Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 534|10 de janeiro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Pouca esperança de altas da arroba no curto prazo
“A expectativa do mercado é de que a estabilidade continue”, aponta a Scot Consultoria; em São Paulo, o boi gordo "comum" segue valendo R$ 245/@
Com as escalas de abate confortáveis e o escoamento doméstico ainda comedido, os pecuaristas brasileiros encontram dificuldades para negociar com os frigoríficos, que resistem em pagar a mais pela arroba, informou na terça-feira (9/1) a Agrifatto. Em São Paulo, de acordo com apuração da Agrifatto, a cotação do boi gordo registrou leve recuo de 0,8% nesta terça-feira (9/1), com o animal sendo negociado em R$ 243,50/@, em média. Segundo levantamento da Scot Consultoria, boa parte das indústrias paulistas segue fora das compras de animais terminados. “Com as escalas de abate para oito dias, em média, a cotação da arroba não mudou”, ressaltou a Scot. Com isso, pelos dados da Scot, o boi gordo “comum” vale R$ 245/@ em São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 220/@ e R$ 237/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O “boi-China” está cotado em R$ 250/@ nas praças paulistas (bruto, no prazo), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”. “A expectativa do mercado é de que a estabilidade continue”, reforça a Scot, acrescentando: “Com isso, os preços no mercado paulista estão estáveis há 16 dias úteis para o boi gordo e para o ‘boi China’, 27 dias úteis para a vaca e 22 dias úteis para a novilha”. Na B3, em oposição ao mercado físico, todos os contratos futuros do boi gordo tiveram ajustes positivos na segunda-feira (8/1). O vencimento para janeiro/24 teve alta de 0,77%, ficando cotado a R$ 248,50/@. Quanto às exportações de carne bovina in natura, após fechar 2023 com um volume recorde, a primeira semana de janeiro/24 trouxe os maiores números para o período dos últimos 4 anos, informa a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Foram embarcadas 49,8 mil toneladas nos primeiros quatro dias úteis de 2024. Porém, o preço médio pago por tonelada seguiu estagnado, próximo aos US$ 4,52 mil/t, registrando um recuo de 7,44% no comparativo anual, relata a Agrifatto. Pelo levantamento da S&P Global, os preços do boi gordo seguem estabilizados nas diversas praças monitoradas e as indústrias brasileiras mantêm escalas para os próximos 10 dias úteis. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 240@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 250/@ (prazo); vaca a R$ 235/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 235/@ (à vista) vaca a R$ 210/@ (à vista); MT-Cáceres: boi a R$ 190/@ (prazo) vaca a R$ 185/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 185/@ (à vista); GO-Sul: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); MG-Triângulo: boi a R$ 245/@ (prazo) vaca a R$ 210/@ (prazo); PA-Redenção: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 220/@ (prazo) vaca a R$ 202/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO/AGRIFATTO
SUÍNOS
Terça-feira (9) com quedas acentuadas nos preços no mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF baixou 1,49%, custando, em média, R$ 132,00, enquanto a carcaça especial teve queda de 2,88%, com valor de R$ 10,10/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (8), houve recuo de 1,22% em Minas Gerais, chegando a R$ 7,30/kg, baixa de 0,76% no Paraná, alcançando R$ 6,52/kg, desvalorização de 1,41% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 6,28/kg, queda de 0,46% em Santa Catarina, com preço de R$ 6,46/kg, e de 0,28% em São Paulo, fechando em R$ 7,11/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango no atacado paulista cai 0,44% na terça-feira (9)
As cotações para o mercado do frango ficaram praticamente todas estáveis nesta terça-feira (9), com exceção da ave no atacado paulista, que teve queda
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado recuou 0,44%, valendo R$ 6,80/kg. No caso do animal vivo, Paraná não mudou de preço, custando R$ 4,67/kg, enquanto em Santa Catarina, não houve referência de valor. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (8), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, valendo, respectivamente, R$ 7,34/kg e R$ 7,37/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Coamo lidera ranking de exportação nos Portos do Paraná com 3,65 milhões de toneladas de produtos
Fluxo embarcado pela cooperativa em 2023 corresponde a 14,29% das exportações pelos portos paranaenses
De acordo com ranking divulgado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), a Coamo encerrou o ano de 2023 como líder no ranking de exportadores dos Portos do Paraná. Somente pelo Porto de Paranaguá, a cooperativa embarcou 3,65 milhões de toneladas de produtos agrícolas. Mais de 25,6 milhões de toneladas de produtos e insumos foram exportados por Paranaguá e o total embarcado pela Coamo corresponde a 14,29% dessas movimentações. Além de Paranaguá, a Coamo também exportou através dos Portos de Santos (SP), Antonina (PR), São Francisco do Sul e Imbituba (SC) e Rio Grande (RS). No total, foram 4,76 milhões de toneladas exportadas, com R$10,7 bi de faturamento, o que equivale a 35% das receitas globais da cooperativa. “A Coamo investe no desenvolvimento do mercado externo desde o final da década de 1970, com a percepção de que o potencial de crescimento da produção era grande e que acessar novos mercados seria essencial para escoar com rentabilidade aquilo que os cooperados decidissem comercializar”, explica o Presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari. Galinari complementa dizendo que, em 2023, 53% da produção comercializada foi destinada ao mercado externo, sendo o Porto de Paranaguá o principal caminho dessas exportações. “A relevância da Coamo como a maior empresa exportadora pelo Porto de Paranaguá é fruto da união de 31 mil associados que, isoladamente, seriam pequenos demais frente ao volume que normalmente é transacionado no mercado internacional. No entanto, um pequeno caminhão de cada cooperado é capaz de encher vários navios”, afirma o presidente. Os principais mercados das exportações da Coamo são a China, com a exportação de soja, e a Europa, com o farelo de soja, nos sistemas FOB e CIF, com rastreabilidade e garantia de origem. Além disso, a cooperativa possui mercado em mais de 20 países espalhados por quatro continentes: Ásia, Europa, África e América do Sul.
Coamo
GOVERNO
Desembolso de crédito rural sobe 16% e chega a R$ 249 bilhões, com impulso de bancos privados
Investimentos recuam 10% na metade do Plano Safra 2023/24. Apetite dos pequenos produtores por investimentos deve aumentar na segunda metade no Plano Safra 2023/24
Bancos e cooperativas de crédito já desembolsaram R$ 248,9 bilhões de crédito rural nos seis primeiros meses do Plano Safra 2023/24 para pequenos, médios e grandes produtores, de acordo com dados do Banco Central extraídos na sexta-feira (5/1). O montante é quase 16% superior ao que foi liberado no mesmo período da temporada anterior, de R$ 215,9 bilhões. O desempenho é puxado pelo acesso dos agricultores e pecuaristas às operações de custeio, que somam R$ 141,8 bilhões até a metade da safra 2023/24, elevação de 10% em relação ao ciclo anterior. Também houve expansão significativa nos recursos destinados à comercialização (R$ 29,5 bilhões) e industrialização (R$ 22,4 bilhões), altas de 99% e 112%, respectivamente, na comparação com os desembolsos entre julho e dezembro de 2022. Já as operações para investimentos registraram queda de 10% na primeira metade do Plano Safra 2023/24. Foram acessados R$ 55,2 bilhões, ante R$ 61,5 bilhões no mesmo período da temporada anterior. A retração nos investimentos foi registrada entre os grandes produtores, saindo de R$ 45,7 bilhões na safra 2022/23 para R$ 37,2 bilhões agora. Médios produtores acessaram 90% mais recursos via Pronamp de julho a dezembro de 2023, com R$ 3,5 bilhões contratados. Já os pequenos produtores aumentaram em 5% o volume de contratações no Pronaf, para R$ 14,6 bilhões. Os desembolsos para o Pronaf continuaram no mesmo patamar apurado na metade do Plano Safra anterior, com cerca de R$ 35,3 bilhões acessados. Houve um impulso nas contratações de produtores do Nordeste, principalmente na linha de microcrédito produtivo, também chamado de Pronaf B. O volume desembolsado de julho a dezembro foi de R$ 2,7 bilhões ante R$ 1,6 bilhão em 2022. No Pronamp, foram desembolsados R$ 35,4 bilhões, montante semelhante ao apurado no ciclo anterior. Grandes produtores acessaram R$ 178,2 bilhões, alta de 22% no período. O total de quase R$ 249 bilhões corresponde a 57% dos recursos totais programados para a atual safra, de R$ 435,8 bilhões. Na agricultura empresarial, que considera médios e grandes produtores, a aplicação do crédito rural atingiu R$ 214 bilhões de julho a dezembro de 2023, alta de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os bancos públicos lideram a liberação de crédito rural até aqui, com desempenho semelhante ao dos seis meses finais de 2022, com aplicação de R$ 131,8 bilhões. O Banco do Brasil é o principal financiador, com quase R$ 100 bilhões desembolsados na primeira metade do Plano Safra 2023/24. O desempenho das cooperativas de crédito evoluiu cerca de 9%, para R$ 43,3 bilhões emprestados de julho a dezembro. No caso dos bancos privados, por outro lado, houve um salto de 75% nos desembolsos, saindo de R$ 40,7 bilhões na primeira metade da safra 2022/23 para R$ 71,3 bilhões agora.
VALOR ECONÔMICO
Mapa nomeia gestores para comitê do programa de conversão de pastagens
A portaria foi publicada na terça-feira (9) no Diário Oficial da União
Para dar continuidade ao programa de recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, designou os membros para o Comitê Gestor Interministerial do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). Durante as reuniões os integrantes do Comitê irão definir diretrizes, metas e ações para o programa. Após o primeiro encontro, o grupo terá 90 dias para publicar a resolução que contenha as definições estabelecidas. Coordenador do Comitê, Carlos Ernesto Augustin destacou que espera uma rápida resposta dos membros, com ações estruturantes já para os próximos dois meses de 2024. Além do Mapa, participam do grupo os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; da Fazenda; e das Relações Exteriores. Também farão parte o Banco Central do Brasil; a Comissão de Valores Mobiliários; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; além do setor agropecuário, da agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais; e a sociedade civil. Por meio do PNCPD, lançado em dezembro do ano passado, há expectativa de praticamente dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento, evitando assim a expansão sobre áreas de vegetação nativa. A iniciativa apoiará exclusivamente empreendimentos que estejam inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que no prazo de dez anos, contado da data de ingresso no Programa, reduzam as suas emissões ou aumentem a absorção de gases de efeito estufa, por meio do uso de práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança; não apresentem aumento das emissões de gases de efeito estufa advindas da mudança no uso da terra; e que observem, no caso de financiamento, as condições previstas em normas relativas a crédito rural, aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional.
PORTAL DBO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Preços de alimentos e bebidas caíram 0,14% no Paraná em 2023, aponta Ipardes
O índice compila dados de seis grandes municípios paranaenses (Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu). Em 2023 foram registradas quedas de preços de - 1,81% em Curitiba; - 0,79% em Foz do Iguaçu; - 0,70% em Ponta Grossa e de - 0,13% em Maringá
O Índice de Preços Regionais - Alimentos e Bebidas (IPR), calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), registrou queda de -0,14% em 2023, apontando deflação. O índice compila dados de seis grandes municípios paranaenses (Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu). Em 2023 foram registradas quedas de preços de - 1,81% em Curitiba; - 0,79% em Foz do Iguaçu; - 0,70% em Ponta Grossa e de - 0,13% em Maringá. Por outro lado, Cascavel (1,10%) e Londrina (1,46%) registraram altas, mas com índices inferiores aos observados em anos anteriores, que chegaram na casa de 21,42%. Segundo o diretor de Estatística do Ipardes, Marcelo Antonio, essa queda de 2023 é a primeira observada após três anos de variações em alta (2020, 2021 e 2022). As quedas mais significativas foram lideradas pelo óleo de soja (-28,45%), cebola (-16,44%) e café (-14%), reflexo da safra recorde de grão e da recuperação da produção. Por município, o óleo de soja apresentou a maior variação negativa anual em Curitiba (-30,34%), Ponta Grossa (-29,90%), Maringá (-28,73%), Cascavel (-27,76%), Foz do Iguaçu (-27,59%) e Londrina (-26,30%). No polo das maiores altas no ano passado estão laranja-pera (41,84%), arroz branco (31,84%) e tomate (20,56%). Em relação aos municípios, Londrina teve o maior aumento acumulado na laranja-pera em 2023, de 58,06%, acompanhado por Foz do Iguaçu, 47,48%, Cascavel, 40,92%, Curitiba, 40,41%, Ponta Grossa, 35,90% e Maringá, 29,89%. Em dezembro de 2023, o IPR variou 1,83%, que se seguiu ao aumento de 0,92% em novembro. Em Londrina, ocorreu a maior variação do mês (2,26%), seguida por Cascavel (2,07%), Foz do Iguaçu (1,94%), Maringá (1,81%), Ponta Grossa (1,47%) e Curitiba (1,43%). As variações porcentuais mais marcantes, considerando somente a variação média dos preços, foram as altas de batata-inglesa, tomate, feijão carioca, laranja-pera e feijão preto. Por outro lado, ocorreram contribuições com quedas em leite integral uht, banana-caturra, linguiça, maionese e alho. Segundo Marcelo Antonio, entre os 35 produtos analisados, 23 apresentaram alta no último mês. “Sob a ótica da contribuição, que considera a variação mensal, mais o peso de cada item, os principais responsáveis por essa elevação foram tomate, batata, arroz, óleo de soja e cerveja que, somados, corresponderam a mais de 75% da taxa mensal”, explicou. Os principais reajustes foram o da batata-inglesa, 23,49%; do tomate, 16,45% e do feijão carioca, 11,26%. Por outro lado, ocorreram decréscimos em banana-caturra (-8,98%), leite integral uht (-2,00%) e maionese (-1,88%). “Esses reajustes refletem a mudança de safra, com o início da colheita da batata, a menor oferta de tomate e de laranja, além da recuperação dos preços do feijão após quedas consecutivas entre maio a setembro”, disse o especialista do Ipardes.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Segmento agropecuário foi responsável por 70% da exportação paranaense em 2023
O setor agropecuário, que inclui alimentos, madeira compensada, papel e celulose, foi responsável por 70% do volume exportado em 2023 pelo Paraná. O montante estadual no período foi de US$ 25,2 bilhões, enquanto os produtos que compõem a agropecuária somaram valor superior a US$ 17,6 bilhões.
Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Eles apontam que, em relação a 2022, o crescimento do setor agropecuário foi de 21%. Naquele período o segmento exportou US$ 14,5 bilhões. A análise feita pelo Ipardes mostra que os US$ 25,2 bilhões oriundos de vendas do Paraná em 2023 superaram em 13,7% os US$ 22,1 bilhões acumulados ao longo de 2022, estabelecendo um novo recorde de exportações pelo Estado. Com isso, o Paraná passou de sexto para quinto maior exportador do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que alcançou US$ 22,3 no ano passado. Entre eles, a soja segue como principal produto paranaense de exportação. Em 2023, o item campeão de vendas ao exterior bateu a marca de US$ 5,9 bilhões comercializados, respondendo por 23,5% de toda a exportação paranaense. Na segunda colocação veio a carne de frango in natura, com US$ 3,6 bilhões (14,5% de participação). O terceiro produto mais exportado no período foi o farelo de soja (US$ 1,9 bilhão) e em quarto, os cereais (US$ 1,2 bilhão). Nos últimos cinco anos o Paraná acumula consecutivas altas nas exportações anuais de alimentos, passando de US$ 9,7 bilhões em 2019 para US$ 15,8 bilhões em 2023. No entanto, os segmentos de madeira, papel e celulose, que também fazem parte do setor agropecuário, não tiveram o mesmo desempenho positivo, em consequência da redução nos preços. O papel, que tinha alcançado US$ 871 milhões em 2022, reduziu para US$ 758 milhões, queda de 12,9%. A celulose teve decréscimo ainda mais acentuado, passando de US$ 766 milhões para US$ 599 milhões (-21,8%). A principal redução ficou com a madeira compensada ou contraplacada, com 26,9% a menos de arrecadação nas vendas exteriores, vindo de US$ 643 milhões para US$ 470 milhões. De acordo com o estudo do Ipardes, os bens manufaturados de alta tecnologia também tiveram importante participação. Como no caso dos automóveis, cujas vendas ao mercado internacional totalizaram US$ 545 milhões, alta de 3,6% em relação aos US$ 526 milhões de 2022. No total, as mercadorias produzidas no Paraná desembarcaram em 215 destinos. Os maiores compradores foram a China (US$ 7,1 bilhões), a Argentina (US$ 1,5 bilhão) e os Estados Unidos (US$ 1,4 bilhão), responsáveis por 28%, 6,3% e 5,8%, respectivamente, do total comercializado pelo Paraná em 2023. O México aparece em quarto, com US$ 1 bilhão. No caso da China, que já era a maior compradora dos produtos paranaenses em 2022, o volume de exportações quase dobrou no último ano. O valor passou de US$ 3,6 bilhões para cerca de US$ 7,1 bilhões, correspondendo por boa parte do superávit anual. Em sentido oposto, as importações estaduais de itens fabricados no exterior somaram US$ 18,2 bilhões no ano passado, uma queda de 18,8% em relação a 2022, quando houve US$ 22,4 bilhões em compras externas. Com isso o saldo da balança comercial no Paraná terminou o ano com um superávit de US$ 7 bilhões. Adubos e fertilizantes lideraram as importações pelo Estado, totalizando US$ 2,1 bilhões. O volume, entretanto, foi 40% menor do que os US$ 3,5 bilhões comprados pelo Paraná em 2022. Na segunda colocação apareceram os óleos e combustíveis, que também tiveram redução na importação. Enquanto em 2022 esses produtos movimentaram US$ 2,5 bilhões, no ano passado o montante caiu para US$ 1,8 bilhão – redução de 27,6%.
SEAB-PR/DERAL
Paraná tem colheita do milho verão e plantio da safrinha avançando juntos, aponta Deral
Algumas regiões apresentam potencial para perdas de produtividade
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou seu relatório semanal trazendo as condições de tempo e cultivo para as principais culturas do estado. De acordo com o levantamento as lavouras da safra de verão de milho 2023/24 se dividem em 2% na fase de desenvolvimento vegetativo, 13% em floração, 54% em frutificação e 31% já em maturação. Enquanto isso, 1% da área já foi colhida até a última segunda-feira (08). As regiões que já começaram a colher são Paranaguá (15%), Campo Mourão e Laranjeiras do Sul (3%), Francisco Beltrão e Ponta Grossa (2%). Os técnicos do Deral ainda classificaram 77% das lavouras em boas condições de desenvolvimento, 20% em médias e 3% em ruins. Ao mesmo tempo, as lavouras de milho segunda safra ainda não chega à 1% do total previsto, mas se dividem entre germinação (76%) e desenvolvimento vegetativa (24%). As áreas avaliadas como boas são 99% e como média 1%. As regiões mais adiantadas na semeadura são Guarapuava e Irati (25%), União da Vitória (20%), Laranjeiras do Sul e Pato Branco (5%) e Ponta Grossa (2%). Detalhando as regiões paranaenses, o Deral indica que a maior parte do milho de verão está em frutificação e apresentando bom aspecto de sanidade na região Norte. “Porém, devido às altas temperaturas registradas e à ausência de chuvas gerais e volumosas, algumas lavouras estão sentindo os efeitos da baixa umidade, o que deve resultar na redução do potencial produtivo”. Nas regiões Oeste e Centro-Oeste o milho está em boas condições, com a maior parte das lavouras em fase de frutificação e iniciando a maturação. A colheita do milho verão já começou na região Sudoeste e deve se intensificar nos próximos dias. “A incidência de cigarrinha e o período chuvoso durante a floração devem impactar negativamente na produtividade”, avalia o Deral. As lavouras de milho estão apresentando bom vigor vegetativo e saúde, com a maioria das áreas entrando na fase de frutificação na região Sul. “Nas áreas implantadas no final do zoneamento agrícola, os produtores estão realizando o controle da ferrugem asiática na soja e da cigarrinha do milho, além de outros tratos culturais”, pontuam os técnicos.
SEAB-PR/DERAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar acompanha exterior e sobe ante real após três sessões
O dólar à vista fechou a terça-feira em alta no Brasil, interrompendo uma sequência de três sessões consecutivas de queda, com as cotações em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante as demais divisas no exterior, em um dia marcado por nova alta dos rendimentos dos títulos norte-americanos
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9068 reais na venda, em alta de 0,76%. Em janeiro, a moeda norte-americana acumula elevação de 1,14%. Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,72%, a 4,9195 reais. Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que a nova alta dos rendimentos dos Treasuries, em meio à percepção de que aumentaram as chances de que o Federal Reserve não corte juros em março, impulsionou a moeda norte-americana ao redor do mundo, inclusive no Brasil. “O mercado segue em compasso de espera para a leitura de índices de inflação nesta semana, aqui e nos EUA”, afirmou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo. “A agenda (de indicadores) fraca (hoje) e o giro fraco também deixam o mercado com menor liquidez e, então, um pouco mais sensível ao impacto de operações comerciais”, acrescentou. Investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, na quinta-feira, e dos primeiros balanços corporativos norte-americanos, na sexta-feira, para avaliar os rumos da economia e, em paralelo, o futuro da política monetária do Fed. A depender do resultado, podem ocorrer mudanças de posições mais relevantes nos mercados -- inclusive no de câmbio. No Brasil, o destaque será a divulgação da inflação oficial na quinta-feira. Ainda que o dólar tenha subido nesta terça-feira, alguns profissionais do mercado seguem defendendo que a tendência de curto prazo para a moeda norte-americana é de baixa ante o real, considerando os níveis ainda elevados da taxa básica Selic e a perspectiva de que o Fed comece a cortar juros em algum momento este ano.
REUTERS
Ibovespa recua com queda de papéis ligados a commodities e bancos
O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, pressionado por recuo de papéis ligados a commodities e bancos, em dia de agenda econômica esvaziada e com investidores ainda em compasso de espera pelos dados de inflação nos Estados Unidos nesta semana
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,74%, a 131.446,59 pontos. O volume financeiro somou 18,6 bilhões de reais. Para Luís Moran, head da EQI Research, os relatórios de inflação nos EUA, previstos para quinta-feira, continuam sendo o ponto central de atenção do mercado ao longo desta semana. O S&P 500 e o Dow Jones fecharam em queda, pressionados por uma alta modesta nos rendimentos dos Treasuries, conforme investidores avaliam o momento e o tamanho de quaisquer cortes na taxa de juros do Federal Reserve em 2024. "A gente tem olhado mais para exterior", acrescentou a sócia e especialista da Blue3 Investimentos, Bruna Centeno, afirmando que o sentimento nas bolsas norte-americanas precificou tom mais negativo do Ibovespa. Sem grandes "drivers" no dia, o recuo de papéis ligados a setores-chave, como commodities e bancos, contribuíram para o desempenho fraco do índice. Os preços do minério de ferro na China encerraram as negociações diurnas em baixa, corroborando queda da Vale, enquanto a alta do petróleo no exterior não foi suficiente para ancorar as ações da Petrobras. No cenário local, a questão fiscal permaneceu no radar, com investidores monitorando os desdobramentos relacionados à medida provisória que reonera de forma gradual a folha de pagamento de setores da economia.
REUTERS
Banco Mundial eleva previsão do PIB do Brasil em 2023 e 2024, mas reduz para 2025
Economia do país deve crescer 3,1% em 2023, ante previsão anterior de 1,2%; expansão deve ficar em 1,5% em 2024 e 2,2% em 2025, segundo relatório da instituição
O Banco Mundial elevou a previsão de crescimento da economia brasileira em 2023 e 2024, citando o desempenho acima do esperado na atividade ao longo de boa parte do ano passado, mas reduziu levemente a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025. Em relatório com as perspectivas econômicas globais, o Banco Mundial estimou que o PIB de 2023 cresceu 3,1%. A previsão anterior, divulgada em junho do ano passado, apontava para uma expansão de 1,2%. “A revisão para cima no crescimento de 2023 foi motivada pelos desempenhos mais fortes que o esperado na produção agrícola, no consumo privado e nas exportações nos três primeiros trimestres do ano”, disse o Banco Mundial no relatório. Para 2024, a previsão é que o PIB cresça 1,5% (ou 0,1 ponto porcentual a mais que na estimativa anterior), refletindo a desaceleração da atividade no segundo semestre de 2023 e a produção agrícola mais moderada neste ano. “No entanto, a redução gradual tanto no índice cheio quanto no núcleo da inflação deve permitir mais cortes de juros, dando apoio às perspectivas de investimento e consumo de médio prazo”, disse o Banco Mundial. Segundo a instituição, isso justifica a previsão de aceleração no crescimento do PIB em 2025 a 2,2%, ainda que a capacidade do governo para oferecer apoio fiscal à economia seja limitada pelos esforços de ajuste nas contas públicas. Vale ressaltar, porém, que antes do Banco Mundial esperava expansão de 2,4% para o PIB brasileiro no próximo ano. A instituição prevê uma aceleração do crescimento da economia da América Latina e Caribe, enquanto o contínuo alívio na inflação abre espaço para uma campanha de relaxamento monetário nos maiores países da região. No relatório Prospectos da Economia Global, a instituição melhorou as projeções para o desempenho da atividade regional este ano. O Banco Mundial manteve em 2,4% a sua previsão para o crescimento do PIB global em 2024, o que marcaria o terceiro ano seguido de desaceleração. Contudo, o órgão alerta que a economia global caminha para ter seu pior desempenho em meia década desde 1990. O relatório estima que a economia global expandiu 2,6% em 2023 (de 2,1% nas estimativas de junho) e que deve voltar a acelerar levemente a 2,7% em 2025 (de 3,0% anteriormente). Para o órgão, a desaceleração em 2024 será resultado dos efeitos atrasados do aperto na política monetária e condições financeiras restritivas, ao lado de investimento e comércio globais fracos. Além disso, a atividade enfrentará riscos negativos de possível escalada de conflitos no Oriente Médio, estresse financeiro, entre outros. Para 2024, também existem perspectivas que poderiam afetar positivamente a economia global, com destaque para a economia dos Estados Unidos. Conforme o relatório, a resiliência da atividade americana e a redução da inflação podem permitir continuidade do crescimento acima das projeções, impulsionando a atividade global. O Banco Mundial elevou para 1,5% (de 0,7% em junho) sua estimativa de alta do PIB dos EUA em 2023, manteve em 1,2% a projeção para 2024 e cortou para 1,6% (de 2,2% anteriormente) a de 2025. Entre outras economias desenvolvidas, a zona do euro teve previsão de crescimento do PIB mantida para 2023 (0,4%) e cortada para 2024 (de 1,3% a 0,7%) e 2025 (de 2,3% para 1,6%).
O ESTADO DE SÃO PAULO
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