Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 550 | 01 de fevereiro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Janeiro termina com arroba sem força para subir e pressão de baixa
O mercado físico do boi gordo segue sustentando os preços atuais da arroba, mas algumas regiões brasileiras ainda sofrem com a pressão baixista imposta pelas indústrias, relatou a Agrifatto. No Paraná o boi vale R$235,00 por arroba. Vaca a R$215,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abate de oito dias
Na quarta-feira, a consultoria identificou um recuo nas cotações do boi gordo nas praças paulistas. Agora, o valor médio do boi gordo no Estado de São Paulo caiu para R$ 235/@, de acordo com dados da Agrifatto, que acompanha diariamente os negócios envolvendo 17 praças brasileiras. Nas demais regiões de cobertura, o preço médio permaneceu estável na quarta-feira, valendo R$ 224,90/@. Na avaliação da Agrifatto, com o retorno gradual das atividades escolares e aproximação da data do pagamento de salários, no início de fevereiro, o escoamento da carne bovina no mercado doméstico tende a ficar mais aquecido, o que pode fortalecer a esperança de preços da arroba mais firmes. Pelos dados da Scot, na quarta-feira, o preço da vaca gorda recuou R$ 3/@ no mercado paulista, para R$ 212/@. Para as outras categorias, as cotações ficaram estáveis, mas reforçam os analistas da Scot, “há uma pressão baixista pairando sobre o mercado, principalmente envolvendo lotes de machos terminados”. Segundo os números da Scot, o boi gordo “comum” vale R$ 240/@ no Estado de São Paulo, enquanto a novilha gorda e o “boi-China” são negociados por R$ 230/@ e R$ 245/@, respectivamente (preço bruto e a prazo). De acordo com avaliação da S&P Global Commodity Insights, neste momento, a relação entre oferta e demanda de boiada gorda permanece em equilíbrio no mercado brasileiro, mantendo os preços da arroba lateralizados na maioria das praças do País. Porém, diz a S&P Global, a demanda por animais terminados segue lenta nesta última semana de janeiro, indicando que as necessidades das indústrias se encontram minimamente sanadas. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 227@ (à vista) vaca a R$ 210/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 225/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); MT-Cáceres: boi a R$ 208/@ (prazo) vaca a R$ 185/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 202/@ (à vista) vaca a R$ 182/@ (à vista); GO-Sul: boi a R$ 228/@ (prazo) vaca a R$ 210/@ (prazo); PR-Maringá: boi a R$ 227@ (à vista); vaca a R$ 210/@ (à vista); MG-Triângulo: boi a R$ 238/@ (prazo); vaca a R$ 215/@ (prazo); PA-Redenção: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 208/@ (prazo) vaca a R$ 198/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 200/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista).
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO
SUÍNOS
Suínos: mercado encerra janeiro com queda no PR e SP. Alta no RS e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 117,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 9,10/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (30), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, fixado em R$ 6,27/kg. Houve queda de 0,18% no Paraná, atingindo R$ 5,61/kg, e de 0,49% em São Paulo, cedendo para R$ 6,13/kg. No Rio Grande do Sul, foi registrada leve alta de 0,17%, alcançando R$ 5,84/kg, e avanço de 1,42% em Santa Catarina, fechando em R$ 5,70/kg.
Cepea/Esalq
Menor produção de suínos na China deve trazer de volta demanda por volumes da carne brasileira, diz Itaú BBA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), projeta que a produção de carne suína na China deva cair 3% neste ano de 2024, após crescimento de 2,7% em 2023
Segundo relatório divulgado pelo Itaú BBA, este recuo previsto para a China este ano equivale a 1,7 milhão de toneladas, e isso deve se refletir em maiores volumes importados. "Estima-se aumento de 16,9%, num total de 2,25 milhões de toneladas, 325 mil toneladas a mais" informa a análise. A elevação da produção de carne suína na China no ano passado afetou as exportações brasileiras, que recuaram em 16% os embarques para o gigante asiático, o equivalente a 70 mil toneladas. Entretanto, a análise do banco pondera que este volume que deixou de ir para a China acabou sendo enviado para outros mercados parceiros do Brasil. "Com menor produção prevista para a China neste ano, o Brasil poderá voltar a expandir as vendas para os asiáticos, afinal, a necessidade de importação adicional em 2024 estimada para a China é quase cinco vezes maior que a queda das vendas do Brasil para aquele mercado no ano passado", informou o Itaú BBA. Para o cenário doméstico, o banco destacou que um ajuste na produção em 2022 que refletiu em uma moderação no ritmo de produção em 2023 deve se reverter com uma leve alta em 2024. "No curto prazo, o custo maior do milho na ração vem sendo moderado pela queda do farelo de soja, sem grandes impactos até aqui, mas acreditamos que a menor disponibilidade do cereal no Brasil impõe um viés de alta no custo da suinocultura, por isso a importância de o ritmo de produção seguir controlado".
Itaú BBA
FRANGOS
Cotações estáveis para o mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,05/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 6,70/kg
Na cotação do animal vivo, no Paraná o preço ficou estável em R$ 4,52/kg, assim como Santa Catarina, valendo R$ 4,45/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à terça-feira (30), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado não mudaram de preços, custando, respectivamente, R$ 7,28/kg e R$ 7,26/kg.
Cepea/Esalq
Itaú BBA projeta cenário desafiador para custos de produção para frangos, mas boa demanda
De acordo com o Itaú BBA, o cenário da avicultura de corte para 2024 deve ser desafiador do ponto de vista dos custos de produção, sobretudo em vista de uma possível menor oferta de milho no Brasil, o que pode deixar os preços do cereal altos e acima da paridade de exportação
O farelo de soja, que junto do milho são a base da ração das aves, deve ter preços mais baixos, moderando o impacto dos custos de produção na atividade. "Neste sentido, é recomendado elevar a guarda com a gestão de riscos, se protegendo do cenário de elevação dos preços do insumo", informou o banco. Segundo o Itaú BBA, as exportações da proteína avícola do Brasil devem ser favoráveis neste ano. A gripe aviária afetando a produção em muitos países é um fator que deve contribuir para o aquecimento da demanda, além da competitividade do produto brasileiro. Conforme a análise divulgada pelo banco, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) projeta que neste ano "os principais países competidores do Brasil na exportação, EUA, União Europeia e Tailândia deverão ter modestos crescimentos nas suas disponibilidades para exportação". No caso do Brasil, o USDA espera um incremento de 3,2% nas exportações de carne de frango em 2024, para 4,9 milhões de toneladas, enquanto a produção é estimada em 15 milhões de toneladas,1% maior e um novo recorde. "Além disso, para a China, há previsão de queda da produção em 3% em 2024, com o sistema comercial afetado pelas restrições à importação de material genético, inclusive dos EUA, devido à gripe aviária", o que deve colocar o Brasil como principal fornecedor para o gigante asiático. Apesar desta perspectiva positiva para o cenário das exportações brasileiras de carne de frango, a análise do Itaú BBA pondera que o ritmo de produção deve ser equilibrado, sobretudo em um horizonte de bons volumes embarcados, mas com preços baixos.
Itaú BBA
EMPRESAS
Lar Cooperativa diz que receita subiu 3,5% em 2023 “desafiador”
A Lar Cooperativa Agroindustrial, uma das principais empresas em abates de frango do país, teve suas margens reduzidas em 2023 pela redução nos preços de carnes, segundo informações divulgadas em nota no site e em programa de rádio semanal da cooperativa
“Operamos com maiores volumes de produção, produtos elaborados e insumos, mas a deflação dos preços não traduziu este maior volume em grandeza de valores financeiros, nos permitindo crescer sobre o ano anterior apenas 3,5%”, disse o Presidente da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, em nota. A Lar teve uma receita líquida de cerca de R$ 21,79 bilhões em 2023, abaixo da estimativa da companhia de R$ 24 bilhões para o ano, mas ainda acima do faturamento de R$ 21,06 bilhões em 2022. A margem líquida foi de 2,6%, ante 3,4% em 2022. “Um ano tão desafiador nos levou a examinar todas as cadeias produtivas, em todos os seus elos, na busca de maior eficácia, que somados a investimentos em toda a estrutura física, nos proporcionou operar com volumes maiores de produção recebida, industrialização e comercialização”, disse Rodrigues. O resultado líquido da companhia em 2023 foi equivalente a 65% do registrado em 2022, o que Rodrigues considerou “uma grande vitória” dado o cenário desafiador para o segmento de carnes até agosto. “A partir de setembro que sentimos que poderia melhorar e, realmente, em outubro, novembro e dezembro, a área de carnes deu uma boa contribuição, somando-se à área de grãos e insumos que durante o ano vinham performando bem”, disse ele em programa semanal de rádio da cooperativa divulgado na quarta-feira (31). A Lar pretende distribuir sobras do resultado a seus associados em 6 de fevereiro.
Carnetec
Citi revisa expectativas para balanços de frigoríficos
Minerva e BRF devem ter os melhores desempenhos do período, mas a principal aposta é a JBS. Citi revisou as estimativas para os resultados dos frigoríficos brasileiros no quatro trimestre de 2023
O Citi revisou as estimativas para os resultados dos frigoríficos brasileiros no quatro trimestre de 2023. Segundo o banco, Minerva e BRF devem ter os melhores desempenhos do período, mas a principal aposta é a JBS, mesmo com uma pressão negativa nos Estados Unidos. “Prevemos melhorias sequenciais para todas as operações, exceto US Beef, impulsionando o crescimento consolidado da margem”, dizem os analistas Renata Cabral e Tiago Harduim, em relatório. O desempenho deve ser puxado pela Seara e pela operação na Austrália. O banco projeta uma margem Ebitda consolidada de 6,3%, um aumento de 50bps no comparativo com o trimestre anterior. No caso da Marfrig, a National Beef deve registrar margem Ebtida de 3%, uma contração trimestral, mas ainda acima de seus pares, diz o Citi. Por outro lado, há expectativa de uma melhora no cenário para a carne da América Latina. A Minerva deve ser favorecida pelo ciclo positivo do gado no Brasil e na América Latina, apoiando margens “decentes” e encorajando aumentos de volume, segundo o Citi. “Esperamos vendas no quatro trimestre de R$ 7,7 bilhões e Ebitda de R$ 785 milhões. A margem Ebitda deve atingir 10,2%, um aumento de 10bps no comparativo entre trimestres, devido à alavancagem operacional”, projetam. Já a BRF deverá ter um trimestre sólido, com o banco mantendo perspectivas positivas para o custo da ração, o que provavelmente impulsionará a expansão das margens em todas as divisões. O banco projeta um faturamento da BRF de R$ 15,6 bilhões no quatro trimestre, com Ebitda de R$ 1,8 bilhão. “Esperamos que tendências de melhorias nos preços dos grãos impulsionem a expansão das margens”, dizem. Segundo eles, a rentabilidade das carnes in natura do Brasil deverá melhorar com a dinâmica favorável de preços e custos. “Ainda assim, permanecemos neutros/risco alto, uma vez que vemos vantagens limitadas nos atuais níveis de avaliação”, afirmam.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Consumo de energia no Paraná cresceu 10% no quarto trimestre de 2023
Temperaturas elevadas contribuíram para o aumento expressivo impulsionado pela alta de consumo nos setores residencial, comercial e rural
O consumo de energia no Paraná cresceu 10% no quarto trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A alta foi impulsionada, entre outros fatores, pelas elevadas temperaturas registradas durante a primavera e o início do verão. Ao longo do ano, na comparação de 2023 com 2022, o consumo de energia aumentou 4%. Entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, o consumo atingiu a marca de 8.814 GWh (gigawatt-hora). De janeiro a dezembro, o volume total consumido chegou a 33.850 GWh, refletindo um aumento de 4% em relação ao ano anterior. O crescimento no último trimestre foi impulsionado pelo aumento de consumo nos setores residencial, comercial e rural, com taxas de crescimento de 16,8%, 17,7% e 12,6%, respectivamente. Considerando os 12 meses, foram registradas altas de 8,2% (residencial), 7,7% (comercial) e 1,2% (rural). A alta no setor residencial foi influenciada, principalmente, pelo clima mais quente durante os meses finais do ano e o aumento de 2,1% no número de clientes nessa categoria, que alcançou a marca de 4.212.397 unidades consumidoras o Estado, representando 82,5% do total de clientes da empresa: 5.101.084. O crescimento também foi estimulado pelo desempenho sólido do setor comercial, tanto no varejo quanto no atacado. O setor rural experimentou um aumento principalmente devido ao crescimento na agricultura, pecuária e serviços relacionados. O setor industrial cresceu 1,7% no último trimestre, impulsionado principalmente pelo aumento no consumo para a fabricação de alimentos – de janeiro a dezembro, 0,3%. Considerando apenas o mercado cativo da Copel – consumidores que adquirem energia obrigatoriamente da concessionária que atende a sua região –, houve um incremento de 12,1% no consumo de energia no quarto trimestre em comparação com o mesmo período de 2022. No acumulado do ano, a alta foi de 4,1% em relação aos 12 meses do ano anterior. A adesão aos sistemas de micro e minigeração distribuída continuou a crescer, atingindo 312 mil conexões em todo o Paraná até setembro, um aumento de 46,7% em relação ao mesmo período de 2022. O volume de energia compensada, que representa o excedente de geração de energia elétrica pelos clientes, injetado na rede da Copel, aumentou 52,9% no quarto trimestre e 65% no acumulado do ano.
Folha de Londrina
Seca no PR: produtores de soja calculam perdas de até 50% nas lavouras
Condições do clima afetaram seriamente o desenvolvimento dos grãos em diferentes regiões do Estado. Sojicultores do Paraná estão sofrendo perdas com a falta de chuvas e as altas temperaturas
A situação da safra de soja nas regiões norte e noroeste do Paraná está cada vez mais preocupantes para os produtores. A falta de chuvas e as temperaturas altas afetaram o desenvolvimento dos grãos. Em muitas lavouras, as perdas chegam a 50% da produção. “O cenário é bem preocupante”. É assim que o produtor Donato Beltramin, que possui uma área rural em Francisco Alves, no noroeste do Paraná, define a situação da lavoura de soja, que está em fase de colheita. Segundo ele, a estimativa de perdas no potencial dos 400 hectares de cultivo da oleaginosa está entre 40% a 50%. Em algumas áreas da plantação, a quebra ficou entre 60% a 70%. “O clima veio bem até meados de dezembro, a lavoura estava com potencial muito alto, porém, faltou chuva por mais de 30 dias e o grande problema foram as temperaturas muito altas”, comenta Donato. Ele conta que houve chuva regular em 9 de dezembro e, depois disso, só voltou a chover de forma generalizada no dia 10 de janeiro. Enquanto isso, a temperatura média chegou a 42º C, elevando o calor no solo para próximo de 50º C. Com isso, foi registrado abortamento de vagens e grãos na lavoura, o que gera perda na produtividade. Na manhã da quarta-feira (31/01), ele estava no campo acompanhando a colheita de uma área plantada em 2 de outubro. O resultado foi uma produtividade de 20 sacas por hectare, bem abaixo do esperado, que era em torno de 60 sacas/hectare a 70 sacas/hectare: “era esse cenário que vinha se desenhando no início”. Ele acredita que a produtividade média total da área deve fechar entre 35 sacas/hectare a 40 sacas/hectare. Segundo Donato, a região vem sofrendo por causa da seca nos três últimos anos. “Na safra 21/22, tivemos perda de 80% a 90%, foi catastrófica. E, em 22/23, a quebra foi de 60%”, lembra. A esperança era recuperar o prejuízo na safra atual. “Essa safra seria para recompor o fluxo de caixa e ajudar no cumprimento das obrigações. Com tantas perdas, o produtor está totalmente descapitalizado”. O preço para a comercialização da soja também é apontado pelo produtor como um problema, uma vez que os valores estão em queda, ficando pouco acima de R$ 100 a saca na região. “Com a quebra bem grande da safra e os preços diminuindo a cada dia, a conta não vai fechar”, adverte. Em São Jorge do Ivaí, no norte do Estado, o produtor Edson Zangeroli passa por situação semelhante. Edson começou na manhã da quarta-feira a colheita da soja e já está estimando as perdas na lavoura: “está muito triste”. Em 700 hectares de área plantada, ele está calculando uma produtividade entre 50 sacas/hectare a 55 sacas/hectare. O volume ficará bem abaixo das 80 sacas/hectare da safra passada. “Estou prevendo em torno de 30% a 32% de perdas no total”, comenta o produtor. A colheita deve seguir até 15 de março e a lavoura ainda tem muita área verde, que depende de chuva para um bom desenvolvimento. “Ainda não dá para calcular o estrago, se chover o esperado a partir de agora, pode ser que se mantenha essa estimativa”, avalia. A estiagem entre dezembro e janeiro e as temperaturas altas - entre 32º C a 34º C, chegando também a perto de 50º C na lavoura - afetaram de maneira intensa a plantação. “A gente sentia o cheiro de folha queimada no sol, foi muito dramático”, frisa. Boletim publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, na terça-feira (30/01) aponta que, na região norte, a soja encontra-se predominantemente em frutificação e início de maturação, com algumas áreas pontuais sendo colhidas. “Segundo os técnicos de campo de cooperativas, nessas primeiras áreas colhidas o rendimento médio está abaixo do estimado inicialmente, consequência da falta de chuvas regulares e do calor intenso sofrido pela planta no seu ciclo. A recuperação de várias plantações estava condicionada à incidência de chuvas, e na última semana foram observadas precipitações. No entanto, em diversas áreas as perdas já estão consolidadas”, informa o documento. O Deral diz ainda que técnicos e produtores alegam que as chuvas chegaram tarde para muitas plantações e grande parte das lavouras teve um enchimento de grãos muito aquém do esperado. A volta da umidade deverá contribuir para a recuperação das lavouras que foram plantadas mais tarde. Sobre o noroeste do Estado, o Deral menciona que a colheita da soja teve início na última semana e as primeiras áreas apresentam produtividade abaixo do estimado inicialmente. As condições de intenso calor, aliadas às poucas e mal distribuídas chuvas no Paraná, particularmente após a metade de dezembro, levaram à redução na estimativa de safra 2023/24. A Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Deral no dia 25 de janeiro, é de 22,1 milhões de toneladas, 15% a menos que os 25,5 milhões estimados na primeira projeção de plantio, feita em agosto de 2023. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento prevê um reflexo na economia do Estado com perdas estimadas, até o momento, em torno de R$ 5 bilhões. A colheita de soja atingiu 12% da área total no Paraná. Do que resta a campo, 61% está em condição boa, 31%, mediana e 8%, ruim, e o percentual de perdas deve aumentar, na previsão da Secretaria da Agricultura.
Globo Rural
ECONOMIA/INDICADORES
BC reduz juros em 0,50 ponto percentual e Selic vai a 11,25% ao ano
Esta é a quinta queda seguida. Decisão foi unânime
Conforme indicado na reunião anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir novamente a taxa básica (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ano, na quarta-feira. Esta é a quinta queda seguida. A decisão foi unânime. "Em se confirmando cenário esperado, membros do Copom unanimamente anteveem redução da mesma magnitude nas próximas reuniões", informaram os integrantes do comunicado. A decisão veio em linha com mediana das expectativas do mercado - das 142 instituições financeiras e consultorias ouvidas em pesquisa feita pelo Valor, 141 esperavam redução de 0,50 ponto percentual na Selic, para 11,25% ao ano. Na reunião de dezembro, o BC já havia sinalizado que, se confirmado o cenário esperado, os membros do comitê "unanimemente" anteviam redução de mesma magnitude "nas próximas reuniões" e avaliavam que esse seria "o ritmo apropriado". Na oportunidade, a decisão foi por reduzir os juros em 0,50 ponto, para 11,75% ao ano. A atual trajetória de queda começou em agosto do ano passado, quando o BC iniciou o ritmo de redução de 0,50 ponto por reunião. Naquela época, a Selic estava em 13,75% ao ano, patamar que tinha atingido em agosto de 2022 depois do ciclo de alta mais agressivo desde a criação do regime de metas para a inflação, em 1999. De março de 2021 a agosto de 2022, a autoridade monetária elevou os juros em 11,75 pontos percentuais. O Copom se reúne novamente em 19 e 20 de março.
Valor Econômico
Dólar à vista fecha em baixa de 0,16%, a R$4,9384 na venda
O dólar à vista fechou a quarta-feira em leve baixa ante o real, numa sessão marcada pela briga entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês, na primeira metade da sessão, e pela decisão de política monetária do Federal Reserve, na segunda metade, com indicações de que o ciclo de cortes de juros nos EUA não começará em março
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9384 reais na venda, em baixa de 0,16%. Em janeiro, no entanto, a moeda norte-americana acumulou elevação de 1,79%. Na B3, às 17:08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,07%, a 4,9540 reais. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa)
Reuters
Ibovespa devolve ganhos após presidente do Fed afastar chance de corte de juro em março
Investidores analisaram ainda, no ambiente micro, o balanço do Santander e a possível fusão entre Grupo Soma e Arezzo
O Ibovespa devolveu a maior parte dos ganhos apurados na sessão de hoje, concentrado principalmente em papéis sensíveis às taxas de juros, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, praticamente descartar um corte de juro na próxima reunião do banco central americano. Após ajustes, o Ibovespa subiu 0,28%, aos 127.752 pontos, mas cedeu 4,79% em janeiro. A mínima intradiária foi de 127.326 pontos, enquanto a máxima alcançou os 129.558 pontos. O volume financeiro do índice no dia (até as 18h25) foi de R$ 21,03 bilhões e de R$ 27,12 bilhões na B3. Em Nova York, S&P 500 recuou 1,61%, aos 4.845 pontos, Dow Jones cedeu 0,82%, para 38.150 pontos, e Nasdaq registrou perdas de 2,23%, aos 15.164 pontos. À tarde, o foco ficou na decisão de política monetária do Fed e na coletiva de Powell, que culminou em uma reação cautelosa dos agentes. O presidente da autarquia afirmou que os membros do comitê enxergam melhora na dinâmica de inflação, mas que ainda não se sentem confiantes o bastante para iniciar o ciclo de flexibilização monetária em breve, praticamente descartando um corte em março. Com isso, os ativos abandonaram locais as máximas do dia e o Ibovespa devolveu a maior parte dos ganhos intradiários. O diretor de investimentos da Nau Capital, Mauricio Valadares, afirma que, como o mercado já tinha precificação agressiva de cortes de juros nos EUA, o comportamento conservador do Fed pode estender o movimento de correção dos ativos no curto prazo. Ele entende, por outro lado, que a decisão traz boas notícias em termos de cenário, já que o comitê explicitou que não deve mais subir juros e que o início do ciclo de flexibilização este ano já é praticamente consenso. “Os preços dos ativos hoje tiram a assimetria positiva do mercado, mas não anulam que o cenário ficará mais benigno à frente. O custo de oportunidade vai cair e isso ajuda, as oportunidades podem é demorar um pouco mais para surgir em termos globais”, diz.
Valor Econômico
Desemprego no Brasil cai para 7,4% no 4º trimestre e fica em 7,8% em 2023. menor taxa desde 2014
Taxa média anual abaixo da mediana das expectativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor, de 8%
A taxa de desemprego no país foi de 7,4% no último trimestre de 2023. O resultado ficou abaixo do verificado no trimestre móvel anterior, encerrado em novembro (7,5%) e abaixo do resultado de igual período de 2022 (7,9%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o desempenho fechado do último mês de 2023, o desemprego no ano completo encerrou com taxa de 7,8%. Foi a menor taxa desde 2014 (7%) – que foi a menor taxa anual da série histórica. No trimestre encerrado em novembro, a taxa estava em 7,5%. Já no caso da taxa de desemprego finalizada em dezembro de 2023, o IBGE detalhou que foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015 e a menor para um trimestre encerrado em dezembro desde 2014. O resultado do trimestre até dezembro de 2023 ficou abaixo da mediana das expectativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor, que apontava para uma taxa de 7,5% no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2023. O intervalo das projeções ia de 7,3% a 7,9%. No trimestre encerrado em dezembro, o país tinha 8,1 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 2,8% frente ao trimestre móvel anterior, encerrado em novembro (menos 234 mil pessoas) e queda de 5,7% frente a igual período de 2022 (menos 490 mil pessoas). Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em março de 2015. Entre outubro e dezembro, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 101 milhões de pessoas, um novo recorde da série histórica iniciada em 2012. Isso representa um avanço de 1,1% em relação ao período do trimestre anterior (mais 1,1 milhão de pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2022, subiu 1,6% (1,6 milhão de pessoas). O contingente de desalentados, que são as pessoas sem vaga e que desistiram de procurar emprego, ficou estável no trimestre encerrado em dezembro em 2023, ante o anterior. De acordo com instituto, a população desalentada ficou em 3,5 milhões no trimestre. Na comparação com igual período de 2022, caiu 13,6% (menos 542 mil pessoas). Na pesquisa, o instituto detalhou também que a população fora da força de trabalho ficou em 66,3 milhões no trimestre terminado em dezembro de 2023. Esse contingente diminuiu 0,8% (menos 543 mil pessoas) em relação ao trimestre antecedente e ficou estável ante o mesmo trimestre de 2022.
Valor Econômico
Fazenda diz que previsão de alta do PIB próxima a 2% em 2024 é conservadora e vê impulso de investimentos
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda afirmou na quarta-feira que uma previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para nível levemente superior a 2% é conservadora, apostando que investimentos darão impulso ao crescimento
Em nota informativa sobre a situação econômica e fiscal do país, a SPE disse ainda que o nível de despesas do governo previstas para 2024 é consistente com o equilíbrio orçamentário, projetando também uma receita líquida de 19,2% do PIB no ano. A pasta apontou que as projeções de mercado para o crescimento da atividade neste ano estão em 1,6%, enquanto a mais recente estimativa do governo, de novembro do ano passado, aponta para uma alta de 2,2%. "A perspectiva de desaceleração do crescimento, para patamar levemente superior a 2%, é conservadora, baseada em leve desaceleração do consumo e do setor externo e em recuperação do investimento, com expansão mais harmônica entre atividades cíclicas e não-cíclicas", disse a SPE, sugerindo que as informações já disponíveis levarão o mercado a revisar as projeções para cima. Para a SPE, a expectativa é que os investimentos deixem de contribuir negativamente para o crescimento, compensando parcialmente a menor contribuição do consumo e do setor externo no ano. De acordo com a pasta, entre os vetores que devem auxiliar esse desempenho estão a diminuição do juro real, expansão das emissões de debêntures incentivadas, incentivos concedidos por bancos públicos à inovação, além de programas de infraestrutura, habitação, transformação ecológica, apoio à indústria e parcerias público-privadas. "O retorno do investimento é prerrogativa essencial para que a produtividade do país, que parece ter ganhado impulso em 2023, volte de fato a crescer", disse. Em relação ao balanço fiscal, a SPE disse que o desempenho da arrecadação em 2023 foi "profundamente afetado" por decisões tomadas em períodos anteriores que provocaram a erosão da base arrecadatória do governo. "A agenda de correção dessas distorções e promoção da justiça tributária avançou bastante em 2023 e deve provocar impactos estruturais positivos na receita nos próximos anos, retomando o patamar de carga tributária líquida federal mais próxima de 19% do PIB", afirmou. Para 2024, a pasta avaliou que a receita líquida de 19,2% do PIB será fruto da "correção de distorções e promoção da justiça tributária" por meio da agenda proposta pela Fazenda e aprovada pelo Congresso Nacional em 2023. "Este patamar é consistente com o equilíbrio orçamentário, priorizando os direitos sociais garantidos na Constituição Federal, a inclusão do pobre no Orçamento e o aumento da progressividade do gasto, por um lado, assim como a progressividade e isonomia tributária sob a ótica das receitas", apontou.
Reuters
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