Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 695 | 30 de agosto de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços operaram entre estabilidade e alta na semana
Neste cenário, as cotações do boi gordo seguem firmes. No Paraná, o boi vale R$243,00 por arroba. Vaca a R$225,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de cinco dias
“A demanda interna está boa e a perspectiva é que o quadro se sustente nos próximos dias”, ressaltou o analista da Scot Consultoria, Felipe Fabbri. No setor de exportação, até a quarta semana de agosto, o volume de carne bovina in natura embarcado atingiu 164,0 mil toneladas, com média diária de 9,6 mil toneladas, superando o desempenho médio diário do mesmo período de 2023 em 19,8%, destacou Fabbri. No mercado futuro, continua o analista, a indicação é de manutenção dos preços firmes para o restante de 2024, mostrando um bom momento para a trava de preços mínimos ao confinador. Na quarta-feira (28/8), houve ajuste positivo para todos os contratos futuros do boi gordo – o vencimento para setembro/24 teve alta de 0,51%, cotado a R$ 246,20/@. Segundo dados apurados pela Scot, na quinta-feira (28/9), o mercado paulista do boi gordo abriu estável em comparação com o dia anterior. Porém, ressalta a consultoria, a pressão de alta persiste no estado, com produtores retendo as suas boiadas à espera de novas valorizações nos preços da arroba. O boi gordo segue apregoado em R$ 238/@ no Estado de São Paulo, a vaca em R$ 215/@ e a novilha em R$ 228/@, informou a Scot. O “boi-China” está sendo comercializado a R$240,00/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal “comum”. Pelo levantamento da Agrifatto, os preços do animal terminado subiram em algumas praças monitoradas pela consultoria. “As escalas de abate sentem o impacto de uma oferta um pouco menor, recuando 1 dia útil na comparação diária, e encerrando o dia em 8 dias úteis, na média Brasil”, contabilizou a Agrifatto. Na quinta-feira, o preço da arroba no mercado paulista subiu para R$ 245 (média entre o boi “comum” e o “boi-China”), de acordo com os dados da Agrifatto. Nas outras 16 regiões acompanhadas, a média de preço ficou em R$ 227/@. “Três das 17 praças monitoradas registraram valorização da arroba (SP, GO e MG); as outras 14 mantiveram suas cotações lateral”, destaca a consultoria. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quinta-feira (29/8): São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$243,00 a arroba. O “boi China”, R$243,00. Média de R$243,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$230,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de sete dias; Pará — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de onze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$195,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias; Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Boi/Cepea: Mercado pecuário encerra mês com preços firmes
Os mercados de animais para reposição, para abate e de carne com osso seguem firmes neste final de agosto
Segundo pesquisadores do Cepea, as ofertas são consideradas baixas frente ao interesse de compra, que tem aumentado, mas pontualmente. Com isso, os preços do bezerro, do boi magro, do boi gordo e da carne vêm se sustentando. Apesar do cenário parecer favorável ao pecuarista, agentes ligados à atividade de cria, de recria e de engorda não se mostram satisfeitos com os valores que estão sendo obtidos com a venda de seus animais, ainda conforme levantamento do Cepea.
Cepea
SUÍNOS
Estabilidade predomina nas cotações do mercado de suínos
De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 169,00, enquanto a carcaça especial teve leve queda de 0,74%, fechando em R$ 13,40/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (28), Minas Gerais registrou alta sutil de 0,11%, com preço de R$ 8,97/kg. Os valores ficaram estáveis no Paraná (R$ 8,39/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,06/kg), Santa Catarina (R$ 8,36/kg) e São Paulo (R$ 8,89/kg). Com o final do mês de agosto se aproximando, as bolsas de suínos que comercializam os animais no mercado independente, realizadas na quinta-feira (29), mantiveram o preço do quilo do suíno estável, com exceção do Paraná, que acumulou leve queda ao longo da semana. Segundo lideranças do setor, a expectativa é que na próxima semana os valores voltem a subir, com as granjas tendo menos animais prontos para abate e a demanda aquecida.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços estáveis nas principais praças
Em São Paulo, o preço ficou estável em R$ 9,07/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS)
No mercado mineiro, o preço ficou estável, valendo R$ 9,00/kg vivo pela terceira semana consecutiva, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). O preço é sugerido, uma vez que a Bolsa ficou em aberto, sem acordo entre frigoríficos e suinocultores. Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal não mudou, ficando com o mesmo valor da semana anterior, R$ 8,49/kg vivo. No Paraná, entre os dias 23/08/2024 a 29/08/2024, o indicador do preço do quilo do suíno vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 2,60%, fechando a semana em R$ 8,25/kg vivo.
Agrolink
Produção de suínos de corte gera R$ 8,5 bilhões no Paraná
Segundo a análise semanal do Boletim de Conjuntura Agropecuária produzido pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em 2023, o Valor Bruto da Produção (VBP) de suínos de corte no Paraná atingiu aproximadamente R$ 8,5 bilhões, representando 68% da renda total gerada pela suinocultura no estado, segundo dados do Deral, da Seab.
Esse segmento inclui os suínos destinados aos frigoríficos e os abatidos nas propriedades para a produção de carne suína e seus derivados. Em comparação com 2022, quando o VBP foi de R$ 8,3 bilhões, houve um crescimento de 2%. A produção de suínos de corte é predominantemente concentrada nas regiões Oeste e Centro-Oriental do Paraná, onde estão localizados os maiores frigoríficos de abate de suínos do estado, consolidando essas áreas como polos da suinocultura paranaense.
Agrolink
Suínos/Cepea: Baixa oferta eleva com força médias do vivo em agosto
Os preços do suíno vivo seguem em alta no mercado independente. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso continua vindo da oferta restrita de animais em peso ideal para abate
Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), a média da parcial de agosto (até o dia 27) está em R$ 8,39/kg, forte aumento de 9,3% em relação à de julho. Trata-se do maior avanço mensal desde agosto de 2014, quando a variação atingiu 9,5% – naquela época, as cotações vinham sendo influenciadas por vendas mais aquecidas da carne – que elevaram com força a demanda de frigoríficos por novos lotes – e pela oferta enxuta, ainda conforme pesquisadores do Cepea.
Cepea
FRANGOS
Preços do frango vivo estáveis no PR e SC
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,48%, fechando, em média, R$ 6,25/kg.
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou em Santa Catarina, cotado a R$ 4,38/kg, da mesma maneira que no Paraná, custando R$ 4,66/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (28), houve queda de 3,38% para o frango congelado, chegando a R$ 7,15/kg, e aumento de 1,52% para a ave resfriada, fechando em R$ 7,37.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
CooperAliança lança, em parceria com cooperativas de leite, projeto “Beef on Dairy” no Brasil
A CooperAliança, uma cooperativa paranaense reconhecida pela produção de carnes nobres, tem a inovação e o pioneirismo como pilares de sua trajetória. Agora, a novidade é o projeto "Beef on Dairy" para o mercado de carnes premium no Brasil. Essa iniciativa inovadora é realizada em parceria com as cooperativas de leite do Paraná, Frísia e Capal
Todo o desenvolvimento do projeto, desde a seleção dos animais até o resultado no abate, foi rigorosamente acompanhado pela Associação Brasileira de Angus, responsável pela certificação desses animais. Os critérios e exigências para a obtenção do selo de carne Angus certificado seguirão o mesmo padrão de excelência já consagrado. O lançamento oficial do projeto no Brasil ocorreu durante a Expointer, em 26 de agosto, em Esteio, no Rio Grande do Sul – um dos maiores eventos agropecuários do país. “O projeto ‘Beef on Dairy’ resulta em uma carne de altíssima qualidade, no nosso caso, proveniente do cruzamento de animais da raça Angus com raças leiteiras. Esse modelo de produção de carne já é amplamente utilizado em países como Estados Unidos e México. No Brasil, porém, ainda é uma novidade, o que torna essa iniciativa inovadora tanto para a pecuária de corte quanto para a de leite”, explica o gerente de Fomento da CooperAliança, Robson Ueno. No Paraná, as cadeias produtivas de gado de corte e leite estão bem desenvolvidas, graças ao trabalho que vem sendo realizado pelas cooperativas, o que possibilitou essa inovação no Brasil. Em 2021, a CooperAliança buscou a parceria com outras cooperativas do setor leiteiro para a produção do “Beef on Dairy”. “É uma união de esforços. A pecuária de corte especializada, que enfrenta alta demanda e precisa aumentar a produção de carne premium, e a pecuária leiteira, que passa por um momento desafiador e precisa diversificar sua produção para gerar novas fontes de renda”, comenta o gerente de Fomento da CooperAliança. A iniciativa começou com experimentos realizados em 2021, envolvendo a inseminação de vacas leiteiras com sêmen de Angus. Após o nascimento dos animais, eles foram criados em sistemas de intensivos de produção. Em 2024, foram realizados os primeiros abates pela CooperAliança, e o resultado comprovou a qualidade superior da carne, que atende ou até supera o já elevado padrão de carnes nobres oferecido pela cooperativa. Ueno explica alguns dos critérios do projeto “Beef on Dairy” para obter carnes nobres. “O sucesso da produção é determinado já na escolha da genética para o cruzamento. O reprodutor utilizado precisa corrigir a conformação da carcaça do animal leiteiro, das fêmeas das raças Holandesa e Jersey. O acasalamento correto visa melhorar a eficiência na produção, o formato e rendimento dos cortes cárneos, e ainda manter o alto nível de marmoreio, já presente nas genéticas leiteiras”, esclarece. Outras exigências incluem manejo e nutrição adequados. “No início da vida, o animal deve receber colostro, sendo amamentado corretamente e introduzido à alimentação concentrada antes da desmama, que ocorre até os 60 dias. A partir de então, o animal começa a consumir alimentos volumosos. Ao longo de sua vida, passará por três fases de criação, com três dietas diferentes para garantir uma nutrição adequada em cada etapa. Sempre em um sistema intensivo de confinamento. Com cerca de 14 a 16 meses, estarão prontos para o abate, pesando mais de 500 quilos”, detalha Ueno. O "Beef on Dairy" é uma abordagem inovadora que combina eficiência e qualidade, oferecendo uma solução atraente tanto para produtores de leite quanto para aqueles focados na produção de carne. A produção do “Beef on Dairy” já está em andamento pela CooperAliança em parceria com as cooperativas de leite Frísia e Capal, e a sua carne com excelente marmoreio, textura e sabor já direcionada para o mercado consumidor.
Assessoria de Imprensa CooperAliança
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Deral estima salto de 20% na safra de soja do Paraná com recuperação de produtividades
A safra de soja do Paraná na nova temporada 2024/25 foi estimada nesta quinta-feira em 22,33 milhões de toneladas, salto de 20% na comparação com a produção de 18,56 milhões de toneladas na temporada anterior, de acordo com a primeira estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral).
O órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná estimou uma área plantada praticamente estável na comparação com a safra anterior, em 5,8 milhões de hectares. O plantio da nova temporada deve começar em setembro, a depender da chegada das primeiras chuvas.
A colheita da safra passada no Estado, um dos maiores produtores do país, ficou abaixo do potencial por conta da seca. O Deral estima um aumento da produtividade média para 3.847 quilos de soja por hectare em 2024/25.
Reuters
Exportação de soja pelos portos paranaenses cresce 4 vezes mais que a média nacional
Foram 9,41 milhões de toneladas de soja de janeiro a julho deste ano, um crescimento de 16% em relação ao ano passado (8,08 milhões de toneladas)
Os portos paranaenses exportaram cerca de 9,41 milhões de toneladas de soja de janeiro a julho deste ano, um crescimento de 16% em relação ao ano passado (8,08 milhões de toneladas), segundo dados do Comex/Stat, sistema oficial do governo brasileiro sobre o comércio exterior. O número mostra um aumento quatro vezes maior que a média nacional, que cresceu apenas 4%, passando de 72,45 milhões de toneladas, em 2023, para 75,39 milhões de toneladas em 2024. O principal destino é a China, que recebe 94% do que é exportado pelos portos do Paraná. O Porto de Paranaguá foi o que apresentou maior diferença, em toneladas, de movimentação nos sete primeiros meses de 2024 em comparação a 2023. A nível nacional, houve 45% do aumento das commodities em comparação ao ano anterior. De acordo com dados do Comex/Stat, o Paraná passou de pouco mais de 8 milhões de toneladas em 2023 para 9,4 milhões de toneladas em 2024. Entre os meses de janeiro e julho foram movimentadas 24.751.103 toneladas de mercadorias para exportação pelos portos paranaenses. O volume é 4% maior que no ano passado (23.810.861 toneladas). Além do grão de soja, o açúcar a granel e contêineres também foram os maiores crescimentos em volume no período. O açúcar a granel é a segunda commodity a apresentar crescimento no período em relação a 2023. Foram 3.353.828 toneladas movimentadas em 2024, 50% a mais que no ano passado (2.238.921 toneladas). Os destinos principais foram a Indonésia e Irã.
Em terceiro lugar está a movimentação de contêineres. Foram embarcados 461.808 TEUs (medida para 20 pés de comprimento de contêineres) no período, 38% a mais que em 2023 (334.994 TEUs). A carne congelada é a principal commodity demandada, com destaque para o frango e boi. “Parte deste incremento deve-se ao complexo de carne. A de boi tem um volume menor, mas também cresce; já a carne de frango apresenta aumento orgânico. Atualmente, o Porto de Paranaguá é o maior canal de exportação de carne de frango congelada do mundo”, destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira. De janeiro a junho de 2024, os portos paranaenses alcançaram no total a marca de 33.780.236 toneladas movimentadas, que representa um recorde histórico de movimentação para o período, 9% a mais em comparação ao primeiro semestre de 2023 (30.898.006 toneladas). Os meses de janeiro, fevereiro, março e junho também alcançaram números históricos, sendo junho a maior movimentação mensal da história do porto: 6.582.670 toneladas, um aumento de 3% em relação ao recorde anterior, alcançado em dezembro do ano passado (6.376.229 toneladas).
Notícias Agrícolas
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe mais de 1% pressionado por incertezas locais e exterior
Ao fim da sessão da quinta (29), o dólar à vista anotou alta de 1,20%, a R$ 5,6231
O dólar comercial encerrou a sessão da quinta-feira (29) com valorização superior a 1%, movimento que se soma à forte alta da véspera. Em um ambiente da moeda americana fortalecida em nível global, principalmente em relação a moedas latino-americanas, incertezas do mercado quanto à condução da política monetária do Banco Central e sobre o regime fiscal do governo, além de fatores técnicos, pesaram sobre o real, hoje, e a moeda brasileira anotou o pior desempenho entre as divisas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. Ao fim da sessão, o dólar à vista anotou alta de 1,20%, a R$ 5,6231, após tocar a máxima intradiária de R$ 5,6620 e a mínima de R$ 5,5498. Já o euro comercial subiu 0,86%, a R$ 6,2281. Lá fora, o índice DXY, que mede a força do dólar contra seis moedas pares, avançava 0,27%, a 101,37 pontos. O dólar ainda exibia alta forte de 0,91% ante o peso mexicano e de 1,07% contra o peso colombiano, além de um avanço modesto de 0,24% no confronto com o peso chileno.
Valor Econômico
Ibovespa fecha em queda com realização de lucros
O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, refletindo movimentos de realização de lucros após renovar máximas recentemente, mas ainda pode fechar agosto com o melhor desempenho mensal desde novembro do ano passado
O penúltimo pregão da semana e do mês também foi marcado por um tombo de 24% % das ações da Azul, que tocou mínimas históricas, em meio a preocupações com eventuais opções da companhia aérea para lidar com suas dívidas. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,95%, a 136.041,35 pontos, tendo marcado 135.857,81 pontos na mínima e 137.370,36 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro somou bilhões de reais. O viés negativo na bolsa nesta sessão ocorre após o Ibovespa renovar máximas históricas na véspera, chegando a 137.469,26 pontos no topo intradia, com o rali recente amparado principalmente na perspectiva de queda do juro norte-americano. Apostas de que o Federal Reserve comece a afrouxar sua política monetária já no próximo mês estimularam o fluxo do capital externo para as ações brasileiras. Com tal suporte, o Ibovespa acumula em agosto um ganho de 6,57%, a maior alta percentual mensal desde novembro do ano passado, quando subiu 12,54%. "Hoje, o Ibovespa (refletiu investidores) realizando lucros, com a chegada do final de agosto e recordes recentes", afirmou o analista Régis Chinchila, da corretora Terra Investimentos. Para ele, o aumento nas taxas futuras de juros e o avanço do dólar ante o real nesta sessão, influenciados pela "incerteza sobre as políticas monetária e fiscal no Brasil", endossaram a correção de baixa no pregão.
Reuters
IGP-M desacelera mais do que o esperado em agosto, a 0,29%, com destaque para commodities
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou mais do que o esperado por analistas em agosto, em alta de 0,29%, depois de ter avançado 0,61% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira
A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de alta de 0,46%. Com o resultado do mês, o índice passou a acumular em 12 meses alta de 4,26%. "Os três índices componentes do IGP-M mostraram desaceleração na transição de julho para agosto", apontou André Braz, coordenador dos índices de preços. "No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), os principais fatores de queda foram as commodities... No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o grupo alimentação destacou-se com uma queda mais acentuada, influenciada pela boa safra de produtos in natura", completou. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,29% em agosto, depois de alta de 0,68% no mês anterior. No IPA, os destaques na desaceleração foram itens do estágio de matérias-primas brutas, como minério de ferro (-5,54%, ante +0,78 em julho), batata-inglesa (-27,65%, de -7,11% em julho), farelo de soja (-5,55%, ante -0,32% em julho) e feijão (-9,68%, de +0,99% em julho). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, teve alta de 0,09% no período, depois de ter avançado 0,30% em julho.
O maior impacto foi exercido pelo grupo Educação, Leitura e Recreação, que apresentou alta de 0,48% em agosto depois de avançar 2,00% no mês anterior, com destaque para o item de passagens aéreas (+2,60%, ante +12,06% em julho). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,64%, de uma alta de 0,69% em julho. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Reuters
BC anuncia leilão extraordinário de até US$ 1,5 bi no mercado à vista, o 1º desde 2022
Durante a sessão da quinta-feira, houve um estresse no mercado de câmbio, o que muitos agentes atribuíram a fatores domésticos e a uma antecipação de motivos mais técnicos
O Banco Central anunciou ontem que ofertará, em leilão extraordinário no mercado à vista, até US$ 1,5 bilhão, entre 9h30 e 9h35 desta sexta-feira, 30 de agosto. Será o primeiro leilão de dólares à vista desde abril de 2022. Durante a sessão da quinta-feira, houve um estresse no mercado de câmbio, o que muitos agentes atribuíram a fatores domésticos e a uma antecipação de motivos técnicos, como a formação da Ptax de fim de mês e o rebalanceamento do EWZ (MSCI Brazil ETF), que deve gerar um fluxo de saída relevante contratado para a sessão de amanhã. Nos cálculos de alguns participantes do mercado, a expectativa era de que houvesse uma saída de mais de US$ 1 bilhão devido à mudança do EWZ, que passará a incluir ações de empresas brasileiras listadas no exterior, como Nubank, XP, Stone, PagSeguro e Banco Inter. O anúncio da intervenção foi elogiado pelo profissional da tesouraria de um grande banco local. “O BC agiu muito bem. Tinha muita gente ‘atolada’ de dólar antecipando o rebalanceamento do MSCI para amanhã. A intervenção foi no tamanho correto, bem parecido com o do rebalanceamento. Foi ótimo”, aponta esta fonte em condição de anonimato. Na visão de profissionais da tesouraria de um banco estrangeiro, em comentário a clientes, o tamanho da intervenção, em si, não é relevante, considerando a magnitude dos rebalanceamentos usuais de fim de mês, “mas trata-se de uma grande mudança na abordagem de câmbio do BC”. Assim, eles esperam uma queda de 1% a 2% no dólar contra o real na abertura dos negócios de amanhã, o que deve ter efeitos também no mercado de juros com a transferência do prêmio de risco entre os ativos.
Valor Econômico
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