CLIPPING DO SINDICARNE Nº 690 DE 23 DE AGOSTO DE 2024
- prcarne
- 23 de ago. de 2024
- 19 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 690 | 23 de agosto de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: estabilidade continua
Mantendo a tendência dos últimos dias, o mercado físico do boi gordo apresentou preços firmes na quinta-feira (22/8), com leve altas pontuais em algumas praças brasileiras, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No Paraná, o boi vale R$243,00 por arroba. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de seis dias
Na média nacional, as escalas continuam atendendo dez abates, de acordo com o levantamento da Agrifatto. Na quinta-feira, o preço médio do boi gordo no mercado de São Paulo subiu para R$ 242/@, aponta a Agrifatto, referindo-se ao valor médio entre o animal “comum” e o “boi-China. Nas demais regiões monitoradas pela consultoria, a média aumentou para R$ 223/@. “Sete das 17 praças acompanhadas registraram valorização da arroba (SP, GO, MG, MS, MT, PR e RO); as outras 10 mantiveram suas cotações estáveis”, informou a Agrifatto. Pelos dados da Scot Consultoria, o mercado paulista abriu a quinta-feira estável, com os frigoríficos abatendo bovinos adquiridos anteriormente. “No entanto, uma pressão de alta paira sobre o mercado paulista, devido à redução na oferta e ao aumento da procura por fêmeas, cuja oferta também diminuiu”, relata a Scot. Com isso, o boi gordo paulista segue apregoado em R$ 235/@, a vaca em R$ 210/@ e a novilha em R$ 225/@. O “boi-China” (base) vale R$ 237/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal “comum”, de acordo com a Scot. No mercado futuro, a quarta-feira foi de “ânimo” na B3, com todos os contratos futuros fechando em alta. O destaque foi para o contrato com vencimento em setembro/24, que encerrou o pregão em R$ 241,55/@, com valorização de 1,13% em relação ao dia anterior. Nos primeiros quatro dias desta semana, as vendas, tanto no varejo quanto as distribuições do atacado de carne bovina com ossos, foram bastante fracas, com quase nenhum pedido de reposição de estoques, relata a Agrifatto. Esses fatores indicam que o mercado de carne, com e sem ossos, perdeu força e deve permanecer assim até o final do mês. “Devido à tradicional queda no consumo durante a segunda quinzena do mês, as distribuições de carne com ossos no atacado e as vendas no varejo nos últimos dias de agosto devem enfrentar desafios”, reforçam os analistas da Agrifatto. No entanto, diz a consultoria, para as negociações semanais com o setor atacadista programadas para a próxima quinta-feira (29/08) – com o objetivo de abastecer a primeira semana de setembro –, a expectativa é de preços estáveis para a carne bovina, com forte sustentação. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na última quinta-feira (22/8): São Paulo — O “boi comum” vale R$242,00 a arroba. O “boi China”, R$242,00. Média de R$242,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abates de doze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$30,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$230,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$243,00 a arroba. O “boi China”, R$243,00. Média de R$243,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de sete dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$217,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de treze dias; Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de treze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$230,00. Média de R$230,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$195,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00 185,00. Escalas de abate de treze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Boi/Cepea: Negócios mantêm ritmo constante; baixa oferta de animais sustenta preços
O ritmo de negócios tanto de boi gordo quanto de carne bovina segue marcado por relativa constância
Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa disponibilidade de animais tem feito com que frigoríficos ajustem os valores de compra conforme a necessidade de completar uma ou outra escala. Ao mesmo tempo, ainda conforme pesquisadores do Cepea, os negócios antecipados, em sua maioria travados em valores superiores aos atuais, aliviam a necessidade de aquisição, freando as altas na cotação da arroba negociada no spot. No estado de São Paulo, onde tem sido observado aumento significativo dos negócios a termo/contrato nos últimos anos, os reflexos dessa estratégia se mostram mais evidentes, pesando para diminuir o diferencial de base, de acordo com levantamentos do Cepea.
Cepea
Turquia abre mercado para subprodutos bovinos do Brasil
Este é o 101º mercado aberto para produtos do agronegócio brasileiro em 2024. A Turquia foi o 13º maior destino das exportações agrícolas brasileiras em 2023
A Turquia abriu o seu mercado para as exportações brasileiras de heparina crua bovina, um subproduto de origem animal utilizado na fabricação de medicamentos e de dispositivos médicos por conta dos efeitos anticoagulantes presentes nele. Este é o 101º mercado aberto para produtos do agronegócio brasileiro em 2024. Em maio deste ano, o governo turco já havia autorizado a exportação pelo Brasil de gelatina e colágeno não comestíveis, ovoprodutos e vísceras destinadas à alimentação animal. De acordo com o Ministério da Agricultura, a Turquia foi o 13º maior destino das exportações agrícolas brasileiras em 2023. Os embarques brasileiros no ano passado somaram US$ 2,42 bilhões para o mercado turco, puxados por soja, produtos têxteis e café. Nos sete primeiros meses deste ano, o agronegócio brasileiro já exportou mais de US$ 2,16 bilhões para a Turquia.
Valor Econômico
SUÍNOS
Estabilidade marcou as cotações de suínos na quinta-feira (22)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 167,00, enquanto a carcaça especial subiu 0,76%, fechando em R$ 13,30/kg, em média
Segundo o Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (21), houve alta de 0,11% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,97/kg, e de 0,24% em Santa Catarina, com preço de R$ 8,28/kg. Os preços ficaram estáveis no Paraná (R$ 8,29/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,96/kg), e São Paulo (R$ 8,79/kg). A lacuna de oferta de animais prontos para abate ou com pesos mais altos tem feito com que os preços dos suínos comercializados no mercado independente subam semana a semana, e nesta quinta-feira (22) não foi diferente. As principais praças registraram altas ou estabilidade nos preços, mostrando que a demanda também tem contribuído para o efeito.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: alta contínua para os preços nas principais praças
As principais praças registraram altas ou estabilidade nos preços, mostrando que a demanda também tem contribuído para o efeito
Em São Paulo, o mercado apresentou alta, saindo de R$ 8,96/kg vivo para R$ 9,07/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o preço ficou estável em R$ 9,00/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal subiu, saindo de R$ 8,25/kg vivo para R$ 8,49/kg vivo. No Paraná, entre os dias 15/08/2024 a 21/08/2024, o indicador do preço do quilo do suíno vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,32%, fechando a semana em R$ 8,47/kg vivo.
Agrolink
Suínos/Cepea: Vivo atinge maior média real desde fev/21
Os preços do suíno vivo e da carne estão em alta em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em algumas praças, a atual média do vivo é a maior desde fevereiro/21, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de julho)
Segundo pesquisadores do Cepea, os avanços são resultados da oferta reduzida de animais em peso ideal para abate e da forte procura por novos lotes por parte da indústria, que precisa atender às demandas interna e sobretudo, externa. No mercado da carne, apesar do alto valor pago pelo vivo, colaboradores do Cepea relatam que a liquidez das vendas tem sido moderada nos últimos dias. Na parcial de agosto, o preço médio da carcaça especial suína comercializada no atacado da Grande São Paulo está em R$ 12,08/kg, o maior desde junho/21, em termos reais (neste caso, os valores foram deflacionados pelo IPCA de julho).
Cepea
FRANGOS
Quinta-feira (22) com queda de 2,70% no preço do frango resfriado em São Paulo
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto preço da ave no atacado cedeu 0,80%, fechando, em média, R$ 6,20/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou em Santa Catarina, cotado a R$ 4,38/kg, da mesma maneira que no Paraná, custando R$ 4,66/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (21), a ave congelada teve recuo de 0,42%, chegando a R$ 7,17/kg, enquanto o frango resfriado retrocedeu 2,70%, fechando em R$ 7,20/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
BRF e Marfrig conquistam Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol
A BRF e a Marfrig conquistaram o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, o mais alto nível de certificação concedido às empresas que atendem todos os critérios de transparência na publicação de inventário de emissão de gases do efeito estufa (GEE), informaram as companhias. Esta é a primeira vez que a Marfrig recebe o selo, já a BRF celebra seu 15º consecutivo.
A BRF encerrou o ciclo de 2023 com uma redução de 21% nas emissões totais dos escopos 1 e 2 em comparação com o ano-base 2019, impulsionada principalmente pela priorização do consumo de energia limpa proveniente dos parques eólicos de autogeração. Na cadeia de valor, mais de 50% do volume de aves produzido utiliza energia solar e 100% dos grãos adquiridos de fornecedores diretos da Amazônia e do Cerrado são rastreados. A companhia está entre os 27 fundadores do programa, publica seu inventário de emissões de GEE no Registro Público de Emissões há mais de uma década, e, desde 2009, integra a carteira do Índice de Carbono Eficiente (ICO2) da B3. Já a Marfrig teve em 2023 uma redução de 20% nas emissões totais dos escopos 1 e 2 em relação à linha de base de 2019, principalmente devido ao foco na utilização de fontes de energia renováveis. A promoção de uma pecuária sustentável, de baixo carbono e livre de desmatamento é a principal meta da companhia. Os processos de aquisição de gado de fazendas localizadas no bioma Amazônia atenderam a todos os critérios e diretrizes do Compromisso Público da Pecuária Amazônica pelo 12º ano consecutivo. Esse desempenho foi certificado por auditorias independentes que monitoram as práticas de combate ao desmatamento e defesa dos direitos humanos, como o respeito aos povos originários e a proibição do trabalho infantil ou de condições análogas à escravidão. Ainda em 2023, mais de 875 mil animais foram criados em fazendas com sistemas de baixa emissão na cadeia de valor. Além disso, desde 2021 a Marfrig já reintegrou 4 mil fazendas como parte do seu processo de inclusão. Como resultado dessas ações, as emissões de escopo 3 caíram 9,9% em comparação ao ano-base de 2019. Para o diretor de Sustentabilidade da BRF e da Marfrig, Paulo Pianez, o selo é um reconhecimento da solidez e confiabilidade dos compromissos de redução das emissões de GEE de ambas as companhias, disse ele em comunicado. O Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008 e é responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao contexto brasileiro e desenvolvimento de ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de GEE. Foi desenvolvido pelo FGVces e WRI, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), World Business Council for Sustainable Development (WBSCD) e 27 empresas fundadoras.
Carnetec
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná teve maior crescimento da atividade econômica do Sul e Sudeste em junho
Em junho de 2024, o Paraná registrou alta de 8,37%, em comparação a igual período de 2023, no volume de atividade econômica. Foi o maior aumento entre os estados das regiões Sul e Sudeste, superando as elevações observadas em São Paulo (5,62%), Santa Catarina (4,41%), Rio de Janeiro (3,12%), Rio Grande do Sul (2,21%) e Minas Gerais (1,93%)
Em junho de 2024, o Paraná registrou alta de 8,37%, em comparação a igual período de 2023, no volume de atividade econômica. Foi o maior aumento entre os estados das regiões Sul e Sudeste, superando as elevações observadas em São Paulo (5,62%), Santa Catarina (4,41%), Rio de Janeiro (3,12%), Rio Grande do Sul (2,21%) e Minas Gerais (1,93%). No caso da atividade econômica do País, a expansão atingiu 3,18% em junho, ou seja, a produção paranaense cresceu mais do que o dobro da nacional. Os dados são do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do Banco Central, levantados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O desempenho do Paraná nesse indicador pode ser atribuído principalmente aos setores industrial, comercial e de serviços. Segundo o IBGE, a produção industrial do Estado apresentou incremento de 7,4% em junho, com destaque para os ramos de material elétrico, derivados de petróleo e veículos automotores. Já no âmbito do comércio varejista, que avançou 2,0% no sexto mês do presente exercício, sobressaíram os segmentos de materiais para escritório, informática e comunicação e de móveis e eletrodomésticos. Por fim, o IBGE divulgou recentemente dados que apontaram para um crescimento de 2,1% do setor de serviços do Paraná em junho, com o segmento de informação e comunicação apresentando o maior incremento. Além desses indicadores setoriais, a alta do IBCR paranaense foi influenciada pelos números relevantes do mercado de trabalho. Os dados do IBCR também apontaram que o Paraná registrou o maior crescimento proporcional da atividade econômica do Brasil no ano passado, com um aumento de 7,8% em relação a 2022. A variação das atividades econômicas paranaenses foi mais de três vezes superior à média nacional, que foi de 2,45%. O resultado também ficou 1,7 ponto percentual acima do estado de Goiás, que teve o segundo melhor desempenho, com alta de 6,1% no mesmo período. O Pará, com 5,7% de variação positiva, fechou o pódio de 2023.
Agência Estadual de Notícias
População do Paraná deve ultrapassar 12 milhões de habitantes até 2027, aponta IBGE
Dados divulgados na quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e analisados pelo Ipardes projetam que o pico de crescimento da população paranaense acontecerá em 2044, com quase 12,5 milhões de pessoas residindo no Estado
Atualmente com 11,44 milhões de habitantes, a população paranaense deve continuar crescendo até 2044 e, a partir de 2027, ultrapassará a marca de 12 milhões de habitantes. É o que apontam os dados mais recentes sobre a projeção da população nacional divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quinta-feira (22) e analisados pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). As projeções são feitas pelo órgão nacional a partir dos dados obtidos do Censo 2022. De acordo com estas estimativas, o Estado deverá chegar a 2027 com 12,01 milhões de residentes, aproximadamente 570 mil a mais do que o último recenseamento. O auge do crescimento populacional estadual deve ocorrer em 2044, quando, de acordo com as projeções, haverá 12,46 milhões de pessoas espalhadas pelos 399 municípios do Paraná. Após este ano, o IBGE estima que a curva se inverterá, com queda no número geral de habitantes. De 2024 a 2070, a idade média dos paranaenses passará de 36,4 para 48 anos. No mesmo período, a proporção de idosos subirá de 17% para 36,9% da população. Em 2024, o IBGE projetou um total de 2,01 milhões de paranaenses idosos, número que deverá mais do que dobrar até 2070, quando as estimativas apontam para cerca de 4,23 milhões pessoas com 60 anos ou mais residentes no Estado. Além da presença de mais pessoas na faixa da terceira idade, elas também viverão por mais tempo. A expectativa de vida para um paranaense nascido em 2000 era de 72,2 anos, passando para 76,8 anos em 2024 e 83,9 para os nascidos em 2070, segundo as atuais projeções. Os números evidenciam a melhoria das condições de vida da população e a boa estrutura de atendimento na área de saúde no Paraná. Na mesma publicação em que projeta a população nacional e dos estados para as próximas décadas, o IBGE também analisou a taxa de fecundidade das mulheres brasileiras. Apesar de seguir uma tendência nacional de redução no número de filhos por mulher iniciada na década de 1960, o Paraná tem atualmente a maior taxa de fecundidade do Sul do Brasil. Cada mulher paranaense tem, em média, 1,59 filho, enquanto essa proporção é de 1,58 entre as catarinenses e de 1,51 entre as gaúchas. A proporção de nascimentos do Estado também supera a média nacional, que é de 1,57 por mulher. Essa taxa de fecundidade também tem influência direta nas projeções populacionais traçadas pelo IBGE. Enquanto a população brasileira de modo geral deve parar de crescer em 2041, quando chegará a 220,4 milhões de habitantes, o Paraná chegará ao seu patamar máximo (12,46 milhões) apenas três anos depois. Segundo a gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, a principal importância das projeções é ter informações sobre a população do País anualmente, pois os censos demográficos são feitos apenas a cada dez anos. “Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”, disse. Izabel lembra que a redução da taxa de fecundidade é resultado, entre outros fatores, do aumento da urbanização, da entrada das mulheres no mercado de trabalho e da maior escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional. “Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais”, explicou.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem maior alta do ano com mau humor global e sinais do BC
Operadores enxergaram um ajuste de posição nos mercados globais às vésperas do evento em Jackson Hole e com eleições presidenciais dos Estados Unidos no radar
O dólar à vista encerrou a sessão em valorização forte, de quase 2%, em um pregão marcado pelo mau humor global e por dúvidas quanto à política monetária local. Operadores enxergaram um ajuste de posição nos mercados globais às vésperas do evento em Jackson Hole e com eleições presidenciais dos Estados Unidos no radar. A dinâmica no Brasil foi pior que a observada no exterior, com o real tendo o pior desempenho da lista das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. A sinalização menos “hawk” (conservadora) pelos diretores de política econômica e política monetária, Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, respectivamente, teria dado sustentação para uma piora adicional da moeda brasileira. Diante disso, no fechamento do mercado à vista, o dólar comercial teve sua maior alta diária desde 19 de abril de 2023, avançando 1,98%, a R$ 5,5894, depois de tocar a máxima de R$ 5,5950 e ter encostado na mínima de R$ 5,4813. Na manhã da quinta-feira, o dólar se mostrou mais forte globalmente, mas principalmente contra divisas de mercados emergentes. Perto do fechamento do mercado à vista, além da apreciação firme contra o real, a moeda americana tinha alta de 1,14% ante o peso mexicano; 1,18% ante o rand sul-africano; e 1,50% contra a rupia da Indonésia. Operadores mencionaram um mau humor global e desmonte de posições nas vésperas do evento de Jackson Hole, o qual contará com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. “Desde o começo do mês, quando houve um estresse global nos mercados por conta do temor de recessão nos Estados Unidos, vimos uma recuperação dos ativos após a divulgação de uma sequência de dados que afastaram essa percepção”, diz o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia. “Hoje me parece ter ocorrido uma realização ou algum ajuste antes de um dia importante.” Embora o cenário global já fosse de dólar forte, aqui o movimento foi mais intenso, com o real sendo a moeda mais penalizada do dia. O que explicaria isso seria a percepção dos participantes do mercado de um tom menos “hawk” por parte de diretores do Banco Central. Em evento na quinta-feira, o diretor de política econômica, Diogo Guillen, não adotou um discurso tão duro quanto o esperado pelos agentes, ajudando a intensificar um aumento dos prêmios de risco no câmbio, na bolsa e nos trechos intermediários e longos da curva. À tarde essa piora se acentuou com comentários do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. Ele disse que a autoridade vai continuar dependente de dados e que sua fala não faz qualquer reparo em relação a comentários anteriores. Galípolo, ainda, quis reforçar a coesão que existe entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Como parte do mercado já vinha precificando altas de juros por parte do BC em setembro, as falas de hoje acabaram frustrando esses participantes, levando a um ajuste na precificação de risco. Já o economista Wilson Ferrarezi, do TS Lombard, diz em nota que não há dúvidas de que o BC está em uma situação mais confortável do que estava no início do mês em relação à política monetária, após o recente fortalecimento do real. “Contudo, o fato de a valorização cambial estar relacionada, em parte, com a comunicação do próprio banco limita as opções de gestão de políticas no curto prazo. Isto significa que não seguir o roteiro ‘hawkish’ [favorável ao aperto monetário] que está sendo telegrafado provavelmente se traduziria num enfraquecimento da moeda”, afirma. Para Ferrarezi, a retomada dos aumentos das taxas no próximo mês ajudaria a reduzir o repasse cambial aos preços e a reancorar as expectativas de inflação, que têm aumentado em meio a preocupações de que o comitê tome uma atitude pacífica no próximo ano.
Valor Econômico
Ibovespa tem queda firme com mau humor externo e após falas de Galípolo
O discurso menos “duro” do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, também repercutiu entre os ativos locais
O Ibovespa encerrou em queda firme na quinta-feira, em meio ao mau humor global e após três fechamentos consecutivos em níveis recordes. O discurso menos “duro” dos diretores do BC, Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, também repercutiu entre os ativos locais. Como reação do mercado, houve alta dos juros futuros, levando a perdas em ações sensíveis à economia doméstica. No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,95%, aos 135.173 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 134.836 pontos e, na máxima, os 136.462 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h45) foi de R$ 15,05 bilhões no Ibovespa e R$ 22,22 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 perdeu 0,89%, o Dow Jones fechou em queda de 0,43%, e o Nasdaq cedeu 1,67%. Os ganhos em sequência provocaram um movimento de realização de lucros na bolsa brasileira, algo já esperado por operadores, após o índice encostar nos 137 mil pontos. O Ibovespa, porém, exibiu uma piora ao longa da sessão, repercutindo sinais menos conservadores dos membros Comitê de Política Monetária (Copom). A alta firme dos juros futuros prejudicou os papéis ligados ao cenário local. Na avaliação de agentes do mercado, o tom das últimas declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, vinha em uma direção oposta a comentários do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo. Hoje, porém, tanto Galípolo quando o diretor de política econômica, Diogo Guillen, deu sinais menos conservadores e tentaram reforçar a coesão entre os membros do Copom. Segundo o analista do Andbank Fernando Bresciani, diante da alta nas projeções de inflação no país, o Banco Central “precisa dizer se a Selic vai subir ou não”, para ancorar as expectativas. “Falta um ‘guidance’, porque um membro fala uma coisa, outro fala em subir juros e há o cenário americano com expectativa de os juros vão cair”, destaca o profissional. Diante desta ausência de um orientador mais objetivo, Bresciani reforça que o cenário é de cautela. “Dá para ganhar dinheiro com bolsa, mas com cautela, porque nossos juros vão ficar altos por mais tempo. O juro elevado é contrário à bolsa e ativos de risco”, comenta. O analista diz que o Brasil possui empresas com ações muito baratas, especialmente se levado em consideração os bons resultados corporativos do segundo trimestre. Mas para consolidar o retorno do investidor estrangeiro, que representa um importante potencial de crescimento na bolsa, há pontos que ainda preocupam, como a política fiscal. No exterior, os índices de gerentes de compras (PMIs) dos Estados Unidos vieram acima das expectativas, o que fez o mercado avaliar um corte de juros menor na próxima reunião do Federal Reserve (Fed). Além disso, os investidores estão à espera do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira. Bresciani, Andbank, reforça que o destino do Ibovespa vai depender do dia 18 de setembro, quando serão conhecidas as decisões do Fed e do Copom.
Valor Econômico
Arrecadação federal cresce 9,55% em julho e bate recorde, mostra Receita
A arrecadação do governo federal teve alta real de 9,55% em julho sobre o mesmo mês do ano anterior, somando 231,044 bilhões de reais, em novo recorde para o mês, informou a Receita Federal na quinta-feira
No acumulado de janeiro a julho, a arrecadação foi de 1,530 trilhão de reais, 9,15% acima do registrado nos primeiros sete meses de 2023, já descontada a correção pela inflação. Segundo a Receita, o desempenho positivo do mês foi influenciado "pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior". Como destaque no ganho real no mês, a arrecadação com os tributos PIS/Pasep e Cofins registrou crescimento real de 22,04%, a 45,260 bilhões de reais, resultado explicado, segundo o fisco, por um maior volume de vendas e serviços no país, retomada da contribuição do setor de combustíveis e exclusão do ICMS da base de cálculo desses impostos. Também houve forte crescimento real na Receita Previdenciária em 6,04%, a 53,559 bilhões de reais. O PIS/Pasep e o Cofins também influenciaram positivamente na arrecadação do período de janeiro a julho, com alta real de 19,25%%, a 302,463 bilhões de reais. Nesse período acumulado do ano, a Receita novamente destacou a arrecadação com a Receita Previdenciária, que teve ganho real de 5,45%, a 371,698 bilhões de reais, justificado pela alta da massa salarial de 6,88%. Ainda nos sete primeiros meses do ano, o fisco relatou um crescimento real de 17,83% no recolhimento de IRRF-Rendimentos de Capital, a 81,934 bilhões de reais, decorrente de projeto de lei aprovado no ano passado que determinou a tributação de fundos exclusivos de investimento. Do lado negativo para o período, o fisco voltou a citar a calamidade no Rio Grande do Sul, que provocou uma perda de arrecadação de 7,3 bilhões de reais de janeiro a julho. Em julho, os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, avançaram 9,85% em valor ajustado pela inflação frente a um ano antes, a 214,792 bilhões de reais. No período de janeiro a julho de 2024, o ganho foi de 9,07%, totalizando 1,450 trilhão de reais. Já as receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, avançaram 5,71% em julho frente ao mesmo período de 2023, a 16,252 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a julho, esses recursos tiveram alta real de 10,71%, totalizando 79,431 bilhões de reais.
Reuters
Taxas de juros futuros têm forte alta após fala de Galípolo e precificam 100% de chance de aumento da Selic
As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em forte alta, precificando 100% de probabilidade de o Banco Central subir a taxa básica Selic em setembro, na esteira de novo discurso duro contra a inflação do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, e da alta dos rendimentos dos Treasuries no exterior
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 -- que reflete a política monetária no curtíssimo prazo -- estava em 10,749%, em alta de 9 pontos-base ante os 10,749% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,595%, ante 11,446% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,605%, ante 11,413%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,68%, ante 11,49%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,65%, ante 11,466%. As taxas futuras se firmaram em alta já no início da sessão, refletindo o avanço firme dos yields dos títulos norte-americanos no exterior, após novos dados econômicos dos EUA. O Departamento de Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio desemprego subiu para 232.000 na semana encerrada em 17 de agosto, ante 228.000 pedidos revisados para cima na semana anterior. O resultado reforçou o argumento de que há um esfriamento do mercado de trabalho norte-americano, com operadores elevando as apostas de um corte de 25 pontos-base dos juros na reunião de setembro do Federal Reserve -- e não de 50 pontos-base, como chegou a ser precificado. O viés positivo para as taxas dos DIs foi reforçado à tarde, com a participação de Galípolo em evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo. Em um discurso duro, Galípolo afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um "corner" em relação ao que será feito com a Selic em setembro, mas repetiu que a autarquia subirá a taxa básica se necessário. Nos últimos dias têm ganhado força entre instituições financeiras a avaliação de que, em função de falas recentes de Galípolo, consideradas hawkish (duras com a inflação), o BC terá que subir a Selic em pelo menos 25 pontos-base em setembro mesmo em meio à relativa melhora do cenário externo, já que as taxas futuras precificam isso. No evento em São Paulo, Galípolo disse discordar "respeitosamente" das interpretações do mercado sobre o BC ter ficado em um "corner", em referência a uma situação difícil. Ao mesmo tempo, ele manteve o discurso duro das últimas semanas: "Inflação fora da meta é situação desconfortável, e ter que subir juros é situação cotidiana para quem está no BC", afirmou.
Reuters
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