Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 691|26 de agosto de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços firmes do boi gordo no mercado físico com leves altas em algumas praças
Ao longo da semana passada, os preços do boi gordo no mercado físico mantiveram-se firmes, com leves altas em algumas importantes praças brasileiras, relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No Paraná, o boi vale R$243,00 por arroba. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de seis dias
Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi gordo fechou a sexta-feira (23/8) negociado em R$ 235/@, a vaca em R$ 210/@ e a novilha em R$ 225/@. O “boi-China” (base SP) está valendo R$ 237/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal “comum”. Segundo a Agrifatto, os frigoríficos estão utilizando quase 100% da sua capacidade de abate e, mesmo com oferta de bovinos se apresentando mais volumosa em alguns momentos, as programações permanecem estáveis. “As indústrias operam no máximo de suas capacidades de abate (até mesmo com turnos dobrados), motivadas pelas margens boas que a venda de proteína bovina estava entregando”, afirmaram os analistas da consultoria. Por conta disso, a necessidade de compra é grande e, mesmo com uma oferta maior de bovinos (que foi capaz de gerar recorde histórico de abate em jul/24), os preços do boi gordo não cedem e as escalas não avançam, disse a Agrifatto. Dessa forma, destaca a consultoria, a média nacional das escalas de abate encerrou o período semanal em 9 dias úteis, apontando estabilidade na comparação com a semana anterior. Programações de abate em alguns estados brasileiros, conforme levantamento semanal da Agrifatto: Pará – O estado apresentou avanço de 2 dias úteis sobre a semana anterior, com a programação de abate ficando em 11 dias úteis, menor patamar desde 13/08/2024. Rondônia – Apresentou avanço de 1 dia útil em relação à semana passada, fechando suas escalas em 13 dias úteis. Mato Grosso – Indicou acréscimo semanal de 1 dia útil em suas programações de abate, resultando em 9 dias úteis de escalas. Mato Grosso do Sul – Registrou declínio de 1 dia útil nas suas programações, fechando a semana com 6 dias úteis de escalas já programadas. Paraná – Apontou redução de 1 dia útil, encerrando a semana com suas programações de abate atendendo a 6 dias úteis. GO, MG, TO e SP – Os Estados demonstraram estabilidade durante a semana e com isso suas escalas atenderam 7, 9, 10 e 12 dias úteis, respectivamente. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na última quinta-feira (22/8): São Paulo — O “boi comum” vale R$242,00 a arroba. O “boi China”, R$242,00. Média de R$242,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abates de doze dias; inas Gerais — O “boi comum” vale R$30,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$230,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$243,00 a arroba. O “boi China”, R$243,00. Média de R$243,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de sete dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$217,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de treze dias; Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de treze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$230,00. Média de R$230,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$195,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00 185,00. Escalas de abate de treze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Preços estáveis na sexta-feira (23) no mercado de suínos
De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 167,00, assim como s carcaça especial, fechando em R$ 13,30/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (22), houve aumento somente no Paraná, na ordem de 0,84%, chegando a R$ 8,36/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,97/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,96/kg), Santa Catarina (R$ 8,28/kg), e São Paulo (R$ 8,79/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Cotações estáveis no mercado do frango na sexta-feira (23)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, assim como a ave no atacado, fechando, em média, R$ 6,20/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou em Santa Catarina, cotado a R$ 4,38/kg, da mesma maneira que no Paraná, custando R$ 4,66/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (22), tanto o frango congelado quanto a ave resfriada ficaram estáveis, curando, respectivamente, R$ 7,17/kg e R$ 7,20/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Cresce poder de compra do avicultor paulista
Levantamento do Cepea mostra que o poder de compra de avicultores do estado de São Paulo frente aos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja) vem crescendo em agosto
Isso porque, enquanto os preços do frango vivo estão subindo, os do milho registram pequena alta e os do farelo, queda, em relação a julho. De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o reajuste positivo do animal vivo se deve à menor oferta interna e à elevação da procura por parte de frigoríficos. Na parcial de agosto (até o dia 20), o preço médio do frango vivo no estado de São Paulo estava em R$ 5,34/kg, forte aumento de 5,1% sobre julho.
Cepea/Esalq
Arábia Saudita abre mercado para compra de aves vivas do Brasil
É a segunda abertura de mercado anunciada pelos sauditas neste ano para produtos brasileiros. Brasil já pode exportar aves vivas para a Arábia Saudita
O governo da Arábia Saudita autorizou o início das exportações de aves vivas do Brasil para o país árabe, informou o Ministério da Agricultura brasileiro nesta sexta-feira (23/8) em nota. Trata-se da segunda abertura de mercado anunciada pela Arábia Saudita neste ano para produtos do Brasil. Em março, foi autorizada pelos árabes a importação de sementes de hortaliças. A relação entre os dois países é de grande importância para o Brasil. Em 2023, os sauditas foram o 11º maior destino dos produtos agrícolas brasileiros, com exportações que totalizaram US$ 2,93 bilhões. Com esta nova autorização, o agronegócio brasileiro atinge sua 102ª abertura de mercado neste ano, ressaltou o ministério.
Globo Rural
EMPRESAS
Goldman Sachs eleva projeções sobre BRF
Mudanças ocorrem devido ao melhor cenário apresentado no balanço do segundo trimestre. Goldman Sachs elevou suas projeções para os resultados da BRF e o preço-alvo esperado para as ações da companhia de alimentos
Depois de ter ajustado as perspectivas para JBS nesta semana, o banco Goldman Sachs elevou suas projeções para os resultados da BRF e o preço-alvo esperado para as ações da companhia de alimentos, em meio ao melhor cenário apresentado no balanço do segundo trimestre. "Aumentamos as nossas estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024/25e, em média, em 10% (devido à rentabilidade mais forte nas operações internacionais), ao mesmo tempo que reduzimos em 5% em 2026e (após uma normalização da oferta/demanda global)", disse o banco em relatório assinado pelos analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann. A classificação do Goldman é neutra para as ações da BRF, com novo preço-alvo de R$ 22,10 para as ações locais, um aumento de 13,3% em relação aos R$ 19,50 anteriores. O banco ainda estimou o valor de US$ 4,05 para as ADRs, avanço de 12,5% comparado aos US$ 3,60 anteriores. Em contrapartida, os principais riscos para as operações da BRF incluem eventual inflação nos preços dos grãos (que são usados como insumos na ração animal), potenciais embargos por questões sanitárias, aumento de concorrência no fornecimento de produto, elasticidade da demanda global, entre outros.
Globo Rural
Incêndio atinge fábrica da Copacol em Cafelândia; não houve feridos
Chamas foram identificadas na Unidade Industrial de Aves
A fábrica da Copacol, localizada no município de Cafelândia, no oeste do Paraná, foi atingida por um incêndio durante a noite da última quinta-feira (22). A indústria estava em funcionamento no horário e vídeos que circularam nas redes sociais mostram a movimentação de funcionários no local. Contudo, as chamas foram controladas e não há registro de nenhum ferido. De acordo com o que informa nota oficial da Copacol, o incêndio foi registrado na Unidade Industrial de Aves. O incêndio foi identificado às 20h30 e, imediatamente, a estrutura foi evacuada pelos colaboradores, que foram dispensados para retornar às suas casas. As informações são de que o combate às chamas durou cerca de quatro horas. “Além da Brigada de Incêndio da Cooperativa, o Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou o controle do foco no início da madrugada desta sexta-feira (23/08)”, informou a empresa. Por meio da nota, a Copacol ressaltou também que não houve vazamento de amônia, nem feridos durante a ocorrência.
Notícias Agrícolas
INTERNACIONAL
Em 2025, consumo de carne bovina da China deve registrar o menor crescimento em uma década
Crescimento das importações chinesas da proteína no próximo ano também será mais modesto no próximo ano, aponta o USDA
O consumo de carne bovina na China — o segundo maior mercado do mundo, atrás dos EUA — deve crescer em 2025 no menor nível em uma década, segundo relatório estimativo recentemente divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No próximo ano, a demanda doméstica pela proteína no mercado chinês deve alcançar 11,712 milhões de toneladas, um ligeiro aumento de 0,25% em relação ao volume previsto para 2024, de 11,682 milhões de toneladas, prevê o USDA. No período de 2023 para 2024, a demanda doméstica chinesa da proteína deve avançar 5,3%, de acordo com previsão do departamento. Tal resultado esperado para 2025 reflete o movimento contínuo de desaceleração da economia chinesa, que tem prejudicado as vendas da proteína em hotéis e restaurantes, bem como as operações direcionadas ao mercado varejista. O crescimento das importações chinesas de carne bovina no próximo ano também será mais modesto em relação aos avanços dos anos anteriores. Segundo previsão do USDA, o país asiático importará para 3,95 milhões de toneladas em 2025, com elevação de 1,3% sobre o resultado esperado para este ano, de 3,90 milhões de toneladas de carne bovina. Entre 2023 de 2024, o USDA projeta crescimento de 9% para compras chinesas da proteína. De acordo com o relatório do USDA, os compradores chineses de carne bovina estão buscando produtos com baixo custo, em detrimento da proteína de alta qualidade – tendência que deve se estender para 2025. Com os ventos econômicos contrários, as reservas de carne bovina na China cresceram este ano e a estimativa é de que os estoques se mantenham altos no próximo ano, refletindo diretamente na desaceleração no ritmo das importações, reforça o USDA.
Portal DBO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná se destaca em biosseguridade avícola
Responsável por 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento, em 2023 o Paraná embarcou cerca de 2 milhões de toneladas de carne de frango para o exterior, gerando uma receita de mais de US$ 4 bilhões. Os principais destinos das exportações paranaenses são a China, Arábia Saudita e Japão, mercados exigentes em termos de qualidade e segurança sanitária
O empresário, Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), afirma que esse destaque no cenário mundial é sustentado por uma infraestrutura altamente desenvolvida e políticas rigorosas de biosseguridade. Segundo ele, isso é reflexo da parceria entre as esferas pública e privada para enfrentar os desafios sanitários. “O setor avícola paranaense sempre esteve à frente quando o assunto é biosseguridade”, ressalta, destacando o trabalho conjunto com órgãos como a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Ministério da Agricultura (MAPA), entre outras instituições. “Essa sintonia existente entre todos os segmentos envolvidos é fundamental para que o Paraná mantenha seu status de excelência”, afirma o empresário. O médico veterinário sanitarista Jurandir de Moura Júnior, coordenador do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA) e integrante da Câmara de Sanidade do Sindiavipar, explicou que o Paraná possui um serviço de defesa animal que faz jus à importância de sua avicultura. O profissional, que atua na Seara Alimentos Regional Centro PR/MS, pontua questões como o material humano altamente capacitado, presente em todo o estado, e a parceria com o setor privado são fundamentais para a vigilância e melhoria contínua dos procedimentos de biosseguridade. “A atuação conjunta do serviço de defesa animal com o setor privado tem sido essencial para a manutenção dos altos padrões sanitários exigidos pelos mercados internacionais”, afirmou. Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, diz que, para garantir a biosseguridade avícola, todas as granjas no Paraná são obrigadas a manter um registro atualizado junto ao órgão. “Desde a entrada da influenza aviária na América do Sul, a Adapar intensificou as fiscalizações nas granjas comerciais, matrizeiros e incubatórios para garantir que as estruturas de biosseguridade estejam em conformidade”, comentou. Essas fiscalizações incluem a verificação de cercas, procedimentos de desinfecção e controle de roedores, além do monitoramento contínuo das propriedades para garantir a ausência de circulação viral de doenças como a influenza aviária e a Doença de Newcastle (DNC). O médico veterinário Marcos Adriano Scalco, gerente de qualidade da Globoaves, ressaltou que, nos últimos anos, as empresas ampliaram suas equipes técnicas, com um número maior de veterinários focados na saúde das aves e na prevenção de doenças. "Investimentos contínuos são realizados em sistemas produtivos e novas tecnologias, como estruturas à prova de roedores e sistemas de desinfecção mais eficientes para garantir a segurança sanitária das aves.” Mesmo com o sucesso das medidas adotadas, o setor enfrenta desafios pontuais no que diz respeito ao mapeamento das aves de subsistência, o trabalho de conscientização da população urbana – com foco de orientar sobre a importância de evitar o contato com aves silvestres – e, ainda, as campanhas de esclarecimento junto às propriedades rurais sobre os riscos associados à proximidade com as criações comerciais. Moura Júnior observa que o evento de Doença de Newcastle, no Rio Grande do Sul, reforçou a necessidade de rigor na aplicação das medidas de biosseguridade já estabelecidas. “Não há nada de muito novo, mas sim garantir que se cumpra o que já se está estabelecido. Fazer o certo todo dia exige disciplina", comenta.
Sindiavipar
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem forte queda e volta para abaixo dos R$5,50 após fala de Powell
Depois de disparar na véspera quase 2% no Brasil, o dólar despencou outros 2% na sexta-feira, para abaixo dos 5,50 reais, acompanhando a queda generalizada da moeda norte-americana no exterior, após o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, defender o início dos cortes de juros nos EUA
O dólar à vista fechou em baixa de 1,97%, cotado a 5,4795 reais. Na semana, porém, a divisa ainda acumulou alta de 0,22%. Às 17h23, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 2,14%, a 5,4875 reais na venda. Bastante aguardada pelos mercados globais, a participação de Powell no simpósio de Jackson Hole reforçou as apostas de que o Federal Reserve de fato começará a cortar juros em setembro. Powell defendeu pela manhã que "chegou a hora" de o Fed cortar sua taxa de juros, uma vez que os riscos crescentes para o mercado de trabalho não deixam espaço para mais fraqueza e a inflação está a caminho de alcançar a meta de 2%. Na prática, foi um apoio explícito ao afrouxamento da política monetária. “Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de queda para o emprego aumentaram", disse Powell. "Chegou a hora de ajustar a política. A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos." Em reação à fala de Powell, investidores foram em busca de ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes, o que se traduziu na queda global do dólar. “As questões locais do Brasil foram praticamente deixadas de lado hoje em função das declarações de Powell, dizendo que chegou a hora de mexer nos juros”, pontuou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Isso tirou um peso do mercado e os investidores foram em busca de ativos de risco.” Além de Powell, o movimento do câmbio no Brasil foi resultado de certa recomposição de posições, conforme Rugik, após a disparada do dólar na véspera.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com declaração de Powell de que chegou a hora de cortar juros
No setor de proteínas, JBS ON recuou 3,81%, em dia de correção após o rali recente dos papéis na sequência da divulgação do balanço do segundo trimestre. No setor, BRF ON cedeu 2,02% e MARFRIG ON perdeu 0,61%. MINERVA ON subiu 2,58%
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, com o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizando que o banco central dos Estados Unidos está pronto para cortar os juros da maior economia do mundo. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,32%, a 135.608,47 pontos. O volume financeiro somou 20,93 bilhões de reais, abaixo da média diária do mês de 28 bilhões de reais. Na semana, marcada pela renovação de topos históricos, o Ibovespa acumulou valorização de 1,24%, ampliando o ganho em agosto para 6,23%. O rali recente na bolsa paulista tem como suporte o fluxo de capital externo, com uma entrada líquida de 7 bilhões de reais em agosto até o dia 21, estimulada principalmente pelo aumento das apostas na redução dos juros norte-americanos. Na sexta-feira, Powell possivelmente eliminou qualquer dúvida que ainda pudesse pairar nas mesas de negociações ao afirmar que "chegou a hora de ajustar a política (monetária)" norte-americana. "A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos", afirmou no tradicional simpósio de Jackson Hole. Falando sobre as duas metas que o Fed é encarregado pelo Congresso de atingir, Powell disse que sua "confiança cresceu de que a inflação está em um caminho sustentável de volta para 2%", enquanto o desemprego está aumentando. Na visão do economista Francisco Nobre, da XP, as apostas já sinalizavam que o Fed começaria o ciclo de flexibilização monetária na reunião de setembro, mas sem consenso se iniciando com um corte de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual. "Nesse sentido, o discurso dele (de Powell) deixou essas duas possibilidades bastante em aberto", avaliou. Para Nobre, dada a ênfase de Powell de que o Fed não vai tolerar um enfraquecimento adicional do mercado de trabalho, o próximo relatório de emprego, previsto para 6 de setembro, pode ser decisivo para consolidar as apostas sobre o ritmo do corte.
Reuters
Mudanças na reforma tributária elevam alíquota a 28%, diz Fazenda; é a maior do mundo
Maior impacto vem da inclusão das carnes na cesta básica isenta de tributos, em alteração feita na Câmara
As mudanças aprovadas pela Câmara dos Deputados na regulamentação da reforma tributária elevam a alíquota média a 28%, segundo cálculos do Ministério da Fazenda divulgados na sexta-feira (23). Segundo a pasta, as flexibilizações feitas pelos deputados têm um impacto médio de 1,47 ponto percentual na cobrança dos novos tributos. A alíquota já era calculada em 26,5% no envio da proposta, em abril. Se confirmado esse patamar, a alíquota brasileira será a maior do mundo para um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Hoje, a maior do gênero é a da Hungria, de 27%. O projeto da regulamentação da reforma tributária detalha as regras de funcionamento do novo IVA dual, incluindo quais bens ou serviços terão carga reduzida. As definições são determinantes para calibrar as alíquotas finais da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) federal e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios. Uma das principais exceções introduzidas pelos deputados foi a inclusão das carnes na Cesta Básica Nacional, que terá alíquota zero. Segundo os cálculos da Fazenda, essa mudança, sozinha, aumenta a cobrança sobre todos os contribuintes em 0,56 ponto percentual —o maior impacto individual apontado pela pasta. A pasta era contra a mudança por entender que a isenção beneficia brasileiros independentemente de sua renda e alcança até mesmo consumidores de carnes nobres, como filé mignon. Na proposta original, as carnes teriam redução de 60% na alíquota, e os contribuintes inscritos no Cadastro Único de programas sociais poderiam ter parte do tributo devolvido por meio do "cashback". No entanto, o tema virou alvo de intenso lobby na Câmara. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionou a favor da isenção e propôs publicamente a desoneração do frango. A mudança acabou entrando no texto com apoio de governistas. A inclusão de queijos contribui com outro 0,13 ponto percentual a mais na alíquota padrão média dos novos tributos.
Mudança | Impacto médio na alíquota, em pp |
Carnes na cesta básica | 0,56 |
Redesenho do regime específico de bens imóveis | 0,27 |
Queijos na cesta básica | 0,13 |
Recuperação de crédito para imunidades (serviços de radiodifusão/imagens, livros, jornais e periódicos) | 0,13 |
Ampliação dos medicamentos na alíquota reduzida | 0,12 |
Inclusão do carvão mineral no Imposto Seletivo e redução da alíquota sobre bens minerais de 1% para 0,25% | 0,10 |
Demais alíquotas favorecidas (sal, farinhas, aveia, óleos de milho e babaçu, plantas e flores etc.) | 0,10 |
Demais favorecimentos (crédito para planos de saúde, dedução de repasses das cooperativas de planos de saúde, planos de saúde sob autogestão e previdência fechada não contribuintes etc.) | 0,08 |
Cashback de 100% da CBS para energia, água e esgoto | 0,04 |
Inclusão de bets e carros elétricos no Imposto Seletivo | -0,06 |
Total | 1,47 |
"Quanto mais a legislação ampliar favorecimentos, maior será a alíquota cobrada sobre todos os bens e serviços não favorecidos", diz o Ministério da Fazenda, em nota. Segundo a pasta, as estimativas buscam mensurar os impactos das mudanças e "fornecer subsídios técnicos para a tomada de decisões do Congresso Nacional, na avaliação do custo e benefício de diferentes alternativas de tratamentos tributários conferidos aos bens e serviços". O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (10) o texto-base do projeto de lei que regulamenta o novo sistema tributário. O projeto de lei ainda precisa passar pelo crivo do Senado Federal. O relator do texto na Casa, senador Eduardo Braga (MDB-AM), criticou a isenção das carnes em entrevista à Folha, mas disse que "essa é uma matéria vencida do ponto de vista político", dada a dificuldade de reverter a flexibilização. Numa tentativa de aplacar as críticas pelas novas exceções na reforma tributária, a Câmara dos Deputados incluiu no texto uma trava para que a alíquota não ultrapasse os 26,5% estimados inicialmente. A ideia do mecanismo seria obrigar o Congresso a cortar de um lado caso queira ampliar ou conceder alguma isenção ou benefício de outro, de forma a evitar um aumento na alíquota padrão, paga sobre a maior parte dos bens e serviços consumidos pelos brasileiros. No entanto, a trava teria validade a partir de 2033, quando os novos tributos já estiverem em pleno funcionamento. Além disso, tributaristas e parlamentares têm dúvidas sobre sua eficácia. "Essa trava é esquisita. O rapaz escreve de A a Z e depois diz 'esse A a Z tem que caber dentro desses 26,5%'. A conta não fecha", afirmou Braga à Folha.
Folha de São Paulo
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