Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 713 | 25 de setembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo sobe mais R$ 3/@ em SP, enquanto preços da vaca e novilha avançam R$ 5/@
Os preços do boi gordo e das fêmeas terminadas continuam subindo na praça de São Paulo, conforme apurou nesta terça-feira (24/9) a Scot Consultoria. No Paraná, o boi vale R$270,00 por arroba. Vaca a R$245,00. Novilha a R$250,00. Escalas de abate de cinco dias
A cotação boi gordo paulista registrou acréscimo diário de R$ 3/@, chegando em R$ 260/@, enquanto a vaca e a novilha gordas tiveram valorização de R$ 5/@, atingindo R$ 240/@ e R$ 255/@, respectivamente, segundo a Scot (todos os preços brutos e a prazo). Por sua vez, o “boi-China” segue valendo R$ 265/@ em SP, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”. Segundo a Agrifatto, que acompanha diariamente os negócios em 17 praças brasileiras, o mercado físico do boi gordo abriu a semana com pressão de alta nos preços da arroba, seguindo os mesmos fundamentos dos últimos tempos: oferta restrita típica da entressafra e forte demanda, tanto no mercado varejista interno quanto nas exportações de carne bovina in natura. Apesar do baixo volume de negociações, os preços do animal terminado permaneceram em recuperação em grande parte das 17 regiões monitoradas pela Agrifatto. Enquanto isso, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros estão cada vez mais curtas, atingindo patamares críticos, “de apenas seis dias, na média nacional”, de acordo com dados da Agrifatto. Pelos dados da consultoria, o preço do boi gordo em São Paulo subiu para R$ 265/@ (média entre o animal “comum” e o “boi-China). Nas demais regiões monitoradas, a média avançou para R$ 246,65/@. “Catorze das 17 praças acompanhadas passaram por valorização (SP, AC, AL, BA, ES, GO, MA, MG, MS, MT, RJ, RO, SC e TO); as outras três regiões registraram estabilidade nas cotações (PA, PR e RS)”, destaca a Agrifatto. No mercado futuro, o contrato do boi gordo com vencimento para outubro/24 (pico da entressafra) fechou a sessão de segunda-feira (23/9) da B3 cotado em R$ 268,05/@, valor praticamente estável (leve alta de 0,04%) em relação ao último pregão da semana passada. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na terça-feira (24/9): São Paulo — O “boi comum” vale R$260,00 a arroba. O “boi China”, R$270,00. Média de R$265,00. Vaca a R$240,00. Novilha a R$250,00. Escalas de abates de oito dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$250,00 a arroba. O “boi China”, R$260,00. Média de R$255,00. Vaca a R$235,00. Novilha a R$240,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$270,00 a arroba. O “boi China”, R$270,00. Média de R$270,00. Vaca a R$245,00. Novilha a R$250,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$215,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$240,00 a arroba. O “boi China”, R$250,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$240,00 a arroba. O “boi China”, R$250,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abate de seis dias; Goiás — O “boi comum” vale R$250,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$260,00. Média de R$255,00. Vaca a R$235,00. Novilha a R$240,00. Escalas de abate de cinco dias Rondônia — O boi vale R$235,00 a arroba. Vaca a R$215,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abate de oito dias; Maranhão — O boi vale R$230,00 por arroba. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de seis dias;
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
União Europeia é a que paga melhor pela carne bovina de MT, aponta Imea
Embarque de 1 tonelada da proteína ao bloco europeu permitiria comprar 152,67 arrobas de boi gordo no Estado, segundo indicador de atratividade divulgado pelo instituto
Uma boa maneira de medir o atual valor da carne bovina brasileira no mercado internacional é transformar o preço de exportação em quantidades de arrobas de boi gordo adquiridas em cada tonelada da proteína embarcada. Este foi o cálculo feito pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) para mostrar a importância hoje da União Europeia (EU) em termos de valores arrecadados com a carne bovina exportada pelo Estado. O instituto batiza tal mensuração de “índice de atratividade das exportações”. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a venda de uma tonelada de carne bovina ao bloco europeu permitiria comprar 152,67 arrobas de boi gordo, quantidade bem superior ao índice de atratividade registrados para outros destinos. Para a China, por exemplo, o maior cliente internacional da carne bovina brasileira, no período acumulado dos primeiros oito meses de ano, o indicador atingiu R$ 87,50@/tonelada, ou seja, 65,17 arrobas a menos que o volume total obtido com a venda ao mercado da União Europeia. Recentemente, a União Europeia anunciou a suspensão das compras de carne bovina de fêmeas brasileiras que tenham utilizado o hormônio estradiol em programas de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). O uso deste medicamento é proibido no bloco europeu. Segundo o Imea, a participação da UE no volume das exportações mato-grossenses é relativamente pequena, representando 3,21% do volume total exportado em 2024 (janeiro a agosto). No entanto, diz o instituto, o impacto maior será no faturamento, uma vez que o bloco europeu é o que paga melhor pela tonelada exportada, representando 4,82% da receita total de MT deste ano. Índice de atratividade das exportações de carne bovina de MT por destino em 2024 (janeiro a agosto/24): União Europeia: 152,67 @/tonelada. Europa (Exceto UE): 124,84 @/tonelada. América Central: 96,81 @/tonelada. América do Norte: 93,01 @/tonelada. Oriente Médio: 91,61 @/tonelada. China: 87,50 @/tonelada. América do Sul: 80,12 @/tonelada. Ásia (Exceto China): 77,36 @/tonelada. África: 75,94 @/tonelada.
Portal DBO
SUÍNOS
Suíno vivo tem alta no RS e queda em SC; demais cotações ficam estáveis
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 169,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 13,20/kg, em média
Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (23), houve tímida alta de 0,25% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 8,17/kg, e queda de 0,48% em Santa Catarina, com valor de R$ 8,38/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,96/kg), Paraná (R$ 8,50/kg), e São Paulo (R$ 8,96/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preço do frango no atacado paulista cai 1,21% na terça-feira (24)
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 1,21%, fechando, em média, R$ 6,55/kg.
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,65/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,41/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (23), a ave congelada ficou com preço estável em R$ 7,34/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,40%, fechando em R$ 7,51/kg.
Cepea/Esalq
GOVERNO
Governo trava crédito para fazendas queimadas
O governo federal publicou, na última sexta-feira (20), o decreto 12.189/2024, que amplia as sanções para propriedades rurais submetidas a queimadas não autorizadas de mata nativa
Assinado pelo presidente Lula e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o decreto surge em meio ao aumento de incêndios no país. A nova norma amplia o embargo ambiental, que antes era aplicado apenas a casos de desmatamento ilegal, para incluir também as queimadas não autorizadas. Com o embargo, as propriedades perdem o acesso ao crédito rural, em conformidade com uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de junho de 2023, que proíbe crédito a empreendimentos em áreas embargadas. Multas mais pesadas O decreto também aumenta significativamente as multas para queimadas sem autorização. Propriedades que utilizarem fogo em áreas agropastoris sem permissão passam a pagar R$ 3 mil por hectare, ante os R$ 1 mil cobrados anteriormente. Para quem provocar incêndio em vegetação nativa, a multa chega a R$ 10 mil por hectare, e R$ 5 mil por hectare em florestas cultivadas. Multas por descumprimento de embargos aumentaram de R$ 10 mil para R$ 10 milhões. Já para a comercialização de produtos sem autorização, as penalidades subiram de R$ 100 para R$ 1.000 por quilo ou hectare. O decreto também dobrou as multas para propriedades que não adotarem medidas de prevenção e combate a incêndios, passando de R$ 5 milhões para R$ 10 milhões. Além disso, quem deixar de reparar os danos causados será multado em até R$ 50 milhões. Aumento nos focos de incêndio Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, até 21 de setembro, o Brasil registrou 195.314 focos de incêndio em 2024. Segundo o MapBiomas, a área queimada até agosto chegou a 11,4 milhões de hectares, um aumento de 85% em relação à média histórica e de 116% comparado ao mesmo período do ano passado. As pastagens são as áreas mais afetadas, com 2,4 milhões de hectares queimados.
EMPRESAS
Coamo é 47ª maior empresa do país e 1ª do Paraná
A Coamo Agroindustrial Cooperativa é a 47ª maior empresa do Brasil e a 1ª do Estado do Paraná, conforme ranking da 23ª edição de Valor 1000. O ranking nacional é liderado pela Petrobras, JBS, Kaizem, Vale, Vibram, Kozan, Marfig, Cargil, grupo Carrefour Brasil e Bunge Alimentos
Na categoria Agronegócio a Coamo é a 6ª maior empresa com receita líquida de R$ 28. 223,9 milhões e crescimento de 8,2% em relação ao ranking do ano passado. Segundo o anuário valor 1000, “As 1000 maiores empresas do valor 1000 apresentaram receita líquida conjunta de R$ 7,3 trilhões no ano passado, o que representa uma queda nominal de 1,5% em relação a 2022 ou perda real de 5,8% considerando a inflação de 4,6%, mensurada pelo IPVA/IBGE, observada em 2023. O lucro contábil das empresas do ranking recuou 27,6%, para R$ 439 bilhões. “Mesmo quando todos os ventos são favoráveis, fazer um negócio dar certo é desafiador. Com os sinais dos mercados interno e externo que se mostraram instáveis e falte visibilidade sobre o que virá adiante, como em 2023, é necessário trabalhar com muita determinação em várias frentes, com diferentes estratégias, como apresentado pelas maiores empresas do país”, afirma Frederic Kachar, diretor Geral de Mídia Impressa e Rádio do Grupo Globo. "É um orgulho ver o reconhecimento pela sociedade neste excelente posicionamento da Coamo que faz um trabalho completo para o desenvolvimento de 32 mil cooperados no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul", comemora o presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, sobre o resultado do mais completo ranking de economia brasileira, promovido pelo jornal Valor Econômico.
Assessoria de Imprensa Coamo
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Plantio do milho já passa dos 60% no Paraná, indica Deral
De acordo com o levantamento da Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, 60% das lavouras da primeira safra de milho 2024/25 já foram plantadas no estado, avançando dos 46% da semana passada
As áreas já em campo se dividem entre 31% ainda em germinação e 69% já em desenvolvimento vegetativo. Os técnicos do Deral ainda classificaram 96% das áreas como em boas condições e 4% como em médias. “A semeadura do milho foi quase concluída em parte dos municípios, com os produtores aproveitando a boa umidade do solo. O plantio desta cultura vem sendo priorizado entre os grãos, e a germinação das lavouras instaladas há mais dias acontece a contento”, relatam os técnicos do Deral. Outro destaque da publicação é para o controle de pragas que já estão aparecendo nas lavouras. “Além do tratamento de sementes, os agricultores estão prestando atenção ao controle das cigarrinhas. No campo há uma preferência por híbridos com um teto produtivo um pouco menor, mas que apresentem menor suscetibilidade a perdas por enfezamento”.
Seab-PR/Deral
Plantio de soja atinge 10% da área projetada no Paraná, diz Deral
O plantio de soja no Paraná na safra 2024/25 atingiu 10% da área projetada com a oleaginosa no Estado, aumento de nove pontos percentuais ante a semana anterior, apontou na terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral)
Produtores do Paraná, um dos três Estados mais importantes para a soja no Brasil, estão ligeiramente mais adiantados em relação à mesma época de 2022 (9%), mas ainda estão atrás da mesma época no ano passado (16%). O órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná estimou uma área plantada de soja praticamente estável para a temporada 2024/25 na comparação com o ciclo anterior, em 5,8 milhões de hectares. O plantio de milho primeira safra do Paraná atingiu 60% da área prevista, versus 46% na semana passada, também atrasado na comparação com os 71% vistos na mesma época do ano passado. A colheita do trigo avançou para 48% da área total, contra em 34% até a semana passada e 60% da mesma época do ano passado.
Reuters
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai abaixo dos R$5,50 após China anunciar estímulos
Após dois dias de forte alta, o dólar à vista fechou a terça-feira em queda firme no Brasil, superior a 1%, retornando para abaixo de 5,50 reais, depois de a China anunciar uma série de medidas para impulsionar sua economia
Em sintonia com a alta firme do petróleo e do minério de ferro -- produtos importantes da pauta exportadora brasileira -- o dólar à vista fechou o dia em baixa de 1,33%, aos 5,4614 reais. Em setembro, a moeda norte-americana acumula queda de 3,10%. Nas duas sessões anteriores o dólar havia acumulado alta de 2,10% ante o real, em meio às dúvidas do mercado sobre a capacidade do governo Lula em equilibrar as contas públicas. Na terça-feira, porém, as preocupações com a área fiscal ficaram em segundo plano no mercado de câmbio, após a China anunciar uma série de medidas. O país asiático decidiu cortar a taxa do depósito compulsório dos bancos, reduzir algumas taxas de juros, baratear as taxas de hipotecas de moradias usadas e de compradores de segunda residência e financiar a compra de ações, entre outras medidas. Em reação, commodities como petróleo e minério de ferro dispararam, favorecendo o real ante o dólar. “O pacote da China surpreendeu todo o mercado. O país é um grande consumidor de commodities, e o Brasil tem, entre os principais produtos exportados, justamente as commodities, como minério de ferro e petróleo”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. O pacote da China acabou por ofuscar o noticiário doméstico, pelo menos no mercado de câmbio. Pela manhã o Banco Central publicou a ata de seu último encontro de política monetária, quando elevou a taxa básica Selic em 25 pontos-base, para 10,75% ao ano. No documento, o BC informou que a alta da Selic foi retomada com base em três pontos: um cenário que demanda política monetária mais contracionista, uma percepção de que o início do ajuste deveria ser gradual e uma discussão sobre ritmo, magnitude do ciclo e sua comunicação. A mensagem da ata foi reforçada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante evento em São Paulo. Segundo ele, o número mais recente de inflação foi "até melhor", mas ao se observar o quadro mais completo a "dinâmica de inflação ainda preocupa o Banco Central".
Reuters
Ibovespa sobe com apoio de commodities após pacote de estímulo da China
O Ibovespa subiu mais de 1% na terça-feira, com papéis ligados a commodities, em especial os da Vale, entre os principais suportes de alta para o índice, após a China anunciar seu maior pacote de estímulo econômico desde a pandemia
Índice acionário de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa avançou 1,22%, a 132.155,76 pontos, chegando a retomar, no melhor momento da sessão, o patamar dos 133 mil pontos perdido na sexta-feira, a 133.072,68 pontos. O volume financeiro somou 23,1 bilhões de reais. "O tema de hoje é a China", resumiu a estrategista de ações no Research da XP, Jennie Li. "Esse é o principal catalisador para essa alta que a gente está vendo." A China anunciou na terça-feira uma ampla gama de medidas para estimular a economia, estabilizar o setor imobiliário e restaurar a confiança do mercado, que incluem mais financiamento e cortes de juros. O anúncio do estímulo chinês deu ânimo aos mercados globais e levou os preços dos contratos futuros de minério de ferro naquele país a registrarem o maior ganho intradiário em mais de um ano. O viés positivo de ações de empresas ligadas a commodities referendou a alta do Ibovespa, que vinha de um cenário de maior aversão a risco, principalmente na sexta-feira, quando caiu 1,55%, e na segunda-feira, com menor intensidade, devido a receios sobre a área fiscal brasileira. Na terça, o índice da bolsa paulista subiu rapidamente acima de 1% nos primeiros negócios e se manteve operando dentro de uma faixa estreita ao longo do pregão. "Esse anúncio de estímulos pela China veio em um momento realmente de teste importante, de suporte nos 130 mil (pontos)", afirmou a analista de renda variável Bruna Sene, da Rico. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam em alta, com o S&P 500 registrando ganho de 0,25%, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 3,7318% no final da tarde, de 3,738% na véspera.
Reuters
Dinâmica de inflação no Brasil ainda preocupa o BC, diz Campos Neto
A dinâmica da inflação ainda preocupa o Banco Central, afirmou na terça-feira o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, ressaltando que a seca no país gera receios em relação aos preços dos alimentos
Em palestra no evento J. Safra Brazil Conference 2024, organizado pelo J. Safra em São Paulo, Campos Neto afirmou que o número mais recente de inflação foi "até melhor", mas que, ao se observar o quadro mais completo, a "dinâmica de inflação ainda preocupa o Banco Central". "Ainda não tem uma certeza em relação à influência da mão de obra apertada na inflação", comentou Campos Neto, ao abordar um dos fatores de pressão sobre os preços que vêm sendo citados pelo BC. "O que parece mais evidente é que o Brasil está crescendo um pouco acima do potencial na margem", acrescentou. Ao mesmo tempo, Campos Neto pontuou que o crescimento potencial do país melhorou ao longo dos últimos anos, na esteira das reformas econômicas realizadas pelo país -- inclusive durante a pandemia de Covid-19. "Ainda temos muitas reformas para fazer, não podemos parar", defendeu. Ao tratar da influência dos desastres climáticos recentes sobre os preços, Campos Neto destacou que os lugares mais afetados pela seca, em todo o mundo, são exatamente os mais intensos na produção de alimentos. Segundo ele, isso traz "certa preocupação" em relação aos preços de alimentos. Durante o evento, Campos Neto também afirmou que o aumento recente observado no prêmio de risco captado na parte longa da curva de juros futuros parece estar associado a dúvidas sobre os números fiscais do Brasil. Na sexta e na segunda-feira, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de longo prazo dispararam no Brasil, em razão da desconfiança dos investidores quanto à capacidade de o governo Lula equilibrar as contas públicas. Nestes dois dias, a taxa do contrato para janeiro de 2033, por exemplo, subiu mais de 40 pontos-base, em meio ao processo de aumento de prêmios de risco na curva. Campos Neto afirmou que o prêmio de risco na ponta longa "parece um pouco exagerado", mas reconheceu que ele é fruto do questionamento sobre o "número fiscal" do governo e sua "transparência". "De fato, percebemos que houve aumento do prêmio de risco na parte longa, o que parece estar associado a uma dúvida em relação aos números da parte fiscal", reforçou.
Reuters
Confiança do consumidor brasileiro tem 4ª alta consecutiva em setembro, mostra FGV
A confiança dos consumidores brasileiros subiu pela quarta vez consecutiva em setembro devido à melhora nas expectativas para os próximos meses, apesar da queda ligeira na percepção sobre a situação atual, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados na terça-feira
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve alta de 0,5 ponto em setembro, chegando a 93,7 pontos, após avanço de 0,3 ponto em agosto. "A confiança do consumidor sobe gradativamente desde junho deste ano, sendo influenciada, principalmente, pelas expectativas para os próximos meses. Em setembro, houve ligeira piora das percepções sobre a situação atual", disse Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE. Em setembro, o Índice de Expectativas (IE) avançou 0,8 ponto, para 102,2 pontos, também registrando uma quarta alta consecutiva. O Índice de Situação Atual (ISA), no entanto, recuou 0,2 ponto no mês, a 81,7 pontos, após quatro meses sem registrar queda. A alta no ICC se deu principalmente pelo avanço do componente sobre o ímpeto de compras de bens duráveis, que subiu 2,3 pontos, para 90,1 pontos, maior nível desde fevereiro deste ano (95,0 pontos). Por outro lado, o componente sobre a percepção das finanças pessoais das famílias sofreu queda de 0,8 ponto em setembro, a 69,9 pontos, menor nível desde maio deste ano (69,3 pontos). "A resiliência da atividade doméstica tem sustentado a tendência de alta na confiança dos consumidores, mas a recuperação em ritmo lento reflete a percepção ainda fragilizada das finanças pessoais", afirmou Gouveia.
Reuters
POWERED BY
EDITORA NORBERTO STAVISKI LTDA
041 3289 7122
041 99697 8868
Comments