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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 600 DE 17 DE ABRIL DE 2024


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 600|17 de abril de 2024


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS

 

Com boi retido no pasto, pecuaristas tentam neutralizar pressão de baixa da arroba

Nas praças de SP, cotação do animal terminado destinado ao mercado doméstico subiu R$ 3/@ na terça-feira (16), chegando em R$ 230/@. segundo apuração da Scot Consultoria. No Paraná, o boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.

 

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, a oferta cadenciada de animais terminados surtiu o efeito desejado, resultando em valorização nas cotações da arroba. “Na manhã da terça-feira houve alta de R$ 3/@ para o boi destinado ao mercado interno”, relatam os analistas da Scot. Com isso, arroba do boi “comum” paulista está valendo R$ 230, no prazo, valor bruto. Os preços das fêmeas e do “boi China” ficaram estáveis em SP, negociados em R$ 205 (vaca gorda), R$ 220 (novilha gorda) e R$ 235/@ (animal padrão-exportação). Na avaliação da Agrifatto, o ponto que sustenta essa valorização do boi gordo em algumas regiões brasileiras é o bom padrão de chuvas e, consequentemente, as pastagens mais “fortes” em grande parte do País. De acordo com levantamento da Agrifatto, nas praças do Mato Grosso, na terça-feira, a cotação do animal terminado teve um ajuste positivo de 1,1% na comparação semanal, atingindo R$ 212,50/@. No Estado, as programações de abate giram em 7 dias úteis, segundo a consultoria. Porém, ainda há expectativa de que o mercado do boi gordo possa sofrer maiores pressões negativas nos próximos meses, já que o histórico de comportamento do preço da arroba durante maio e junho costuma jogar contra o pecuarista. Na segunda-feira, 15 de abril, pelo segundo dia consecutivo, o contrato futuro do boi gordo com vencimento para abril/24 fechou em alta, cotado a R$ 235,20/@, representando um aumento de 0,47% em comparação ao dia anterior. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na terça-feira (16/4): São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de nove dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias; Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de doze dias.

Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO

 

SUÍNOS

 

Preços de suínos cedem de forma generalizada

Quedas generalizadas marcaram esta terça-feira (16) para o mercado de suínos. A única estabilidade registrada foi para o suíno vivo em Santa Catarina

 

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF baixou 1,60%, custando, em média, R$ 123,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,05%, com valor de R$ 9,40/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (15), o preço ficou estável somente em Santa Catarina, valendo R$ 5,93/kg. Houve queda de 0,46% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,54/kg, baixa de 1,28% no Paraná, alcançando R$ 6,17/kg, recuo de 0,49% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 6,13/kg, e de 0,45% em São Paulo, fechando em R$ 6,63/kg.

Cepea/Esalq

 

FRANGOS

 

Estabilidade marca o mercado do frango

A terça-feira (16) terminou para o mercado do frango com cotações estáveis, em sua maioria, e sutis quedas em pontos específicos do setor

 

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado baixou 0,31%, valendo R$ 6,43/kg. Na cotação do animal vivo, o valor não mudou em Santa Catarina, com preço de R$ 4,43/kg, assim como no Paraná, com preço de R$ 4,39/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (15), a ave congelada teve queda de 0,14%, atingindo R$# 7,23/kg, enquanto o frango resfriado ficou estável em R$ 7,42/kg.

Cepea/Esalq

 

GOVERNO

 

Valor bruto da produção ultrapassa R$ 1,14 trilhão em março

Soja, milho, Cana-de-açúcar, café e laranja foram responsáveis por 52% do valor total. Lavouras sofreram diminuição no VBP de 4,4%, influenciada por clima desfavorável e queda de preços.

 

O Ministério da Agricultura reduziu pelo segundo mês seguido sua estimativa para o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária brasileira deste ano. A Pasta projeta agora um VBP em R$ 1,147 trilhão em 2024, o que representaria uma retração de 1,4% ante o resultado de 2023. As lavouras participaram com R$ 775,8 bilhões (67,6%) e a pecuária R$ 371,4 bilhões (32,4%). Nos últimos cinco anos o VBP cresceu 12,5%, influenciado por aumento de 36,7% da cana-de-açúcar, 55,6% do cacau, 21% do arroz e, 50% da mandioca. Em março, a soja, o milho, a cana-de-açúcar, o café e a laranja foram responsáveis por 52% do valor total. Na pecuária, bovinos, aves e suínos representaram 25%. No comparativo do mesmo período do ano anterior, o resultado apresenta redução de 1,4%. As lavouras sofreram diminuição no VBP de 4,4% no mês, influenciada por clima desfavorável e queda de preços, principalmente soja e milho. Já a pecuária apresentou aumento de 5,5%, favorecido pelo crescimento na suinocultura (65,4%) e avicultura (9,2%). Segundo a Secretaria de Política Agrícola do Mapa, a atividade da agricultura e pecuária, apesar da queda no VBP em março, vem mostrando resiliência conseguindo desempenho relevante mesmo nestes momentos de crise climática e de rebaixamentos preços dos grãos, mantendo, pelo 5º ano seguido, valor acima de um trilhão de reais. O arroz aumentou 21,8%, o feijão 18,2% e o café 17%, por conta da alta nos preços no mercado externo para o arroz e café e, redução na estimativa de produção do feijão, na segunda safra. No caso das lavouras, a cultura que teve maior redução no VBP foi a soja, com 19,8%, seguida pelo milho com 10,8%. O Valor Bruto da Produção calcula o volume financeiro apropriado pela agricultura e pecuária brasileira, baseado na variação dos preços e da quantidade estimada de produção.

MAPA

 

INTERNACIONAL

 

Produção de carne suína na China marca primeiro declínio trimestral em quatro anos

A produção de carne suína da China diminuiu entre janeiro e março em relação ao ano anterior, o primeiro declínio trimestral em quase quatro anos, à medida que os agricultores abateram menos animais para dar suporte uma recuperação nos preços dos suínos

 

As vendas de carne durante o trimestre – que seria um período de alta devido aos feriados do Ano Novo Lunar – também foram lentas, à medida que a China luta para montar uma recuperação econômica pós-COVID forte e sustentável, minando a confiança do consumidor. A produção de carne suína caiu 0,4% em relação ao ano anterior, para 15,83 milhões de toneladas, a primeira queda trimestral desde o segundo trimestre de 2020, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) na terça-feira (16). Cerca de 194,6 milhões de suínos foram abatidos, uma queda de 2,2%. As empresas chinesas de criação de suínos na China aumentaram, desde o final do ano passado até fevereiro, o abate em meio a um surto de Peste Suína Africana (PSA) e devido à oferta excessiva no mercado que fez com que os preços dos suínos despencassem. A China, que consome cerca de metade da carne suína do mundo, incentivou as empresas, que se expandiram agressivamente nos últimos anos, a reduzir o número de suínos. Também reduziu a meta nacional deste ano para a retenção normal de matrizes reprodutoras de 41 milhões para 39 milhões. No entanto, ainda se espera que a oferta de suínos na China exceda a procura devido ao elevado número de fêmeas produtivas e à relutância das empresas em reduzir os plantéis depois de fazerem grandes investimentos. Os preços à vista no maior país produtor de carne suína do mundo estavam em cerca de 15,2 yuans (US$ 2,10) por quilograma na segunda-feira, segundo dados da consultoria MySteel. Isso representa um aumento em relação aos 13,5 yuans no final de fevereiro – um nível bem abaixo do custo médio de produção de 16 yuans por quilo. O tamanho do rebanho suíno da China no final de março caiu 5,2% em relação ao ano anterior, para 408,5 milhões de cabeças, mostraram os dados do DNE. O rebanho de matrizes no final de fevereiro caiu 6,9%, para 40,42 milhões, mostram dados separados do Ministério da Agricultura da China.

Reuters

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Paraná deverá reduzir estimativa de 2ª safra de milho após estiagem, diz Deral

A estimativa da segunda safra de milho do Paraná, segundo Estado produtor do cereal do Brasil, "fatalmente" será reduzida no próximo levantamento do ciclo 2023/24, a ser divulgado no dia 25 de abril, afirmou na terça-feira um especialista do Departamento de Economia Rural (Deral), o órgão do governo estadual

 

"Fatalmente a produção esperada já é abaixo da última estimativa. As lavouras foram castigadas pela estiagem e calorão", disse o especialista em milho do Deral, Edmar Gervásio. Segundo ele, as chuvas do último final de semana "possivelmente trazem um alento, porém devem mais estancar as perdas do que recuperar as lavouras". O Deral já havia reduzido a previsão da segunda safra de milho no levantamento divulgado em março em 400 mil toneladas ante a previsão de fevereiro, para 14,2 milhões de toneladas. Pela projeção atual, a safra deverá ficar praticamente estável na comparação anual. Mas, se o Deral confirmar a redução na próxima semana, passaria a apresentar uma queda ante 2022/23. Segundo números publicados nesta terça-feira, a avaliação da segunda safra de milho do Paraná voltou a apresentar recuo. Agora o Deral vê agora 10% da área em condição ruim, versus 8% na semana anterior. As lavouras de milho em boa situação representam 69% da área, ante 72% na semana anterior. O Deral informou ainda que 1% da área prevista para a nova safra de trigo foi semeada, marcando o início dos trabalhos da produção do cereal.

Reuters

 

Especialistas apontam necessidade de investimentos em ferrovias no Paraná 

O Paraná vive um momento decisivo para definir projetos que ampliem e aumentem a eficiência de sua malha ferroviária, fator considerado fundamental para acompanhar o constante crescimento do setor produtivo do Estado. Essa foi uma das principais conclusões de uma reunião que a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), promoveu na segunda-feira (15), em Curitiba

 

Para a Fiep e representantes de usuários das ferrovias que participaram do encontro, parte da solução dos problemas atuais passa por investimentos e melhorias no modelo de concessão da chamada Malha Sul, que liga principalmente as regiões Norte e Noroeste do Estado ao Porto de Paranaguá, cujo contrato se encerra em 2027. Sob coordenação técnica da Fiep e participação de diversas entidades, as versões anteriores do PELT apresentavam os projetos prioritários para que o Estado elimine gargalos logísticos. Agora, a nova versão terá como foco a intermodalidade. “O PELT nasceu em 2009 com objetivo de priorização das obras. Agora, junto com a intermodalidade, vamos ter condições de levantar as bandeiras do Paraná na área de infraestrutura que já estão aí há muitos anos”, disse o coordenador do Conselho Temático de Infraestrutura, José Alberto Pereira Ribeiro. A reunião na Fiep contou com a presença de representantes de grandes exportadores paranaenses como a Coamo. “A gente tem uma certa limitação hoje da malha no Sul do Brasil, mais especificamente no estado do Paraná, que limita volumes”, afirmou o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Oliveira. “Então, muitas vezes você tem a intenção de contratar o serviço e há uma limitação pela própria malha ou pelo material rodante”, acrescentou. Para Oliveira, o debate em torno do fim do período de concessão da Malha Sul é fundamental para aprimorar o sistema ferroviário do Estado. “São contratos que perduram por muito tempo, então tudo há que ser posto na mesa agora e discutido neste momento, olhando os três lados: da agência reguladora, do concessionário e, principalmente, do usuário”, disse. Ele afirmou, ainda, que os investimentos nas ferrovias devem acompanhar novos projetos que estão sendo feitos no Porto Paranaguá para receber com mais eficiência as cargas, como é o caso do chamado Moegão. “Hoje, olhando pelo Corredor de Exportação, você tem limitações de terminais para fazer as descargas ferroviárias. Com esse projeto do Moegão, a partir do momento em que ele entra em operação, você transfere esse gargalo de lugar, e aí o próximo gargalo passa a ser a ferrovia”, justificou. Já Rodrigo Buffara Farah Coelho, gerente do terminal portuário da Cotriguaçu, operado pelas cooperativas C. Vale, Lar, Copacol e Coopavel, explicou que, atualmente, o maior problema na malha ferroviária paranaense não é o custo do frete, mas a eficiência do sistema. “O tomador do frete nem está, neste momento, reclamando tanto do que ele paga, mas sim da eficiência do serviço. Tem lugares, como a nossa região da Cotriguaçu, no Oeste, em que o transit time, o tempo que leva, é de cerca de 7 a 9 dias (até Paranaguá). Isso torna a ferrovia inviável”, disse. Para Buffara, acelerar o debate sobre a Malha Sul é uma urgência para o setor produtivo.

Folha de Londrina

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar à vista fecha em alta de 1,64%, a R$5,2686 na venda

O dólar à vista fechou a terça-feira em forte alta no Brasil, na quinta sessão consecutiva de valorização, e atingiu o maior valor visto há mais de um ano, em meio ao avanço generalizado da moeda norte-americana no exterior, com investidores reagindo à perspectiva de juros altos nos EUA por mais tempo e às tensões no Oriente Médio

 

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2686 reais na venda, em alta de 1,64%. Este é o maior valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 23 de março de 2023, quando encerrou em 5,2898 reais. Em cinco dias úteis, a divisa acumulou elevação de 5,23% ante o real. Apesar do forte movimento, o Banco Central do Brasil se manteve novamente fora do mercado.

Reuters

 

Ibovespa recua pressionado por Treasuries, cautela sobre inflação nos EUA e temor fiscal

O Ibovespa encerrou em queda na terça-feira, após renovar mínimas do ano, com avanço nos rendimentos dos Treasuries e um tom ainda cauteloso por parte do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em relação à inflação norte-americana

 

No cenário doméstico, analistas também destacaram uma piora na percepção fiscal, após o governo propor redução na meta de resultado primário para 2025. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,61%, a 124.571,13 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 125.315,63 pontos. Na mínima, a 123.756,08 pontos, menor patamar intradia desde novembro passado. O volume financeiro somava 24,4 bilhões de reais antes dos ajustes finais.

Reuters

 

CNI projeta alta de 2,4% do PIB e 2,1% para indústria em 2024

Estimativa é que o crescimento seja mais disseminado nos setores industriais do que em 2023. Indústria da Transformação voltará a crescer depois de dois anos em queda

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma alta de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Para o PIB industrial, a instituição projeta alta de 2,1% para este ano, segundo o Informe Conjuntural do primeiro trimestre. A expectativa é que o crescimento seja mais equilibrado entre os setores, com aumento de 2,0% da Indústria da Construção e 1,7% da Transformação, diferentemente de 2023, quando ambos caíram. A Indústria Extrativa mantém um crescimento elevado (+3,1%), mas não será protagonista como no ano passado. “As quedas da inflação e dos juros, o aquecimento do mercado de trabalho e a possibilidade de mais acesso ao crédito são os principais fatores que vêm dando mais estímulos à economia desde o final de 2023. Apesar da projeção para o PIB ser menor que o ano passado, a composição do crescimento esperado para 2024 é positiva e mais equilibrada”, destaca o presidente da CNI, Ricardo Alban. Segundo o relatório trimestral da CNI, a inflação seguirá em desaceleração e encerrará 2024 com 3,6%. Outra projeção da instituição é que o Banco Central reduzirá a taxa básica de juros, Selic, para 9,0% ao ano (a.a.) até o fim deste ano. É relevante destacar que, mesmo que a Selic atinja esse nível, a política monetária seguirá contracionista em todo o ano de 2024, ainda que com menor intensidade que em 2023. O PIB da Construção apresentou queda de 0,5% no passado. Neste ano, o setor reagirá positivamente, com alta de 2,0%. Além da queda de juros, a regulamentação do programa Minha Casa, Minha Vida e o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são estímulos para o setor. Indústria da Transformação voltará a crescer depois de dois anos em queda. A expectativa é de alta de 1,7% do PIB da Indústria de Transformação, depois da queda de 1,3% em 2023. Essa alta é esperada pelo aumento da demanda por produtos industriais, em decorrência do aumento da massa de rendimentos e da expansão do crédito. Apesar da melhora para o setor, vale ressaltar que os efeitos do aumento da demanda sobre a atividade do setor poderiam ser maiores, não fosse o direcionamento de parte dessa demanda para produtos importados. Indústria prevê aumento de 4,0% em rendimentos reais. O aquecimento do mercado de trabalho, verificado ao longo de 2023, manteve-se no início de 2024 e deve contribuir com resultados positivos no primeiro trimestre do ano. É esperada uma contribuição maior do mercado de trabalho na atividade econômica em relação à prevista no final de 2023. A taxa de desemprego baixa tem levado a aumentos dos rendimentos reais e, em 2024, ainda é esperado um aumento do número de pessoas ocupadas. Com isso, a CNI prevê 4,0% de crescimento para a massa de rendimento real habitualmente recebida. Mercado de crédito estará favorável em 2024. As concessões de crédito devem aumentar 6,3% este ano devido às reduções da Selic e ao aumento da massa de rendimentos reais, que ajudam a reduzir a inadimplência e o comprometimento de renda das famílias. Agropecuária cai 4,0% por conta dos impactos climáticos. Depois de um 2023 de crescimento excepcional, com alta de 15,1%, é prevista queda de 4,0% para o PIB da Agropecuária em 2024. O setor vem sendo impactado pela redução nas safras de culturas relevantes, como soja e milho, que apresentam projeções revistas para baixo por conta dos impactos climáticos negativos provocados pelo fenômeno El Niño. Consumo e investimentos ficarão equilibrados. Os fatores de crescimento em 2024 (inflação e juros em queda, aumento da massa de rendimentos e aumento do crédito, principalmente) estimulam, sobretudo, o consumo das famílias. A expectativa é aumento de 2,5% em 2024. Diferentemente de 2023, o investimento também vai apresentar alta. A formação bruta de capital fixo deverá aumentar 2,8% em 2024, após um 2023 com queda de 3,0%. Além do cenário de crédito mais favorável, programas como o de Depreciação Acelerada, o novo Marco Legal das Garantias e a Nova Indústria Brasil, além da perspectiva de melhor desempenho da Indústria de Construção, deverão gerar impactos positivos sobre os investimentos em 2024.

CNI

 

FMI eleva projeção de crescimento do Brasil em 2024 a 2,2%

A economia do Brasil deve crescer em 2024 e 2025 mais do que o projetado no início do ano, de acordo com novas estimativas divulgadas na terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional.

 

O FMI estima agora que a economia brasileira vai expandir 2,2% em 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual em relação à previsão feita em janeiro. Para 2025 o Fundo calcula crescimento do Produto Interno Bruto de 2,1%, alta de 0,2 ponto ante a estimativa anterior, mostrou nesta terça-feira seu relatório Perspectiva Econômica Global. O PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, de acordo com dados do IBGE. Embora a economia tenha ficado estagnada no quarto trimestre em relação aos três meses anteriores, ela vem indicando um desempenho melhor neste início de ano, o que também tem levado economistas de mercado a aumentar suas projeções para a atividade, mas ainda com aposta em desaceleração frente a 2023. "No Brasil, o crescimento deve moderar para 2,2% em 2024 diante da consolidação fiscal, efeitos defasados da política monetária ainda apertada e uma contribuição menor da agricultura", avaliou o FMI. O Banco Central embarcou em um ciclo de afrouxamento monetário que tirou a taxa básica de juros Selic de seu pico de 13,75% para o atual nível de 10,75%, com a perspectiva de novas reduções à frente, o que tende a ajudar a economia, principalmente setores ligados a crédito. O mercado de trabalho aquecido, a inflação sob controle e o aumento da massa salarial ainda vêm favorecendo a economia brasileira neste início de ano. A projeção do FMI para o PIB brasileiro em 2024 é melhor do que a do BC, que atualmente vê crescimento de 1,9%. O Ministério da Fazenda, por sua vez, também prevê expansão de 2,2% este ano, mas o chefe da pasta, ministro Fernando Haddad, já afirmou que a estimativa deve ser revisada para ao menos 2,5%. O relatório do FMI ainda trouxe números para a inflação. Para o Brasil, o Fundo calcula a inflação em uma média de 4,1% e 3,0% respectivamente em 2024 e 2025. Apesar da melhora nas projeções para o crescimento econômico do Brasil, as contas para a América Latina e Caribe pouco mudaram. O FMI vê uma desaceleração da expansão da região de 2,3% em 2023 para 2,0% em 2024, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação a janeiro. Para 2025 a conta segue em 2,5%. A perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também teve pouca alteração, melhorando em 0,1 ponto percentual para 2024, a 4,2%, mesma taxa de crescimento prevista para 2025, sem alterações neste caso. Em 2023, esse grupo cresceu 4,3%.

Reuters

 

Mercado indica perspectiva de afrouxamento monetário menor este ano, mostra Focus

Analistas consultados pelo Banco Central indicaram uma perspectiva de menor afrouxamento monetário neste ano na pesquisa Focus divulgada na terça-feira, vendo ao mesmo tempo menos inflação e mais crescimento em 2024

 

A mediana das projeções aponta para a taxa básica de juros a 9,13% no final deste ano, primeiro aumento depois de 15 semanas apontando a Selic a 9,0%. Para 2025 a taxa segue sendo calculada em 8,50%. A mudança vem na esteira de alertas do BC sobre o cenário de aumentos de preços, apontando maior preocupação com uma possível pressão de salários sobre e citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica. O BC decidiu no mês passado fazer nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, mas encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio. O Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA caiu 0,05 ponto percentual para este ano, a 3,71%. Mas a conta para o ano que vem aumentou em 0,03 ponto, a 3,56%. Para os dois anos seguintes a alta do IPCA segue sendo calculada em 3,50%. O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2024 subiu a 1,95%, de 1,90% na semana anterior, permanecendo em 2,0% para 2025.

Reuters

 

IGP-10 acelera queda em abril com alívio de commodities

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou a queda para 0,33% em abril, ante baixa de 0,17% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), na terça-feira, destacando tendência de arrefecimento de algumas commodities

 

Com esse resultado, o IGP-10 passou a acumular em 12 meses baixa de 3,81%. A expectativa em pesquisa da Reuters era de um recuo de 0,19% no mês. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, caiu 0,56% em abril, acelerando as perdas ante 0,40% no mês anterior. "Embora algumas commodities significativas no índice ao produtor, como a soja, estejam experimentando um aumento de preços, um amplo conjunto de outras commodities, incluindo minério de ferro, feijão e milho, apresenta uma tendência de queda", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. Segundo ele, esse efeito também se espalhou para o varejo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do indicador geral, desacelerou a alta para 0,21% em abril, de 0,48% antes. Os destaques foram as desacelerações das altas dos grupos Transportes (0,87% para 0,19%) e Despesas Diversas (1,38% para 0,19%). O grupo Alimentação também perdeu fôlego, arrefecendo o avanço de 0,88% para 0,73%, enquanto o grupo Comunicação foi de avanço de 0,31% para baixa de 0,21%. Educação, Leitura e Recreação intensificaram sua queda de 1,49% para 1,72%, enquanto Vestuário (0,08% para 0,05%) e Habitação (0,55% para 0,54%) tiveram decréscimos mais comedidos em suas taxas de variação. "Contudo, novas incertezas nos cenários doméstico e internacional poderiam reverter essa tendência de desaceleração, especialmente com um possível aumento nos preços dos combustíveis, afetando tanto o índice ao produtor quanto ao consumidor", advertiu Braz. Seu comentário vem num momento de tensão conforme o mundo aguarda uma resposta de Israel ao primeiro ataque direto do Irã contra o país. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou a alta para 0,33%, de 0,27% no mês passado.

Reuters

 

Agroindústria mostra sinais de forte expansão

Segmento cresceu 4,7% no primeiro bimestre, seu melhor resultado nesse intervalo em mais de uma década, segundo o FGV Agro. As fabricantes de produtos alimentícios e bebidas puxaram para cima o resultado do PIMAgro nos dois primeiros meses do ano

 

A agroindústria brasileira encerrou o primeiro bimestre com forte expansão. No acumulado entre janeiro e fevereiro, o segmento cresceu 4,7%, seu melhor desempenho nesse intervalo em 14 anos, segundo o Índice de Produção Agroindustrial PIMAgro, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro). As fabricantes de produtos alimentícios e bebidas puxaram para cima o resultado nos dois primeiros meses do ano, e as indústrias de produtos não alimentícios também se expandiram, ainda que em ritmo bem menor. No resultado geral de fevereiro, as agroindústrias cresceram 5,7%, desempenho que foi o melhor para o mês desde 2008. No primeiro bimestre, as indústrias alimentícias e de bebidas cresceram 8,2%, e as indústrias não alimentícias, 2,2%. A FGV observou que o forte aumento refletiu, em parte, uma base de comparação estreita, já que, além de em fevereiro de 2023 as agroindústrias terem tido forte contração, o número de dias úteis em fevereiro deste ano foi maior do que no ano passado. Em fevereiro de 2024, a indústria alimentícia de melhor desempenho foi a de refino de açúcar, que cresceu 19,5%. No ramo de bebidas, as indústrias de bebidas não alcoólicas se expandiram 10,4%. Entre as indústrias não alimentícias, insumos agropecuários, com queda de 13,4%, e biocombustíveis, que recuou 11,6%, foram as que tiveram o pior desempenho em fevereiro.

Valor Econômico

 

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