Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 574 | 11 de março de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Queda nas principais praças pecuárias. Apenas São Paulo manteve estabilidade nos preços da arroba na semana
Segundo apurou o engenheiro agrônomo Pedro Gonçalves, analista de mercado da Scot Consultoria, das principais praças pecuárias brasileiras, apenas São Paulo manteve estabilidade (nos preços da arroba) ao longo desta semana (R$ 230/@ para o boi comum e R$ 235/@ para o “boi China”). No Paraná o boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias
Segundo Gonçalves, as praças de Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Pará apresentaram quedas nas cotações no decorrer da semana. Levantamento da Scot mostra que a ociosidade média dos frigoríficos no Brasil é de aproximadamente 20,6%, mostrando uma densa atividade de abate para o início do ano. De acordo com o analista da Scot, o indicador de abate do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) apresentou, até 29/2, um abate aproximado de 1,2 milhão de cabeças no Estado (maior rebanho nacional), com a participação de fêmeas em 53%. Segundo apurou a S&P Global Commodity Insight, o mercado do boi gordo enfrenta uma dinâmica desafiadora, com os pecuaristas retendo gado para abate na tentativa de segurar os preços frente à grande oferta de vaca gorda. “Essa estratégia tem impacto direto nas transações no mercado físico, com os frigoríficos demonstrando relutância em efetuar compras, dada a oferta expressiva e as escalas de abate consideradas confortáveis”, ressaltou a S&P Global. Com isso, acrescenta a consultoria, as negociações permanecem escassas, pressionando para baixo o preço da arroba em muitas praças pecuárias. “Vale ressaltar as movimentações importantes para o começo do ano em relação à exportação, como a corrida para atender a cota estadunidense (segundo principal comprador da carne bovina) e os meses finais para o preenchimento da Cota Hilton de exportação para a União Europeia”, relata Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria. Até o momento, China/Hong Kong (51,3%), Estados Unidos (7,7%), Emirados Árabes Unidos (6,7%), Filipinas (4,0%) e Chile (3,1%) compõem os cinco principais compradores de carne bovina brasileira, observou Gonçalves. Segundo o analista, a demanda internacional pela carne bovina brasileira deve seguir alta, enquanto no mercado interno o consumo do período deve manter o escoamento baixo, com preços do boi gordo tendendo à estabilidade. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias; Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Rondônia — O boi vale R$200,00 a arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Escalas de abate fecham a semana sem mudanças diz a Agrifatto
Agrifatto informa que as escalas de abate das indústrias permaneceram estáveis na sexta-feira (8/3), na comparação com o fechamento da semana anterior, rondando em 10 dias úteis na média nacional. No Paraná as indústrias locais avançaram 1 dia útil e fecharam a semana em 10 dias úteis de escalas programadas
São Paulo – As escalas fecharam a sexta-feira (8/3) em 12 dias úteis, com avanço de 1 dia útil ante a sexta-feira anterior. Pará – Os frigoríficos paraenses encerraram a semana com as escalas de 10 dias úteis, sem alterações no comparativo semanal. Mato Grosso – As escalas ficaram em 9 dias úteis, apresentando estabilidade no comparativo semanal. Mato Grosso do Sul – O Estado também registrou estabilidade sobre a sexta-feira anterior, fechando a semana com as programações de abate rondando em 9 dias. Rondônia – Não apresentou alteração no comparativo semanal e as programações de abate estão próximas de 12 dias úteis. Tocantins – Os frigoríficos estão com as programações de abate próximas a 8 dias úteis, sem alteração em relação ao fechamento da semana anterior. Minas Gerais – As indústrias mineiras apresentaram 1 dia de avanço, ante sexta-feira passada, e as programações estão próximas a 10 dias úteis. Goiás – Os frigoríficos goianos fecharam a semana com as escalas em 9 dias úteis, com recuo de 1 dia útil na comparação semanal.
Portal DBO
Exportação de carne bovina cresceu 52% em fevereiro, diz Abrafrigo
Receita obtida com os embarques aumentou 33%, para US$ 924,7 milhões. Foram exportadas 231,16 mil toneladas de carne bovina no mês passado
As exportações totais de carne bovina (considerando produtos in natura e processados) do Brasil somaram 231,16 mil toneladas em fevereiro, alta de 52% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) divulgado na sexta-feira (8/3) com base em dados do governo federal. A receita obtida com os embarques aumentou 33%, para US$ 924,7 milhões, limitada pelo contínuo movimento de queda nos valores da carne exportada. Segundo a Abrafrigo, o preço médio por tonelada caiu de US$ 4.564 em fevereiro de 2023 para US$ 4 mil no mês passado, recuo de 12,35%. No primeiro bimestre deste ano, as exportações totais de carne bovina já registraram uma receita de US$ 1,855 bilhão, contra US$ 1,545 bilhão no mesmo intervalo do ano passado (+20%). O volume, por sua vez, cresceu 39% para 466,38 mil toneladas. "A China se mantém como o principal comprador do produto brasileiro e, neste início do ano, elevando suas importações, embora a participação relativa no total das exportações brasileiras tenha caído de 51,4% em 2023 para 41,6% em 2024 porque o país diversificou mais seus mercados", ressaltou a associação em nota. No primeiro bimestre de 2023, a China adquiriu 172.646 toneladas e neste ano foi a 194.135 toneladas (+12%). A receita, porém, subiu apenas 2% para US$ 857,5 milhões. Os preços médios pagos pela China no bimestre caíram de US$ 4.868 em 2023 para US$ 4.417 em 2024 (-9%). Na segunda posição, os Estados Unidos vêm ampliando gradativamente suas aquisições de carne bovina do Brasil, e mais que dobraram as compras no primeiro bimestre com um salto de 150% para 89.103 toneladas. A receita, porém, foi de US$ 171,6 milhões para US$ 258,3 milhões no período, uma elevação de 50,5%, tendo em vista que os preços médios apresentaram forte queda de 40%, para US$ 2.899 por tonelada em 2024. Os Emirados Árabes estão na terceira posição e foram o segundo país que mais elevou suas importações em termos percentuais, segundo a Abrafrigo. As compras dispararam de 6.202 toneladas no primeiro bimestre de 2023 para 26.749 toneladas em 2024 (+326,9%), com a receita passando de US$ 29 milhões para US$ 120,4 milhões.
Valor Econômico
SUÍNOS
Preços no mercado de suínos sobem com destaque para a carcaça em São Paulo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 123,00, enquanto a carcaça especial subiu 2,11%, com valor de R$ 9,70/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (7), o preço ficou estável somente no Rio Grande do Sul, custando R$ 5,99/kg. Houve alta de 0,62% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,53/kg, avanço de 0,33% no Paraná, atingindo R$ 6,10/kg, incremento de 1,03% em Santa Catarina, com preço de R$ 5,91/kg, e de 0,61% em São Paulo, fechando em R$ 6,58/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína acumulam alta de 17,6% neste ano
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 97,8 mil toneladas em fevereiro, número que supera em 24,4% o total embarcado no mesmo período de 2023, com 78,6 mil toneladas
Em receita, as vendas de carne suína totalizaram US$ 205,7 milhões no segundo mês deste ano, resultado 11,3% maior que as US$ 184,9 milhões registradas no mesmo período comparativo do ano passado. No bimestre, a alta acumulada é de 17,6% em volumes, chegando a 197,5 mil toneladas este ano, contra 167,9 mil toneladas registradas entre janeiro e fevereiro de 2023. No mesmo período, a receita acumulada chegou a US$ 404,8 milhões, número 1,9% maior que as US$ 397,7 milhões obtidas no mesmo período do ano anterior. “Há uma nova configuração nas vendas internacionais de carne suína do Brasil. A prevalência das exportações para o mercado chinês vem sendo reduzida pelo aumento da demanda de outros destinos. Graças a isto, registramos o melhor mês de fevereiro da história, se aproximando pela primeira vez das 100 mil toneladas, o que é um importante indicativo sobre o comportamento que o setor deverá manter ao longo deste ano”, analisa Ricardo Santin, presidente da ABPA. China segue como maior importadora da carne suína do Brasil, com 49,5 mil toneladas embarcadas no primeiro bimestre deste ano (-32% em relação ao ano anterior). Completando o ranking dos cinco maiores destinos estão Filipinas, com 25,7 mil toneladas (+208,1%), Chile, com 19,1 mil toneladas (+41,3%), Hong Kong, com 18,5 mil toneladas (+23,5%) e Singapura, com 11,4 mil toneladas (+39%). “A capilaridade das exportações de carne suína aumentou este ano. Pela primeira vez, mesmo em alta, as vendas para Hong Kong foram superadas por outros dois destinos, as Filipinas e o Chile, nações de regiões distintas que vem aumentando significativamente a sua demanda pelo produto brasileiro”, analisa o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. Maior exportador de carne suína do Brasil, o estado de Santa Catarina embarcou 109,6 mil toneladas no primeiro bimestre, volume 18,2% maior que o total registrado no ano anterior. Em seguida estão o Rio Grande do Sul, com 42,2 mil toneladas (+6,1%), Paraná, com 23 mil toneladas (+6,8%), Mato Grosso, com 5 mil toneladas (+49,2%) e Mato Grosso do Sul, com 4,9 mil toneladas (+37,6%).
ABPA
FRANGOS
Preços da ave congelada e do frango resfriado sobem
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,20/kg, da mesma forma que o frango no atacado, valendo R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, o preço ficou sem referência no Paraná, enquanto em Santa Catarina, houve queda de 0,45%, custando R$ 4,42/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (7), a ave congelada teve aumento de 0,96%, alcançando R$ 7,34/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,95%, fechando em R$ 7,41/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Preços divergem entre regiões; embarque é recorde para fevereiro
Apesar da expectativa de maior demanda neste período de início de mês (recebimento de salários), as vendas domésticas de carne de frango têm apresentado comportamentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, com os preços também variando entre as praças
Em relação às exportações brasileiras da proteína, o total embarcado em fevereiro foi de 397,2 mil toneladas (produtos in natura e processados), um recorde para o mês, levando-se em conta a série história da Secex, iniciada em 1997. O volume superou em 4,7% o do mesmo período de 2023 e só ficou um pouco abaixo do de janeiro/24, em 1,9%, devido ao menor número de dias úteis em fevereiro (19 dias). Dentre os maiores demandantes da carne brasileira, a China continua liderando como o principal, com os envios ao país somando 42 mil toneladas em fevereiro, aumento de fortes 9,4% em relação a janeiro, ainda conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.
Cepea/Esalq
Ministério da Agricultura confirma foco de gripe aviária em Cabo Frio no Rio de Janeiro
Caso identificado em ave silvestre, não impactando o status o Brasil como país livre da doença. Dos 159 casos e gripe aviária já confirmados no Brasil, 156 são em aves silvestres como o trinta-réis-boreal
O Ministério da Agricultura confirmou um novo caso de gripe aviária em aves silvestres este final de semana, elevando para 159 o número total de focos identificados no país desde maio do ano passado, quando as autoridades sanitárias encontraram o primeiro animal com a doença em território nacional. De acordo com a notificação, trata-se de uma ave da espécie Sterna hirundo, popularmente conhecida como trinta-réis-boreal, localizada no município de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Dos 159 casos já confirmados, 156 são em aves silvestres e três em criações de subsistência. Não há registro da doença em plantéis comerciais, por isso o Brasil mantém o status de livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
MAPA
MEIO AMBIENTE
UE adia aplicação de regras para conter importações de produtos vindos de áreas de desmatamento
Muitos países em desenvolvimento acusaram a UE de impor seus padrões de desmate aos outros
A União Europeia (UE) deve adiar a aplicação da fiscalização rigorosa das importações de produtos vindos de regiões propensas ao desmatamento, após vários governos de países da Ásia, África e América Latina reclamarem que as regras seriam injustas e prejudiciais, segundo o “Financial Times”. As regras, que envolvem a classificação dos países em baixo, regular e alto risco, deveriam ser implementadas até dezembro. No entanto, o bloco decidiu designar todos os países como risco regular para dar mais tempo para se adaptarem à regulamentação antidesmatamento, informaram três autoridades da UE ao “FT”. “Simplesmente não classificaremos, o que significa que todos os lugares serão de risco médio - precisamos de mais tempo para implementar o sistema”, afirmou uma das fontes. “Recebemos muitas reclamações de parceiros. O atraso significa que nenhum país terá vantagem sobre outro”, completou. A lei, que faz parte do principal Pacto Verde da UE, foi aprovada em 2023 e visa reduzir o papel dos consumidores do bloco no desmatamento, proibindo a importação e venda de produtos, incluindo café, cacau, óleo de palma e borracha, cultivados em áreas desflorestadas. No entanto, muitos países em desenvolvimento acusaram a UE de impor seus padrões de desmatamento aos outros. Países produtores de óleo de palma, como Indonésia e Malásia, levantaram “múltiplas preocupações” sobre as regras em uma carta à Comissão Europeia em setembro. “A legislação ignora circunstâncias e capacidades locais, legislação nacional e mecanismos de certificação de países produtores em desenvolvimento, bem como seus esforços para combater o desmatamento e compromissos multilaterais, incluindo o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, diz na carta.
Valor Econômico
INTERNACIONAL
Índice de preço de alimentos da FAO recua 0,7% em fevereiro ante janeiro
A carne bovina teve alta com a menor oferta da Austrália, disse a FAO
O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recuou 0,9 ponto em fevereiro, cerca de 0,7% abaixo do mês anterior. A média ficou em 117,3 pontos no segundo mês do ano, com baixas nos índices de preços de cereais e óleos vegetais superando as altas do subíndice do açúcar, carnes e lácteos. Em comparação com o igual mês de 2023, o índice recuou 13,8 pontos (10,5%). O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 113,8 pontos em fevereiro, 6,1 pontos (5%) a menos ante janeiro e 32,9 pontos (22,4%) abaixo do valor de um ano atrás. Segundo a FAO, os preços de exportação de milho foram os que mais caíram, com expectativas de grandes colheitas na Argentina e no Brasil, juntamente com preços competitivos da Ucrânia. Para o trigo, a queda foi atribuída ao ritmo forte de embarques russos. Os preços da cevada e do sorgo seguiram as baixas, assim como o arroz, que caiu 1,6% no mês com a demanda de importação lenta e início da colheita da nova safra. O levantamento da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais teve média de 120,9 pontos em fevereiro, recuo de 1,6 ponto (1,3%) ante o mês anterior, e 15 pontos (11%) abaixo de fevereiro de 2023. Conforme a FAO, os preços baixos do óleo de soja, girassol e colza compensaram as altas do óleo de palma, que tem produção sazonalmente menor nos principais produtores no Sudeste Asiático. No mês, o óleo de soja foi pressionado pelas perspectivas de safras abundantes de soja na América do Sul, disse o relatório. Já os preços do óleo de girassol e colza caíram com a ampla oferta global. O subíndice de preços da Carne da FAO teve média de 112,4 pontos em fevereiro, alta de 2 pontos (1,8%) ante janeiro, revertendo sete meses de baixas. A média ficou 0,9 ponto (0,8%) abaixo do valor de um ano atrás. Os preços da carne de aves tiveram a maior alta, com o aumento da demanda dos principais importadores, disse a FAO. A carne bovina teve alta com a menor oferta da Austrália, enquanto a carne suína subiu com a maior demanda da China e da Europa Ocidental. Em contraste, os preços da carne ovina caíram com a desaceleração no ritmo de importações da China e produção recorde na Austrália. No mês, os preços globais foram sustentados por preocupações persistentes sobre as perspectivas para a próxima temporada no Brasil, em virtude do período prolongado de chuvas abaixo da média, disse a FAO. Além disso, previsões que indicam prováveis quedas na produção na Tailândia e na Índia contribuíram para o aumento. No entanto, a melhoria das precipitações no fim do mês nas principais áreas de cultivo do Brasil e o enfraquecimento do real ante o dólar contiveram os ganhos.
Estadão Conteúdo
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Produtor do Paraná tem, em média, três tratores por propriedade, diz pesquisa
Mais de 90% dos agricultores paranaenses dispõem de, no mínimo, um trator, uma plantadeira e um pulverizador. Maioria dos produtores não pretende adquirir equipamentos do gênero nos próximos dois anos
O produtor de grãos do Paraná tem, em média, três tratores por propriedade. Mais de 90% deles dispõem de, no mínimo, um trator, uma plantadeira e um pulverizador, enquanto em 60% das propriedades há pelo menos uma colheitadeira. Os dados fazem parte do Panorama do Mercado de Máquinas no Setor de Grãos no Paraná, estudo feito pela consultoria Kynetec Brasil, baseado em quase 600 entrevistas. Na média geral da pesquisa, informa a consultoria, o produtor do Paraná mantém na fazenda três tratores, um pulverizador, uma colheitadeira e uma plantadeira. Esse estudo foi um modelo teste da consultoria, que pretende realizá-lo nos próximos meses em nível nacional. Entre os pontos abordados no estudo, destacam-se a percepção do produtor relacionada às marcas da indústria e o perfil da frota atual, além de formas de aquisição e uso desses equipamentos, tecnologias embarcadas, mercado de novos e usados, hábitos de manutenção e troca de peças, intenção de compra de novos produtos e o grau de satisfação de proprietários com seu maquinário. Na categoria tratores, por exemplo, o levantamento detectou que a maioria dos produtores não pretende adquirir equipamentos do gênero nos próximos dois anos. Já entre os que se interessam em investir, estão donos de tratores cujo tempo de uso é superior a dez anos. “Somente 10% revelaram intenção de compra de tratores no prazo de 18 meses”, reforça Luciana Neves, especialista na área de ‘Customer Insights’ da Kynetec. Já para pulverizadores, colheitadeiras e plantadeiras, ela acrescenta, o mesmo indicador foi de 24%, 22% e 20%, respectivamente. O levantamento também trouxe à luz a potencial adesão de parte desses agricultores aos modelos mais modernos de máquinas. Em torno de 40% dos entrevistados demonstraram intenção de comprar equipamentos semiautônomos no futuro próximo – em todas as categorias de produtos cobertas pela pesquisa. De acordo com Luciana Neves, no tocante a tendências para o mercado de máquinas, 94% dos entrevistados hoje veem a indústria como impulsionadora de inovação no campo, ao passo que 89% acreditam que novas tecnologias na área revolucionarão a agricultura. Já para 85%, daqui para a frente as máquinas deverão ajudar a tornar o agronegócio mais sustentável. Para o segmento de agricultura de precisão, o estudo antecipa um desafio às empresas da área: perto de 90% dos produtores manifestaram necessitar de suporte em relação ao tema. “Precisam de ajuda para a transição à agricultura de precisão e, nos dias hoje, não utilizam todo o potencial oferecido pela tecnologia”, diz Luciana Neves.
Globo Rural
Paraná propõe ao governo federal Plano Safra 2024/25 com R$ 568 bilhões
O Paraná está propondo ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) a liberação para todo o País de R$ 568 bilhões para o Plano Safra 2024/25. Esse montante abrange a agricultura empresarial e a familiar, com recursos destinados ao custeio, comercialização e investimento. No período 2023/24 o ministério liberou R$ 435,9 bilhões
O documento Proposta para o Plano Safra 2024-2025 foi enviado na sexta-feira (08) com a assinatura da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná), Federação da Agricultura (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar. A contribuição paranaense, com propostas que envolvem, entre outros itens, investimentos, custeio e comercialização, ocorre todos os anos. O ofício que os órgãos representativos dos produtores enviaram aos ministros Carlos Fávaro e Luiz Paulo Teixeira, acompanhando o documento com as propostas, destaca o impacto que as culturas da safra 2023/24 sofreram em razão do comportamento do clima. “Com o avanço das colheitas é possível reavaliar as estimativas de produção, concluindo-se que as perspectivas de obtermos uma safra cheia não serão alcançadas. Esse fator, se configurado, trará consequências diretas sobre a capacidade de pagamento dos produtores e a realização de novos investimentos ao longo do ano em curso”, diz o documento. As entidades lembram que os insumos para a atual safra foram adquiridos em período de preços elevados, mas os valores do produto, particularmente o milho e soja, sofreram redução significativa. “A soma desses fatores está pressionando fortemente as margens de renda, em especial no primeiro elo da cadeia produtiva”, constatam. O documento preparado pelos representantes do agro paranaense salienta ser crucial que a formulação da política de crédito rural priorize atividades, produtores e empreendimentos que gerem benefícios sociais e ambientais. Nesse sentido, propõem a concessão de créditos para pequenos e médios produtores, e para investimentos em tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis. Dos R$ 568 bilhões sugeridos para o Plano Safra, o Paraná destaca que R$ 383 bilhões seriam para créditos de custeio e comercialização e R$ 185 bilhões para investimentos. Do destinado a custeio e comercialização, a proposta é que R$ 45 bilhões sejam direcionados para linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com taxas de juros de 0,5% a 4,5% ao ano. A proposta é que o limite seja elevado de R$ 250 mil para R$ 500 mil para custeio. Para esse público também é pedido aumento em recursos de investimento, passando de R$ 30 bilhões para R$ 45 bilhões. Os limites também devem ser elevados de R$ 210 mil para R$ 350 mil. No caso de algumas atividades, como suinocultura, avicultura, fruticultura e bovinocultura de leite, passaria de R$ 420 mil para R$ 1 milhão. A proposta é que os produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) tenham R$ 71 bilhões para custeio e comercialização, com taxas de juros de 7%. Em investimentos do Pronamp, foram sugeridos R$ 14 bilhões. Aos demais produtores propõe-se sejam destinados R$ 267 bilhões como custeio, com juros de 8%, e R$ 126 bilhões para investimentos. Nos investimentos colocam como prioridade a construção e reforma de armazéns. Para essa linha propõem aumentar de R$ 6,6 bilhões para R$ 12 bilhões o montante de recursos, e de R$ 50 milhões para R$ 150 milhões o limite de crédito para armazéns até 6 mil toneladas. O Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) também está entre as prioridades. A proposta é ter montante de recursos na ordem de R$ 3 bilhões. Na mesma linha de preferência se coloca o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), com sugestão de liberação de R$ 4,5 bilhões. Como quarta prioridade para investimentos é apresentado o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro). Nesse item, os representantes de agropecuaristas paranaenses propõem que os recursos passem de R$ 6,9 bilhões para R$ 9 bilhões, com limite de crédito em R$ 6,5 milhões. Eles acentuam que, nos programas prioritários, as taxas de juros sejam menores e os prazos de reembolso superiores aos demais. A Proposta para o Plano Safra 2024 – 2025 também acentua a necessidade de ampliação dos recursos de crédito para as cooperativas agropecuárias e no Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), passando de R$ 1,9 bilhão para R$ 5 bilhões. A proposta é que o Plano Safra 2024/25 tenha R$ 2,5 bilhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com cronograma de liberação oportuna dos recursos, de acordo com o calendário agrícola. Nesse item, o pedido é também para que seja regulamentada a lei que instituiu o Fundo de Catástrofe. No caso do Proagro, que o limite seja ampliado de R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e por safra. Além disso, propõem que a cobertura seja dada a partir da data de plantio até o término da colheita.
SEAB-PR
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem alta após dados de emprego mistos nos EUA
O dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira, acumulando ganho semanal, com o pessimismo do mercado de ações contaminando o câmbio após decepção com a Petrobras, e na esteira de um relatório de empregos misto dos Estados Unidos
A divisa norte-americana à vista fechou em alta de 0,95%, a 4,9816 reais na venda, registrando a maior valorização diária desde 2 de fevereiro (+1,04%). Na semana, o dólar acumulou ganho de 0,55% frente ao real. A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos superou as expectativas em fevereiro, mas dados de meses anteriores foram revisados para baixo e houve aumento da taxa de desemprego e moderação dos ganhos salariais no mês passado --indícios de algum afrouxamento do mercado de trabalho. A economia dos EUA abriu 275 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, mostraram os dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200 mil vagas em fevereiro, com estimativas variando de 125 mil a 286 mil. Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando 229 mil empregos criados, em vez de 353 mil, conforme informado anteriormente. "O dado de hoje nos traz uma sensação mista. Por um lado, a criação de vagas segue em ritmo forte, mas os dados (revisados e sobre salários) trazem um certo alívio em relação ao mercado de trabalho e ao crescimento dos salários", disse Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "Diante do dado divulgado hoje, é provável que o Fed mantenha uma postura cautelosa na reunião do dia 19 e 20 de março. Os próximos dados serão importantes para compreender melhor a evolução da economia norte-americana”. Até agora em março, o dólar mostra avanço de 0,20%, enquanto, no acumulado de 2024, a divisa tem alta de 2,68% frente ao real, em linha com um rali global do dólar no mesmo período.
Reuters
Ibovespa fecha sessão e semana em queda após ação da Petrobras despencar
Estatal perdeu R$ 56 bi em valor de mercado após divulgar os resultados do quarto trimestre de 2023 e informar que não pagará dividendos extraordinários
O Ibovespa terminou a sessão da sexta-feira e o acumulado da semana em queda, pressionado principalmente pelas fortes perdas dos papéis da Petrobras. A estatal sofreu um tombo na bolsa após divulgar os resultados do quarto trimestre de 2023 e informar que não pagará dividendos extraordinários, um sinal que frustrou participantes do mercado e que foi recebido negativamente por analistas e gestores. Embora tenha se afastado das mínimas do dia, a companhia terminou em queda expressiva e perdeu R$ 56 bilhões em valor de mercado, o que pesou sobre o desempenho do índice. Após ajustes, o Ibovespa caiu 0,99% hoje e 1,36% na semana, aos 127.071 pontos. O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 26,43 bilhões. Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,65%; o Dow Jones recuou 0,18%; e o Nasdaq perdeu 1,16%. As ações PN e ON da Petrobras terminaram em queda de 10,57% e 10,37%, respectivamente, após a publicação dos resultados do quarto trimestre de 2023 e em razão da falta de dividendos extraordinários. A ausência dos proventos extras surpreendeu parte do mercado e levou Bank of America (BofA), Santander e Bradesco BBI a cortarem a recomendação para as ações da companhia de “compra” para “neutra”. “Sempre foi clara pelo governo a ideia de diminuir a distribuição de dividendos, com críticas à política anterior”, afirma Luiz Fernando Araújo, CEO da Finacap. “Mas antes existia dúvida em relação ao discurso e o que a gestão efetivamente faria na prática”. À tarde, após a agência Reuters informar que partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ideia de a estatal não pagar proventos extraordinários, as ações da Petrobras, que tinham se afastado das mínimas intradiárias, ampliaram as perdas.
Valor Econômico
Cresce a procura por reestruturação de dívidas no agronegócio
Alta dos juros e queda do preço das commodities agrícolas levaram mais empresas do setor para renegociação junto a credores. “O preço das commodities é preponderante na equação da saúde financeira do agronegócio”, segundo Douglas Bassi
Alavancado, o agronegócio se tornou um dos protagonistas em processos de reestruturação de dívida no país, com muitos produtores enforcados com custos altos e pressão sobre o preço de algumas commodities. Com o sinal amarelo, estão sendo estudadas formas para amenizar o problema, que incluem mecanismos do mercado de capitais. A necessidade iminente por caixa pelas empresas mais estranguladas pelo custo da dívida já chama a atenção dos fundos especializados em investimentos alternativos, os ‘special sits’, que já analisam oportunidades na área. O panorama de dificuldade contrasta com o avanço do setor no ano passado no país. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu 15,1% e foi o carro-chefe para a expansão de 2,9% do PIB brasileiro. Estudo da Virtus, empresa especializada em reestruturação de empresas, revela a situação. Com o recorte apenas das empresas listadas na bolsa, a fotografia mostra queda na geração de caixa e aumento do nível do endividamento, acendendo o sinal de alerta. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), importante indicador de rentabilidade e que mostra a proporção entre a geração de caixa e a receita líquida de uma empresa, saiu de 14,4% no fim de 2021, na média, para 7,4% no ano passado. A alavancagem, que representa o quanto a dívida é maior do que a geração de caixa anual de uma empresa, contudo, teve movimento oposto, com aumento de 87%, para 3,1 vezes no mesmo período, segundo o levantamento feito a pedido da reportagem. Das empresas analisadas no estudo, 60% já têm alavancagem acima de 3 vezes, sendo essa, no geral, uma das métricas observadas para a quebra de covenants (obrigações financeiras determinadas em contrato). O sócio da Virtus, Douglas Bassi, lembra que o preço das commodities é uma peça preponderante na equação da saúde financeira do agronegócio. Diante do atual cenário, a Virtus tem observado um aumento de consultas por parte de produtores que passam por aperto financeiro. “A tendência continua”, aponta. A fotografia para as empresas não listadas é ainda mais delicada. “As empresas listadas têm um acesso mais fácil ao capital, hoje a um custo de CDI mais 2%, em média. Mas no setor como um todo o spread é muito maior”, afirma. Segundo fontes consultadas pela reportagem muitos produtores rurais se endividaram nos últimos anos, utilizando os recursos para investir, comprando mais terras, em um momento de preço alto das commodities. Muitos deles lançaram mão do Fiagro, fundos de investimento que atuam no setor agropecuário. Um grupo desses produtores, no entanto, não está conseguindo realizar os pagamentos de acordo com os contratos. Os pedidos de recuperação judicial no agro já deram o tom do problema. Segundo dados da Serasa Experian divulgados ontem, os pedidos de recuperação judicial por produtores rurais no ano passado tiveram alta de 535%. E o cenário é de piora, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.
Valor Econômico
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