Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 609 | 30 de abril de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo mantém estabilidade da arroba
O boi gordo “comum” segue a R$ 232/@ na praça paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 205/@ e R$ 220/@, respectivamente, segundo a Scot Consultoria. No Paraná, o boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias.
Numa calmaria típica de segundas-feiras, a cotação do boi gordo (média entre animal “comum” e “boi-China) seguiu estável no mercado de São Paulo, em R$ 230/@, de acordo com dados da Agrifatto. A média de preço da arroba nas demais 16 regiões monitoradas pela Agrifatto permaneceu em R$ 215,30/@. “Todas as 17 praças acompanhadas mantiveram os preços estáveis”, ressaltou a consultoria. Pelos dados levantados pela Scot Consultoria, na praça paulista, o boi gordo “comum” andou de lado na segunda-feira, ficando em R$ 232/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram negociadas por R$ 205/@ e R$ 220/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). A arroba do “boi-China” está cotada em R$ 235 (base SP), com ágio de R$ 3/@, acrescentou a Scot. Na B3, os contratos futuros avançaram na última sexta-feira, após as quedas nos dias anteriores. O papel com vencimento para maio/24 fechou a semana em R$ 232,70/@, com alta de 0,34% no comparativo diário. Por sua vez, o vencimento para outubro/24 encerrou cotado a R$ 244,65/@ e registrou uma valorização diária modesta (de 0,14%). Segundo apurou a Agrifatto, Mato Grosso foi o estado que registrou a maior alta da arroba na semana passada. O preço do boi gordo na região fechou a semana a R$ 215,83/@, com valorização semanal de 1,12%. Ainda assim, na média nacional, a última semana foi marcada pela menor valorização do boi gordo desde o início de abril/24. Segundo o indicador Cepea, o valor médio do animal atingiu R$ 232,59/@ na última semana, enquanto o indicador Agrifatto apontou preço médio de R$ 233,06/@, o que representou uma alta semanal de 0,49% e 0,52%, respectivamente. As margens das indústrias frigoríficas continuam a chamar atenção. Neste mês, o spread da carcaça sobre o boi gordo está em +2,31%, segundo a Agrifatto. “A indústria ainda está operando no positivo considerando apenas a venda da carcaça”, afirmou a consultoria. “Ou seja: ainda há espaço para os frigoríficos pagarem mais pela arroba do boi, mas isso não ocorre porque as unidades seguem operando com escalas confortáveis, mesmo diante de uma maior restrição de oferta”. Na última semana, as vendas nos centros de distribuição do atacado de carnes com ossos foram bem abaixo do esperado, informou a Agrifatto. Segundo a consultoria, o dianteiro bovino, que vinha sendo bem demandado e dava sustentação ao preço da carcaça até a semana retrasada, acabou fechando a semana com forte desvalorização de 2,58%, cotado a R$ 14,02/kg (base SP), o menor patamar desde o início do mês. Na ponta contrária, o traseiro bovino apresentou uma maior liquidez e avançou 1,66% no comparativo semanal fechando o período com valor médio de R$ 17,77/kg, acrescentou a Agrifatto. Diante disso, diz a consultoria, o spread (diferença) entre os preços do dianteiro em comparação com o traseiro fechou em 28,70%, o maior percentual desde 03/04/24. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na segunda-feira (29/4): São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias; Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO
CARNES
Deixar carnes fora da cesta básica em reforma tributária é “grande equívoco”, diz ABPA
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse ser um “grande equívoco” deixar as carnes fora da cesta básica de produtos com alíquota zero de imposto, conforme propõe o projeto de lei de regulamentação da reforma tributária enviado ao Congresso Nacional na semana passada
As carnes de frango, suína, bovina e outras ficarão submetidas a um imposto com desconto de 60% em relação à alíquota padrão do novo regime tributário, conforme o texto da proposta. “A ABPA defende que a reforma tributária deve preservar a manutenção do pleno acesso às proteínas dos mais variados perfis, seja in natura ou processadas, nos mesmos patamares ofertados à extensa lista de carboidratos com tarifa zero”, disse a entidade em nota enviada à CarneTec na segunda-feira (29). A ABPA disse que a proposta apresentada pelo governo “causa espanto”, considerando que um em cada quatro domicílios do Brasil sofre algum tipo de insegurança alimentar, conforme a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A ABPA confia que o Congresso Nacional corrigirá este equívoco, fazendo com que a reforma cumpra um de seus papéis, que é o de facilitar o acesso das famílias mais carentes aos alimentos essenciais”, disse a entidade.
Carnetec
SUÍNOS
Brasil tem potencial para crescimento em mercado de cortes congelados de suínos
O Brasil deteve cerca de 32% do mercado global de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, quando foi o maior exportador mundial do produto, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, citando dados do Comtrade/ONU
O país exportou cerca de 1,08 milhão de toneladas do produto, gerando receita de US$ 2,6 bilhões. “Esses dados evidenciam que o Brasil, classificado como o terceiro maior exportador global de carne suína (USDA, 2024), apresenta grande potencial de expansão de mercado devido à atual preferência global pelos cortes brasileiros cárneos congelados de suínos”, disse a médica-veterinária Priscila Cavalheiro Marcenovicz, em Boletim do Deral divulgado na semana passada. Na segunda posição como maior exportador do produto, os Estados Unidos tiveram uma participação de mercado de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%). Do total de carne suína exportada pelo Brasil no ano passado, 90% foram cortes congelados, segundo o Deral, citando dados do sistema Agrostat do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Santa Catarina, o maior estado exportador de carne suína brasileira, exportou 56% do total de cortes cárneos suínos congelados embarcados pelo Brasil no ano passado, seguido do Rio Grande do Sul (23%) e Paraná (14%). Os principais cortes cárneos congelados de suínos exportados pelo Brasil no ano passado, representando 97% do total, foram os denominados “outras carnes de suínos congeladas” (NCM 02032900), que incluem lombo, bisteca, costela, filé mignon, picanha, paleta sem osso e pernil sem osso.
Carnetec
EMPRESAS
Cooperativas do agro ‘ignoram’ queda de commodities e aumentam investimentos
Líderes do setor no país, que anunciaram aportes de R$ 3,8 bilhões em 2023, vão priorizar projetos industriais em novos desembolsos, que somam R$ 7,4 bilhões. “Grãos em baixa e quebra de safra ainda pressionam as margens das cooperativas”, avalia Fabio Silveira
A queda da rentabilidade em 2023, resultado das oscilações dos preços das commodities, não desestimulou as cooperativas do agronegócio, que seguem com ímpeto de investir — especialmente em projetos industriais, destinados a agregar valor aos produtos. Entre as maiores cooperativas do setor, Coamo, Lar, Aurora, Comigo, Cocamar, C. Vale, Frísia e Coopavel informaram neste ano que investirão R$ 7,4 bilhões na área industrial, segundo levantamento do Valor Data. Em alguns casos, os aportes vão se estender até 2026. No ano passado, essas cooperativas anunciaram investimentos de R$ 3,8 bilhões. O aumento dos aportes, mesmo em um quadro de desvalorização de produtos importantes para as cooperativas, como a soja, será possível graças aos bons resultados que elas acumularam em anos anteriores. “As cooperativas estão sendo chamadas a usar suas reservas ou buscar financiamentos para sustentar o plantio da safra ou a expansão dos negócios, tendo em vista a perda de rentabilidade dos cooperados”, disse Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector. Para o economista, em 2024, as margens das cooperativas seguirão pressionadas pelo baixo preço dos grãos, pela quebra de safra no Brasil e pela diminuição das importações chinesas de carnes. Em 2023, a margem operacional das 15 maiores cooperativas do país caiu 1,4 ponto percentual, para 4,8%, e a margem líquida, 1 ponto percentual, para 3,4%. Entre os investimentos anunciados neste ano, o maior é o da Coamo, a maior cooperativa agrícola do país, que desembolsará R$ 3,5 bilhões entre 2024 e 2026. No ano passado, a Coamo investiu R$ 569,7 milhões em uma fábrica de ração, com capacidade para 200 mil toneladas por ano, e em entrepostos e escritórios. Do volume de recursos que prevê para o atual triênio, a cooperativa destinará R$ 1,67 bilhão às obras de uma usina de etanol de milho, com capacidade para processar 600 mil toneladas do grão por ano. A cooperativa também construirá quatro entrepostos, adicionará 500 mil toneladas à sua capacidade de armazenagem e modernizará unidades de beneficiamento. A Cocamar, que investiu R$ 315 milhões em 2023, anunciou neste ano que fará aportes de até R$ 1 bilhão. Ela deve usar metade desse valor para ampliar em 50%, para 1,5 milhão de toneladas por ano, a capacidade de esmagamento de soja na fábrica de Maringá (PR). O aumento da capacidade de armazenagem de grãos deverá consumir a outra parte dos recursos. Após investir R$ 2,7 bilhões nos últimos três anos, a Aurora anunciou aportes de R$ 783,4 milhões em 2024. Os recursos foram para a ampliar e modernizar fábricas e para a compra de plantas industriais. Neste mês, a Aurora inaugurou em Chapecó (SC) uma unidade de processamento de carnes que consumiu R$ 587 milhões em recursos próprios e financiamento do BNDES/Finep. O complexo tem capacidade para produzir 176 toneladas de empanados, 8 toneladas de cozidos e 14,3 toneladas de desfiados por dia. A C. Vale vai ampliar a capacidade de produção de rações para atender a demanda dos associados, principalmente para alimentação de frangos, de acordo com o presidente da cooperativa, Alfredo Lang. Em 2023, a C.Vale concluiu um investimento de R$ 1 bilhão em uma unidade de esmagamento de soja em Palotina (PR), com capacidade para processar 60 mil sacas de soja por dia. A Castrolanda e outras cinco cooperativas — Agrária, Bom Jesus, Capal, Coopagrícola e Frísia — investiram R$ 1,5 bilhão entre 2021 e 2024 na construção da Maltaria Campos Gerais, que tem capacidade para produzir 240 mil toneladas de malte por ano e deve ser inaugurada no mês que vem. O plano prevê novo desembolso de R$ 1,5 bilhão a partir de 2028. A cooperativa também dará início à operação da Queijaria da Unium, uma intercooperação com Frísia e Capal. O projeto incluiu aporte de R$ 460 milhões na unidade, que será capaz de produzir 96 toneladas por dia. Consideramos este um ano de preparação para um crescimento sustentável”, disse Willem Berend Bouwman, presidente do conselho de administração da Castrolanda. Os desembolsos da Castrolanda não entraram na soma dos projetos por incluírem recursos de cooperativas que não fizeram parte do grupo analisado pelo Valor Data. Com os aportes, as cooperativas pretendem vender produtos de valor agregado maior, e, com isso, melhorar sua rentabilidade. Em 2023, segundo cálculos do Valor Data, as sobras (equivalentes ao lucro líquido das empresas) de 15 das maiores cooperativas do agro nacional caíram 23,6%, para R$ 6,08 bilhões. A receita líquida dessas cooperativas teve queda de 0,2% em relação a 2022, para R$ 180,18 bilhões. Para efeito de comparação, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária, calculado pelo Ministério da Agricultura, subiu 3% no ano passado, para R$ 1,16 trilhão.
Globo Rural
Coopavel é condenada em R$ 300 mil pela Justiça por crime ambiental
Segundo o MP-PR, cooperativa causou poluição atmosférica. Justiça condenou a Coopavel a pagar multa e destinar R$ 300 mil para o custeio de programas e projetos ambientais em Cascavel (PR)
O Judiciário condenou por crime ambiental a Coopavel, cooperativa agroindustrial de grande porte localizada em Cascavel (PR), por causar poluição atmosférica. A informação foi divulgada pelo Ministério Público do Paraná no último dia 25 de abril. A cooperativa atua no ramo de abate de aves no município. A condenação, publicada no dia 24 de abril, decorre de ação penal proposta pela 9ª Promotoria de Justiça de Cascavel. A pena fixada foi o pagamento de multa e a destinação de R$ 300 mil para o custeio de programas e projetos ambientais na cidade. De acordo com a denúncia, oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em 2022, no dia 31 de maio de 2019 a cooperativa denunciada causou poluição atmosférica ao lançar resíduos gasosos no ar a partir de chaminés de caldeiras a lenha de gás de combustão/monóxido de carbono em níveis acima dos previstos na legislação ambiental. Análise técnica realizada pelo Instituto Água e Terra mostrou que a emissão foi 34,6% superior aos limites estipulados. A Globo Rural entrou em contato com a Coopavel, mas a cooperativa informou que não iria se pronunciar sobre o caso. As apurações da Promotoria de Justiça sobre os fatos tiveram início a partir do recebimento de abaixo-assinado, apresentado por 314 moradores do entorno da empresa, que relatava a ocorrência de fortes odores, fumaça e fuligens em áreas da região. A pena estabelecida foi de 12 dias-multa, sendo fixado como valor de cada dia-multa 15 salários-mínimos vigentes à época dos fatos. Ao estipular o montante, a Justiça considerou a boa situação econômica da ré – que, segundo o Judiciário, figura entre as maiores empresas associativistas em rankings de faturamento, número de cooperados ou movimentação financeira – e a vantagem econômica obtida com a atividade poluidora.
Globo Rural
MEIO AMBIENTE
Chineses aceitam pagar mais por carne ‘sem desmatamento’
Pesquisa feita em Pequim e em Xangai mostra disposição de consumidor em pagar mais 20% por carne brasileira que não tenha relação com destruição da Amazônia. Kevin Chen e Eduardo Assad: ideia de um selo verde para carne brasileira na China incentivaria produção sustentável
Em um momento em que a China amplia o número de frigoríficos brasileiros autorizados a vender carne bovina ao país, uma pesquisa feita em Pequim e em Xangai mostra que parte dos consumidores chineses está disposta a pagar mais pelo produto. Mas com uma condição: que essa carne não esteja associada ao desmatamento da Amazônia. A pesquisa é fruto de um projeto da Academia Chinesa de Ciências Sociais e a FGV Agro, da Fundação Getulio Vargas. O trabalho das duas instituições tem o apoio da ONG americana The Nature Conservancy. Mesmo com uma amostra pequena de consumidores que compram carne bovina brasileira na China — apenas 720 foram ouvidos, nas duas maiores cidades do país — o resultado surpreendeu os pesquisadores. Em média, os entrevistados afirmaram que pagariam 22,5% a mais do que pagam hoje pela carne do Brasil se ela viesse com alguma garantia de que é de criações de gado em áreas de desmatamento zero. Um quilo de filé mignon chega aos chineses atualmente a preços que variam de cerca de US$ 40 a cerca de US$ 70 (o equivalente a R$ 204 a R$ 357). No ano passado, as exportações brasileiras de carne bovina totalizaram US$ 5,73 bilhões — quase 1,2 milhão de toneladas. O Brasil responde por cerca de 60% da carne importada pela China. A China é o maior importador do Brasil e em março habilitou mais 38 unidades de frigoríficos brasileiros para atender seu mercado, a maior parte justamente de carne bovina. Com isso, o número de unidades de carnes (bovina, aves e suínos) do Brasil com autorização para vender à China subiu para 144. Kevin Chen, acadêmico chinês e membro da Universidade de Zhejiang, diz que uma perspectiva é que, em algum momento, a carne brasileira livre de desmatamento possa ser vendida nos mercados chineses com um selo que ateste sua rastreabilidade. Chen está no Brasil esta semana para reuniões e para apresentar detalhes da pesquisa, em um encontro que ocorre nesta terça-feira, em São Paulo. Eduardo Assad, pesquisador do FGV Agro, afirma que a indústria da carne no Brasil tem avançado em termos de rastreabilidade. Mas que há ainda uma parcela de produtores que dá menos importância para a sustentabilidade, com o argumento de que sempre haverá muitos consumidores que não levam em conta essa questão na hora da compra. Assad diz que a sondagem com consumidores chineses reforça uma percepção que ele defende há anos. “Não vai ser o governo [que vai puxar uma mudança na forma de se produzir], não vai ser órgão regulatório. Vai ser o mercado. Isso já está acontecendo, embora ainda numa escala pequena, mas vai explodir quando a China falar que paga mais por uma carne sustentável.” Ao falar da ideia de um futuro selo, Chen afirma que não quer parecer ingênuo. “Não estou dizendo que um selo desse tipo vá solucionar todos os problemas”, diz. Mas, acrescenta, que há a possibilidade de que chineses aceitem pagar um preço extra para ter certeza de que não estão contribuindo com o corte de floresta do outro lado do mundo. “A pesquisa mostra que isso é factível. A indústria e o governo têm de atentar para isso.” Chen é uma voz influente junto ao governo chinês em temas relacionados à sustentabilidade e à alimentação. E estabelece uma diferença marcante entre o caminho que está propondo na China e o caminho adotado pela União Europeia. Os europeus aprovaram regras que impedirão a entrada no bloco de um conjunto de produtos que não tiverem sinal verde de um sistema de controle e auditoria. “Não queremos que um futuro sistema de selo seja mandatório. Queremos que seja voluntário. Quando é mandatório, seja ou não uma boa política, se torna um tema polêmico. Se é voluntário, deixamos que o mercado decida”, diz Chen. Apesar do resultado da sondagem, Chen diz que hoje consumidores e importadores da China não consideram um problema o fato de não terem informação suficiente sobre rastreabilidade da carne. “No momento, não é. Mas será no futuro. Por algumas razões: uma delas é que a comunidade internacional dá atenção para o tema do desmatamento e a China, que importa muitos produtos do Brasil, também. Isso tem se tornado uma questão importante”.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Campanha de atualização de rebanhos começa nesta quarta-feira no Paraná
Prazo vai até 30 de junho. Atualização é obrigatória para todos os produtores rurais com animais de produção de qualquer espécie sob sua guarda. Aqueles que não cumprirem a exigência ficarão impedidos de obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que permite a movimentação de animais entre propriedades e para abate nos frigoríficos
A Campanha de Atualização dos Rebanhos do Paraná de 2024 começa nesta quarta-feira, 1º de maio, e se estenderá até 30 de junho. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) lembra que a atualização é obrigatória para todos os produtores rurais com animais de produção de qualquer espécie sob sua guarda. A GTA somente será emitida após a atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade (bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda). Os produtores podem fazer a atualização pelo aplicativo Paraná Agro, pelo site da Adapar ou presencialmente em uma das Unidades Locais da Adapar, Sindicatos Rurais ou Escritório de Atendimento de seu município. A partir de 30 de junho, o produtor que não atualizar o rebanho estará sujeito a penalidades previstas na legislação, inclusive multas. O acesso ao sistema também está disponível de forma direta por meio do link www.produtor.adapar.pr.gov.br/comprovacaorebanho. Para fazer a comprovação, o produtor deve ter o CPF cadastrado. Nos casos em que seja necessário ajustar o cadastro inicial (correção de e-mail ou outra informação), o telefone para contato é (41) 3200-5007. Segundo a Gerência de Saúde Animal, existem 155 mil propriedades no Paraná e 192 mil explorações pecuárias, sendo que as principais espécies somam, aproximadamente, 8,6 milhões de bovinos, 7 milhões de suínos, 20 mil aviários, 240 mil equídeos, além de outros animais. O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, alertou que a atualização do rebanho é importante para os próprios produtores, pois possibilita uma ação rápida nos casos de suspeita inicial de doenças nos animais. “O status de Área Livre Sem Vacinação que o Estado conquistou após muito esforço exige uma vigilância permanente, e é isso que queremos ao exigir a atualização do rebanho das propriedades rurais do Estado”, afirmou. O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, destacou que o trabalho dos profissionais da entidade não parou após a conquista na OIE. “Agora estamos ainda mais vigilantes, cuidando com muita atenção das fronteiras e das divisas do Estado, trocando muitas informações com os Conselhos de Sanidade Agropecuária e com entidades representativas do setor, e precisamos desse auxílio dos produtores para que nos forneçam os dados e juntos consigamos manter o status do Paraná”, disse.
Agência Estadual de Notícias
Paraná inicia colheita da segunda safra com perspectiva recorde na produção de feijão, queda de 8% na de milho e perdas de 3,5 milhões de toneladas na de soja
Com 9% da área da segunda safra de feijão colhida e 35% das lavouras a campo já em maturação, o Departamento de Economia Rural (Deral) estima uma produção recorde dessa cultura no Paraná. As informações estão na Previsão Subjetiva de Safra divulgada na quinta-feira (25/04)
Apesar dos temores dos produtores de feijão pelas lavouras mais tardias, especialmente em função da qualidade, o volume esperado é de 774 mil toneladas em uma área recorde de 402 mil hectares, 36% superior à da segunda safra 2022/2023. De acordo com os técnicos, a colheita está ocorrendo bem e as últimas chuvas melhoraram o aspecto das lavouras. “É uma produção recorde para a segunda safra e, que se confirmada, deve ser uma das maiores produções de feijão do Estado”, explica Marcelo Garrido, chefe do Deral. O relatório deste mês também mostra a redução na expectativa de produção do milho na segunda safra 23/24. A expectativa atual é que sejam produzidas 13,5 milhões de toneladas nesta safra em uma área de 2,4 milhões de hectares, uma perda de 8% no volume comparativamente à expectativa inicial de produção, de 14,7 milhões de toneladas. De acordo com o Deral, o cenário ainda é desafiador para a safra. No campo, 10% das lavouras estão em condições ruins, 21% em condição mediana e 69% em condição boa. A colheita dos 5,76 milhões de hectares de soja está praticamente encerrada e a expectativa é de que sejam produzidas 18,3 milhões de toneladas, 3,5 milhões de toneladas a menos do que o previsto nas estimativas iniciais. Estima-se uma retração de 19% na área de trigo colhida em relação a 2023, passando de 1,41 milhão de hectares para 1,14 milhão de hectares. A revisão com números similares, mas ainda menores, acontece em um momento de preços em torno de R$ 65,00 na cotação do dia 24 de abril, uma pequena valorização em relação ao último dia útil de março, quando a saca era cotada em torno de R$ 64,00. Com as novas revisões, a expectativa é de que o Paraná produza, no total, aproximadamente 40,38 milhões de toneladas de grãos na safra 23/24. Carne suína- Também há dados referentes à exportação de cortes congelados de carne suína, mercado que o Brasil lidera. O País detém aproximadamente 32% do mercado global desses produtos, totalizando aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas e uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos ocuparam a segunda posição, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%). Santa Catarina liderou a exportação de cortes cárneos congelados de suínos (56%) em 2023, seguido por Rio Grande do Sul (23%) e Paraná (14%).
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha dia estável ante real com mercado à espera de dados e Fed
A moeda norte-americana fechou a segunda-feira praticamente estável no Brasil nas negociações à vista, enquanto o contrato de dólar futuro para maio oscilava em leve baixa, em sintonia com o recuo da divisa dos EUA no exterior, com investidores à espera da agenda do restante da semana que inclui a formação da Ptax na terça-feira e a decisão de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1152 reais na venda, em leve baixa de 0,03%. Em abril, a divisa dos EUA acumula elevação de 1,99%. Em um dia de agenda relativamente esvaziada, a moeda norte-americana oscilou em margens bastante estreitas no Brasil nesta segunda-feira. Dois profissionais ouvidos pela Reuters ponderaram que a falta de catalizadores na segunda-feira e a expectativa pelas divulgações no restante da semana engessaram os negócios no Brasil. De fato, a semana está carregada de indicadores e eventos com potencial de conduzir as cotações, como os dados de emprego formal (Caged) no Brasil e o índice de confiança do consumidor dos EUA na terça-feira; a decisão sobre juros do Fed e o anúncio do Tesouro norte-americano sobre necessidade de financiamento na quarta-feira; e o relatório de empregos payroll e o PMI de Serviços dos EUA na sexta-feira. Na terça-feira ocorre ainda a disputa pela formação da Ptax de fim de mês. No fim da tarde da segunda-feira o dólar cedia ante a maioria das demais moedas no exterior -- com destaque para o recuo em relação ao iene, após relatos de intervenção de autoridades para sustentar as cotações da moeda japonesa. No mercado futuro brasileiro, o dólar futuro para maio -- o mais líquido -- também cedia no fim da tarde, em sintonia com o sinal negativo para a moeda norte-americana visto no exterior. Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a 5,1165 reais na venda.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com salto de Casas Bahia após acordo para aliviar caixa
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, marcada pelo salto de mais de 30% das ações da Casas Bahia, após a rede de varejo pedir recuperação extrajudicial, o que analistas viram como um alívio para o caixa e uma oportunidade para a empresa focar no seu plano "transformacional".
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,51%, a 127.172,42 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 127.270,93 pontos. Na mínima, a 126.466,58 pontos. O volume financeiro somava 14,77 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Reuters
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