em 2025. Em fatores analisados de perto pelo risco de gerarem pressões sobre a inflação, a autoridade monetária afirmou que a atividade econômica continuou expandindo em ritmo forte e o mercado de trabalho se mantém aquecido. No documento, o BC afirmou que as projeções de inflação subiram em todo o horizonte apresentado na comparação com a análise feita em junho, aumentando assim o distanciamento em relação à meta. "O aumento da projeção de inflação no horizonte relevante resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado, da depreciação cambial e do aumento das expectativas de inflação", afirmou. A autarquia destacou que a inflação acumulada em 12 meses voltou a subir, assim como as expectativas de inflação de curto e médio prazos. Na reunião deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) piorou suas próprias projeções, vendo inflação de 4,3% em 2024 e de 3,7% em 2025, com o relatório desta quinta apontando uma estimativa de 3,3% em 2026. Pelos cálculos do BC, a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior de tolerância da meta em 2024 aumentou de 28% para 36%. Em 2025, a chance aumentou de 21% para 28%. Em 2026, o BC projetou uma probabilidade de 19% de estouro do teto da meta. Em relação à condução dos juros básicos, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que vai acompanhar os cenários ao longo do tempo, sem dar indicação futura de seus próximos passos, insistindo no “firme compromisso” de convergência da inflação à meta.
Reuters
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