Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 626 | 24 de maio de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Frigoríficos mantém a pressão de baixa na arroba
"Com as escalas de abate, em média, para 10 dias, muitos compradores optaram por ficar fora do mercado”, afirmam os analistas da Scot, referindo-se ao mercado paulista. No Paraná, o boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias
O mercado físico do boi gordo continua a apontar para um aumento na oferta de animais terminados, o que intensifica a pressão baixista sobre a cotação da arroba, relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Segundo a Scot Consultoria, na quinta-feira (23/5), poucos negócios foram fechados na praça de São Paulo, mantendo a estabilidade na arroba do boi gordo local. “Com as escalas de abate, em média, para 10 dias, muitos compradores optaram por ficar fora do mercado”, afirmam os analistas. Com isso, segundo apurou a Scot Consultoria, o boi gordo “comum”, direcionado ao mercado interno, segue valendo R$ 225/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 203/@ e R$ 213/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Por sua vez, o “boi -China” está apregoado em R$ 227/@ no mercado de São Paulo, mantendo o pequeno ágio de R$ 2/@ em relação ao animal “comum”. Na quarta-feira (22/5), todos os contratos futuros do boi gordo tiveram ajustes negativos, informou a Agrifatto. O contrato com vencimento para junho/24 fechou cotado a R$ 227,50/@, com recuo de 0,66% em comparação ao dia anterior. O mercado doméstico de carne bovina, em geral, opera sem alterações significativas, informa a Agrifatto. A redução do consumo interno, diz a consultoria, tem desencadeado um escoamento lento e baixa rotatividade nesta segunda metade do mês, tanto no varejo quanto no setor de distribuição (atacado). Na avaliação dos analistas, mesmo que haja alguma melhoria nas distribuições do atacado e nas vendas do varejo, isso apenas aliviará parte do excesso de mercadorias encalhadas. Nesse contexto, todos os produtos com ossos destinados ao consumo direto e à industrialização (charque) já passam por ajustes negativos nos preços durante as negociações em curso, informou a Agrifatto. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quinta-feira (23/5): São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$222,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de catorze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de catorze dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de catorze dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias; Pará — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de quinze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de catorze dias; Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de catorze dias; Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO
SUÍNOS
Preços mais perto da estabilidade no mercado de suínos
Segundo a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo não mudou, com preço médio de R$ 133,00, e a carcaça especial baixou 0,98%%, fechando em R$ 10,10/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (22), houve leve alta somente em Santa Catarina, na ordem de 0,32%, chegando a R$ 6,33/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,27/kg), Paraná (R$ 6,49/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,27/kg), e São Paulo (R$ 7,02/kg). As principais praças que comercializam suínos na modalidade independente registraram quedas na quinta-feira (23), ou não tiveram referência de preço, como foi o caso de São Paulo. As baixas intensas vêm em um dos meses mais prósperos para a venda da carne suína, devido ao feriado do Dia das Mães.
Cepea/Esalq
Suinocultura Independente: preços cederam na quinta-feira sinalizando fim de um dos meses mais prósperos
As principais praças que comercializam suínos na modalidade independente registraram quedas na quinta-feira (23), ou não tiveram referência de preço, como foi o caso de São Paulo. As baixas intensas vêm em um dos meses mais prósperos para a venda da carne suína, devido ao feriado do Dia das Mães
Em São Paulo, o mercado ficou sem referência de preço, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Vale lembrar que, na última semana, o valor praticado pela Bolsa foi de R$ 7,36/kg vivo. No mercado mineiro, houve queda, passando de R$ 7,30/kg vivo para R$ 6,70/kg, com acordo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal caiu, saindo de R$ 6,53/kg vivo para R$ 6,29/kg vivo.
Agrolink
Suínos/Cepea: Carne suína perde competitividade frente às substitutas
Os preços médios deste mês da carne suína e bovina, ambas negociadas no atacado da Grande São Paulo, estão acima dos verificados em abril
Pesquisadores do Cepea ressaltam que a valorização observada para a proteína suinícola vem ocorrendo em ritmo mais intenso do que a registrada para a carne bovina. Já no caso da proteína avícola, também no atacado da Grande São Paulo, os valores estão em queda. Diante desse cenário, a competitividade da carne suína vem caindo frente às principais substitutas neste mês. Pesquisadores do Cepea indicam que com o preço médio se aproximando da carne bovina e se distanciando da carne do frango, a competitividade da carne suína diminui.
Cepea
Suinocultura do Paraná tem predominância do modelo integrado com agroindústrias
O modelo de integradoras é adotado por 51% dos produtores de suínos no Paraná. Outros 26% são ligados a cooperativas, enquanto os restantes 23% são suinocultores independentes. Os modelos integrado e cooperado estabelecem vínculo entre o produtor e a entidade que os congrega, o que garante fluxo de produção e venda mais estáveis
O modelo de produção e acesso ao mercado por integradoras é o adotado por mais da metade dos suinocultores do Paraná. Depois vêm aqueles ligados a cooperativas, mas também há quase mil produtores que atuam de forma independente. Essa é uma das análises trazidas pelo Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 17 a 23 de maio. Os modelos integrado e cooperado estabelecem vínculo entre o produtor e a entidade que os congrega, o que garante fluxo de produção e venda mais estáveis, pois se destinam às agroindústrias das próprias empresas. Já os independentes tomam todas as decisões técnicas e financeiras de forma individual, o que possibilita flexibilidade em negociações, apesar de mais sujeitos a flutuações de mercado. O boletim preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura, traz os dados compilados pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Ela registra que 2.105 produtores de suínos (51% do total) acessam o mercado por meio de integradoras, outros 1.078 (26%) estão em cooperativas e os restantes 969 (23%) são independentes. A integração é modelo mais frequente nas regiões Oeste, Sudoeste, Sudeste e Centro-Oriental do Paraná, totalizando 97 municípios. Toledo lidera o sistema, com 405 produtores, seguido por Nova Santa Rosa, com 135. As mesmas regiões concentram os cooperados, presentes em 68 cidades. Novamente Toledo está à frente, com 175 estabelecimentos, vindo a seguir Marechal Cândido Rondon, com 135. Os produtores independentes estão mais dispersos pelo Estado, com destaque para os municípios de Marechal Cândido Rondon, com 43, Mangueirinha, com 33, e Toledo, com 31. Em algumas regiões do Paraná, como Norte e Norte Pioneiro, a suinocultura independente é praticamente a única forma de produção comercial de suínos e se destinam sobretudo a abatedouros com inspeção estadual e municipal.
SEAB-PR
FRANGOS
Frango: preço da ave congelada ou resfriada baixa em São Paulo
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 4,80/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 0,81%, fechando em R$ 6,10/kg, em média
Na cotação do animal vivo, o valor não mudou em Santa Catarina, com preço de R$ 4,40/kg, da mesma forma que no Paraná, com preço de R$ 4,34/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (22), a ave congelada teve queda de 1,40%, chegando a R$ 7,02/kg, e o frango resfriado cedeu 0,68%, fechando em R$ 7,29/kg.
Cepea/Esalq
Casos de gripe aviária no Brasil chegam a 165 com ocorrência em Linhares, no Espírito Santo
Um novo caso de gripe aviária de alta patogenicidade foi confirmado pela plataforma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), dedicada a informar ocorrências da doença no país
O caso foi detectado em uma ave do tipo Trinta-de-bando em Linhares, no Espírito Santo. Desta forma, o país soma agora 165 casos da doença, sendo 3 em aves de subsistência e 5 em mamíferos marinhos. Ainda há dois casos sendo investigados pelo MAPA. Espírito Santo: 36 (sendo 35 em aves silvestres e 01 em ave de subsistência). Rio de Janeiro: 30 (aves silvestres). Rio Grande do Sul: 06 (03 em ave silvestre e 03 em animais marinhos). São Paulo: 54 (53 em aves silvestres e 01 em mamífero marinho). Bahia: 04 (aves silvestres). Paraná: 13 (aves silvestres). Santa Catarina: 21 (19 em ave silvestre, 01 em ave de subsistência e 01 em mamífero marinho). Mato Grosso do Sul: 01 em ave de subsistência.
MAPA
GOVERNO
Abertura de mercado para pepsina suína no México
Em 2024, já foram abertos 44 mercados em 26 países, totalizando 122 novos mercados em 51 países desde o início do terceiro mandato do Presidente Lula
O governo brasileiro recebeu com satisfação o anúncio, pelo governo do México, de autorização para exportação de pepsina suína do Brasil para aquele país. A pepsina suína é um produto de origem animal amplamente utilizado nas indústrias alimentícia e farmacêutica, utilizado como insumo para a produção de suplementos nutricionais e alimentos processados. Nos quatro primeiros meses de 2024, o México importou mais de US$ 1,01 bilhão em produtos agrícolas do Brasil, sendo o nono maior destino das exportações brasileiras nesse setor. Os principais produtos exportados foram soja em grãos, cereais e carnes. O anúncio soma-se a outras aberturas do mercado mexicano para o Brasil neste ano: em janeiro, para exportação de material genético asinino; no início de maio corrente, para óleo de aves e óleo de peixes destinados à alimentação animal. Em 2024, já foram abertos 44 mercados em 26 países, totalizando 122 novos mercados em 51 países desde o início do terceiro mandato do presidente Lula.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Movimentação geral nos portos paranaenses cresce 12% no primeiro quadrimestre
Movimentação total dos portos paranaenses cresceu 12% no primeiro quadrimestre – de 21.377.501 toneladas em 2024 contra 19.060.512 toneladas em 2023. Só de açúcar a granel foram mais de 1,6 milhão de toneladas, mais que o dobro que no ano passado. O açúcar em saca aumentou 96%.
Os portos paranaenses registraram um crescimento de 12% de movimentação total (importações e exportações) no primeiro quadrimestre de 2024. Foram 21.377.501 toneladas movimentadas de janeiro a abril deste ano, frente às 19.060.512 toneladas no mesmo período do ano passado. O desempenho está acima do ano do recorde de operação – em 2023 foram 65 milhões de toneladas. O destaque em volume ficou com a exportação de açúcar, com 1.640.273 toneladas movimentadas no período, representando um crescimento de 119% em relação a 2023 (747.657 toneladas). Além do açúcar a granel, o açúcar em saca também registrou aumento: de 105.572 toneladas em 2023 para 206.740 toneladas em 2024 (96%). Além do açúcar, outras cargas apresentaram expressivo crescimento no volume movimentado neste quadrimestre em comparação a 2023. No sentido exportação, a soja passou de 3.703.668 toneladas para 4.985.019 toneladas (35%). A movimentação de contêineres também aumentou de 368.718 TEUs (20 pés de comprimento de contêiner) para 509.230 TEUs (38%). O desempenho consolida o Porto de Paranaguá como segundo maior do Brasil em movimentação de contêineres, atrás apenas de Santos. Em relação à importação, as operações com fertilizantes saltaram de 3.054.589 toneladas para 3.179.252 toneladas (4%). O Paraná é o principal canal de entrada da commodity utilizada na produção rural no País. O Paraná, que é o maior produtor de praticamente tudo o que o Porto de Paranaguá exporta, também bateu recorde no comércio internacional neste quadrimestre. O levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), utilizando os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostra que o Estado exportou US$ 7,47 bilhões no período. O Paraná superou em 1,6% as receitas registradas no mesmo período de 2023 (US$ 7,35 bilhões). O açúcar bruto, que ficou na quarta colocação dos produtos mais vendidos ao Exterior, totalizou US$ 367,8 milhões, alta de 120,5% em relação aos quatro primeiros meses de 2023.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fica quase estável ante real apesar de alta no exterior
Após oscilar novamente em margens estreitas, o dólar à vista fechou a quinta-feira praticamente estável ante o real, em mais um dia de alta da moeda norte-americana no exterior, após novos dados sobre a economia dos Estados Unidos reforçarem a percepção de que o espaço para o Federal Reserve cortar juros é reduzido
O dólar à vista encerrou o dia no Brasil cotado a 5,1532 reais na venda, em leve baixa de 0,05%. Em maio, a divisa acumula baixa de 0,76%. Às 17h17, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a 5,1555 reais na venda. O dólar oscilou em queda ante o real, em sintonia com o sinal negativo para a moeda norte-americana no exterior. Às 10h36, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,1260 reais (-0,58%), mas depois disso a divisa começou a se recuperar. O gatilho para isso foi a divulgação, às 10h45, de números fortes sobre a atividade empresarial nos Estados Unidos. A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto preliminar dos EUA saltou para 54,4 em maio, o nível mais alto desde abril de 2022. Em abril, a leitura havia sido de 51,3. O indicador acompanha os setores de manufatura e serviços. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado. O aumento foi impulsionado pelo setor de serviços, com o PMI preliminar subindo de 51,3 em abril para 54,8 em maio. O PMI do setor industrial aumentou de 50,0 para 50,9. O PMI deu força à leitura de que, com uma economia forte, o Fed tem menos espaço para cortar juros este ano -- o que em tese favorece o dólar. Mais cedo, dados do Departamento do Trabalho já haviam corroborado esta leitura, ao indicarem que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram 8.000 na semana encerrada em 18 de maio, para 215.000 em dado com ajuste sazonal. Neste cenário, o dólar ganhou força ante as demais divisas, se reaproximando da estabilidade no Brasil. Profissional ouvido pela Reuters destacou que o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas no Brasil nesta quinta-feira, com investidores mantendo posições à espera de novidades que pudessem, de fato, influenciar as cotações.
Reuters
Ibovespa tem quinta queda seguida acompanhando o exterior
Participantes do mercado enxergam cada vez menos espaço para que o Federal Reserve corte juros no curto prazo
O Ibovespa completou cinco sessões consecutivas de quedas nesta quinta-feira (23) e fechou no seu menor patamar desde 25 de abril, com dados fortes de atividade nos EUA assustando investidores novamente e pressionando a curva de juros americana. Isso porque participantes do mercado enxergam cada vez menos espaço para que o Federal Reserve (Fed) corte juros no curto prazo. No fim do dia, o índice recuou 0,73%, aos 124.729 pontos. O volume financeiro foi de R$ 16,67 bilhões no Ibovespa e R$ 21,96 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 recuou 0,74%, aos 5.267 pontos, Dow Jones fechou em queda de 1,53%, aos 39.065 pontos e Nasdaq caiu 0,39%, aos 16.736 pontos. Já fragilizado nas últimas sessões e sem gatilhos de alta, o Ibovespa acompanhou o mau humor global hoje. Investidores reagiram negativamente aos índices de gerentes de preços (PMIs) preliminares dos Estados Unidos divulgados pela S&P Global, que superaram o consenso do mercado e fizeram com que as expectativas para cortes de juros no país voltassem a ser postergadas. Leandro Saliba, chefe de renda variável da AF Invest, diz que o cenário macro segue se impondo e que, depois do otimismo exacerbado no fim do ano passado, parece haver pessimismo exagerado agora. “Os juros futuros estão em patamares muito elevados, o juro real segue muito restritivo. O mercado está falando em fim de ciclo de afrouxamento agora, mas estamos longe do juro neutro. A dinâmica só foi postergada”, diz, notando que o comportamento dos ativos locais deve seguir atrelado ao comportamento das taxas lá fora. O executivo afirma, por outro lado, que a temporada de balanços do primeiro trimestre trouxe evolução importante de empresas ligadas à atividade local e que o espaço para recuperação desses papéis está aumentando. “Vários setores já entregaram números bem melhores, e a nossa sensação é a de que o pior já passou. Estamos aproveitando para recalibrar a carteira, mas o mais provável é que essa recuperação só ocorra quando houver mais clareza em relação aos juros lá fora, até porque o grande problema agora é a falta de fluxo.”
Valor Econômico
Produção da agroindústria recuou 3,6% em março
Menor número de dias úteis em comparação ao mesmo mês de 2023 afetou desempenho
Mês de março marcou a primeira retração do indicador da agroindústria registrada neste ano O resultado da produção da agroindústria brasileira em março foi afetado pela menor quantidade de dias úteis do mês em relação a março do ano passado. Com isso, o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio FGV Agro, recuou 3,6% na comparação anual. Foi a primeira retração do indicador registrada neste ano. O mês de março de 2024 teve 20 dias úteis, enquanto março de 2023 teve 23 dias úteis. Em relação a fevereiro, a produção agroindustrial teve expansão de 1,8%, já considerando o ajuste sazonal. Nessa base de comparação, a produção do segmento de produtos alimentícios e bebidas avançou 2,7%, enquanto o segmento de produtos não-alimentícios teve alta de 0,7%. No primeiro trimestre, a produção da agroindústria cresceu 1,6%. O indicador do período avançou mesmo com menos dias nos três primeiros meses deste ano em relação ao primeiro trimestre de 2023. O FGV Agro estima que a produção agroindustrial deste ano vai crescer 2%. Essa alta deve ser puxada pelo segmento de produtos alimentícios e bebidas, para o qual o centro de estudos projeta expansão de 4,2%. Essa projeção, porém, ainda não incorporou os danos causados pelas enchentes ao parque industrial do Rio Grande do Sul. O centro de estudos lembra que o Estado tem “participação relevante” na agroindústria do país.
Valor Econômico
Salários do agro têm alta, mas seguem abaixo da média no país
Remuneração no campo ainda é menor do que a de atividades em áreas urbanas, mas a diferença diminuiu desde 2019, mostra FGV Agro. Remuneração na agropecuária era de R$ 1.702,07 em 2019, em média, e subiu para R$ 1.894,89 em 2023
A queda na informalidade e o avanço da tecnologia no campo têm acelerado o aumento da renda dos trabalhadores rurais no país. Entre 2019 e o ano passado, a remuneração média na agropecuária acumulou alta real de 11,3%, um aumento bem superior ao que ocorreu em todo o mercado de trabalho. Nesse mesmo período, a elevação média dos salários em termos reais foi de apenas 1,5%. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), que o Valor obteve com exclusividade. O estudo baseou-se nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra, no entanto, que, mesmo com a elevação, o agro ainda paga menos do que a média geral. A remuneração na agropecuária era de R$ 1.702,07 em 2019, em média, e subiu para R$ 1.894,89 em 2023. No mercado de trabalho geral, os vencimentos passaram de R$ 2.859,52 para R$ 2.902,18 nesse mesmo período. “A remuneração média da agropecuária cresceu em velocidade mais acelerada do que os demais setores da economia, e esse crescimento teve mais resiliência”, disse Felippe Serigati, professor da FGV Agro e um dos autores do estudo. Também há uma grande disparidade entre os salários do agro de cada Estado. Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão no topo do ranking, com trabalhadores rurais ganhando acima da média nacional. No setor, a pior remuneração é a da região Nordeste, onde, em alguns casos, os vencimentos são inferiores ao salário-mínimo. “A ocupação de vagas caiu porque diminuiu a contratação de trabalhadores informais. Ao mesmo tempo, o agro passou a buscar mão de obra mais qualificada, oferecendo remuneração mais alta”, afirmou Serigati. Ele avalia que, ainda assim, o mercado de trabalho geral mostrou resiliência no período no Brasil, a ponto de os salários médios terem até subido acima da inflação. O intervalo que o FGV Agro analisou no levantamento engloba o da pandemia de covid-19, que começou em 2020. Serigatti acredita que os salários do agro tendem a seguir em ascensão, já que, para ele, o setor não vive um problema conjuntural. A onda recente de pedidos de recuperação judicial no campo, diz, não atinge todo o agronegócio.
Globo Rural
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