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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 591 DE 04 DE ABRIL DE 2024


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 591 | 04 de abril de 2024


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS

 

Boi gordo: Frigorífico não compra e pecuaristas não vendem

Neste início do mês, os frigoríficos brasileiros estão buscando boiadas gordas apenas para completar as suas escalas, adquirindo lotes de maneira bem vagarosa, relatou na quarta-feira (3/4) a Scot Consultoria. No Paraná o boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias

 

Do lado da oferta, as boas condições das pastagens ainda permitem aos pecuaristas optarem por uma negociação cadenciada, à espera de preços melhores, acrescenta a consultoria. Segundo apuração das consultorias do setor, as cotações s dos animais terminados seguiram estáveis no dia de ontem na maioria das praças brasileiras, repetindo a tendência dos últimos dias. Nas regiões paulistas, o boi comum está apregoado em R$ 227/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 205/@ e R$ 217/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. O “boi-China” vale R$ 235/@ em São Paulo, com ágio de R$ 8/@ sobre o animal gordo “comum”. Pelos dados levantados pela Agrifatto, o preço da arroba do boi gordo paulista permaneceu em R$ 227,50 nesta quarta-feira.  “Todas as 17 praças monitoradas mantiveram as suas cotações estáveis”, informou a Agrifatto. Segundo a consultoria, é importante destacar a expressiva participação das fêmeas na composição das escalas de abates dos frigoríficos, especialmente em Estados com foco na pecuária de cria, como Tocantins, Pará, Acre e Rondônia. “Dado ao prolongado período de inversão do ciclo pecuário, os preços da arroba de vacas e novilhas estão consideravelmente distantes dos bois, sejam castrados ou inteiros”, relatou. Na B3, a maioria dos contratos futuros do boi gordo segue com o movimento de valorização. O contrato com vencimento para abril de 2024 ficou cotado em R$ 231,85/@ na terça-feira (2/4), com avanço de 0,74% no comparativo diário. No Estado de São Paulo, desde quinta-feira passada, as vendas de carne bovina no varejo e as distribuições do atacado da proteína com ossos têm apresentado desempenho fraco, informou a Agrifatto. “Ontem (quarta-feira, 3 de abril), o mercado permaneceu estagnado, com oferta acima do normal da maioria dos produtos para entregas ainda nesta semana”, ressaltou a Agrifatto. Preços dos animais terminados apurados na quarta-feira (3/4): São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$227,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de dez dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias; Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de treze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias; Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.

Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO

 

SUÍNOS

 

Suíno vivo cai 1,06% na quarta-feira (3) em São Paulo

Segundo pesquisadores do Cepea, nos últimos dias, compradores estiveram mais afastados das aquisições de novos lotes de animais

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 127,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 9,90/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (2), os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,37/kg) e Rio Grande do Sul (R$ 6,13/kg). Houve queda de 0,64% no Paraná, chegando a R$ 6,25/kg, baixa de 0,66% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,03/kg, e de 1,06% em São Paulo, fechando em R$ 6,56/kg. 

Cepea/Esalq

 

FRANGOS

 

Cotações estáveis predominam no mercado do frango nesta quarta-feira (3)

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado teve aumento de 0,30%, valendo R$ 6,62/kg

 

Na cotação do animal vivo, o Paraná não mudou, valendo R$ 4,56/kg, da mesma maneira que em Santa Catarina, com valor de R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à terça-feira (2), tanto a ave congelada quanto o frango na granja ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 7,21/kg e R$ 7,33/kg.

Cepea/Esalq

 

INTERNACIONAL

 

A gripe aviária atinge vacas leiteiras, galinhas e humanos do Texas enquanto os patos migram

As aves aquáticas migratórias são culpadas pelo aumento dos surtos de gripe aviária em vacas e aves do Texas, e as aves selvagens portadoras do vírus devem seguir para o norte em breve, disse o comissário estadual de Agricultura, Sid Miller, na terça-feira

 

O governo dos EUA relatou desde a semana passada casos da doença em sete rebanhos leiteiros no Texas e em uma pessoa que teve contato com vacas, tornando-o o estado mais afetado pelos primeiros surtos em bovinos do país. O Texas é o maior produtor de gado dos EUA.

Reuters

 

Gripe aviária nos EUA avança para rebanho leiteiro no Novo México

Ocorrências foram registradas também nos Estados do Texas, Kansas e Michigan. Rebanho leiteiro nos EUA. Variante da gripe aviária preocupa produtores

 

Após ocorrências no Texas, Kansas e Michigan, a gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) foi detectada em um rebanho leiteiro no Estado americano de Novo México, segundo informações do Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Há também testes pendentes de análises dos Laboratórios Nacionais de Serviços Veterinários (NVSL) do país, para casos possivelmente positivos para um rebanho de Idaho. Quando encontrada em vacas leiteiras, a doença causa diminuição da lactação, baixo apetite e outros sinais clínicos. Acredita-se que o vírus tenha sido introduzido em rebanhos pela presença de aves selvagens contaminadas. Do ponto de vista de mercado, o USDA acredita que a perda de leite resultante de bovinos sintomáticos é, até o momento, pequena para ter algum impacto importante na oferta e não deverá ter qualquer efeito para o preço do leite ou de outros produtos lácteos. Os EUA normalmente têm uma oferta de leite suficiente nos meses da primavera, devido à produção sazonalmente mais elevada. Apesar dos casos, o USDA destacou que não há preocupação sobre eventuais riscos para o consumidor ou no fornecimento comercial de leite, porque os produtos são pasteurizados antes de entrarem no mercado. Os laticínios são obrigados a enviar apenas leite de animais saudáveis para processamento antes do consumo humano. “O leite dos animais afetados é desviado dos tanques comerciais de leite ou destruído para que não entre no abastecimento alimentar humano. Além disso, a pasteurização tem comprovado continuamente a inativação de bactérias e vírus, como a gripe, no leite”, disse órgão em nota. A pasteurização é obrigatória para qualquer leite que entre no comércio interestadual americano para consumo humano. Autoridades dos EUA reforçam aos consumidores sobre os riscos associados ao consumo de leite cru, não pasteurizado, dadas as detecções de GAAP. “Devido à informação limitada disponível sobre a transmissão de GAAP no leite cru, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) recomenda que a indústria não fabrique ou venda leite cru ou queijo e derivados de leite cru/não pasteurizado feitos com leite de vacas que apresentem sintomas de doença, incluindo aquelas infectadas com gripe aviária ou expostos a pessoas infectadas com gripe aviária”, alertou o USDA. Além dos casos em bovinos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA informou na segunda-feira (1/4) que uma pessoa no Texas testou positivo para o vírus da gripe aviária H5N1. O órgão ressaltou que esta infecção não altera a avaliação do risco da doença para a saúde humana, que ainda é considerado baixo. “No entanto, as pessoas com exposições próximas ou prolongadas e desprotegidas a aves ou outros animais infectados (incluindo gado), ou a ambientes contaminados por aves ou outros animais infectados, correm maior risco de infecção”, admitiu o USDA. O órgão americano reforçou que as agências federais também estão trabalhando com parceiros estaduais e industriais para incentivar os produtores e veterinários a relatarem rapidamente doenças no gado, para monitoramento de possíveis casos adicionais e redução de impacto e riscos para agricultores, trabalhadores agrícolas, consumidores e outros animais.

Valor Econômico

 

EMPRESAS

 

C. Vale cria cargo de CEO e empossa funcionário que está há 48 anos na cooperativa

Edio José Schreiner era gerente da divisão de comercialização e agora assume a diretoria executiva

 

A C. Vale, cooperativa agroindustrial com atuação no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraguai, anunciou nesta quarta-feira (3/4) seu primeiro presidente-executivo. O economista Édio José Schreiner vai assumir o cargo de CEO, função criada em linha com o novo plano de modernização da cooperativa, segundo o presidente do conselho, Alfredo Lang. Schreiner tem 69 anos e é funcionário da C. Vale desde 1976. Ao longo de 48 anos, foi auxiliar administrativo, passou pela supervisão comercial, gerência de máquinas, peças e acessórios, divisão de abastecimento e, por último, ocupava a gerência da divisão de comercialização. Alfredo Lang também faz parte da cooperativa desde 1976 e atua como presidente há 29 anos - cargo que continuará ocupando. Ou seja, a empresa criou o cargo de CEO. A C. Vale é a segunda maior cooperativa do Brasil e tem um faturamento de mais de R$24 bilhões ao ano, com 189 unidades de negócios, mais de 27 mil associados e 13.500 mil funcionários.

Globo Rural

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Auditores interditam esteira de grãos no Porto de Paranaguá por risco de explosão

Acúmulo de mais de 20 centímetros de poeira em alguns pontos da esteira poderia levar a uma explosão, apontaram os auditores

 

Equipe de auditores do Ministério do Trabalho e Emprego interditou um dos principais locais de transporte de grãos para os navios no Porto de Paranaguá. A fiscalização realizada na quarta-feira (3) identificou falta de manutenção e um perigoso acúmulo de poeira na esteira responsável pela operação do Terminal de Exportação do Corredor Leste. Segundo os auditores, o equipamento apresentava um potencial risco de explosão. A auditoria estava sendo realizada pouco mais de um mês após a ocorrência de um incêndio em uma das correias do corredor de exportação do porto. As operações de abastecimento do berço 214 foram temporariamente suspensas no fim de fevereiro, e não houve feridos. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas. Além desse caso, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) recebeu denúncias anônimas sobre irregularidades na operação das esteiras. Algumas das empresas fiscalizadas na ação da quarta-feira já haviam sido notificadas em uma inspeção anterior, e os problemas foram sanados. A empresa responsável pela estrutura interditada foi notificada para tomar todas as medidas exigidas por parte da fiscalização para que a esteira volte a operar normalmente. As operações de escoamento da safra de grãos foram impactadas, mas de acordo com o auditor e coordenador da operação Diego Alfaro o serviço deve continuar. A interdição pode resultar em redução na eficiência do processo de carga dos navios, que necessitarão de mais tempo atracados. Segundo Alfaro, o acúmulo de poeira encontrado na esteira estava “muito acima do normal”. “Identificamos em uma dessas esteiras aéreas um acúmulo de poeira de até 20 centímetros, quando o máximo permitido pelas normais brasileiras é de apenas meio centímetro. O nível estava tão elevado que poderia gerar uma concentração de gases nesses locais, com um iminente risco de explosão com qualquer faísca”, explicou. Como a área das esteiras é considerada de risco, materiais e equipamentos como luminárias ou maquinários instalados nesses locais precisam de registros e especificações próprias, que atendam aos requisitos de segurança. Para o coordenador da fiscalização, não foi o que os auditores encontraram. “As áreas classificadas são aquelas áreas que exigem uma atenção especial com maquinário, iluminação, aterramento, justamente para não gerar um aumento de temperatura ou uma faísca que venha a gerar um incêndio ou até uma explosão. Já tivemos alguns sinais com incêndios recentes que ocorreram na área”, afirmou o fiscal. O maior risco no caso de um incêndio, explicou Alfaro, é o potencial alastramento das chamas para outros locais interligados. “Esse acúmulo de irregularidades combinado com a falta de proteção ou adequação do maquinário para a área classificada, nos levou a fazer essa interdição”, concluiu. Em nota enviada à imprensa, a Portos do Paraná informou que a correia interditada não tem relação com o incêndio ocorrido em fevereiro de 2024. “O berço 214 segue operando normalmente e a interdição não afeta a movimentação de cargas. A empresa pública está à disposição dos órgãos competentes para quaisquer informações”, conclui a nota.

Gazeta do Povo

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar cai após dados de serviços nos EUA e fala de Powell reduzirem pressão nos Treasuries

O dólar à vista fechou a quarta-feira em queda ante o real, após dados do setor de serviços norte-americano e declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reduzirem a pressão sobre o mercado de Treasuries, tirando força da moeda norte-americana também no exterior.

 

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0418 reais na venda, em baixa de 0,34%. Às 17h10, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,57%, a 5,0535 reais na venda. Pela manhã, o dólar demonstrava força ante o real e em relação a boa parte das demais divisas no exterior, em movimento que acompanhava a alta dos rendimentos dos Treasuries. Por trás disso estava a percepção, reforçada por alguns dados desta quarta-feira, de que o Fed poderá adiar para julho ou para depois disso o início do processo de cortes de juros. No início da sessão, números do relatório da ADP mostraram que foram abertas 184.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA no mês passado, após 155.000 vagas em fevereiro, em dado revisado. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 148.000 vagas no mês passado. Em sintonia com a alta dos yields e do dólar no exterior, a moeda norte-americana à vista atingiu a cotação máxima de 5,0929 reais (+0,67%) às 10h56. O cenário começou a mudar às 11h, quando saíram os números do setor de serviços norte-americano do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês). O Índice de Gerentes de Compras (PMI) não manufatureiro do ISM caiu de 52,6 em fevereiro para 51,4 em março, no segundo declínio mensal consecutivo do indicador. “Na prática, Powell ainda sinaliza com a perspectiva de corte de juros em junho. Ele não descartou três cortes este ano, o que fez o dólar acelerar a queda depois do almoço”, pontuou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. Pela manhã, o mercado monitorou ainda as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento em São Paulo. Além de tratar da política monetária, ele afirmou que a intervenção cambial feita pela autoridade monetária nesta semana “não teve nada a ver” com o movimento do câmbio, que é flutuante. "A nossa intervenção não teve nada a ver com o movimento do câmbio, a gente sempre diz que o câmbio é flutuante, é importante ser flutuante porque funciona como um elemento que absorve choques e redistribui os recursos de forma mais eficiente, mas a gente tinha uma NTN-A que ia vencer que achávamos que era grande e poderia ter alguma disfunção no dia", afirmou.

Reuters

 

Ibovespa fecha em baixa, mas distante da mínima com alívio nos Treasuries

O Ibovespa fechou com um declínio modesto na quarta-feira, pressionado pelo recuo das ações da Vale, enquanto a acomodação nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos reduziu as perdas no pregão brasileiro, em mais uma sessão com a agenda norte-americana centralizando as atenções

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,18%, a 127.318,39 pontos. O volume financeiro somou 21,97 bilhões de reais. Em comentários publicados no começo da tarde, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou que o banco central da maior economia do mundo tem tempo para deliberar sobre seu primeiro corte na taxa de juros dada a força da economia e as recentes leituras de inflação elevada. Ele, porém, repetiu que se a economia evoluir de forma geral como os integrantes do Fed esperam, eles concordam que uma taxa mais baixa será apropriada "em algum momento deste ano". Em paralelo, dados mostraram que o setor de serviços dos EUA desacelerou em março, e uma medida dos preços pagos pelas empresas por insumos caiu a uma mínima em quatro anos. A abertura de vagas no setor privado vista pela ADP, por sua vez, mostrou um mercado de trabalho ainda forte no mês passado. No final da tarde, o rendimento do Treasury de 10 anos cedia a 4,3492%, após avançar a 4,429% na máxima da sessão, de 4,365% na véspera. O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 0,14%, segundo dados preliminares. De acordo com o chefe da EQI Research, Luís Moran, o mercado brasileiro continua como um "passageiro", uma vez que sua direção tem sido comandada pelo comportamento dos Treasuries. "É o que está fazendo preço", argumentou, ressaltando que há uma ansiedade sobre o começo do corte de juros nos EUA. Ele afirmou que a mudança na precificação de um corte em março para meados do ano justifica um ajuste, mas não é uma reversão de cenário, uma vez que ainda se espera uma redução dos juros neste ano. "Mas o mercado está ansioso."

Reuters

 

Setor de serviços do Brasil ganha força em março e atinge pico de 20 meses, mostra PMI

O setor de serviços brasileiro ganhou força em março com impulso das vendas e cresceu no ritmo mais forte em 20 meses, o que abriu espaço para as empresas ampliarem os quadros de funcionários à taxa mais intensa em quase um ano e meio, apontou na quarta-feira Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês)

 

O PMI do setor compilado pela S&P Global subiu para 54,8 em março de 54,6 em fevereiro, o que ajudou o setor a registrar o melhor desempenho trimestral desde os três meses até junho de 2022. A marca de 50 separa crescimento de contração. "O crescimento mais forte da atividade de serviços significa que a economia do Brasil terminou o primeiro trimestre em tom positivo", destacou em nota a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima. As condições favoráveis da demanda e a entrada de novos negócios foram citadas como os principais determinantes para o crescimento da produção. As empresas registraram o segundo maior aumento das vendas desde outubro de 2022, atrás apenas de fevereiro. A melhora das vendas somada a projeções otimistas alimentou a criação de empregos entre os fornecedores de serviços no Brasil no ritmo mais forte desde outubro de 2022. Custos mais altos de mão de obra e de materiais elevaram a inflação de insumos em março, junto com contas mais caras de eletricidade e água. A taxa de inflação foi a mais elevada em cinco meses, com mais de 23% dos participantes da pesquisa informando aumento nos gastos gerais, e menos de 1% indicando queda. Ainda assim, a inflação de preços cobrados se atenuou ante o pico de nove meses de fevereiro --enquanto alguns repassaram os aumentos de custos a clientes, outros evitaram esse movimento na tentativa de manter os clientes. "A recente aceleração da demanda aconteceu ao custo de pressões inflacionárias mais altas no setor, ... e é provável que os consumidores vejam aumentos mais pronunciados dos preços cobrados pelo fornecimento de serviços nos próximos meses", disse De Lima. Os fornecedores de serviços mantiveram-se otimistas sobre as perspectivas de crescimento, com 52% prevendo aumento na produção ao longo dos próximos 12 meses, enquanto menos de 3% previam redução. As empresas indicaram que o aumento do emprego, os incentivos governamentais e as tendências positivas de demanda devem sustentar o crescimento da produção. A expansão do setor de serviços somada à leve perda de força da indústria levou o PMI Composto do Brasil a repetir em março a taxa de 55,1 de fevereiro.

Reuters

 

Produção industrial no Brasil recua pelo 2º mês em fevereiro

A indústria no Brasil frustrou as expectativas e registrou retração de 0,3% em fevereiro, marcando o segundo mês seguido no vermelho e acendendo sinal de alerta.

 

Nos dois primeiros meses do ano o setor acumula perdas de 1,8%, o que elimina parte do saldo positivo de 2,7% visto de agosto a dezembro, informou na quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria ainda está 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,7% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção teve avanço de 5,0%, sétima leitura positiva seguida. Os resultados foram bem piores do que as expectativas levantadas em pesquisa da Reuters com economistas, de alta de 0,3% na base mensal e de 5,6% na anual. “Essas duas quedas ligam o sinal de alerta para a indústria. Há uma perda de ritmo de produção, mas com a peculiaridade de que são duas quedas mais concentradas (em poucos ramos)", destacou André Macedo, gerente da pesquisa no IBGE. “A melhora da conjuntura e do mercado doméstico ainda não foi suficiente para manter a indústria em um nível positivo", completou. Analistas consideram que a indústria deve crescer neste ano, ainda que a passos lentos, com retomada gradual principalmente em segmentos dependentes das condições de crédito, favorecida pela queda dos juros. O Banco Central decidiu no mês passado fazer nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, mas encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio. "Nossa perspectiva é de uma indústria relativamente positiva neste ano. Entre os fatores que colocam um viés altista estão: recuperação do setor manufatureiro global, balança comercial robusta ... e políticas de estímulos à atividade econômica por parte do governo", disse Igor Cadilhac é economista do PicPay. O IBGE destacou que, em fevereiro, 10 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram redução na produção em relação ao mês anterior. As principais influências negativas foram exercidas por produtos químicos (-3,5%), indústrias extrativas (-0,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,0%). "Se no ano passado a indústria extrativa teve um papel central para o crescimento do setor no geral, para este ano, a tendência é que haja uma retomada de outros segmentos, ... muito em função da queda da Selic e das melhores condições de crédito", avaliou Rafael Perez, economista da Suno Research. Na outra ponta, veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e celulose, papel e produtos de papel (5,8%) apresentaram aumento na produção em fevereiro. “As questões conjunturais estão presentes, como queda dos juros, redução da inadimplência, melhora no mercado de trabalho, e isso tudo aparece em veículos automotivos, que dependem muito de crédito e juros", disse Macedo. Entre as categorias econômicas, somente Bens Intermediários apresentaram queda, de 1,2%. A fabricação de Bens de Capital aumentou 1,8% no mês e a de Bens de Consumo cresceu 1,3%.

Reuters


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