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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 57 DE 31 DE JANEIRO DE 2022

Atualizado: 23 de mai. de 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 57| 31 de janeiro de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Mercado do boi gordo fecha semana estável

Segundo dados da Scot Consultoria, nas regiões do interior de São Paulo, o boi gordo segue apregoado em R$ 337/@, a vaca gorda em R$ 303/@ e a novilha gorda em R$ 325/@ (preços brutos e a prazo)


Segundo dados da Scot Consultoria, nas regiões do interior de São Paulo, o boi gordo segue apregoado em R$ 337/@, a vaca gorda em R$ 303/@ e a novilha gorda em R$ 325/@ (preços brutos e a prazo). Na avaliação dos analistas, para os próximos dias, o recebimento dos salários e final das férias escolares podem elevar o consumo interno de carne bovina, em relação aos baixos níveis registrados nas últimas semanas. Porém, mesmo com entrada de dinheiro nas contas dos trabalhadores, os consumidores brasileiros devem continuar escolhendo as proteínas mais baratas, como frango e suíno, que seguem registrando quedas semanais nos preços – diferentemente da carne bovina, cujas cotações se mantêm em patamares elevados. “Mesmo com surpreendente volume de embarques ao exterior neste começo de 2022, o consumo doméstico de carne bovina segue insuficiente para absorver a produção vigente”, observa a IHS Markit. Segundo apurou a IHS Markit, no Centro-Sul do País, os preços da arroba do boi gordo ficaram estáveis na maioria das regiões pecuárias, enquanto que na região Norte houve registro de quedas na arroba durante a semana. “A oferta enxuta de gado disponível para abate tem sustentado os preços nos atuais patamares”, observam os analistas da IHS, referindo-se às praças na região Sul e Sudeste. Além disso, continua a consultoria, os preços da arroba nessas duas regiões também seguem fortalecidos pela demanda externa. “As indústrias da região oferecem um ágio de até R$ 10/@ para animais no padrão exportação”, afirmam os analistas. Porém, ao passar das semanas, a IHS Markit observou que os frigoríficos têm encontrado cada vez mais dificuldades em originar animais para exportação (abatidos mais jovens, com idade abaixo de 30 meses). De acordo com a IHS, a pressão baixista observada na região Norte está diretamente associada ao reescalonamento de abates e a diluição da programação diária da operação. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 307/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 315/@ (à vista); PA-Paragominas: boi a R$ 294/@ (prazo) vaca a R$ 284/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 293/@ (prazo) vaca a R$ 281/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 284/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 286/@ (à vista) vaca a R$ 269/@ (à vista.

PORTAL DBO


SUÍNOS


Suínos: setor acumulou quedas na semana

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 88,00/R$ 100,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 7,30 o quilo/R$ 7,65 o quilo


Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (27), houve leve alta de 0,68% no Rio Grande do Sul, custando R$ 4,43/kg, e de 0,39% em São Paulo, chegando em R$ 5,12/kg. Houve queda de 0,68% em Santa Catarina, atingindo R$ 4,40/kg, baixa de 0,47% no Paraná, valendo R$ 4,21/kg, e de 0,19% em Minas Gerais, fechando em R$ 5,18/kg. De acordo com análise do Cepea/Esalq, os valores do suíno vivo têm registrado forte baixa neste mês, devido à combinação de maior oferta de animais e de carne suína e de demanda enfraquecida.

Cepea/Esalq


Preço do suíno independente é de R$ 5,28 no Rio Grande do Sul

O preço médio do suíno independente segue em queda no Rio Grande do Sul. A cotação registrada pela Pesquisa Semanal da Cotação do Suíno, milho e farelo de soja, na sexta-feira (28), é de R$ 5,28, queda de R$ 0,06 centavos em relação à semana anterior


O custo médio da saca de 60 quilos de milho ficou em R$ 97,50. Já o preço da tonelada do farelo de soja é de R$ 2.756,67 e da casquinha de soja é de R$ 1.550,00 ambos para pagamento à vista, preço da indústria (FOB). O preço médio na integração apontado pela pesquisa é de R$ 5,33. As cooperativas e agroindústrias apresentaram as seguintes cotações: Aurora/Cooperalfa R$ 5,40 (base suíno gordo) e R$ 5,50 (leitão 6 a 23 quilos), vigentes desde 18/01/2022; Cooperativa Languiru R$ 5,60, vigente desde 18/01/2022; Cooperativa Majestade R$ 5,40, vigente desde 18/01/2022; Dália Alimentos/Cosuel R$ 5,90, vigente desde 09/08/2021; Alibem R$ 4,40 (base suíno creche e terminação) e R$ 5,45 (leitão), vigentes desde 19/01/2022, respectivamente; BRF R$ 5,40, vigente desde 27/01/2022; Estrela Alimentos R$ 4,60 (base creche e terminação), vigente desde 18/01/2022, e R$ 5,45 (leitão), vigente desde 19/01/2022; JBS R$ 5,30, vigente desde 18/01/2022; e Pamplona R$ 5,40 (base terminação) e R$ 5,50 (base suíno leitão), vigentes desde 18/01/2022.

AGROLINK


FRANGOS


Frango: pequenas variações na sexta-feira

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 0,93%, valendo R$ 5,35/kg

Na cotação do animal vivo, o Paraná teve alta de 0,40%, custando R$ 5,08/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na sexta-feira (28). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (27), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, valendo, respectivamente, R$ 5,83/kg e R$ 5,81/kg.

Cepea/Esalq


China suspende importações de dois frigoríficos brasileiros de carne de frango

Foram embargadas plantas da São Salvador Alimentos e da Bello Alimentos


A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) informou neste domingo (30/1) em seu site a suspensão das importações de dois frigoríficos brasileiros de carne de frango. Foram embargadas as plantas da São Salvador Alimentos, dona da Super Frango, localizada em Itaberaí (GO), e outra da Bello Alimentos, da marca Frango Bello, localizada em Itaquiraí (MS). Os motivos para as suspensões não foram divulgados pela autoridade chinesa. Procuradas, as duas empresas ainda não retornaram à reportagem até a publicação desta edição.

VALOR ECONÔMICO


CARNES


Custos de produção de frango aumentaram quase 20% em 2021, diz Embrapa

No caso dos suínos, aumento do índice da estatal foi de 6,76%


O índice de custos de produção do frango de corte da Embrapa (ICPFrango) subiu 1,5% em dezembro ante novembro, para 403,53 pontos, segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da estatal. O crescimento dos gastos com nutrição (1,58%) e das despesas com energia elétrica e cama (0,11%) puxou a média para cima. Com isso, o custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, produzido em aviário climatizado em pressão positiva, registrou alta de R$ 0,07 em dezembro em relação ao mês anterior, para R$ 5,21 por quilo. Em todo o ano passado, o aumento foi de 19,79%. A suinocultura também registrou gastos maiores em dezembro do que em novembro - 5,25%, com o ICPSuíno chegando a 400,51 pontos. Isso significa que o custo total de produção do quilo do suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina voltou ao patamar de R$ 7 pela primeira vez desde agosto. Segundo a Embrapa, o aumento mensal dos gastos foi puxado pela variação de 5,1% nas despesas operacionais com a alimentação dos animais, que representa 81% do custo de produção de suínos. Com o resultado de dezembro, o ICPSuíno acumulou alta de 6,76% em 2021. A Embrapa usa os Estados de Santa Catarina e Paraná como referência por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente.

VALOR ECONÔMICO


UE bane uso indiscriminado de antibióticos

Relatório apontou grave presença e alta variedade de genes de resistência antibacteriana em amostras de solos e águas nas proximidades de granjas de criação intensiva de suínos em cinco cidades paranaenses


A União Europeia agora tem novas leis em vigor que banem o uso indiscriminado de antibióticos e estimula o bem-estar na criação animal. Esse fato deve impactar mercados internacionais, incluindo o Brasil, uma vez que o bloco, que é o maior importador de alimentos do mundo, também rejeitará a entrada de animais vivos ou de produtos de origem animal nos quais antibióticos tenham sido usados como promotores de crescimento. “Enaltecemos essa legislação. É a iniciativa mais progressista de que temos notícia e um exemplo a ser seguido em todo o mundo. O uso irresponsável de antibióticos na criação industrial intensiva de animais é uma prática que está fomentando um outro problema gravíssimo: a resistência antimicrobiana. Isso ameaça jogar por terra as conquistas de proteção à saúde humana alcançadas pela medicina moderna. A solução mais correta do ponto de vista ético e científico é eliminar a dependência de antibióticos nas criações por meio do aumento dos níveis de bem-estar animal no sistema: animais felizes são naturalmente mais saudáveis”, comenta José Ciocca, Gerente de campanha de Agropecuária Sustentável da Proteção Animal Mundial. Há cerca de um mês um relatório da Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que trabalha em prol do bem-estar animal, apontou grave presença e alta variedade de genes de resistência antibacteriana em amostras de solos e águas nas proximidades de granjas de criação intensiva de suínos em cinco cidades paranaenses.

AGROLINK


EMPRESAS


Copacol registrou faturamento recorde de R$ 7,9 bi em 2021

Sobras da cooperativa paranaense cresceram 12% ante 2020, para R$ 134,9 milhões


A cooperativa paranaense Copacol informou na sexta que registrou faturamento recorde de R$ 7,9 bilhões em 2021, 38% maior que o de 2020. As sobras (lucros) do ano fiscal chegam a R$ 134,9 milhões, com aumento de 12% ante o ano anterior. A distribuição das sobras começa na próxima quarta-feira. Ao todo, o repasse será de R$ 2,70 por saca de soja, R$ 15 por saca de café, R$ 1,30 por saca de trigo e R$ 1,30 por saca de milho. Os adeptos ao programa “Selo Social” da cooperativa terão um acréscimo de R$ 1,50 por saca de soja. Nas integrações, os repasses serão de R$ 1,12 por ave, R$ 0,031 por ovo, R$ 0,026 por juvenil, R$ 0,35 por quilo de peixe, R$ 72 por suíno, R$ 59 por leitão e R$ 0,10 por litro de leite. “Atingimos um faturamento recorde, com grande evolução em nossas atividades. Os desafios são intensos a partir de agora, assim como as oportunidades para atingirmos os nossos objetivos”, disse, em nota, o Diretor-Presidente da cooperativa, Valter Pitol. Com uma área de atuação de 250 mil hectares nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, a Copacol conta com 6,7 mil cooperados, que atuam na produção de grãos, aves, suínos, peixes e leite. A cooperativa possui 21 unidades de armazenamento de grãos e insumos e outras quatro unidades industriais. A Copacol também vende seus produtos ao exterior, chegando a 76 países e com embarques de US$ 476,2 milhões no ano passado, alta de 16,6% sobre o 2020.

VALOR ECONÔMICO


Com faturamento 42% maior, C. Vale distribuirá R$ 129,5 milhões em sobras

A cooperativa C. Vale, do Paraná, informou na sexta-feira (28/1) que obteve R$ 17,4 bilhões de receita em 2021, com crescimento de 42,2% sobre 2020. Diante deste resultado, foi aprovada a distribuição de R$ 129,5 milhões em sobras (lucros) a serem distribuídos entre seus cooperados neste ano, um avanço de 40% na comparação com o ano passado


A C. Vale destacou que a forte valorização do dólar durante 2021 permitiu o aumento expressivo de receita e de sobras. Além disso, ressaltou a elevação de 15,7% no recebimento de soja no ano anterior, o que acabou compensando a redução do volume de milho causada por estiagem e geadas no ano passado. No total, a cooperativa recebeu 4,7 milhões de toneladas de grãos, o equivalente a 78,5 milhões de sacas de 60 quilos. O segmento de agroindústria, por sua vez, respondeu por quase 25% do faturamento total da C. Vale, com receita de R$ 4,29 bilhões. O frango foi o destaque, com 66,8% de sua produção (de 378 mil toneladas) sendo exportada. O Presidente da Cooperativa, Alfredo Lang, disse que o desempenho dá sustentação para que haja novos investimentos. No ano passado, a C. Vale incorporou a Cooatol, de Toledo (PR), e deu início às obras da indústria esmagadora de soja – um investimento superior a R$ 650 milhões que deverá entrar em operação até o final de 2023. “Os bons resultados dão segurança aos cooperados para negociar com uma empresa sólida e garantem à cooperativa a sustentação de que ela precisa para novos investimentos”, disse Lang.

VALOR ECONÔMICO


Marfrig decide não aumentar participação acionária em follow on da BRF

Fatia da empresa de Marcos Molina na dona de Sadia e Perdigão é de 31,6%


A Marfrig decidiu na sexta que não vai tentar aumentar sua participação na BRF no follow-on a ser realizado no início do próximo mês – atualmente, a companhia de Marcos Molina detém 31,66% da dona da Sadia. O conselho de administração da Marfrig aprovou, por unanimidade, que a empresa participará da operação de aumento de capital da BRF, mas que as compras deverão se manter até o limite de sua atual participação acionária. A decisão afasta uma expectativa do mercado de que a Marfrig pudesse utilizar a operação para assumir o controle da BRF sem ter que disparar o gatilho de uma Oferta Pública de Ações (OPA). Em condições normais, se a Marfrig avançasse mais de 33,33% do capital, teria que fazer a mesma proposta (mais prêmio de 140%) pela compra dos papéis para os demais acionistas. Com essa possibilidade no radar, a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras e segunda maior acionista da BRF, questionou a dona da Sadia sobre a necessidade do follow-on, que poderá levantar por volta de R$ 8 bilhões para a companhia. O fundo se preparava para uma possível judicialização, caso a Marfrig avançasse sua posição nesta operação, conforme relatou o Pipeline.

VALOR ECONÔMICO


INTERNACIONAL


Carne suína: pandemia ainda gera incertezas para o mercado global em 2022

Segundo análise do Rabobank, tanto a produção quanto a demanda por carne suína seguem vulneráveis a quaisquer interrupções provocadas pela pandemia


O cenário de incertezas em relação ao mercado global de carne suína deve prosseguir em 2022. A informação consta em relatório referente ao terceiro trimestre de 2022 divulgado pelo Rabobank. e acordo com o banco holandês, a Covid-19 continua sendo o maior curinga para a cadeia global de fornecimento de carne suína, uma vez que tanto a produção quanto a demanda seguem vulneráveis a quaisquer interrupções. A pandemia levou a muitas mudanças no gerenciamento da cadeia de suprimentos e nos padrões de consumo, que continuarão evoluindo. Para o Rabobank, embora muitas coisas estejam incertas, uma confirmação é de que os custos de insumos continuam a aumentar, como taxas de envio, preços da energia e dos grãos para alimentação animal, juntamente com os custos trabalhistas, o que está desafiando as cadeias de fornecimento de carne suína. Segundo o banco, em uma economia em desaceleração, produtores e processadores estão encontrando dificuldades para repassar todos os custos adicionais aos consumidores, de modo que as margens seguirão sob pressão. As importações e exportações globais de carne suína provavelmente cairão em relação aos níveis de 2021, principalmente devido às reduções na demanda de importação da China, à medida que a produção local se recupera. Embora os países importadores tradicionais – principalmente Japão e Coréia do Sul, além de alguns novos países importadores – provavelmente aumentem as importações, os principais exportadores precisarão encontrar um novo equilíbrio entre oferta e demanda. O banco sinaliza também que há preocupações em torno da peste suína africana (PSA). A enfermidade continua influenciando a produção e os mercados de carne suína na Europa, Ásia e nas Américas. Para o segundo e terceiro trimestre, o Rabobank sinaliza alguns fatores que precisarão ser observados, como os casos de Covid-19 e suas restrições nos principais países produtores e consumidores de carne suína, os surtos de peste suína africana e outras doenças animais, as biotecnologias ou vacinas para os casos de Covid-19 e PSA e a erupção vulcânica em Tonga e seus impactos potenciais no clima, produção de energia e na produção agrícola. O Rabobank elaborou alguns destaques com relação a importantes países demandadores de carne suína. A demanda fraca por carne suína pressiona os preços na China, mas a produção no país crescerá, impulsionada pela melhoria da qualidade dos animais. Embora o consumo esteja mais fraco, também por conta do impacto da Covid-19, o país tende a elevar as importações de carne suína, como uma alternativa aos elevados preços da carne bovina. O excesso de oferta na Europa mantém uma pressão baixista sobre os preços. A PSA se espalha para o norte da Itália, potencialmente complicando o comércio. EUA. A redução da oferta de suínos no 1o semestre deste ano apoiará os preços e ajudará a compensar o aumento dos custos. A Covid-19 vem interrompendo os abates e a distribuição de carne suína, ameaçando a demanda. No Brasil o tempo seco elevou novamente os preços dos alimentos. Espera-se que o ano eleitoral traga mais volatilidade ao mercado de suínos do país. Os surtos de Covid-19 e de PSA vêm afetando os mercados de carne suína do Sudeste Asiático. A produção de carne suína no Vietnã e nas Filipinas crescerá neste ano, embora lentamente. No Japão a demanda por carne suína está enfraquecendo à medida que o covid-19 continua se espalhando. As importações de carne suína seguem fortes, pois a carne bovina é mais cara.

RABOBANK


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Produtores realizaram mais de 81 mil acionamentos de seguro rural e Proagro devido à seca

Valor segurado em análise passa de R$ 5 bilhões em indenizações. Com colheita em andamento, PR, RS, MS, SC e SP são os mais afetados nas culturas de milho e soja. O Paraná tem 30.916 acionamentos, o Rio Grande do Sul 4.375 e o Mato Grosso do Sul 3.160


Levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra a dimensão dos comunicados de perdas e avisos de sinistros pelos produtores afetados pela seca. No total, 42.541 apólices de seguro rural foram acionadas e 38.906 comunicados de perdas (COPs) realizados no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) na atual safra de verão até o dia 20 de janeiro, totalizando mais de 81 mil acionamentos pelos produtores. Os dados são das Companhias Seguradoras habilitadas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Mapa e do Banco Central do Brasil, autarquia responsável pelo Proagro. Os destaques do levantamento realizado pela SPA são os prejuízos nas lavouras de milho e de soja, devido à estiagem que afeta parte de algumas regiões dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outras atividades agropecuárias também têm sido afetadas pelo déficit hídrico e pelos efeitos dos dias secos com altas temperaturas, como o feijão, arroz, cana, frutas, verduras, pecuária(leite), apicultura, dentre outras. “Mesmo em anos de safra recordes estamos observando alta sinistralidade. Isso demonstra a importância do seguro rural e a necessidade de ampliação da cobertura em todas as regiões. Esse é um mecanismo de proteção com enorme potencial, pois ainda não ultrapassa20% da área plantada no país”, destaca a Ministra Tereza Cristina. Em quase 3 anos, de janeiro de 2019 até novembro de 2021, as seguradoras pagaram aos produtores, em valores atualizados pelo IPCA, o equivalente a R$ 9,5 bilhões em indenizações, evitando que os produtores precisassem realizar milhares de renegociações de dívidas. A seca ainda não cessou seus efeitos e as lavouras estão em período de colheita, o que deve alterar esses números no próximo levantamento ao final de fevereiro. Dentre as culturas mais afetadas, a soja tem quase 37 mil acionamentos (32% das apólices sinistradas) e 22,2% da área contratada com seguro afetada, que equivale a 1,7 milhão de hectares que serão vistoriadas pelas seguradoras. O Mapa tem estimulado um aumento da rede de peritos que realizam as vistorias e a capacitação dos profissionais de seguro rural. Em janeiro de 2022, o seguro rural conta com 1.178 peritos cadastrados, aumento de 55% nos últimos 15 meses. Dentre os estados mais afetados e que mais contratam seguro, o Paraná tem 30.916 acionamentos, o Rio Grande do Sul 4.375 e o Mato Grosso do Sul 3.160. No total, está em análise nas seguradoras um Valor Segurado da ordem de R$ 2,7 bilhões em indenizações.

MAPA


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar à vista fecha em queda de 0,61%, a R$5,3915

O dólar fechou no menor patamar em quase quatro meses na sexta-feira, com a estabilização dos mercados globais e uma recuperação de Wall Street no fim do dia abrindo caminho para mais demanda por risco e vendas da moeda norte-americana


O dólar à vista recuou 0,61%, a 5,3915 reais, menor valor desde 1º de outubro de 2021 (5,3696 reais). A moeda engatou ainda a terceira semana de perdas, com baixa de 1,22%. Nas três semanas, a desvalorização é de 4,27%. Faltando apenas um pregão para encerramento de janeiro, o dólar acumula declínio de 3,27% no mês. Nesse ritmo, a cotação caminha para registrar a maior queda mensal desde junho de 2021 (-4,77%) e a maior baixa para janeiro desde 2019 (-5,57%). Agentes financeiros seguem debruçados sobre riscos de altas mais intensas de juros nos Estados Unidos, mas, com exceção de um dia ou outro, ativos de mercados emergentes têm mostrado resiliência, especialmente aqueles onde os bancos centrais também estão apertando suas políticas monetárias, caso do Brasil. O Bacen deve promover um terceiro aumento consecutivo de 150 pontos-base na taxa básica de juros na próxima quarta-feira, levando a taxa a 10,75%, maior patamar em cerca de quatro anos e meio e bem distante da mínima histórica de 2% que vigorou entre agosto de 2020 e março de 2021. A taxa de juros embutida em contratos a termo de real para um ano está em 11,7% ao ano, nas máximas desde 2016. Um índice do JPMorgan para divisas emergentes subia também cerca de 0,4% desde o começo do ano, enquanto o índice do dólar contra uma cesta de rivais de países ricos saltava 1,7% no período. Desde 7 de janeiro, os estrangeiros venderam o equivalente a 2,1 bilhões de dólares em contratos de dólar futuro, cupom cambial e swap cambial na B3 --reduzindo, assim, apostas negativas na moeda brasileira.

REUTERS


Ibovespa recua, pressionado pela Petrobras, mas tem terceira semana seguida de ganhos

Após três pregões consecutivos de alta para o Ibovespa, os investidores preferiram embolsar parte dos lucros acumulados nos últimos dias, fato que levou a principal referência da bolsa local a terminar a sessão em queda


Mesmo assim, o índice conseguiu anotar sua terceira semana consecutiva de ganhos, a despeito da volatilidade expressiva observada nos mercados globais. Após ajustes, a principal referência da bolsa local fechou o pregão em queda de 0,62%, aos 111.910,10 pontos. O volume de negócios na sexta-feira foi de R$ 25,68 bilhões, acima da média anual diária de 2022, de R$ 22,79 bilhões. No acumulado semanal, o Ibovespa anotou alta de 2,72%, chegando a sua terceira semana consecutiva de ganhos. No acumulado do mês, a alta já é de 6,76% e, caso o índice não recue no pregão de segunda-feira, terá seu melhor desempenho mensal desde dezembro de 2020. O cenário é o oposto ao observado nos principais índices de Nova York. Após dias de quedas expressivas, o S&P 500 fechou o dia em alta de 2,43%, com uma recuperação expressiva no fim do pregão. No entanto, as perdas do mês de janeiro ainda somam 7,01%. Profissionais de mercado têm atribuído a dinâmica de fluxos expressivos para mercados emergentes às expectativas de que o Federal Reserve (Fed) acelere o ritmo de redução de estímulos monetários nos Estados Unidos. Com isso, é observado um movimento de rotação de carteiras para fora de ações americanas, especialmente do setor de tecnologia, para papéis com múltiplos mais descontados e mais ligados ao ciclo de crescimento da economia. "As ações de mercados emergentes estão superando os mercados desenvolvidos por 6 pontos percentuais no acumulado do ano, apesar do nervosismo do mercado de ações global, em meio à combinação da reprecificação dos custos de oportunidade dos Fed Funds e dos rendimentos dos Treasuries dos EUA de 10 anos e à alta nos preços de energia", afirma o chefe de mercados emergentes do J.P. Morgan, Pedro Martins Junior. Segundo ele, neste cenário, as ações de emergentes devem continuar apresentando desempenho superior à de seus pares desenvolvidos. Até o dia 26, os investidores estrangeiros já haviam ingressado com R$ 24,84 bilhões em recursos no mercado secundário à vista da B3, o que representa, até o momento, o maior fluxo desde novembro de 2020. Do outro lado da moeda, no Brasil, os fundos locais e pessoas físicas seguem se desfazendo de suas posições no mercado acionário local. Até a mesma dada, os investidores institucionais haviam retirado R$ 21,5 bilhões em recursos e as pessoas físicas sacaram R$ 5,73 bilhões. "As saídas de fundos de ações locais do Brasil podem estar acelerando. Tivemos saídas de R$ 2,5 bilhões na semana passada, contra saídas de R$ 1,3 bilhão na média nos últimos 4 meses, e os dados preliminares desta semana já mostram saídas de R$ 1,5 bilhão", afirma o chefe de Economia no Brasil e Estratégia para América Latina do Bank of America, David Beker.

VALOR ECONÔMICO


IGP-M: inflação do aluguel sobe 1,82% em janeiro

Índice acumula alta de 16,91% em 12 meses


O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a inflação do aluguel, subiu 1,82% em janeiro, após variar 0,87% no mês anterior. Com o resultado, o índice acumula alta de 16,91% em 12 meses. Em janeiro de 2021, o índice havia subido 2,58% e acumulava alta de 25,71% em 12 meses. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). “A inflação ao produtor segue espalhada. Os preços dos bens de investimento subiram 2,07%, ante 0,78%, em dezembro de 2021. Já os preços de materiais e componentes para manufatura avançaram para 1,33%, depois de subirem 0,40% no mês passado. Por fim, o minério, embalado pela escalada do preço internacional, fechou janeiro com alta de 18,26% e respondeu por 52% do resultado do IPA”, afirmou, em nota, o Coordenador dos Índices de Preços André Braz. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,30% em janeiro, após alta de 0,95% em dezembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,75% em janeiro. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 0,53%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo bens de investimento, cuja taxa passou de 0,78% para 2,07%, no mesmo período. De acordo com a pesquisa, a taxa do grupo bens Intermediários passou de 1,02% em dezembro para 1,05% em janeiro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de 0,40% para 1,33%. O índice de bens Intermediários, obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,26% em janeiro, contra 0,74% em dezembro. Segundo o Ibre/FGV, o estágio das matérias-primas brutas registrou alta de 4,95% em janeiro, ante 1,22% em dezembro. Contribuíram para o avanço da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-0,52% para 18,26%), soja em grão (-1,03% para 4,05%) e milho em grão (-2,68% para 5,64%). Em sentido oposto, destacam-se os itens bovinos (11,69% para 1,94%), café em grão (12,52% para 1,92%) e suínos (3,20% para -12,39%).

REUTERS


FGV: confiança dos empresários de serviços cai 4,3 pontos em janeiro

É o menor nível desde maio do ano passado


A confiança dos empresários de serviços recuou 4,3 pontos em janeiro e atingiu 91,2 pontos. É o menor nível desde maio de 2021, quando alcançou 88,1 pontos. O resultado está no Índice de Confiança de Serviços (ICS), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), divulgado dia 27. De acordo com o instituto, a piora na avaliação das empresas sobre a situação atual e uma menor perspectiva para os próximos meses contribuíram para a retração do índice em janeiro. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,6 pontos. A queda no Índice de Situação Atual (ISA-S) ficou em 3,1 pontos, passando para 89,4 pontos, o menor nível desde junho de 2021. O indicador atingiu 88,7 pontos. O recuo no Índice de Expectativas (IE-S) ficou em 5,5 pontos. Com isso, alcançou 93,2 pontos, que é o menor nível desde maio de 2021, quando marcou 92,4 pontos. Para o economista da FGV IBRE, Rodolpho Tobler, o setor de serviços começou 2022 com uma nova queda, que é ainda a mais intensa desde março de 2021, período da segunda onda de covid-19. Segundo Tobler, o resultado negativo do primeiro mês do ano parece refletir a desaceleração que já sinalizada nos últimos meses, mas com acréscimo da nova onda da pandemia. “Além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses. Enquanto os fatores persistirem, vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”, afirmou. O movimento negativo em janeiro foi notado em seis dos sete principais segmentos do setor. O destaque ficou com os serviços prestados às famílias, que no final de 2021 contribuíram positivamente para a recuperação do setor e alcançaram nível de confiança acima do resultado agregado.

AGÊNCIA BRASIL


Desemprego cai, mas trabalho segue com qualidade ruim, apontam economistas

Dados do IBGE do trimestre encerrado em novembro revelam mercado fragilizado, dizem especialistas


Com a taxa de desemprego em queda, conforme mostraram os dados de novembro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, economistas ouvidos pelo Valor formam o consenso de que o indicador é positivo, mas que a análise mais aprofundada do resultado ainda mostra um mercado de trabalho fragilizado, principalmente por causa da queda nos rendimentos dos trabalhadores. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no país ficou em 11,6% no trimestre móvel encerrado em novembro de 2021, de 12,1% do trimestre móvel encerrado em outubro. Em números absolutos, até novembro, o país tinha 12,4 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego. O número aponta retração de 10,6% frente ao trimestre anterior, encerrado em agosto (1,5 milhão de pessoas a menos) e queda de 14,5% frente a igual período do ano anterior (2,1 milhões de pessoas a menos). “A taxa de desemprego segue recuando, o que é a parte boa. Caiu bastante em relação ao choque da covid. A taxa de participação da força de trabalho também tem voltado gradativamente. Mas, quando se olha a composição dos dados, tem notícia ruim”, disse ao Valor o economista-chefe da RPS Capital, Gabriel Leal de Barros. O problema mostrado pela Pnad, de acordo com Leal de Barros, é quando se observam os microdados. “Eles não são muito bons. A gente tem um problema grande porque os informais é que estão puxando essa recuperação. Apesar dos formais terem subido em meio à reabertura da economia, são os informais que estão puxando esse efeito quantidade”, destaca. O economista-chefe da RPS Capital observa que o crescimento do número de trabalhadores informais foi de 7,4%, enquanto os formais aumentaram 4%. O efeito disso é que os empregos ofertados, em geral, têm qualidade menor e oferecem renda mais baixa. “O que está conduzindo a recuperação da Pnad é a parte mais frágil do mercado de trabalho. E aí, como esse pessoal tem um salário menor, o rendimento habitual caiu 4,5%, por exemplo”, aponta. “Não dá para soltar rojão. É positivo porque a taxa de desemprego está em direção de queda, mas a composição é desfavorável, a qualidade é ruim”, conclui. Para o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, vale destacar que o número de trabalhadores ocupados já está bem próximo do nível pré-pandemia. Contudo, ele também destaca que o Brasil enfrenta um problema de precarização do trabalho. “Estamos falando de uma recuperação na quantidade, mas sabemos que a qualidade do emprego está voltando bem ruim. O exemplo que está todo mundo falando é a renda do trabalho. É a pior da série histórica. Isso já vem acontecendo desde antes da pandemia”. Segundo o IBGE, a renda média real ficou em R$ 2.444, queda de 4,5% frente ao trimestre anterior e recuo de 11,4% em relação a igual trimestre de 2020. Conforme pontou Imaizumi, é o menor rendimento da série histórica, iniciada em 2012. A massa de rendimento real habitual (R$ 227 bilhões) não teve variações estatisticamente significativas em ambas as comparações segundo o Instituto. “A pandemia intensificou um processo no qual as empresas estão demandando cada vez mais mão de obra de alta qualificação. E o brasileiro, em média, não tem a qualificação para preencher esse tipo de vaga. O ponto de vista é acompanhado pelo economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti. "De fato, temos mais gente trabalhando, mas não integralmente e isso acaba prejudicando no rendimento. O ponto positivo é que o desemprego vem caindo. Apesar de estar em patamar elevado, em 11,6%, a tendência é de queda. Porém, essa queda não vem sendo acompanhada pelo salário real dos trabalhadores. A taxa de informalidade, segundo a Pnad de novembro, está em 40,6% e se manteve estável em relação ao trimestre anterior, embora o número de trabalhadores do mercado informal tenha chegado a 38,6 milhões.

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