Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 581 | 20 de março de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo segue sem força, mas valores da arroba não mudam
Pecuaristas seguem controlando as ofertas na esperança de uma melhora nas cotações, enquanto as indústrias compram boiadas de maneira cautelosa, resume a Scot Consultoria. No Paraná o boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias
Pelos dados apurados pela Scot Consultoria na terça-feira (19/3), os preços dos animais terminados ficaram estáveis nas praças de São Paulo, uma das principais referências para o mercado brasileiro do boi gordo. “O cenário atual é de um pecuarista controlando as ofertas na esperança de uma melhora nas cotações, enquanto as indústrias seguem adquirindo boiadas de maneira cautelosa”, resumiu a Scot. O boi gordo paulista está sendo negociada por R$ 230/@, no prazo, valor bruto. Por sua vez, a vaca gorda e a novilha seguem valendo R$ 205/@ e R$ 220/@. Por sua vez, diz a Scot, o “boi-China” está cotado em R$ 235/@, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal gordo “comum”. “A expectativa é que o escoamento de carne bovina seja prejudicado com a entrada da segunda metade do mês, o que colabora para que os frigoríficos continuem exercendo pressão de baixa no mercado”, reforçou a Scot, repetindo a tendência apontada pela consultoria Agrifatto. Na B3, o vencimento do contrato futuro do boi gordo para março/24 encerrou o pregão regular de segunda-feira (19) cotado em R$ 229,30/@, informou a Agrifatto. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na segunda-feira (18/3): São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de doze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias; Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO
Embrapa valida diretrizes técnicas para produção de Carne Baixo Carbono (CBC)
Os parâmetros avaliados na pesquisa estão sendo contemplados nos requisitos obrigatórios propostos no Protocolo CBC juntamente com os de legislação trabalhista e ambiental. O protocolo Carne Baixo Carbono (CBC) complementa o de Carne Carbono Neutro (CCN), abrangendo sistemas produtivos sem a presença de árvores
O potencial sustentável é mantido pelo manejo adequado das pastagens, considerado a segunda tecnologia agrícola mais importante para a mitigação das mudanças climáticas globais. Para validar as orientações técnicas do protocolo CBC, a Embrapa realizou experimentos durante dois ciclos de produção (2019 a 2021) em um ambiente de produção comercial no Oeste baiano. Essa validação serve como modelo de certificação da marca-conceito CBC nas fazendas de pecuária de corte que desejarem adotar esse modelo. O Protocolo estará disponível para os produtores ainda em 2024 na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Depois de lançar a marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), que valoriza sistemas pecuários com a presença do componente florestal e neutralização da emissão de gases de efeito estufa (GEE), a Embrapa validou as diretrizes de mais um protocolo que vai ajudar o pecuarista a produzir com foco em sustentabilidade: o Carne Baixo Carbono (CBC). Os resultados da avaliação de parâmetros técnicos do protocolo CBC durante dois ciclos produtivos no Cerrado baiano contemplam sistemas pecuários sem a presença de árvores na pastagem, mas com potencial de mitigação das emissões de GEE a partir da adoção de boas práticas agropecuárias, envolvendo os componentes solo, pasto e animal. Oito foram os parâmetros técnicos avaliados durante os dois anos de validação do protocolo CBC: densidade do solo, estoque de carbono e qualidade do solo, disponibilidade da forragem e cobertura do solo, ganho de peso médio diário dos animais, ganho de peso por área dos animais e emissões entéricas. Esses parâmetros estão sendo contemplados nos requisitos obrigatórios propostos no Protocolo CBC juntamente com requisitos de legislação trabalhista e ambiental. Segundo a pesquisadora que coordenou o trabalho de validação das diretrizes para produção de CBC, Márcia Silveira, à época na Embrapa Pecuária Sul (RS) e atualmente na Embrapa Milho e Sorgo (MG), os resultados mostram que a implantação do protocolo garante produtividade e qualidade da carne, de forma a aumentar a lucratividade do produtor, sem abrir mão da manutenção ou aumento do estoque de carbono do solo e da mitigação da emissão de GEE, além do efeito poupa-terra, ou seja, com menor pressão sobre a vegetação nativa. “É mais um passo na busca pela eficiência produtiva que leva em conta a qualidade do produto e do seu ambiente de produção”, destaca Silveira. Estas marcas, como a CBC e a CCN, vêm sendo desenvolvidas no âmbito da Plataforma Pecuária de Baixa Emissão de Carbono, que visa valorizar produtos pecuários produzidos em sistemas mais eficientes e com menor impacto ambiental. As diretrizes técnicas para a produção de Carne Baixo Carbono foram lançadas em 2020, e estão alinhadas ao Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+). Estes parâmetros necessitavam de validação em um ambiente de produção comercial antes da disponibilização do protocolo para adesão voluntária por parte dos pecuaristas. “Nesse sentido, o trabalho de validação desenvolvido pela Embrapa servirá como modelo para certificação da marca-conceito CBC nas fazendas de pecuária de corte que desejarem produzir carne dentro deste escopo”, ressalta Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte e líder da Plataforma Pecuária de Baixo Carbono.
Embrapa Pecuária Sul
SUÍNOS
Poucas alterações nos preços do mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 128,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 10,00/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (18), houve queda somente no Paraná, na ordem de 0,32%, chegando a R$ 6,28/kg. Houve aumento de 0,16% no Rio Grande do Sul, alcançando R$ 6,15/kg, e de 0,15% em São Paulo, com valor de R$ 6,72/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,77/kg), e Santa Catarina (R$ 6,12/kg).
Cepea/Esalq
Maior núcleo genético de suínos da América Latina inicia operação em abril no Paraná
Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí (PR), pretende comercializar 10 mil suínos em 2024
Maior núcleo genético de suínos da América Latina e um dos maiores do mundo, a Granja Gênesis, da Agroceres PIC, localizada em Paranavaí, Noroeste do Paraná, vai lançar em abril seus primeiros animais no mercado. Serão mais de mil suínos reprodutores de elite que, inicialmente, serão comercializados para o mercado interno e países da América do Sul. A expectativa da empresa é comercializar, no mínimo, 10 mil suínos só em 2024. A entrada desses animais no mercado está sendo considerada um marco para a suinocultura paranaense e brasileira, uma vez que a Granja Gênesis é a primeira unidade para produção de reprodutores elite no Brasil, o que eleva o nível da criação paranaense. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do país. Em 2023, o Estado abateu 12 milhões de cabeças, representando 21,2% do mercado nacional. “A Granja Gênesis posiciona-se como uma estrutura de excelência para atender o mercado internacional e transforma o Paraná em um polo mundial de exportação de material genético”, destaca o gerente de produção da Agroceres PIC, Nevton Hector Brun. Inaugurada há um ano, com investimento de R$ 332 milhões, a granja é formada por 22 galpões, distribuídos por 70 mil metros quadrados, cuja capacidade é de alojar 3,6 mil fêmeas de altíssimo valor genético. A granja tem capacidade de produzir 15 mil reprodutores de elite por ano, entre bisavôs, bisavós, avôs e avós. A referência familiar traz o histórico da linhagem de cruzamento dos animais selecionados para o melhoramento genético. Para efeito de exemplo e parametrização, uma bisavó influencia a produção de 6 mil suínos e um bisavô a produção de 400 mil suínos. O objetivo da Agroceres PIC é que a Granja Gênesis atenda o mercado sul-americano. Além da Argentina, país onde mantém operação e é líder de mercado, a empresa mantém exportações regulares para o Paraguai e Uruguai. Ela também está habilitada para exportar reprodutores e matrizes para o Chile, Bolívia e Colômbia e mantém tratativas para abertura de mercado no Equador e Peru. “Países como Estados Unidos, Canadá, México, Rússia e a China também são potenciais compradores do material genético produzido pela empresa”, aponta Brun. Para formar o rebanho da Granja Gênesis, a Agroceres PIC importou mais de 4 mil animais de elite em cinco importações. Essa foi a maior importação da história do segmento brasileiro de genética de suínos. O Paraná foi o Estado que mais investiu em 2023 na importação de suínos de alto valor genético, que ajudam no aprimoramento do rebanho. Foram empregados cerca de US$ 4,1 milhões. O montante representou 74% dos US$ 5,5 milhões investidos nesse setor no país. A logística para trazer esses animais e formar o rebanho da granja em Paranavaí foi uma verdadeira “operação de guerra”, como a própria empresa define. Os reprodutores vieram diretamente de uma granja elite de Ohio, nos Estados Unidos. Um Boeing 747 foi fretado exclusivamente para o transporte dos animais. O projeto da Granja Gênesis soma-se a outro investimento de mais de R$ 40 milhões, a instalação do Inovare Núcleo Genético, da Topigs Norsvin, em Lages (SC). A unidade deve receber os suínos no meio do ano e iniciar a produção de reprodutores em 2025. As duas empresas de genética suína miram a abertura da China e a ampliação dos negócios com países do Sudeste Asiático, da América Latina e com a Rússia - como destacou Brun -, para consolidar o Brasil como fonte alternativa e confiável num mercado dominado por Estados Unidos e Canadá.
Globo Rural
FRANGOS
Estabilidade para o mercado do frango
Segundo pesquisadores do Cepea, os valores da carne de frango, que vinham em alta desde meados de janeiro, passaram a cair na segunda quinzena de fevereiro, pressionados pela demanda enfraquecida
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,46%, valendo R$ 6,50/kg. Na cotação do animal vivo, o preço ficou inalterado no Paraná, custando R$ 4,58/kg, assim como em Santa Catarina, valendo R$ 4,42/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (18), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, valendo, respectivamente, R$ 7,30/kg e R$ 7,46/kg.
Cepea/Esalq
Início de ano surpreende com preços firmes para o mercado do frango, com margens melhores ao setor
Diminuição de abates no final do ano passado ajudaram a manter os valores equilibrados
O início de ano foi considerado surpreendente pelo viés de firmeza nos preços do mercado do frango, segundo o consultor de agronegócio do Itaú BBA, César de Castro Alves. De acordo com ele, a atipicidade vem de uma tradição de que todo começo de ano as vendas são mais difíceis, e os preços tendem a baixar. Mas neste ano, uma oferta menor acabou se regulando com a oferta. Ele explica que a diminuição nos abates no final do ano passado (-2,2% no último trimestre de 2024 em relação ao último trimestre de 2023), ligada a um alto custo dos insumos para a alimentação dos animais (milho e farelo de soja), contribuiu para o cenário. Segundo Alves, a previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) de que o Brasil deve aumentar em 4% as exportações este ano em relação ao ano passado, superando o próprio recorde, é factível, e deve ser um dos drivers de crescimento do setor no Brasil.
Itaú BBA
EMPRESAS
Com novo investimento da Lar, maior incubadora de ovos da América Latina é ampliada
O empreendimento é da Lar Cooperativa e fica em Itaipulândia, no Oeste do Paraná. Os investimentos foram de R$ 80 milhões. Incubadora é dotada de tecnologia de ponta, que garante mais segurança à saúde das aves ao reduzir a manipulação humana, o que resulta em maior biosseguridade
Maior e mais moderno incubatório das Américas, a incubadora recebeu investimento de R$ 80 milhões. Com o aporte, a unidade passa a incubar 20,1 milhões de ovos ao mês, potencial quase duas vezes maior do que a capacidade que a planta trabalhava desde 2017. A inauguração marca também as festividades de 60 anos da cooperativa, que atua em todo Brasil e mais 90 países, com 14 mil associados e 23,5 mil funcionários. Em 2023, o Paraná produziu 2,1 bilhões de frangos e continua liderando amplamente o ranking dos estados, com 34,3% de participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,4%) e Rio Grande do Sul (12,5%). Esse foi o melhor resultado da história do Estado, um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. Em 2022 o Paraná detinha 33,5% de participação na produção nacional. O diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, afirma que a expansão da incubadora é um grande passo na verticalização dos processos na cooperativa, “Temos aqui, com certeza a melhor tecnologia, o que há de melhor do mundo, tecnologia importada da Holanda e Bélgica”, afirmou o executivo. Rodrigues disse que a Lar passa a prezar ainda mais pela biossegurança com os processos automatizados na incubadora, em que o contato humano com os ovos é o mínimo possível. Ele cita também a segurança das aves, cujos pintainhos eram antes comprados dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. “Antes os pintainhos chegavam bastante debilitados para serem distribuídos. Agora, com nossa própria produção e o que há de ponta em tecnologia, os animais são distribuídos em condições muito melhores”, comparou. Com as obras de ampliação, que iniciaram em janeiro de 2023, a unidade passou dos 7.915 metros quadrados de área construída para 15.425 metros quadrados. A unidade passa a contar com alto nível de automação e tecnologia importada de países como Bélgica e Holanda. Isso garante processos ágeis e de alta eficiência, além de mais segurança para a saúde das aves ao reduzir a manipulação humana, um compromisso da cooperativa com a biosseguridade em todas as etapas do processo produtivo da avicultura. Todo o investimento vai possibilitar à Unidade Incubadora de Ovos de Itaipulândia expedir 634 mil pintainhos todos os dias. Volume que, somado ao potencial da unidade de Santa Helena, também no Paraná, garante 95% de autossuficiência na produção de pintainhos da Cooperativa. Entregando, dessa forma, aos associados integrados uma matéria-prima de alta qualidade para atender a demanda diária de 1,1 milhão de aves abatidas nas quatro indústrias da Lar. A expansão da Unidade Incubadora de Ovos de Itaipulândia vai contribuir para o desenvolvimento local, com geração de mais de 130 empregos diretos e outros indiretos no município e em toda a região. O projeto também marca o encerramento de um ciclo de cinco anos em que foram investidos um total de R$ 2 bilhões em todas as fases da avicultura por parte da Cooperativa e outro R$ 1 bilhão por parte dos associados na modernização de estruturas e aprimoramento de processos. Em média, 900 mil ovos são recebidos todos os dias na Unidade Incubadora de Ovos de Itaipulândia, produção oriunda da Unidade Produtora de Pintainhos da Lar em Santa Helena e das propriedades dos 14 associados integrados de ovos férteis. Um robô é responsável pela transferência da matéria-prima dos carrinhos da granja para os carros de incubação. Na sequência os ovos passam por um controle de qualidade, a primeira de muitas análises que serão realizadas na unidade.
Agência Estadual de Notícias
GOVERNO
Ministério da Agricultura defende rastreabilidade individual de bovinos ainda este ano
Projeto tem como objetivo o controle sanitário do rebanho e prevê adesão obrigatória de criador; CNA quer prazo de oito anos para transição e implementação de projeto de rastreabilidade em bovinos
O Ministério da Agricultura pretende avançar no projeto de implementação de um sistema nacional de rastreabilidade individual bovina para fins de controle sanitário do rebanho ainda neste ano. Com a previsão de retirada total da vacinação contra febre aftosa em todo o país em 2026, a expectativa da Pasta é alcançar de 30% a 50% dos animais rastreados até lá. Em discussão há décadas, a necessidade de rastreabilidade é consenso entre pecuaristas, indústria e governo, mas ainda há divergências sobre a obrigatoriedade ou não de adesão ao sistema, os prazos, os custos e a preservação de informações no processo, como das Guias de Trânsito Animal (GTA). O tema escalou nas prioridades em Brasília após demandas oficiais de grandes importadores, como China e Rússia, para que o país adote medidas para qualificar a rastreabilidade animal. A intenção, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, é se antecipar a possíveis imposições no âmbito sanitário, como ocorreu na área socioambiental com a lei antidesmatamento da União Europeia, e evitar choques nas exportações de carne. A proposta prevê a adesão obrigatória dos pecuaristas, mas o item ainda está em aberto. “O ideal é termos, pelo menos, de 30% a 50% do rebanho em algum estágio de implementação de rastreabilidade até 2026, quando devemos ser reconhecidos como livres de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal”, disse Goulart ao Valor. O Brasil tinha mais de 234,4 milhões de cabeças de gado bovino em 2022, de acordo com o IBGE. O projeto do ministério prevê a rastreabilidade individual a partir da primeira movimentação do bovino até o abate nos frigoríficos, sem a necessidade de registro de todos os animais no nascimento. Uma proposta já apresentada ao setor divide o país em blocos de Estados para iniciar a identificação. O Brasil já tem um sistema de rastreabilidade individual, o Sisbov. O sistema foi criado para atender exigências da União Europeia em 2002, a partir da chamada lista Traces. O bloco passou a exigir o rastreio após a ocorrência de casos do mal da vaca louca na Europa. Por razões sanitárias, a identificação dos animais, com a aplicação de um brinco, é feita 90 dias antes do abate, sem abranger o ciclo completo de vida. Mais de 1,2 mil fazendas estão aptas a exportar para a UE, com adesão voluntária. Em 2023, foram 4,8 milhões de animais rastreados para a Europa, todos fora das regiões Norte e Nordeste e do bioma amazônico. As exportações de gado vivo para qualquer destino contam com a identificação individual. Santa Catarina já tem um sistema próprio de monitoramento do ciclo completo do rebanho. “A rastreabilidade está se impondo, é um processo irreversível nas nossas cadeias e que pode gerar ganhos nos médio e longo prazos”, afirmou Goulart. O novo sistema deve realizar uma identificação individual básica, com leitura das movimentações de entrada e saída de animais de fazendas e frigoríficos, sem regras específicas de mercados, como o europeu. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende adesão voluntária e prazo de oito anos para transição e implementação gradual da rastreabilidade. A entidade diz que a obrigatoriedade pode minar a possibilidade de pagamento de prêmios pela indústria aos pecuaristas, restando apenas ônus de gastos com brincos de identificação — em torno de R$ 8 por cabeça — e adaptações nas fazendas aos produtores. “É necessário tempo para se discutir e prazo adequado para implementação para que não se coloque os produtores na ilegalidade”, disse o coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco. Ele ressalta a preocupação com os pequenos criadores, sugere alternativas para a identificação dos bois, como o uso de biometria facial bovina, e defende a necessidade de incentivos para a adesão dos produtores, com subvenção na compra de materiais ou isenção na emissão de GTAs. O foco da SDA é a saúde animal, sem vínculo com o atendimento aos critérios socioambientais, alvo de proposta de outra área do ministério. O objetivo aqui é cumprir requisitos sanitários de países importadores e facilitar o acesso a mercados mais exigentes ainda fechados à carne brasileira, como Japão e Coreia do Sul. “Nas discussões técnicas, o item de rastreabilidade tem alto valor de garantia dos nossos controles sanitários. Quanto mais qualificarmos a nossa rastreabilidade, melhor é a credibilidade do serviço sanitário, o que se reverte em acesso mais rápido a alguns mercados e manutenção de parceiros”, afirmou Carlos Goulart.
Valor Econômico
Mapa chega a 100 novas aberturas de mercado em 49 países desde o ano passado
Alcance é o dobro do registrado nos primeiros 15 meses da gestão anterior
O agro brasileiro alcançou um novo marco histórico ao atingir a abertura de 100 novos mercados para produtos da agropecuária nacional desde janeiro de 2023, início do terceiro mandato do Presidente Lula. Ao todo, são 49 países para os quais o Brasil poderá exportar produtos da agricultura e pecuária. Os dois novos mercados que permitiram o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) chegar a essa marca foram abertos nesta terça-feira (19) no Egito para a exportação de carnes, produtos cárneos e miúdos de caprinos e ovinos. Para o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, as aberturas, fruto da relevância e retomada do Brasil no âmbito mundial, reforçam o reconhecimento dos players internacionais no sistema de controle sanitário do país e reflete de forma positiva na economia brasileira. "Retomamos as parcerias comerciais no exterior e aumentamos as perspectivas para o agro brasileiro. É a chance de o produtor acessar oportunidades até então inéditas. Isso gera demanda, o produtor precisa aumentar seu negócio e o resultado é mais emprego e renda em todo o país", explicou. "O cenário é de novas oportunidades e vamos trabalhar para crescer ainda mais", completou Fávaro. Em 15 meses, o número alcançado é o dobro do registrado no mesmo período da gestão anterior, quando 50 mercados foram abertos em 24 países. Dos 100 novos mercados, 36 são na Ásia (Arábia Saudita, Armênia, Butão, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Israel, Japão, Malásia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Singapura, Tailândia, Uzbequistão e Vietnã); 35 nas Américas (Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai); 17 na África (África do Sul, Angola, Argélia, Botsuana, Egito, Marrocos, Quênia e Zâmbia); 7 na Oceania (Austrália, Nova Caledônia, Nova Zelândia, Polinésia Francesa e Vanuatu) e 5 na Europa (Belarus, Reino Unido, Rússia e Turquia). Com uma pauta diversificada em exportações destacam-se o comércio de algodão brasileiro com o Egito; carnes bovinas e suínas com o México e Singapura; suco de açaí com Índia; frango com Israel e Argélia; mamão com o Chile; arroz com o Quênia; pescados com Austrália, Egito e África do Sul; ovos com a Rússia; e café verde com a Zâmbia. “Essa expansão não apenas fortalece a presença do agro do Brasil no cenário mundial, mas também promove desenvolvimento sustentável, geração de renda e emprego, beneficiando diretamente os agricultores ao oferecer novas oportunidades de mercado para seus produtos”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Copel cai 15 posições em dois anos em ranking da Aneel
Copel alega que empresas mais bem colocadas no ranking ficaram mais tempo com interrupção no fornecimento de energia elétrica a seus consumidores em 2023
No ano em que foi privatizada, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou uma queda de três posições no ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que mede o desempenho das distribuidoras no fornecimento de energia elétrica. A empresa ficou na 25ª posição entre as 29 distribuidoras analisadas pela agência em 2023 – em 2022, a Copel foi a 22ª. A queda é ainda maior quando comparada com os dados de 2021, quando a empresa foi a 10ª no ranking. Para a Copel, o ranking da Aneel está “distorcido”. A classificação das distribuidoras feita pela agência leva em conta os períodos em que os consumidores ficaram sem energia elétrica durante o ano e as metas de interrupções de fornecimento toleradas pela Aneel. “O ranking é um instrumento que incentiva as concessionárias a buscarem a melhoria contínua da qualidade do serviço”, informa a agência. Para chegar ao Desempenho Global de Continuidade (DGC), item avaliado no ranking, a Aneel faz um cálculo englobando a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), que é o tempo que uma unidade consumidora ficou sem energia, e a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), que é a quantidade de vezes que a interrupção aconteceu durante o período observado. O DEC médio nacional, segundo as medições da agência, foi de 10,43 horas em 2023. O FEC apurado pela Aneel no período foi de 5,24. Na prática, os brasileiros passaram por pouco mais de cinco blecautes durante o ano passado, cada um deles com aproximadamente duas horas de duração, em média. A Companhia Jaguari de Energia (CPFL Santa Cruz), de São Paulo, teve a melhor avaliação entre as distribuidoras de grande porte, que atendem mais de 400 mil unidades consumidoras. De acordo com o ranking da Aneel, a distribuidora que mais evoluiu em 2023 foi a RGE (RS), com um avanço de 10 posições em relação a 2022, seguida por Equatorial MA (MA), que subiu 6 posições, e três distribuidoras com melhora de 5 posições: ESS (SP), CPFL Piratininga (SP) e Enel-CE (CE). As últimas colocadas foram a Neoenergia Brasília (DF), CEEE (RS) e Equatorial GO (GO). A concessionária que mais regrediu no ranking foi a Celpe (PE), que caiu 4 posições, seguida por Cemig (MG), Copel (PR), Celesc (SC), ESE (SE), EMS (MS), CPFL Paulista (SP) e EMR (MG), todas com recuo de 3 posições em comparação a 2022. Os índices, de acordo com a Aneel, melhoraram em relação aos anos anteriores. Em 2022, o tempo total sem energia apurado foi de 10 horas e 56 minutos por unidade consumidora, divididas em 5,37 blecautes durante o ano. Em 2021 foram 11 horas e 46 minutos sem energia, divididas em um blecaute a cada dois meses, em média. Levando-se em conta o critério apontado pela assessoria de imprensa da Copel, a companhia continua perdendo posições frente à Aneel nos últimos três anos. Em 202, a empresa apresentou um DEC de 7,22. Com um tempo médio de 7 horas e 13 minutos sem energia por unidade consumidora, a distribuidora era a 9ª em relação a esse quesito nos balanços da agência. Em 2022, esse tempo subiu para 7 horas e 58 minutos, o suficiente para empurrar a Copel para fora das 10 melhores distribuidoras. A 12ª posição na lista da Aneel se manteve em 2023, mesmo com a redução do DEC para 7 horas e 51 minutos.
Gazeta do Povo
Adapar e Faep renovam convênio para emissão da GTA nos sindicatos rurais
Estão aptos a emitir a Guia de Trânsito de Animais 87 sindicatos. Medida auxilia a defesa agropecuária ampliando a oferta deste serviço, o que facilita também a vida dos produtores, que ganham agilidade na obtenção do documento, exigido para o transporte de animais dentro e fora do Estado
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o Sistema da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faep/Senar-PR) renovaram na terça-feira (19) o convênio que permite que os sindicatos rurais emitam a Guia de Trânsito Animal (GTA). O documento é obrigatório para o transporte de animais dentro e fora do Estado, valendo para animais de vocação comercial, incluindo caixas de abelhas e ovos férteis, com exceção dos “pets”, como cães e gatos. O novo convênio vale por mais cinco anos. A parceria entre o Sistema Faep/Senar-PR e a Adapar teve início em 2019. Na época 61 sindicatos rurais assinaram o termo de adesão para a emissão da GTA. Hoje são 87 entidades sindicais aptas a emitir o documento, ou seja, mais da metade dos 161 sindicatos rurais. Antes esses serviços eram prestados apenas pela Adapar e órgãos municipais. A renovação auxilia a defesa agropecuária na ampliação da oferta de serviços para emissão de documentos, facilitando ainda mais para os produtores, que ganham em agilidade na emissão da GTA. A medida também reforça a parceria público-privada na disponibilização de serviços. Conforme o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, a capilaridade que o sistema sindical rural tem no Paraná permite otimizar o serviço de emissão da GTA. “A renovação deste convênio atende as nossas diretrizes de parcerias público-privada. Por meio dos sindicatos rurais, o produtor terá acesso ao serviço na sua localidade, inclusive em locais que não temos atendimento”, explicou. Para a Adapar cabe a reponsabilidade de indicar e disponibilizar servidor para realizar a capacitação dos funcionários dos Sindicatos Rurais quanto ao uso do sistema informatizado e a supervisão e fiscalização do acesso ao sistema de dados do Estado realizado pelos funcionários autorizados. Os sindicatos rurais que ainda pretendem aderir ao convênio e passar a emitir a GTA podem assinar o termo de adesão, informando os municípios que serão atendidos, indicando também o nome do colaborador responsável por emitir as guias, que terá que passar por um treinamento. A qualificação será realizada no próprio sindicato rural, pelos fiscais das Unidades Locais de Sanidade Agropecuária (Ulsas) da Adapar responsáveis pelo município.
Agência Estadual de Notícias
Colheita de soja do Paraná atinge 80% da área, maior índice em 8 anos, diz Deral
A colheita de soja do Paraná, que caminha para ser o terceiro Estado produtor do Brasil na safra 2023/24, avançou para 80% da área projetada, o maior índice para esta época desde a temporada 2016, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), na terça-feira.
Até a semana anterior, os produtores paranaenses tinham colhido 73% da safra de soja, enquanto no mesmo período do ano passado o indicador de colheita era de 60% da área. Na temporada atual, produtores puderam iniciar o plantio mais cedo, beneficiados por chuvas. Depois, com o tempo seco, o ciclo das lavouras foi acelerado, o que também reduziu a produtividade em parte do Estado. O índice de colheita atual só fica atrás dos 83% registrados na mesma época de 2016. Entre 2022 e 2020, o indicador era de 75%. A maior parte das áreas de soja já estão em maturação. O Deral informou também que o plantio de milho avançou para 96% da área projetada, ante 91% na semana anterior e 77% na mesma época do ano passado. Com a colheita de soja adiantada, o índice de plantio de milho é também o mais avançado em vários anos, igualando o patamar registrado em 2016. O Deral não apontou modificações significativas na condição da safra de milho, colocando 92% em boa situação.
Reuters
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em alta de 0,12%, a R$ 5,0314 na venda
O dólar fechou em alta tímida frente ao real na terça-feira, depois de ter subido acentuadamente no início do pregão, acompanhando melhora gradual no sentimento global antes da reunião de política monetária do Federal Reserve
A divisa norte-americana à vista subiu 0,12%, a 5,0314 reais na venda, segundo pregão seguido que encerra acima da marca psicologicamente importante de 5 reais. Antes disso, a última vez em que o dólar havia fechado acima desse patamar fora no final de outubro de 2023.
Reuters
Ibovespa sobe com Vale em sessão com liquidez baixa
Minério de ferro avança mais 5% na China e impulsiona ações da mineradora e de siderúrgicas
Enquanto investidores aguardam decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, retirando liquidez e parte do apetite por risco dos mercados globais na sessão, o Ibovespa subiu novamente ajudado pelas ações da Vale, após o minério de ferro avançar mais 5% na China. No fim do dia, o índice subiu 0,45%, aos 127.529 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,68 bilhões no Ibovespa e R$ 20,64 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,56%, aos 5.178 pontos, Dow Jones fechou em alta de 0,83%, aos 39.110 pontos e Nasdaq teve ganhos de 0,39%, aos 16.166 pontos. A expectativa pelas decisões de juros do Banco Central e do Federal Reserve (Fed) manteve os mercados em estado de atenção ontem. Nick Robinson, diretor de investimentos para ações de emergentes da Abrdn, nota que a resiliência econômica e a incerteza quanto ao início do ciclo de cortes das taxas de juros nos EUA, bem como o entusiasmo com avanços tecnológicos nas empresas dos mercados desenvolvidos, podem ajudar a explicar a falta de fluxo para emergentes, Brasil inclusive, no início do ano. “Mas, como investidores de longo prazo com foco em empresas de qualidade, continuamos encontrando boas empresas para investir no Brasil, com perspectivas e valuations atraentes. Esta abordagem ajudou-nos a manter uma modesta posição de sobreponderação ao longo dos anos e continuará a ser o nosso principal impulsionador para modelarmos nossa exposição. Naturalmente, os desenvolvimentos macroeconômicos e políticos no país são componentes-chave da nossa avaliação das perspectivas para as empresas, bem como dos riscos para a nossa exposição no país, pelo que o funcionamento das instituições, a estabilidade e a previsibilidade das políticas também são fatores importantes”, diz. Para ele, o Brasil tem muito a ganhar com a melhoria da estabilidade e da previsibilidade, o que inclui uma gestão prudente das finanças públicas e a redução do ruído político e da interferência indevida. Vale ON subiu 0,82%, acompanhando a alta de mais de 5% do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China. A expectativa por maior demanda da China após o país asiático divulgar dados econômicos positivos deu sustentação à commodity. “Estou marginalmente mais animado com o setor, mais especificamente Vale, principalmente por uma questão de preço depois das perdas recentes”, diz um gestor.
Valor Econômico
Mercado passa a ver crescimento mais alto em 2024, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram suas projeções para a inflação e o crescimento econômico neste ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na terça-feira
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2024 subiu em 0,02 ponto percentual, para 3,79%. Para 2025 a projeção foi elevada em 0,01 ponto, a 3,52%, enquanto para os dois anos seguintes seguiu em 3,50%. O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou a 1,80%, de 1,78% na semana anterior, enquanto para 2025 seguiu em 2,0%. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que o mercado manteve a expectativa de novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros quando o Comitê de Política Monetária anunciar sua decisão na quarta-feira, com a Selic encerrando 2024 a 9,0% e 2025 a 8,50%, cenário que também não sofreu alterações.
Reuters
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