
Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 677 | 06 de agosto de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
PREÇOS FIRMES NO INÍCIO DA SEMANA
Na segunda-feira (5/8), segundo apurou a Scot Consultoria, nas praças paulistas, as cotações dos animais terminados se mantiveram firmes, com o boi gordo “comum” valendo R$ 227/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 202/@ e R$ 217/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O “boi-China” (base SP) está cotado em R$ 230/@, com ágio de R$ 3/@ sobre o animal “comum”. No Paraná, o boi vale R$230,00 por arroba. Vaca a R$208,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de sete dias
Ao longo da última semana, os preços do boi gordo permaneceram aquecidos nas principais regiões brasileiras. Destaque para o Mato Grosso do Sul, que registrou aumento de 2,1% na comparação semanal, encerrando o período com média de R$ 228,36/@, de acordo com dados da Agrifatto. O indicador próprio da consultoria (baseado em 17 praças brasileiras) apresentou um acréscimo de 1,2% na comparação com a semana anterior, apresentando um valor médio de R$ 230,42/@. Por sua vez, o indicador Cepea (praça paulista) registrou um aumento semanal de 0,55%, fechando o período em R$ 232,51/@. “Mesmo aumentando o preço pago pelo boi gordo, as programações de abate das indústrias brasileiras não evoluem”, afirma a Agrifatto, acrescentando que as escalas seguem estabilizadas há quatro semanas – em 9 dias úteis, na média nacional. No mercado futuro, os contratos do boi gordo seguiram o mesmo caminho do mercado físico e apresentaram variações positivas para todos os vencimentos na última semana. O papel com vencimento em outubro /24 (com maior liquidez, pico da entressafra) registrou alta 1,21% e encerrou a semana em R$ 242,40/@. A Agrifatto destaca o ganho de competitividade que o boi gordo brasileiro tem adquirido devido à desvalorização cambial registrada nas últimas semanas. O dólar fechou a última quinta-feira (01/08/24) a R$ 5,75, o maior nível de fechamento desde o dia 09/03/21, recorda a consultoria. Segundo dados da Agrifatto, o boi gordo, em dólares, está valendo em torno de US$ 40/@, um dos menores níveis desde maio/20 e o menor preço entre os grandes exportadores de proteína bovina do mundo. “Considerando que o Brasil detém hoje o boi gordo mais barato do mundo e que há uma diferença de quase US$ 6/@ para o segundo boi mais barato (Paraguai), projetar uma alta de US$ 3/@ (ou seja, um boi gordo de US$ 43,80/@), com um câmbio de R$ 5,70, resultaria num valor de arroba em São Paulo de R$ 249,66/@”, simula a Agrifatto. Tal preço almejado significaria uma valorização de 7% frente os valores atuais do boi gordo (base SP), mas que está projetada pelo mercado futuro (B3) somente para janeiro/25. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$232,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$218,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$2108,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$208,00. Novilha a R$215,00. Escalas de sete de oito dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias; Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de sete dias; Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias; Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agriffato
SUÍNOS
Segunda-feira (5) com altas para o suíno vivo no RS e SP
A segunda-feira (5) foi de poucas mudanças nas cotações do mercado de suínos. Segundo análise do Cepea, os preços médios mensais do suíno vivo e da carne estão em alta há três meses seguidos. Em julho (até o dia 30), a média do animal vivo é a maior desde abril de 2021, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de junho/24), em algumas praças acompanhadas pelo Cepea
De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 149,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 11,80/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (2), houve tímida alta de 0,28% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 7,17/kg, e de 0,63% em São Paulo, fechando em R$ 7,96/kg. Os valores não mudaram em Minas Gerais (R$ 7,97/kg), Paraná (R$ 7,61/kg), e Santa Catarina (R$ 7,42/kg).
Cepea/Esalq
CARNES
China pisa no freio na carne, mas demanda sobe em outros países
Compensação da queda nas exportações vêm do Oriente Médio e da própria Ásia
O Brasil volta a produzir recorde de carnes suína e de frango neste ano, o mesmo devendo ocorrer em 2025. Boa parte dessa proteína é exportada, e uma das grandes preocupações fica por conta da China, a número um na lista dos países importadores. Reduzidos os efeitos da peste suína africana, que mudou o quadro de produção dos chineses nos últimos anos, o país asiático busca obter autonomia na oferta interna e reduzir as importações. Foi o que ocorreu no primeiro semestre deste ano. A China comprou apenas 128 mil toneladas de carne suína do Brasil, um volume 40% inferior ao de igual período do ano passado. O mesmo ocorre com a carne de frango. As importações do país asiático recuaram para 276 mil toneladas no mercado brasileiro, 29% a menos do que de janeiro a junho de 2023. As preocupações, no entanto, se dissipam. Outros países da Ásia e os do Oriente Médio estão compensando a redução de compras da China. Nos seis primeiros meses deste ano, os países do Oriente Médio compraram 832 mil toneladas de carne de frango do Brasil, 110 mil a mais do que em 2023. A China comprou 114 mil a menos no mesmo período. Na carne suína, boa parte da substituição ocorre na própria Ásia. O Vietnã aumentou em 223% as compras do Brasil; o Japão, em 107%, e as Filipinas, em 65%. Fora do continente asiático, um dos destaques fica por conta dos Estados Unidos, que elevaram em 223% as importações da proteína brasileira no primeiro semestre. A produção brasileira de carne suína deverá atingir o recorde de 5,2 milhões de toneladas neste ano, com exportações de 1,33 milhão, conforme estimativas da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). A oferta interna de carne de frango, também recorde, deverá chegar a 15,1 milhões de toneladas, e as exportações sobem para 5,25 milhões, após o recorde de 5,14 milhões no ano passado. Diante desse quadro de produção e de exportação, a ABPA prevê um consumo nacional per capita de 45 kg de carne de frango e de 18 kg parta a carne suína no ano. O setor de avicultura tem, no entanto, um problema para ser resolvido a curto prazo. O reaparecimento da doença de Newscastle no Rio Grande do Sul forçou o país a suspender as exportações de carne de frango a vários países. Alguns, como China, Argentina, México e Macedônia do Norte, interromperam as compras de todo o país. Cinco bloquearam as importações dos gaúchos e outros estão com restrição de compras da área afetada pela doença. O setor vai ter de redirecionar pelo menos 60 mil toneladas para outros mercados. Os impactos maiores vêm da China e do México. O processo de eliminação da doença já foi concluído. Agora será feito um acompanhamento para a certificação de que não haverá reincidência da doença.
Folha de SP
Novo decreto moderniza medidas de autocontrole para indústria de carnes, diz Abiec
O governo brasileiro publicou na semana passada o Decreto nº 12.126/24, que regulamenta programas de autocontrole das empresas privadas no setor de produtos de origem animal, determinando procedimentos de inspeção e fiscalização da defesa agropecuária baseados em risco
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) disse que a medida é um marco na modernização do autocontrole para produtos agropecuários no Brasil, já que a implementação de ferramentas de gestão por indicadores permite que os médicos-veterinários oficiais concentrem seus esforços em processos que apresentem algum nível crítico à saúde pública ou animal. “Com o decreto, o governo brasileiro posiciona o setor no mesmo nível dos países de Primeiro Mundo, que, historicamente, encontram na cooperação público-privada maior conhecimento, confiança e credibilidade”, disse o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, em nota. A Abiec também avalia que as mudanças proporcionam mais segurança aos consumidores nacionais e aos de mais de 190 países que recebem produtos brasileiros diariamente. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) disse que as novas regulamentações refletirão em modernização, retirando o intervencionismo do poder público e permitindo que os procedimentos de inspeção e fiscalização agropecuária passem a ter um perfil mais “inteligente”. O decreto 12.126 também vai permitir que o governo destine recursos priorizando situações de maior risco à coletividade, segundo o Mapa. “Esta regulamentação reflete a preocupação do governo em preservar os objetivos da defesa agropecuária e de respeito à autonomia da iniciativa privada, marcando uma mudança de abordagem no modelo regulatório da defesa agropecuária, permitindo a aplicação pioneira de um modelo regulatório responsivo”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em nota.
Carnetec
Preços globais de carnes sobem em julho com maior demanda para bovina e frango
Os preços globais de carnes bovina, de frango e ovina subiram em julho, impulsionados por forte demanda por exportações, enquanto os valores da carne suína caíram marginalmente devido ao cenário de excesso de oferta, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO)
O índice global de preços internacionais de carnes da FAO subiu 1,2% em julho, em relação a junho, para 119,5 pontos, e ficou 0,8% acima do registrado em julho do ano passado. Além do aumento na demanda, os preços das carnes bovina e ovina foram impulsionados pela redução sazonal na oferta de animais para abate na Oceania. Os preços da carne de frango aumentaram devido à forte demanda de importação, especialmente do Oriente Próximo e Norte da África, em meio a desafios à produção decorrentes de doenças animais, especialmente surtos de gripe aviária em várias regiões produtoras. Já os preços da carne suína caíram marginalmente (ligeiramente), refletindo o excesso de oferta na Europa Ocidental devido às demandas interna e externa mais fracas. A abertura de uma investigação antidumping pela China e restrições contínuas no acesso a mercados estrangeiros em razão de surtos de peste suína africana também impactaram os preços.
Carnetec
GOVERNO
Fundo Clima pode agilizar entrada de recursos para pastos
Medida evitaria um aumento da taxa de juros por causa dos custos financeiros da operação. Fundo Clima pode ser usado como uma primeira alternativa para internalizar os recursos para financiar o programa de conversão de pastagens degradadas
O Fundo Clima pode ser usado como uma primeira alternativa para internalizar os recursos que o Ministério da Agricultura está contratando no mercado internacional para financiar o programa de conversão de pastagens degradadas. Ao Valor, o assessor especial do ministério Carlos Augustin disse nesta segunda-feira (5/8), nos corredores do Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, que a proposta de uso do Fundo Clima já foi discutida com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, que foi bem recebida. O uso da estrutura do fundo seria uma forma de evitar que a internalização dos recursos signifique um aumento da taxa de juros por causa dos custos financeiros da operação. Augustin espera agora que Capobianco apresente a proposta ao conselho de administração do fundo para discussão e aprovação. Também seria preciso criar um regulamento específico. “A estrutura está pronta, não tem por que não usar”, defendeu o assessor especial. Até o momento, a Pasta já acertou a captação de US$ 500 milhões com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), em ienes, com custo de 1,5% ao ano. Porém, se esse recurso for internalizado de forma convencional, o custo final ao produtor pode chegar a CDI + 8% ou 9% ou até mais, segundo agentes privados. A alternativa do Fundo Clima, porém, ainda não deve atender toda a demanda de internalização de recursos esperados pelo ministério. “Há também uma forte expectativa com o recurso chinês”, disse Augustin. A esperança do ministério é que mais recursos sejam captados quando o presidente chinês, Xi Jinping, vier ao Brasil em novembro. O secretário afirmou que continua em conversas com o Tesouro Nacional para viabilizar uma solução para a internalização desses recursos e espera ter mais uma reunião com o Tesouro nesta semana. Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sérgio Bortolozzo, um custo “aceitável” para o produtor rural operar esse recurso estaria em torno de CDI + 3%, ou dólar + 6% a 7%. “Seria algo pelo qual o produtor teria apetite”, afirmou ao Valor o dirigente, que também esteve presente no Congresso da Abag. “Mas ainda não está tendo demanda para isso”, acrescentou. Bortolozzo observou que mesmo o acesso do produtor ao crédito do Plano Safra em curso pode encontrar dificuldades. “A análise de risco está muito espremida. Os bancos estão vendo como uma atividade de alto risco”, disse.
Valor Econômico
INTERNACIONAL
Perdas de US$ 30 milhões devido a problemas de qualidade na cadeia de carne bovina do Uruguai
No setor de carnes do Uruguai, uma auditoria recente revela que as perdas econômicas relacionadas à qualidade da carne chegam a 30 milhões de dólares. Esse resultado destaca tanto os desafios enfrentados pelo setor quanto as oportunidades de implementar melhorias para fortalecer sua competitividade
A auditoria, realizada em 2023, mostra um quadro misto de progresso e áreas de oportunidade. Um dos destaques é a implementação do sistema de avaliação de carcaças frias, seguindo padrões internacionais, como o australiano. Esse sistema permite uma avaliação mais precisa dos atributos da carne, incluindo marmoreio, cor e textura, que são cruciais para atender às expectativas dos consumidores. A cadeia da carne bovina no Uruguai enfrenta perdas econômicas significativas que afetam tanto os produtores quanto o setor. Dados recentes revelam um impacto total de US$ 29.759.015 devido a vários fatores que deterioram a qualidade da carne. Esses dados foram apresentados durante uma das palestras preparadas pelo INAC para receber a delegação do LiderA, o programa de treinamento da Angus Uruguay. As contusões na carne resultam em perdas de 5,56 dólares por animal. Em nível nacional, essas perdas chegam a US$ 9.374.121. As contusões afetam a aparência e a qualidade do produto, reduzindo seu valor comercial. Os abcessos causam uma perda de US$ 1,97 por animal, com um impacto total de US$ 3.319.677 no Uruguai. Essa condição não só afeta a qualidade da carne, mas também aumenta os custos associados ao processamento e ao descarte do produto. Os problemas relacionados ao pH e aos cortes escuros geram uma perda de US$ 7,93 por animal. No total, esses problemas representam uma perda de US$ 13.368.694. Cortes escuros e pH inadequado podem levar a rejeições no mercado, afetando a aceitação do produto. As apreensões de fígado devido a problemas sanitários causam uma perda de US$ 1,28 por animal, acumulando um total de US$ 2.155.389. Essa causa de perda está ligada a controles de qualidade e regulamentos sanitários rigorosos. As perdas de gordura amarela, no valor de US$ 0,91 por animal, totalizam US$ 673.602 em nível nacional. A gordura amarela tende a ser menos apreciada pelos consumidores, afetando o valor do produto. O custo total das perdas por animal chega a US$ 17,70, com um impacto econômico geral de US$ 29.759.015 no Uruguai. Esses dados destacam a importância de implementar melhorias no gerenciamento da qualidade da carne para reduzir as perdas e aumentar a competitividade do setor.
El País Digital
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Comércio exterior: Governo e produtores debatem rastreabilidade da carne bovina
China, Coreia do Sul, Japão e União Europeia passarão a exigir rastreabilidade das carnes que importam. Governo e entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) devem trabalhar juntos para promover as adequações
A busca pela excelência na sanidade animal e a rastreabilidade que passará a ser exigida pelos compradores de proteínas, particularmente China, Coreia do Sul, Japão e União Europeia, foram assuntos discutidos pela Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte e Pecuária Moderna, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), com participação de técnicos do Estado, na segunda-feira (05). A reunião contou com a presença do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza. Ele destacou o protagonismo paranaense no setor e novos investimentos. “Estamos em um estágio em que a produção animal tem um destaque especial na formação do Valor Bruto de Produção. Temos que aproveitar esse momento para fortalecer o mercado”, explicou. Em 2023, a pecuária foi responsável por R$ 96,5 bilhões (48,8%), enquanto a agricultura somou R$ 92,1 bilhões (46,6%). “Temos conversado com a Faep para termos uma pauta comum, com prioridade naquilo que é importante para o Estado”, disse Natalino. “No caso da pecuária moderna, precisamos definir alguns protocolos de produção, de assistência técnica e extensão rural, que permitam reposicionar a produção de carne no Estado”. Segundo ele, há muito espaço para o Paraná crescer tanto em carne bovina quanto ovina. O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, fez um relato de encontros que participou na Austrália e Argentina, em que a rastreabilidade foi discutida. Conforme detalhou, 40% das exportações de proteínas animais paranaenses vão para a China. Hoje, a rastreabilidade é feita em grupo, mas os chineses devem começar a exigir a comprovação individual. Da mesma forma, Coreia do Sul e Japão devem começar a importar proteínas do Estado com a mesma exigência. Na Comunidade Econômica Europeia a legislação prevê entrada de produtos rastreados a partir de 2025. “Sem rastreabilidade o mercado internacional não vai comprar carne do Brasil”, afirmou Martins. Segundo ele, há necessidade de se conversar muito e tomar atitudes com vistas à proteção tanto dos rebanhos, para que doenças não interferiram na produção, quanto da conquista e manutenção de mercados com a rastreabilidade. “Nós queremos estar juntos para construir essa nova pecuária”, reforçou. O coordenador da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da Faep, Rodolfo Luiz Werneck Botelho, salientou o comprometimento para que a pecuária moderna possa ser colocada em prática. "Precisamos da federação, da comissão de bovinocultura de corte, dos sindicatos, das comissões regionais e do Estado para desenvolver essa pecuária moderna nos municípios", disse. O Paraná já completou três anos do reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação.
Agência Estadual de Notícias
Preços de alimentos e bebidas tiveram queda de 1,29% em julho no Paraná
A redução de 1,29% no mês de julho é reflexo das retrações dos produtos em todos os municípios em que a coleta é realizada. A maior queda ocorreu em Curitiba (-2,63%). Na sequência aparecem Maringá (-1,69%), Londrina (-1,01%), Cascavel (-0,98%), Ponta Grossa (-0,75%) e Foz do Iguaçu (-0,69%).
Puxado pelas quedas do tomate (-34,39%), batata-inglesa (-12,04%) e alface (-5,08%), o Índice de Preços Regional (IPR) Alimentos e Bebidas registrou redução de 1,29% em julho, a primeira após nove meses. No sentido contrário, banana-caturra (12,83%), alho (4,96%) e pernil suíno (3,96%) tiveram os maiores aumentos de preço no mês passado. O índice é calculado mensalmente pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O IPR-Alimentos e Bebidas utiliza como base os preços de 35 produtos comercializados nas cidades de Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. A redução de 1,29% no mês de julho é reflexo das retrações dos produtos em todos os municípios em que a coleta é realizada. A maior queda ocorreu em Curitiba (-2,63%). Na sequência aparecem Maringá (-1,69%), Londrina (-1,01%), Cascavel (-0,98%), Ponta Grossa (-0,75%) e Foz do Iguaçu (-0,69%). O diretor de Estatística do Ipardes, Marcelo Antonio, destaca que a queda no mês passado freou a tendência de alta registrada nos últimos meses. “Nós observamos uma reversão do comportamento do preço de alimentos e bebidas em julho. Foram nove aumentos consecutivos do IPR e no mês passado tivemos um decréscimo de 1,29%. Essa queda mensal está atrelada especialmente ao preço do tomate”, ressalta. “Isoladamente, o tomate contribuiu com mais de 1% dessa queda de 1,29%. Esse número representa para o consumidor uma variação de menos 34%. Então vemos um preço do tomate bem mais barato, devido a safras que foram satisfatórias no nosso Estado”, complementa Antonio. A redução mais expressiva no preço do tomate foi registrada em Curitiba, de 39,55%, seguida por Cascavel (35,43%), Maringá (34,80%), Foz do Iguaçu (33,03%), Ponta Grossa (31,70%) e Londrina (31,49%). No caso da batata-inglesa (-12,04%), as seis cidades registraram queda no preço, com Maringá tendo a retração mais significativa, de -17,97%. Curitiba (-17,08%), Londrina (-12,82%), Cascavel (-11,09%), Ponta Grossa (-7,96%) e Foz do Iguaçu (-4,55%) completam a lista de reduções. Já a alta da banana-caturra (12,83%) foi influenciada principalmente por Foz do Iguaçu, com 18,56%. Maringá (15,86%), Londrina e Ponta Grossa (12,85%), Cascavel (10,17%) e Curitiba (7,08%) completam a lista de aumento no preço da fruta. Nos sete meses de 2024, entre janeiro e julho, o IPR registra variação de 5,97%. Curitiba registrou a menor variação acumulada (3,71%). Depois aparecem Maringá (5,70%), Londrina (5,84%), Ponta Grossa (6,68%), Cascavel (6,85%) e Foz do Iguaçu (7,01%). “Com a queda observada no mês de julho, o resultado acumulado em 12 meses, que seria a inflação de alimentos e bebidas anualizada, desacelerou. Ela saiu de um patamar de 7,2% do período anterior para 6,8%”, lembra. Regionalmente, o IPR acumulado entre agosto de 2023 a julho de 2024 foi mais significativo em Cascavel (8,68%), acompanhado por Foz do Iguaçu (7,65%), Londrina (7,63%), Ponta Grossa (7,15%), Maringá (6,36%) e Curitiba (3,67%).
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar chega a superar R$5,86 em dia de estresse global, mas desacelera alta
Após oscilar acima dos 5,86 reais no início do dia, o dólar à vista perdeu força em meio à desaceleração da moeda ante outras divisas de emergentes e a dados positivos do setor de serviços nos EUA, mas ainda assim a moeda norte-americana fechou a segunda-feira em alta no Brasil
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,7414 reais na venda, em alta de 0,53%. Esta é a maior cotação de fechamento desde 20 de dezembro de 2021, quando encerrou em 5,7450 reais. Em agosto, a moeda norte-americana acumula ganho de 1,51%. Às 17h36, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,04%, a 5,7425 reais na venda. No início do dia, o sell-off (liquidação) nos mercados globais colocou os índices de ações em forte baixa e o dólar em alta firme ante as divisas de emergentes, como o real, o peso mexicano e o peso chileno. Entre os fatores citados para o movimento estavam o receio de uma recessão nos EUA após dados fracos de emprego na sexta-feira; a continuidade da liquidação de operações de carry-trade com o iene pós o Banco do Japão subir juros na semana passada; os receios de que haja uma escalada no conflito envolvendo Israel no Oriente Médio e a decepção com balanços de companhias nos EUA, com a Berkshire Hathaway do empresário Warren Buffett reduzindo metade de sua participação na Apple. "Houve um sell-off bruto, com o (mercado de ações do) Japão mergulhando e os EUA também. Mas no intraday foi melhorando", comentou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, pontuando que os ganhos do dólar ante o real, o peso mexicano e o peso chileno também diminuíram. "O ISM norte-americano contribuiu para isso, diluindo o receio de que haverá um pouso forçado da economia dos EUA e, por isso, o Fed poderia até chamar uma reunião extraordinária para cortar juros, como chegou a circular", acrescentou. No Brasil, havia ainda a percepção de que o real e o Ibovespa haviam recuado bastante no início do dia, o que abria espaço para ajustes. "(O mercado brasileiro) caiu tanto que está tendo um rebound (recuperação). Isso é normal", disse durante a tarde o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior. Neste cenário, após marcar a cotação máxima de 5,8655 reais (+2,71%) às 9h04, pouco depois da abertura da sessão, o dólar à vista atingiu a mínima de 5,7135 reais (+0,05%) às 14h43. Até o encerramento dos negócios, porém, a divisa reacelerou um pouco.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com exterior, mas Bradesco dispara e evita o pior
O Ibovespa fechou em baixa na segunda-feira, contaminado pela aversão a risco global, mas distante da mínima do dia, amparado pela disparada das ações do Bradesco, após o balanço do segundo trimestre mostrar lucro líquido acima do esperado e tendências positivas para os próximos meses
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com um declínio de 0,46%, a 125.269,54 pontos, mas chegou a cair a 123.073,16 pontos no pior momento da sessão (-2,21%). Na máxima, marcou 125.850,51 pontos. O volume financeiro somou 25,4 bilhões de reais. Divulgações recentes nos Estados Unidos reavivaram preocupações sobre o risco de recessão na maior economia do mundo, desencadeando um forte movimento de aversão a risco no exterior na segunda-feira, principalmente sob a tese de que o Federal Reserve possa estar atrasado no corte de juros. Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 3%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 3,7846% no final do dia, após chegar a 3,667% na mínima da sessão, de 3,796% na última sexta-feira. "Vemos a reação do mercado como exagerada e repercutindo um receio de uma forte e/ou grave recessão a frente, a qual vemos como altamente incerta", afirmou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves. Para economistas do Bank of America Securities, a economia não precisa de cortes agressivos. Eles estimam um ciclo de cortes que começa em setembro, com uma redução de 0,25 ponto percentual a cada trimestre até a taxa terminal na faixa de 3,25% a 3,5% em meados de 2026. Eles ponderaram, contudo, que os dados podem estar dizendo que o equilíbrio de riscos mudou na direção do aumento da folga do mercado de trabalho e do risco de queda da inflação. "Se sim, então o Fed deve chegar à neutralidade rapidamente, mais rápido do que planeja", acrescentaram. De acordo com a equipe do BofA Securities, isso poderia ocorrer na forma de cortes de 0,25 ponto em reuniões consecutivas, seguidos por uma trajetória suave para a neutralidade, o que levaria a taxa básica de juros a neutra no final de 2025. Outro caminho seria fazer cortes de 0,25 ponto em cada reunião, o que levaria a taxa básica de juros a neutra até meados de 2025; e uma terceira via seria promover vários cortes grandes e antecipados, o que poderia levar a taxa básica de juros a neutra até o início de 2026. Além de dados norte-americanos recentes mais fracos, em especial do mercado de trabalho, resultados e perspectivas de empresas de tecnologia aquém das expectativas, receios com a economia chinesa e efeito da valorização do iene, entre outros, também foram citados como gatilhos para o "sell-off".
Reuters
Mercado eleva novamente previsão para inflação em 2024 e 2025 no Focus
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram novamente suas projeções para a alta da inflação neste ano e no próximo, assim como subiram sua expectativa para a Selic ao fim de 2025, de acordo com a mais recente pesquisa Focus divulgada na segunda-feira
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que agora a expectativa para o IPCA ao final de 2024 é de alta de 4,12%, ante previsão de avanço de 4,10% na semana anterior. No próximo ano, o índice é visto em alta de 3,98%, de 3,96% anteriormente. O centro da meta oficial para a inflação para este ano e o próximo é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O novo aumento na projeção acompanha o resultado deste mês para o IPCA-15. O indicador, apesar de ter desacelerado em relação ao mês anterior, subiu mais do que o esperado na base mensal, 0,30%, com a taxa em 12 meses se aproximando do teto da meta de inflação em 4,45%. Os dados do IPCA para o mês de julho inteiro serão divulgados na quinta-feira, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de alta de 0,35% na base mensal e avanço de 4,47% em 12 meses. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda os analistas passaram a ver a Selic fechando 2025 em um patamar mais alto, agora em 9,75% ao ano, de 9,50% há uma semana. Pela sétima semana consecutiva, por outro lado, os economistas mantiveram a projeção para a taxa básica de juros ao fim deste ano em 10,50% ao ano. A nova projeção vem na esteira da mais recente reunião de política monetária do Banco Central na semana passada, quando as autoridades decidiram manter a Selic em 10,50% ao ano pelo segundo encontro consecutivo. A ata da reunião será divulgada na terça-feira. Houve manutenção também na expectativa para o dólar em 2024, projetado para encerrar o ano em 5,30 reais. Segundo o Focus, a estimativa para a divisa norte-americana ao final de 2025 também ficou em 5,30 reais, uma elevação sobre os 5,25 reais previstos na semana anterior. Para o PIB, houve novo avanço sobre a projeção para este ano, agora em alta de 2,20%, de 2,19% anteriormente. Em 2025, a expectativa é que o número desacelere para alta de 1,92%, ante 1,94% na semana anterior.
Reuters
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