Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 569 | 04 de março de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Indústrias sem dificuldade para comprar bovinos. pressão de baixa continua
"Na praça de SP, a oferta de gado, especialmente de fêmeas, aumentou, enquanto o escoamento da carne bovina não acompanhou tal avanço”, relataram os analistas da Scot. No Paraná, o boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de dez dias.
Na última semana de fevereiro, o mercado do boi gordo testemunhou uma pressão baixista nos preços informou na sexta-feira (1/3) a S&P Global Commodity Insight. “As escalas de abate dos frigoríficos permaneceram confortáveis, enquanto os pecuaristas enfrentaram dificuldades para segurar os preços”, ressaltam os analistas da S&P Global. Segundo apurou a Scot Consultoria, no estado de São Paulo, “a oferta de gado, especialmente de fêmeas, aumentou, enquanto o escoamento da carne não acompanhou tal avanço”. Desse modo, as ofertas de compra do “boi-China” e a do boi “comum” caíram R$ 5/@ na sexta-feira (1/3), segundo levantamento da Scot. Com isso, nas praças paulistas, o animal terminado “comum” abriu março/24 cotado em R$ 230/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram negociadas, respectivamente, por R$205/@ e R$ 220/@ (valores brutos e a prazo). A arroba do “boi-China” ficou em R$ 235, portanto, com ágio de R$ 5/@ sobre o boi gordo paulista “comum”, acrescentou a Scot. No mercado futuro, de acordo com informações apuradas pela Agrifatto, as cotações do boi gordo passaram por mais uma semana de desvalorização, com o vencimento para maio/24 reduzindo 2,8% no comparativo entre as quintas-feiras, ficando cotado a R$ 223@ – o menor nível desde ago/23. “Mesmo com a estratégia dos frigoríficos em realizar abates intercalados, com negociações em doses homeopáticas e aquisições que priorizam pequenos lotes, todas as 17 regiões monitoradas mantiveram as cotações laterais pelo quarto dia consecutivo”, afirmou a Agrifatto, referindo-se ao comportamento do mercado na sexta-feira-feira (1/3). Dessa maneira, de acordo com levantamento da consultoria, o preço médio do boi gordo em São Paulo se manteve em R$ 230/@. Nas demais regiões monitoradas, a cotação média ficou em R$ 217,70/@, acrescentou a Agrifatto. No entanto, continua ela, o preço pago pela tonelada da carne bovina exportada pelo Brasil está em US$ 4,5 mil, com retração de 6,5% em relação à média de fevereiro/23. Cotações: São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de doze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de dez dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias; Rondônia — O boi vale R$200,00 a arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO
SUÍNOS
Mercado de suínos, iniciou mês perdendo nas cotações
Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio do aumento no número de animais disponível para abate, associado a menor procura pela proteína suína, sobretudo neste período de encerramento de mês
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 122,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 9,20/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (29), houve tímida alta somente em Santa Catarina, na ordem de 0,34%, chegando a R$ 5,89/kg. Os valores não mudaram em Minas Gerais (R$ 6,38/kg) e no Rio Grande do Sul (R$ 6,01/kg). Foram registradas quedas de 2,09% no Paraná, atingindo R$ 6,09/kg, e de 0,15% em São Paulo, fechando em R$ 6,61/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços do frango vivo subiram no PR e em SC na sexta-feira
O início de março na sexta feira (1) trouxe reação às cotações no mercado do frango. Segundo pesquisadores do Cepea, os preços médios da carne de frango subiram em fevereiro, em relação ao primeiro mês do ano. O impulso veio do bom ritmo das exportações brasileiras
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,76%, valendo R$ 6,65/kg. Na cotação do animal vivo, o preço subiu 1,32% no Paraná, alcançando R$ 4,61/kg, e avançou 3,15% em Santa Catarina, custando R$ 4,58/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (29), tanto a ave congelada como o frango resfriado ficaram com preço estável, custando, respectivamente, R$ 7,26/kg e R$ 7,33.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Exportações elevam preço da carne em fevereiro
Os preços médios da carne de frango subiram em fevereiro, em relação ao primeiro mês do ano
De acordo com pesquisadores do Cepea, o impulso veio do bom ritmo das exportações brasileiras, que contribuiu para enxugar a disponibilidade interna da proteína. Nos primeiros 15 dias úteis do mês, a média diária embarcada foi de 20,7 mil toneladas, expressivo aumento de 21,3% frente à de janeiro, conforme dados da Secex. Foram 311 mil toneladas de carne de frango in natura enviadas ao exterior, contra 353,4 mil toneladas em todo o mês de fevereiro do ano passado. A demanda doméstica, por outro lado, esteve mais enfraquecida ao longo do último mês, ainda segundo pesquisadores do Cepea.
Cepea
Brasil registra três novos focos de gripe aviária e chega a 158
Casos foram confirmados em aves silvestres no Espírito Santo e Rio de Janeiro. Não há registros da doença em granjas comerciais. Maior parte dos casos de gripe aviária no Brasil foi registrado em aves silvestres
O Brasil registrou mais três casos de gripe aviária em aves silvestres, no sábado (2/3). Todos são de alto potencial transmissivo (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade - IAAP) e foram encontrados em pássaros da espécie trinta-réis-boreal. Um dos focos ocorreu em Piúma (ES). Os outros dois, nos municípios fluminenses de São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. Os dados são do Ministério da Agricultura. São João da Barra chegou a sete focos de gripe aviária. O município é, ao lado de Vila Velha (ES), o que tem mais registros no país. Depois, aparecem Bertioga (SP), Itanhaém (SP), Santos (SP) e São Sebastião (SP), com seis cada. O país chegou a 158 casos, 155 em aves silvestres e três em aves de criação para subsistência desde 15 de março, quando foi detectado o primeiro no território nacional. Até o momento, o sistema do Ministério da Agricultura não tem registro de infecção em granjas comerciais, que pode ter efeitos negativos para a produção e o comércio de carne de aves no Brasil.
MAPA
INTERNACIONAL
França é o primeiro país a proibir termos ligados à carne em rótulos plant-based
Empresas que não usam proteína animal não podem usar as palavras “bife”, “presunto”, e “costeleta”, entre outras, em seus produtos. Texto atende a demanda de frigoríficos e indústrias de derivados de carne, que alegam que esses rótulos confundem e enganam os consumidores
O governo francês publicou decreto especificando a lista de nomes que empresas plant-based não podem usar para rotular seus produtos, incluindo, entre muitos outros, “bife”, “presunto” e “costeleta”. O texto atende a demanda de frigoríficos e indústrias de derivados de carne, que alegam que esses rótulos confundem e enganam os consumidores. O mesmo pleito é feito no Brasil. A França havia publicado um decreto sobre os rótulos em junho de 2022. Mas depois o governo decidiu consultar o Tribunal de Justiça Europeu sobre a compatibilidade da proibição com os demais países da União Europeia. Agora, mesmo sem respostas do Tribunal, o governo renovou o decreto. Ficou determinado que os nomes de produtos derivados de carne não podem ser usados para descrever, comercializar ou promover produtos plant-based. As empresas têm três meses para se adaptar e o não cumprimento do regulamento pode gerar multas de até 7,5 mil euros. No Brasil, não há regulamentação para a categoria plant-based. O assunto tem sido discutido entre o Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2020. Ambos já realizaram consultas públicas, sendo a última entre julho e outubro de 2023, sobre o tema, mas nenhuma resolução foi divulgada. Em nota de divulgação da consulta pública, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do ministério havia declarado que a tendência era que esses alimentos feitos a partir de proteínas vegetais sejam denominados como “análogos” aos de proteína animal.
Valor Econômico
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná deve produzir 21,12 milhões de toneladas de grãos na safra de verão 2023/2024
Com o avanço da colheita, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), atualizou os dados sobre as perdas na safra paranaense de verão 2023/2024 em decorrência do clima
Segundo a previsão Subjetiva de Safras (PSS) divulgada na quinta-feira (29/02), o estado deve colher 21,12 milhões de toneladas de grãos em uma área de 6,2 milhões de hectares. No relatório de janeiro, estimava-se um volume de 22,1 milhões de toneladas. A expectativa divulgada pelos técnicos corresponde a uma redução de 17% com relação às 25,5 milhões de toneladas esperadas no começo do ciclo e, se confirmada, representa um volume 21% menor comparativamente ao colhido na safra de verão 2022/2023, de 26,67 milhões de toneladas. Segundo o chefe do Deral, Marcelo Garrido, a quebra se deve principalmente às condições climáticas enfrentadas pelos agricultores. “Tivemos calor intenso, poucas chuvas e mal distribuídas no Paraná, em especial a partir da segunda quinzena de dezembro. É um ano bastante desafiador”, diz. No fim de março, uma nova estimativa deve trazer dados mais refinados sobre as perdas. Para a soja, estima-se uma produção de 18,23 milhões de toneladas, 16,4% menor do que a estimativa inicial, de 21,8 milhões. A primeira safra de milho deve gerar 2,59 milhões de toneladas, 12,6% abaixo do esperado no começo do ciclo (2,9 milhões); e 167,2 mil toneladas de feijão devem ser colhidas na primeira safra, quebra de 23% sobre a estimativa inicial, de 216 mil toneladas. Segundo os técnicos do Deral, os preços também estão em queda nas três principais culturas neste período. Foram colhidos 52% dos 5,8 milhões de hectares de soja plantados. O relatório do Deral estima a produção em 18,2 milhões de toneladas, uma redução em torno de um milhão de toneladas em relação aos dados de janeiro. A perda no campo, até este momento, é estimada em 3,6 milhões de toneladas ou 16,4% para esta safra. “Inicialmente, em condições normais, era esperada uma produção de 21,8 milhões de toneladas. Contudo, o clima adverso, especialmente o calor intenso e a estiagem, reduziram a produção no campo”, explica o analista do Deral Edmar Gervásio. Nesta semana, 61% das lavouras estão em boas condições, 32% em condições medianas e 7% em condições ruins. O plantio do milho segunda safra avançou pelo Estado. Até esta semana, já foram plantados 66% dos 2,4 milhões de hectares previstos para esta safra. Essa área teve um leve aumento desde janeiro e, com isso, a produção pode ser 3% maior do que no ciclo 22/23, somando aproximadamente 14,6 milhões de toneladas. As lavouras já plantadas têm condição boa para 94% da área e apenas 6% têm condição mediana. Já a colheita da primeira safra de milho chegou a 65% dos 296 mil hectares plantados. “A produção atualizada é de 2,59 milhões de toneladas, 373 mil toneladas a menos do que a expectativa inicial, resultando numa perda no campo de 12,6%”, explica Edmar Gervásio. Segundo os técnicos do Deral, muitos produtores que tiveram problemas com a soja nesta safra optaram pelo plantio de feijão na segunda safra, também devido aos bons preços. Com isso, houve um aumento de área de 18% em relação à safra 2022/2023. Estima-se a produção de 691 mil toneladas em 347,7 mil hectares. Se o clima colaborar, esse volume pode ser 44% superior ao da safra anterior, quando foram colhidas 480,5 mil toneladas. Cerca de 97% das lavouras estão em boas condições, e 3% em condições médias.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Economia do Brasil fica estagnada no 4º tri, mas cresce 2,9% em 2023 com força do agro
O Brasil registrou crescimento de 2,9% em 2023 diante de um desempenho recorde da agropecuária, mas o Produto Interno Bruto (PIB) estagnou no quarto trimestre, encerrando com fraqueza um ano que começou com a atividade econômica dando mostras de resiliência
O resultado do ano passado ficou apenas ligeiramente abaixo da taxa de 3,0% de crescimento em 2022. Tanto o governo quanto o BC esperavam expansão de 3,0% do PIB em 2023. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou taxa zero de crescimento no quarto trimestre na comparação com os três meses anteriores, informou na sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE ainda revisou o dado do terceiro trimestre também para uma estagnação frente ao segundo trimestre, depois de ter informado avanço de 0,1% anteriormente. No primeiro trimestre, a economia cresceu 1,3%, enfraquecendo a 0,8% no segundo, em dados também revisados para baixo pelo IBGE. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB teve expansão de 2,1%, contra expectativa de 2,2% nessa base de comparação. Os dados do PIB mostram que o motor para o resultado de 2023 foi a agropecuária, que cresceu 15,1% no ano, com forte desempenho nos primeiros meses do período, marcando um recorde na série que tem início em 1996. “Um terço do crescimento da economia se deveu à agropecuária. A contribuição foi de 1 ponto percentual", destacou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. Ainda do lado da produção, os serviços -- setor que responde por cerca de 70% da economia do país -- avançou 2,4%. Já a indústria expandiu 1,6% sobre 2022, com destaque para indústrias extrativas, com alta de 8,7%, devido ao aumento da extração de petróleo e gás natural e de minério de ferro. “Temos uma economia diversificada, mas agro e extrativa foram menos afetadas pela pandemia. As condições climáticas foram positivas no ano passado e os dois setores têm recebido muitos investimentos", disse Palis. Do lado das despesas, o consumo das famílias no ano avançou 3,1%, em meio à resiliência do mercado de trabalho, programas governamentais de transferência de renda, inflação mais baixa e crescimento do crédito. As despesas do governo subiram 1,7%. Mas a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, apresentou retração de 3,0% em 2023. "O segmento ainda tem sentido os efeitos cumulativos da política monetária restritiva e as condições mais apertadas do mercado de crédito", disse Rafael Perez, economista da Suno Research. Em relação ao setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram desempenho positivo de 9,1%, enquanto as importações recuaram 1,2%. O quarto trimestre teve resultados positivos do lado da produção industrial e de serviços, com altas respectivamente de 1,3% e 0,3%, enquanto a agropecuária contraiu 5,3%. Já o consumo das famílias caiu 0,2%. O destaque foi o crescimento de 0,9% da Formação Bruta de Capital Fixo, depois de quatro trimestres seguidos de retração.
Reuters
Dólar cai após dados sustentarem apostas de corte de juros nos EUA em junho
O dólar à vista fechou a sexta-feira em baixa ante o real, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, após a divulgação de dados fracos do setor industrial dos EUA elevar as apostas de que o Federal Reserve pode cortar os juros em junho
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9545 reais na venda, em queda de 0,35%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou baixa de 0,78%. Na B3, às 17:09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a 4,9685 reais. o início da sessão o dólar demonstrou certa volatilidade, oscilando ora em queda, ora em leve alta, sem que houvesse catalisadores no Brasil ou no exterior para movimentos mais intensos. Isso mudou às 12h, quando foi divulgada uma série de dados nos Estados Unidos. O principal deles foi o PMI industrial medido pelo Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), que caiu de 49,1 em janeiro para 47,8 em fevereiro. Foi o 16º mês consecutivo em que o PMI permaneceu abaixo de 50, o que indica contração no setor industrial. No mesmo horário do PMI, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os gastos com construção caíram 0,2% em janeiro, ante expectativa de alta de 0,2%. Já o índice de confiança do consumidor norte-americano, da Universidade de Michigan, atingiu 76,9 em fevereiro, abaixo dos 79,6 esperados. Após a divulgação dos dados, os rendimentos dos Treasuries se firmaram em queda, com investidores avaliando que o espaço para que o Fed corte juros em junho aumentou. “Todo mundo está observando os dados lá de fora, tentando antecipar quando o Fed vai começar a cortar juros”, comentou durante a tarde Thiago Avallone, especialista de câmbio da Manchester Investimentos. Segundo ele, a influência do exterior se sobrepôs à agenda no Brasil, que teve pela manhã a divulgação do PIB de 2023. “O PIB não está fazendo preço (na sessão da sexta-feira). Nossos dados, aliás, não têm feito preço nenhum nos ativos”, acrescentou Avallone. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o país cresceu 2,9% em 2023, após o PIB ter estagnado no quarto trimestre do ano passado.
Reuters
Ibovespa começa março com leve alta
O Ibovespa fechou com um avanço modesto na sexta-feira, em dia de acomodação após duas quedas seguidas, com as ações da Casas Bahia chegando a disparar 9% após anunciar alongamento de dívida, enquanto a queda dos papéis da B3 com especulação sobre concorrência pressionou negativamente
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,12%, a 129.180,37 pontos, terminando a semana com um decréscimo acumulado de 0,18%. Na mínima, foi a 128.717,01 pontos. O volume financeiro somou 21,2 bilhões de reais. Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,8%, com as ações de fabricantes de chips ampliando ganhos em meio ao frenesi persistente envolvendo inteligência artificial, bem como a queda nos rendimentos dos Treasuries, após dados econômicos fracos dos Estados Unidos e comentários de autoridades do Federal Reserve. O pregão brasileiro também foi marcado por ajustes de começo de mês, com estrategistas e analistas divulgando entre a noite da véspera e a manhã da sexta-feira relatórios com suas perspectivas e recomendações para as ações em março. "Estamos mais construtivos em relação ao desempenho do Ibovespa para esse fechamento de trimestre", afirmou a equipe da BB Investimentos, em relatório assinado pelos analistas Victor Penna e Wesley Bernabé, destacando que o índice retornou aos patamares de precificação de novembro. Eles reconhecem um certo compasso de espera em relação a direcionadores que impulsionem novas altas mais consistentes, em especial em relação ao início do ciclo de corte nos EUA, mas enxergam um suporte de valuation, amparado pela melhora agregada das estimativas de lucro por ação das companhias.
Reuters
Crescimento da indústria brasileira atinge pico de 20 meses em fevereiro, mostra PMI
O crescimento da atividade industrial do Brasil atingiu um pico de quase dois anos em fevereiro diante de uma melhora substancial na demanda, que impulsionou a produção, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês)
Os dados da S&P Global divulgados na sexta-feira mostram que o PMI da indústria brasileira subiu a 54,1 em fevereiro, de 52,8 em janeiro, chegando ao nível mais alto em 20 meses. A marca de 50 separa crescimento de contração. "Os dados do PMI de fevereiro trouxeram notícias positivas sobre a situação da indústria brasileira. Ampliando o ímpeto de janeiro, houve aumentos mais fortes nas encomendas e produção, o que até agora é um bom sinal para o desempenho no quarto trimestre", avaliou em nota a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima. De acordo com o levantamento, as indústrias brasileiras registraram em fevereiro a segunda melhora seguida na entrada de novos trabalhos, no ritmo mais forte desde julho de 2021, embora as vendas internacionais tenham voltado a cair. "Os dados mostraram que as fortes vendas das empresas foram obtidas com a melhora da demanda doméstica, já que as encomendas de exportação caíram a um ritmo mais forte. A maior parte da deterioração nas vendas internacionais aconteceu na América do Sul, embora os entrevistados tenham também notado fraqueza na Europa, Japão e Estados Unidos", disse De Lima. Diante disso, os produtores ampliaram os volumes de produção, que chegou ao nível mais elevado em mais de dois anos e meio, com aquisições de maquinário e tentativas de reconstruir estoques. Com isso, o setor buscou aumentar a capacidade contratando funcionários de forma permanente em fevereiro, com o nível de emprego chegando ao nível mais forte em mais de um ano e meio. Os custos dos insumos aceleraram em fevereiro, mas a inflação no segmento alta ainda permaneceu abaixo da média de longo prazo. Enquanto algumas empresas citaram preços mais elevados de químicos, componentes eletrônicos, alimentos e fretes, outras relataram reduções em commodities agrícolas, combustíveis, gás natural e aço. Em relação às perspectivas para os próximos 12 meses, os produtores brasileiros mostraram-se otimistas diante da inflação contida e da queda da taxa de juros, citando ainda lançamento de novos produtos e expectativas favoráveis para a demanda.
Reuters
Agro deve contribuir menos com o PIB em 2024, dizem especialistas
Problemas climáticos e recuo dos preços dos grãos devem pesar sobre o desempenho do setor neste ano
O clima, que ajudou o Produto Interno bruto (PIB) da agropecuária a crescer 15,1% no ano passado deve ser um dos responsáveis por um crescimento ínfimo ou até por uma queda leve em 2024, alertam economistas. Além de uma safra de grãos menor por causa das intempéries, o recuo dos preços internacionais das commodities agrícolas deve pesar sobre o número deste ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro cresceu 2,9%, para R$ 10,9 trilhões, puxado principalmente pelo resultado do agro. Se não fosse pelo setor, a economia nacional teria avançado apenas 1,6%, afirma Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Conchon acrescenta que os incrementos significativos na produtividade dos grãos brasileiros, vindos do clima favorável e do investimento dos produtores, possibilitaram a forte alta. Outras cadeias produtivas, como arroz, banana e feijão tiveram colheitas menores este ano, limitando o crescimento do setor, realça Conchon. Lucas Farina, analista econômico da Genial, diz que o setor produtivo cresceu principalmente no primeiro trimestre de 2023, época da colheita da safra de verão. “Deixou o que chamamos de ‘carrego estatístico’ muito grande para os trimestres seguintes, em que, por conta da sazonalidade, o setor não performa tão bem”, afirma. O economista Joelson Sampaio, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), destaca que o aumento da demanda pelos produtos da agropecuária brasileira no mercado internacional, principalmente com o contexto da guerra na Ucrânia, foi um dos propulsores desse crescimento. A CNA sinaliza que o PIB do agro pode cair de 0,5% a 1% este ano por conta dos problemas climáticos, que provoca perdas de produção em todo país, além do aumento dos custos do consumo intermediário. “A partir dos dados divulgados hoje, serão reavaliadas as projeções para 2024”, diz Renato Conchon. Joelson Sampaio, da FGV EESP, indica que o resultado não deve ser tão positivo, mas não chegará a ser negativo. O analista econômico da Genial, Lucas Farina, concorda e não vê espaço para uma queda “catastrófica”. Farina diz que seria uma redução em relação ao resultado considerado excepcional do ano passado. Segundo o economista-chefe da Federação de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o recuo em 2024 é normal, pois a base de comparação é muito alta. “Mas quando olharmos em 25 veremos um resultado médio do biênio superior a qualquer país emergente”, diz.
Globo Rural
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