Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 630 | 31 de maio de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Qualidade das pastagens piorou aumentando a oferta de bovinos terminados
A qualidade das pastagens piorou com a intensificação dos efeitos do outono, aumentando a desova de bovinos terminados, mesmo diante da queda nos preços da arroba, relatam os analistas da Scot Consultoria. Paraná o boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias
Segundo a Scot, no Estado de São Paulo, as escalas de abate estão confortáveis para as indústrias, com média de 11 dias, permitindo negociações mais moderadas. Com isso, apurou a Scot, o boi gordo paulista está apregoado em R$ 222/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 202/@ e R$ 212/@, respectivamente (valores brutos, no prazo). O “boi-China” está valendo R$ 227/@ (base SP), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”. Na avaliação da Agrifatto, o mercado brasileiro do boi gordo continua enfrentando desafios impostos pelo clima frio e seco nesta transição da safra para a entressafra. “Os pecuaristas lidam atualmente com a diminuição da capacidade de retenção do gado nas pastagens desgastadas, resultando em um excesso de oferta de animais terminados e no aumento da pressão negativa sobre os preços da arroba”, ressaltam os analistas da Agrifatto. Frigoríficos, por sua vez, buscam adquirir apenas o necessário para manter as escalas de abate confortáveis, variando entre 14 e 15 abates na média nacional. “É importante notar que muitas indústrias já têm suas programações preenchidas para junho e evitam novas negociações para controlar as escalas e os preços da arroba”, observa a Agrifatto. Na quarta-feira, pelos dados levantados pela Agrifatto, o preço da arroba do boi gordo em São Paulo ficou estável, em R$ 220. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quarta-feira (29/5): São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de quinze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de quinze dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de treze dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de dezesseis dias; Pará — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de dezesseis dias; Goiás — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de quinze dias; Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de quinze dias; Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO
SUÍNOS
Preço do suíno vivo cai em SP, MG, PR e SC
A quarta-feira (29) terminou com quedas para os preços do suíno vivo
Segundo a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 124,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 9,70/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (28), o preço ficou estável somente no Rio Grande do Sul (R$ 6,23/kg). Houve queda de 2,48% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,68/kg, baixa e R$ 2,04% no Paraná, alcançando R$ 6,24/kg, retração de 1,66% em Santa Catarina, com valor de R$ 5,91kg, e de 1,33% em São Paulo, fechando em R$ 6,68/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Quarta-feira (29) de cotações estáveis no PR e SC no mercado do frango
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 4,80/kg, enquanto a ave no atacado subiu 1,14%, fechando em R$ 6,20/kg, em média
Na cotação do animal vivo, o valor não mudou em Santa Catarina, com preço de R$ 4,40/kg, assim como no Paraná, com preço de R$ 4,35/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à terça-feira (28), a ave congelada cedeu 0,14%, atingindo R$ 7,01/kg, enquanto o frango congelado não mudou de preço, fechando em R$ 7,29/kg.
Cepea/Esalq
ABPA & APEXBRASIL promovem ação no mercado da Argélia
Aberto há pouco mais de seis meses, mercado argelino já está entre os 30 maiores importadores do produto avícola brasileiro
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), fomentou novos negócios em ação realizada entre os dias 20 e 23 de maio, durante a SIPSA Filaha Agrofood, realizada em Argel (Argélia). Em meio a uma das mais relevantes feiras de alimentos e bebidas do Norte da África, a ABPA, com o apoio da Embaixada Brasileira na capital argelina, viabilizou a participação de agroindústrias exportadoras de carne de frango halal na feira. A ação de promoção das marcas setoriais Brazilian Chicken, Brazilian Egg, Brazilian Breeders e Brazilian Duck contou com uma estrutura específica para a proteína animal do Brasil no evento. “O mercado da Argélia foi aberto às exportações brasileiras de carne de frango há pouco mais de seis meses, e já importou 10 mil toneladas, entrando para o top 30 principais destinos das exportações do Brasil. O potencial é enorme e temos boas expectativas quanto à esta parceria, o que nos impulsiona à novas ações com o mesmo perfil”, disse o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.
ABPA
GOVERNO
Peru abre mercado para exportação brasileira de hemoderivados bovinos e suínos
Hemoderivados são subprodutos da agroindústria utilizados como ingredientes em rações, para elevar o valor nutricional da dieta animal
O governo brasileiro recebeu com satisfação o anúncio na terça-feira (28), pelo governo do Peru, de autorização para exportação de hemoderivados bovinos e suínos do Brasil destinados à alimentação animal. Hemoderivados são subprodutos da agroindústria utilizados como ingredientes em rações, para elevar o valor nutricional da dieta animal. Trata-se da terceira abertura de mercado no Peru para produtos agrícolas brasileiros em menos de seis meses. As exportações agrícolas brasileiras para o país ultrapassaram US$ 724 milhões no último ano, com destaque para produtos florestais, carne e soja. No primeiro quadrimestre de 2024, foram comercializados cerca de US$ 208 milhões. Entre janeiro e maio de 2024, já foram abertos 46 mercados em 27 países, totalizando 124 novos mercados em 51 países desde o início do terceiro mandato do Presidente Lula.
Portal DBO
Governo Federal publica Decreto que regulamenta a inspeção e fiscalização de produtos para alimentação animal
Este é o primeiro segmento regulado pela defesa agropecuária a atualizar sua legislação sanitária para prover à compatibilização com a Lei do autocontrole
Foi publicado na quarta-feira (29) o Decreto nº 12.031 que regulamenta a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal. Com isso, a alimentação animal é o primeiro segmento regulado pela defesa agropecuária a atualizar sua legislação sanitária para prover à compatibilização com a Lei do autocontrole (Lei n° 14.515/2022). A nova norma, bastante aguardada pelo setor, alcança todos os tipos de produtos para alimentação animal, como matérias-primas e ingredientes, até os produtos prontos para consumo de todas as espécies animais de produção e de companhia. A fiscalização de produtos para alimentação animal foi regulamentada pela primeira vez no Brasil em 1976 e atualizada em 2007. “Após 17 anos conseguimos a revisão da regulamentação. Trata-se de uma atualização do regramento da área animal voltada para a modernização da fiscalização, desburocratização e informatização”, explica o secretário adjunto de Defesa Agropecuária, Allan Alvarenga. “Essas novas regras visam a segurança e inocuidade de toda a cadeia alimentar, protegendo a saúde animal e humana, além de combater a fraude econômica”, completa. Atualmente, o Brasil tem a terceira maior produção global de produtos para alimentação animal, o terceiro maior exportador mundial de alimentos para animais de companhia e segundo maior produtor global de farinhas de origem animal. Decreto nº 12.031. O novo regulamento, que conta com pouco mais de 150 artigos, contempla a ordenação didática de artigos, a adoção das terminologias completamente ajustadas aos autocontroles, a definição das atribuições do serviço oficial e do setor regulado, a adoção de novas tecnologias, o uso de sistemas informatizados tanto para registro de estabelecimentos e produtos quanto para fins de registro das atividades dos fiscalizados, a padronização de procedimentos técnicos e administrativos, o alinhamento com a regramentos internacionalmente aceitos e a interação com outros órgãos públicos de fiscalização. Veja as alterações relevantes: Isenção de registro de vários tipos de estabelecimentos; Inspeção e fiscalização baseada em risco, priorizando as ações mais intensas conforme características do estabelecimento e de seus produtos; Autocontrole a ser executado por parte das empresas, baseado em ferramentas como as Boas Práticas de Fabricação e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle; Modernização do texto com relação às responsabilidades sobre a infração, medidas cautelares, penalidades e processo administrativo; Redefinição de sanções passíveis de aplicação de penalidades e gradua as infrações em leve, moderada, grave e gravíssima, dando proporcionalidade nas aplicações das penalidades, conforme preceitua a Lei 14.515/2022; e Agregação dos procedimentos de análise laboratorial aos regramentos, incluindo a possibilidade análises com testes moleculares.
MAPA
INTERNACIONAL
China bloqueia carne bovina de fábrica da JBS nos EUA
A JBS afirmou na quarta-feira que Pequim bloqueou os embarques de carne bovina da fábrica da empresa em Greeley, Colorado, porque teriam sido identificados traços do aditivo alimentar ractopamina no produto destinado à China
A JBS, sediada no Brasil e maior produtora de carnes do mundo, declarou em um comunicado que está trabalhando com as autoridades norte-americanas e chinesas para resolver a situação, e que nenhuma outra instalação de carne bovina da JBS nos EUA foi afetada. A suspensão entrou em vigor na segunda-feira, de acordo com um aviso publicado no site do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A ractopamina é um aditivo alimentar usado para aumentar o peso dos animais. Seu uso foi proibido ou restringido em pelo menos 160 países, incluindo a União Europeia, a Rússia e a China. Além disso, a China bloqueou a entrada de produtos de carne e aves provenientes do Cool Port Oakland, em Oakland, Califórnia, com efeito a partir da mesma data, de acordo com um porta-voz do USDA. O Cool Port Oakland é uma instalação de armazenamento a frio usada para mercadorias perecíveis ou outros produtos sensíveis, como alimentos ou medicamentos. A empresa não respondeu a um pedido de comentário na quarta-feira. "A alfândega chinesa detectou ractopamina em um lote de produtos de carne bovina congelada exportados para a China por esses estabelecimentos e destruiu esse lote de produtos em conformidade com suas regulamentações", disse o porta-voz do USDA em um comunicado por email. O USDA está conduzindo uma investigação, disse o porta-voz. No início deste ano, grandes grupos de segurança alimentar, ambientais e de direitos dos animais entraram com uma ação judicial contra a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA buscando forçá-la a reconsiderar as aprovações da ractopamina, que, segundo eles, está colocando em risco a saúde humana e causando estresse em animais de fazenda antes do abate. As restrições fizeram com que os futuros de gado da bolsa de Chicago despencassem na quarta-feira, segundo analistas, com o contrato de gado vivo mais ativo registrando sua maior queda percentual desde 1º de maio.
Reuters
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
80% dos municípios paranaenses registraram aumento de empregos formais em 2024
Dados do Caged apontam que 317 dos 399 municípios tiveram mais admissões do que demissões entre janeiro e abril deste ano. Maior volume de contratações aconteceu em Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel, São José dos Pinhais, Ponta Grossa e Toledo
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quarta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho e Emprego apontam que 317 dos 399 municípios do Paraná registraram crescimento no número de vagas de emprego com carteira assinada no primeiro quadrimestre de 2024. Na prática, quase 80% das cidades paranaenses tiveram mais admissões do que demissões entre janeiro e abril desse ano. Em todo o Paraná, houve 87.838 contratações a mais que desligamentos, uma média de 220 por municípios. A cidade que liderou o saldo de contratações nos quatro primeiros meses do ano foi Curitiba. A Capital registrou 23.280 novas vagas de emprego – resultado de 200.059 admissões e 176.779 demissões no período. Maringá, com saldo de 4.768 vagas, Londrina (3.721), Cascavel (3.594), São José dos Pinhais (3.456), Ponta Grossa (2.833) e Toledo (2.035). No total, 15 municípios paranaenses criaram mais de 1.000 vagas formais de emprego, 17 tiveram saldo entre 500 e 1.000 vagas e 285 cidades tiveram entre uma e 500 admissões a mais do que demissões. Outros três municípios – Barbosa Ferraz, Maria Helena e Rosário do Ivaí – terminaram o primeiro quadrimestre de 2024 com o mesmo volume de empregos com carteira assinada. Em relação apenas ao mês de abril, houve saldo positivo em 266 municípios do Paraná. Novamente o ranking é liderado por Curitiba, com 2.907 vagas de emprego, seguida por São José dos Pinhais (1.186), Maringá (1.112), Cascavel (760), Cornélio Procópio (559), Foz do Iguaçu (521) e Colombo (510), fechando a lista de municípios que tiveram mais de 500 trabalhadores ingressando ou reingressando no mercado de trabalho formal. As 87.838 vagas com carteira assinada criadas entre janeiro e abril de 2024 no Paraná fizeram com que o Estado fosse o terceiro maior do País. Quarto estado mais populoso, o Paraná está atrás de São Paulo (287.968) e Minas Gerais (113.971), mais populosos.
Agência Estadual de Notícias
Chegada a Paranaguá é gargalo logístico para o agro do Paraná
Porto segue batendo recorde de movimentação, mas acesso via BR-277 coleciona histórico de problemas que a nova concessionária promete resolver
O Porto de Paranaguá (PR) é um dos principais pontos de embarque de mercadorias do agro brasileiro e vem registrando recordes de movimentação. Mas chegar ao local ainda é um dos principais gargalos da logística no Paraná, de acordo com representantes do setor no Estado. O acesso ao porto pela rodovia BR-277, principal ligação entre a capital, Curitiba, e o litoral paranaense, coleciona um histórico de problemas. O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, lembra que a via ficou pelo menos 27 dias totalmente interditada entre outubro de 2022 e abril de 2023. As consequências, diz ele: aumento de custos de produção e de frete, e demora tanto no escoamento da safra quanto na chegada dos insumos necessários para a atividade. Os prejuízos com as interdições para o setor agropecuário foram calculados em mais de R$ 450 milhões. A reportagem do Caminhos da Safra passou pelo trecho e chegou a Paranaguá na terça-feira (28/5). Ao longo da manhã, o tráfego fluía bem, de forma geral, mas a rodovia tinha alguns pontos de lentidão. Serviços de limpeza de via e um acidente com o caminhão, que tombou no canteiro central, diminuíram ao menos pela metade o tráfego nos locais já próximos da entrada do município de Paranaguá. A BR-277 está sob concessão desde fevereiro deste ano. O trecho Curitiba-Paranaguá é se responsabilidade da EPR Litoral Pioneiro. Em entrevista à Globo Rural, Marcos Moreira, diretor-presidente da EPR, enumera obras a curto e médio prazo que, acredita, aumentarão a fluidez e a segurança no trecho. E explica que no prazo de um ano - a contar do início da concessão, em fevereiro - será feita a requalificação da rodovia, a fim de melhoras as condições de tráfego no trecho.
Globo Rural
Deral reduz previsão de 2ª safra de milho do Paraná
A estimativa da segunda safra de milho do Paraná na temporada 2023/24 foi reduzida na quarta-feira para 13,2 milhões de toneladas, cerca de 300 mil toneladas abaixo da previsão de abril, com o Estado registrando os efeitos do tempo seco e quente, segundo dados do novo levantamento publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral)
Com a nova projeção, o Deral agora estima redução de 7% na segunda safra deste ano em relação à temporada anterior, quando o Estado colheu 14,3 milhões de toneladas. O Paraná, segundo produtor brasileiro do cereal, iniciou recentemente a colheita da segunda safra.
Consultorias têm reduzido a expectativa da safra nacional de milho citando problemas em Estados como o Paraná. O Deral praticamente manteve os números da safra de soja, com colheita finalizada, a 18,4 milhões de toneladas. Esse volume representa uma queda de 18% na comparação com a temporada passada, quando o Paraná teve um recorde. Já a safra de trigo, que está sendo semeada no Paraná, foi estimada em 3,7 milhões de toneladas, versus 3,795 milhões na previsão anterior. Caso a estimativa atual seja confirmada, o Paraná teria aumento de 2% na produção de trigo, com expectativa de recuperação da produtividade afetada pelo clima na temporada passada.
Reuters
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe mais de 1% e volta a superar os R$5,20 com influência do exterior
O dólar à vista fechou a quarta-feira em alta firme ante o real, superior a 1%, voltando a ficar acima de 5,20 reais, com as cotações refletindo o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior e dados fortes do mercado de trabalho brasileiro, que deram suporte à disparada das taxas futuras de juros
Numa sessão que antecedeu o feriado de Corpus Christi no Brasil, parte dos investidores também buscou a proteção da moeda norte-americana, já que os mercados seguirão abertos no exterior na quinta-feira. O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,2103 reais na venda, em alta de 1,10%. Este é o maior valor de fechamento desde 18 de abril, quando a divisa foi cotada a 5,2508 reais. Em maio, a moeda acumula elevação de 0,34%. Às 17h10, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,97%, a 5,2100 reais na venda. A divisa dos EUA iniciou sua escalada já no início da sessão, acompanhando o exterior, onde o dólar subia ante praticamente todas as demais moedas. A expectativa antes da divulgação de dados importantes de inflação nos EUA, na próxima sexta-feira, dava suporte às cotações. Além disso, profissionais afirmaram à Reuters que, no Brasil, alguns agentes buscaram a moeda norte-americana como proteção, já que o mercado estará fechado na quinta-feira em função do feriado. Internamente, a divulgação de dados fortes do mercado de trabalho favoreceu a disparada das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), o que também acabou por influenciar o câmbio. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pela manhã pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostrou que o Brasil abriu 240.033 vagas formais de trabalho em abril, acima da expectativa dos economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 216.948 empregos. A renda também cresceu, como salário médio real (descontada a inflação) de admissão subindo 1,77% em abril ante março, para 2.126,16 reais. Já os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a taxa de desemprego caiu de 7,6% no trimestre encerrado em janeiro para 7,5% nos três meses encerrados em abril. É a menor desocupação para esse período desde 2014, quando a taxa estava em 7,2%. A expectativa dos analistas era de desemprego maior, de 7,7%. Os números do mercado de trabalho, ainda que positivos, reforçaram as preocupações de que a renda maior possa pressionar a inflação, o que reduziria ainda mais o espaço do Banco Central para cortar a taxa Selic, hoje em 10,50% ao ano.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com feriado minando apetite por risco
O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira, com as ações da Vale entre as maiores pressões de baixa na esteira do declínio do minério de ferro na China, enquanto o cenário externo referendou o tom cauteloso antes de feriado de Corpus Christi
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,87%, a 122.707,28 pontos, O volume financeiro somou 19,1 bilhões de reais, de uma média diária de 23,86 bilhões de reais no ano. "Todo mundo quer passar o feriado tranquilo... sem carregar posição de bolsa" no feriado, afirmou o chefe da EQI Research, Luís Moran. "Ninguém quer ficar com esse risco na mão." A bolsa paulista não abrirá na quinta-feira em razão do feriado, mas Wall Street funcionará, o que desencorajou exposições relevantes dadas as incertezas relacionadas à política monetária norte-americana. A agenda de quinta-feira nos Estados Unidos reserva dados como os pedidos semanais de auxílio-desemprego e preliminar do desempenho do PIB no primeiro trimestre. Mas é a pauta de sexta-feira que traz ansiedade, uma vez que está previsto o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Federal Reserve, que mantém o suspense sobre cortes de juros. Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,74%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,6137% no final o dia, de 4,542% na véspera. No Brasil, a véspera do feriado teve uma agenda cheia de dados macroeconômicos, incluindo queda na taxa de desemprego para 7,5% no trimestre até abril e alta da dívida bruta a 76% do PIB em abril, com superávit do setor público abaixo do esperado. A pauta ainda mostrou que o IGP-M acelerou a alta para 0,89% em maio, enquanto a confiança do setor de serviços recuou novamente em maio. O Ministério do Trabalho e Emprego ainda divulgou a abertura de 240.033 vagas formais de trabalho em abril.
Reuters
Brasil abre 240.033 vagas formais de trabalho em abril, acima do esperado
O Brasil abriu 240.033 vagas formais de trabalho em abril, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
O resultado do mês passado ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 216.948 empregos, e foi fruto de 2.260.439 de admissões e 2.040.406 de desligamentos. Com relação ao salário médio real (descontada a inflação) de admissão, houve aumento real de 1,77% em abril ante março, para 2.126,16 reais. Em entrevista coletiva para apresentação dos números, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, criticou a ideia de que o aumento da renda e do emprego podem pressionar a inflação brasileira, levando o Banco Central a interromper o atual processo de cortes da taxa básica Selic. Em seu último encontro de política monetária, no início do mês, o BC reduziu o ritmo de cortes da Selic, de 50 para 25 pontos-base, e não se comprometeu com mais cortes da taxa, hoje em 10,50% ao ano. Na ata da reunião, o BC destacou o "elevado dinamismo" do mercado de trabalho e citou debate sobre a possível transmissão para salários e preços desse aperto do mercado, mas também o entendimento de que não há evidências conclusivas sobre seu impacto inflacionário. No mercado, a precificação dos juros futuros já indica mais de 80% de probabilidade de o BC não cortar a Selic em junho. "Apesar de pisar no freio e ter um corte menor (da Selic), teve corte (em maio). E espero que os cortes continuem. Espero que as análises olhem também o que está acontecendo no mundo real e o quanto os juros impactam na vida das pessoas", defendeu Marinho na coletiva. "Não posso aceitar a lógica de que esta variação de crescimento dos salários, que ainda estão baixos... seja suficiente para pensar em cessar o corte de juros", acrescentou. Marinho afirmou ainda que espera que a Selic termine 2024 abaixo dos dois dígitos.
Reuters
Desemprego do país ficou em 7,5% nos três meses encerrados em abril, nível mais baixo para esse período em 10 anos
O IBGE informou na quarta-feira que a taxa de desemprego do país ficou em 7,5% nos três meses encerrados em abril, nível mais baixo de desocupação para esse período em 10 anos
No acumulado do ano até abril, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 958.425 vagas, ante 718.576 vagas no mesmo período do ano passado, segundo a série ajustada do ministério. Em abril, houve saldo positivo de vagas nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, com destaque para o setor de serviços, que concentra o maior estoque de empregados e abriu 138.309 postos. Houve criação de 35.990 empregos formais na indústria, 31.893 no setor de construção e 27.272 no comércio. Na agricultura, por sua vez, foram abertos 6.576 postos de trabalho em termos líquidos. Os dados mostraram saldo positivo de empregos criados em todas as cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas em abril em termos absolutos, com leitura de 126.411, seguido por Sul (45.001), Centro-Oeste (24.408), Nordeste (23.667) e Norte (15.745). O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho pontuou, no entanto, que a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul tende a afetar os resultados do Estado e, de forma mais ampla, os números do Brasil nas próximas divulgações. "(A tragédia) impactará o emprego no Estado e no geral do país. No entanto, as ações tomadas... creio que devem ter também um impacto positivo, na retomada, principalmente na indústria de construção, de venda de materiais de construção", disse o ministro.
Reuters
IGP-M acelera alta a 0,89% em maio sob peso de matérias-primas brutas e bens intermediários
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a subir 0,89% em maio, depois de ter registrado alta de 0,31% no mês anterior, impulsionado pela aceleração nos preços de matérias-primas brutas e bens intermediários
Com o resultado do mês, o índice passou a acumular em 12 meses queda de 0,34%, contra deflação de 3,04% em abril. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, acelerou a alta com força a 1,06% em maio, depois de ter subido 0,29% no mês anterior. As matérias-primas brutas registraram alta de 2,15% em maio, enquanto os bens intermediários subiram 1,03%, respectivamente de 0,24% e 0,72% no mês anterior. "Entre as maiores influências positivas do IPA estão o minério de ferro, que passou de -4,78% para 8,18%; e o farelo de soja, que subiu de -2,32% para 9,58%", destacou em nota André Braz, Coordenador dos Índices de Preços. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, avançou 0,44% em maio, de uma alta de 0,32% em abril. No IPC, a alta do preço da gasolina aumentou de 0,30% para 1,70%, enquanto a passagem aérea passou de uma queda de 8,94% para subir 0,47%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,59%, de uma alta de 0,41% em abril. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Reuters
Dívida pública federal sobe 0,99% em abril, para R$6,704 tri, diz Tesouro
A dívida pública federal subiu 0,99% em abril ante março, para 6,704 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional na quarta-feira
No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou 6,423 trilhões de reais, com alta de 0,97%, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu 281 bilhões de reais, com elevação de 1,37%. Segundo os dados da pasta, o custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses subiu de 10,40% ao ano em março para 10,63% no mês passado. Em relação às novas emissões de títulos da dívida interna, o custo médio caiu de 11,32% para 11,16% ao ano. No período, houve alta no prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 4,13 anos, ante 4,11 anos registrados em março. Em relação ao colchão de liquidez para pagamento da dívida pública, houve uma redução de 0,33% em abril, a 884,5 bilhões de reais. O montante é suficiente para quitar 8,35 meses de vencimentos de títulos --em março, estava em 6,95 meses.
Reuters
POWERED BY
EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122
041 99697 8868
Comments