Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 528|02 de janeiro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo deve seguir pressionado em 2024
Em 2024, a oferta de fêmeas ainda seguirá impactando o mercado do boi gordo, mas em menor ímpeto que o assistido em 2023, prevê o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria
“Esperamos que, após dois anos de um mercado pressionado, em 2024 o pecuarista comece a respirar mais aliviado, para, a partir de 2025, termos a perspectiva de braçadas mais longas e melhores resultados”, acredita Fabbri, um dos analistas da Scot que acompanham diariamente o setor pecuário. Segundo ele, ao longo de 2023, em função do ciclo pecuário de preços (fase de baixa) e da expectativa de aumento no descarte de fêmeas, já se esperava um ano pressionado negativamente, em termos de preços. “O que o mercado não esperava era estar diante do pior ano da história recente na pecuária brasileira”, observou Fabbri. Em novembro/23, o preço médio da arroba do boi gordo paulista recuou 17,9%, em relação ao valor médio de novembro de 2022. “Em São Paulo, no ápice da ‘depressão’ de preços, a cotação da arroba chegou a R$ 200”, relembrou o analista. Voltando ao esperado para 2024, no primeiro trimestre, o El Niño poderá afetar o vigor das pastagens, que poderá antecipar o descarte de matrizes ou atrasar a oferta de boiadas gordas, observa Fabbri. “Hoje, o mercado sinaliza para uma diminuição de oferta e preços firmes até março/23”, antecipou. Do lado da demanda, historicamente, janeiro e fevereiro são meses de consumo mais fraco, seja no mercado interno, ou envolvendo vendas de carne bovina brasileira ao exterior, acrescentou Fabbri. No mercado internacional, o relatório de outubro/23 do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou que, “para 2024, a expectativa é de acréscimo para 2,85 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec.) embarcadas, apenas 1,7% abaixo do volume observado em 2022 – o maior em nossa história”, relatou Fabbri, reproduzindo os dados do USDA. No mesmo relatório, as projeções apontam para importações chinesas de carne bovina recuando 2,8% em 2024, após aumento, também, de 2,8% em 2023 (esses números referem-se a todos os fornecedores. Com isso, observou Fabbri, a projeção para o próximo ano é de continuidade do patamar de compras (internacionais de carne bovina brasileira) observado nos últimos anos. No mercado interno a perspectiva é de um ano de transição em 2024, com a oferta de bezerros refletindo o primeiro ano de abate de fêmeas no atual momento do ciclo pecuário de preços, conjuntura que pode “estimular a retenção de matrizes”. “Apesar disso, o maior ímpeto de retenção (de fêmeas) deve ficar para 2025, resultado do forte descarte de 2023 e de uma estação de monta pouco estimulada atualmente”, antecipou Fabbri. Para o ano que se inicia, a Agrifatto espera que a oferta de animais terminados continue elevada e a participação de fêmeas deve seguir acima da média histórica. Na visão da consultoria, a maior oferta de carne bovina dificultará “a valorização real (acima da inflação) do boi gordo em 2024”. “Estimamos que a produção de proteína bovina atinja 8,71 milhões de toneladas, o que representaria alta de 0,44% em relação ao resultado estimado para 2023, o que seria um recorde histórico”, prevê a Agrifatto. “Na nossa visão, o Brasil continuará sendo líder nas exportações mundiais de carne bovina em 2024, com a maior consolidação do mercado asiático (expansão de compra de países do sudeste) e menor participação dos EUA no comércio global da proteína (até mesmo importando mais proteína bovina que em 2023)”, acrescentou. Pela projeção da Agrifatto, o embarque brasileiro de carne bovina pode atingir 2,81 milhões de toneladas equivalente de carcaça (TEC), o que representaria alta de 0,95% em relação a 2023, mas ainda 1,48% abaixo do recorde de 2022. A Agrifatto prevê que os preços do boi gordo devem continuar pressionados. “A flutuação entre os R$ 225/@ e os R$ 250/@ durante o primeiro semestre de 2024 é o nosso cenário base no estado de São Paulo”. Uma recuperação mais expressiva da arroba poderá ocorrer a partir do terceiro quadrimestre de 2024, dependendo das condições climáticas.
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO/AGRIFATTO
Boi/Cepea: Produção e exportação crescem em 2023, mas preço cai
A pecuária de corte foi bastante impactada por fatores internos e externos ao longo de 2023
Situações registradas nos âmbitos produtivo, sanitário, climático e econômico resultaram em forte oscilação dos preços de todos os produtos da cadeia. Levantamento do Cepea mostra que o boi gordo chegou a ser negociado acima de R$ 300/arroba no início de fevereiro, mas, no final de agosto, operava abaixo de R$ 200/arroba. Nesta reta final do ano, a arroba voltou a ser comercializado em torno dos R$ 250. Segundo pesquisadores do Cepea, o maior solavanco no ano veio do caso atípico de “vaca louca” em fevereiro. Apesar de isolada, a ocorrência resultou em suspensão dos envios de carne à China. Ainda assim, o país asiático foi, no balanço do ano, o maior destino da carne bovina exportada pelo Brasil. A todos os destinos, as vendas externas de carne bovina estiveram aquecidas ao longo de 2023, o que foi fundamental para escoar o aumento da oferta no Brasil – dados do IBGE apontam que, de janeiro a setembro de 2023, o abate de animais foi o maior desde 2014.
Cepea
SUÍNOS
Carnes suína, frango e ovos brasileiros podem ganhar espaço no México com isenção de importações
Governo mexicano decidiu zerar as tarifas de importação de produtos da cesta básica para conter a inflação em seu mercado
O México é o nono principal destino da carne de frango do Brasil e o décimo no caso da carne. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou a decisão do governo do México de zerar as tarifas para importação de produtos da cesta básica. Na prática, a medida pode beneficiar exportadores de carnes de frango e suína, além de ovos, para o país norte-americano. O México é o nono principal destino da carne de frango do Brasil e o décimo no caso da carne suína. Antes do programa, as tarifas de importação aos produtos brasileiros alcançavam 16% para carne suína e até 75% para carne de frango, segundo a ABPA. O pacote de medidas desenhado para conter a inflação no México entra em vigor já amanhã e será válido até 31 de dezembro do próximo ano. “Há fortes expectativas em relação ao crescimento do papel brasileiro no apoio à segurança alimentar mexicana e em sua luta com a inflação dos alimentos”, diz o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota. “Isso seguramente possibilitará novas oportunidades de negócios para ambos os lados, especialmente no suprimento de produtos como peito e carne mecanicamente separada”, destaca o diretor de mercados da associação, Luís Rua.
ABPA
Suínos/Cepea: Com custos menores e exportação recorde, setor inicia recuperação em 2023
Favorecido por menores custos de produção e exportações de carne recordes, o setor suinícola brasileiro iniciou um movimento de recuperação em 2023 - após atravessar um longo período de prejuízos
O poder de compra de produtores também aumentou frente aos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja). Segundo pesquisadores do Cepea, as valorizações mais intensas do vivo foram observadas na região Sul do País, diante da menor oferta local de animais de produção independente. Isso porque os elevados custos, que afetaram as margens do setor entre 2018 e 2022, fizeram com que pequenos e médios produtores independentes reduzissem os plantéis e/ou até mesmo desistissem da atividade. Já para a carne suína, frigoríficos relataram dificuldades em repassar as valorizações do animal vivo, diante da baixa liquidez no mercado doméstico na maior parte do ano.
Cepea
FRANGOS
Frango/Cepea: Setor é mercado por produção recorde e perda de competitividade em 2023
Pesquisas do Cepea mostram que as cotações da carne de frango caíram com força no mercado doméstico em 2023, refletindo a produção recorde da proteína
Nem mesmo as maiores exportações, que atingiram nova marca histórica pelo terceiro ano consecutivo, impediram os recuos nos preços internos. A competitividade da carne de frango frente à de boi também diminuiu em 2023, em meio ao maior abate de bovinos e ao aumento na disponibilidade interna dessa proteína. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística), de janeiro a setembro de 2023, foram abatidos no Brasil 24,64 milhões de bovinos, 11,4% acima do registrado no mesmo período de 2022 e o maior volume desde 2014. No mercado de frango, foram 4,75 bilhões de animais abatidos de janeiro a setembro, aumento de 4,6% frente a igual intervalo de 2022 e um recorde da série histórica do IBGE, iniciada em 1997.
Cepea
CARNES
Carnes suína, frango e ovos brasileiros podem ganhar espaço no México com isenção de importações
Governo mexicano decidiu zerar as tarifas de importação de produtos da cesta básica para conter a inflação em seu mercado
O México é o nono principal destino da carne de frango do Brasil e o décimo no caso da carne. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou a decisão do governo do México de zerar as tarifas para importação de produtos da cesta básica. Na prática, a medida pode beneficiar exportadores de carnes de frango e suína, além de ovos, para o país norte-americano. O México é o nono principal destino da carne de frango do Brasil e o décimo no caso da carne suína. Antes do programa, as tarifas de importação aos produtos brasileiros alcançavam 16% para carne suína e até 75% para carne de frango, segundo a ABPA. O pacote de medidas desenhado para conter a inflação no México entra em vigor já amanhã e será válido até 31 de dezembro do próximo ano. “Há fortes expectativas em relação ao crescimento do papel brasileiro no apoio à segurança alimentar mexicana e em sua luta com a inflação dos alimentos”, diz o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota. “Isso seguramente possibilitará novas oportunidades de negócios para ambos os lados, especialmente no suprimento de produtos como peito e carne mecanicamente separada”, destaca o diretor de mercados da associação, Luís Rua.
ABPA
EMPRESAS
BRF e Marfrig entre ‘empresas mais sustentáveis’ da B3
Índices comparam empresas listadas na bolsa brasileira a partir de critérios sobre sustentabilidade. Carteiras entram em vigor no começo de 2024
A BRF e a Marfrig informaram que continuam no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e no Índice Carbono Eficiente (ICO2), ambos organizados pela B3. O ISE é uma ferramenta para análise comparativa de performance das empresas listadas na bolsa de valores sob o aspecto da sustentabilidade corporativa. A nova carteira irá vigorar a partir de 2 de janeiro de 2024 e será composta por 78 ações de companhias de diferentes segmentos. Já o ICO2 atesta o comprometimento das companhias com a divulgação de suas emissões de gases de efeito estufa. A composição da 13ª carteira entrará em vigor no próximo quadrimestre de 2024. “Incorporamos critérios de sustentabilidade à gestão estratégica, além da estipulação de metas e compromissos públicos, com o objetivo de gerar valor econômico, ambiental e social em nossa cadeia produtiva”, afirma Raquel Ogando, diretora de reputação e sustentabilidade da BRF, em nota. “Estamos conscientes de que a busca pela sustentabilidade não é apenas uma tendência de mercado, mas uma necessidade imprescindível em um mundo que enfrenta desafios ambientais e sociais cada vez mais complexos”, diz Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig.
VALOR ECONÔMICO
Marfrig aumenta participação acionária na BRF e ultrapassa 50%
Companhia de Marcos Molina diz não querer alterar a estrutura da BRF, mas vem aumentando sua participação nos últimos meses. Marfrig diz que não quer alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa da BRF
A Marfrig aumentou sua participação acionária na BRF de 45% para 50,06%, informou a dona da Sadia, em fato relevante divulgado ontem à noite, após o fechamento do mercado. Segundo o documento, a Marfrig disse que não quer alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa da BRF. No entanto, chama a atenção o apetite da empresa de Marcos Molina pela BRF. Nos últimos meses, a participação acionária na companhia saltou de cerca de um terço para o atual patamar. A retirada da poison pill, em meio ao follow on da BRF em julho, abriu espaço para que a Marfrig aumentasse sua participação acima de 50%.
VALOR ECONÔMICO
Petrobras compra tecnologia para produzir bioquerosene de aviação e diesel renovável com óleo de soja e sebo bovino
Com a implantação, a companhia irá produzir HVO e BioQav na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), a partir de matéria prima renovável
A Petrobras informou no sábado (30) que assinou contrato para importar uma nova tecnologia para produzir diesel 100% renovável (HVO) e bioquerosene de aviação, o BioQav. A solução, chamada de HEFA (Ésteres Hidroprocessados e Ácidos Graxos, em tradução livre), será fornecida à Petrobras pela Honeywell UOP, uma das licenciadoras do produto. Com a implantação, a Petrobras irá produzir HVO e BioQav na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), a partir de matéria prima renovável, como óleo de soja e sebo bovino. A partir da compra da HEFA, a Petrobras poderá processar 2.700 m³/d de carga com proporção de 70% de óleo de soja e 30% de sebo bovino produzindo BioQav e o diesel renovável. “A iniciativa é um dos destaques do nosso Programa de BioRefino, crucial para entregarmos produtos com menos emissões de gases de efeito estufa, em linha com as demandas da sociedade e com um mundo em transformação”, diz o diretor de processos industriais e produtos, William França, em nota. “Este é um marco importante na trajetória de descarbonização da Petrobras. Já adaptamos algumas de nossas refinarias com unidades de coprocessamento capazes de produzir o Diesel R5, composto de diesel mineral com 5% de óleo vegetal.” Segundo a estatal, a produção de BioQav é estratégica para a Petrobras por agregar valor ao parque de refino com processos mais eficientes e novos produtos, em direção a um mercado de baixo carbono. "Dentro dessa estratégia, esse projeto na RPBC é o primeiro visando a produção de bioquerosene de aviação e diesel 100% renováveis", diz o gerente executivo de sistemas de superfície, Refino, Gás e Energia, Cesar Cunha. O Programa BioRefino da Petrobras prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão nas refinarias para desenvolvimento de combustíveis mais modernos e sustentáveis. O plano estratégico da Petrobras para 2024-2028 contempla investimentos de US$ 11,5 bilhões com foco na transição energética direcionados a iniciativas de baixo carbono.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Aumento dos preços da carne bovina nos EUA
Os preços da carne vermelha foram recordes nos Estados Unidos devido ao forte consumo e à redução do rebanho bovino causado pela seca. Isso levou consumidores a optar por carne moída, mais acessível, em vez de cortes de carne. Embora a inflação tenha sido moderada, o aumento nos preços dos cortes de melhores qualidade no varejo, que atingiu 9,7% em um ano e 27% em três anos, provocou essa mudança
Os Estados Unidos estão enfrentando uma séria escassez de gado. A quantidade do rebanho bovino foi o menor desde a década de 1960, com uma queda de quase 10% em cinco anos, principalmente devido à prolongada seca em regiões de reprodução, como as grandes planícies americanas. A falta de chuvas prejudicou as pastagens e elevou os preços dos alimentos para os bovinos. Como resultado, os pecuaristas reduziram significativamente a retenção de bovinos, levando os frigoríficos a abaterem a maior quantidade de bovinos desde a década de 1980. Além disso, em agosto, a mortalidade aumentou devido a uma onda de calor e umidade acima da média. No entanto, os pecuaristas estão compensando parcialmente essas perdas melhorando a qualidade do gado e aumentando a produção de carne por animal. Simultaneamente, o consumo de carne vermelha aumentou. Em 2022, os americanos aumentaram o consumo médio de carne bovina para 26,8 kg por ano/habitante, um acréscimo de 0,3 kg em relação a 2021. Desde 2015, o crescimento foi de quase 10% (USDA). Em função disso, devido à oferta limitada e à demanda crescente, o preço do gado subiu 133% desde março de 2020. Para lidar com os preços recordes, muitos pecuaristas estão vendendo seus animais mais cedo, o que impede o crescimento do rebanho. O cenário atual não deve mudar tão cedo, e um declínio no setor foi previsto pelo USDA para acontecer em 2024, mantendo os preços elevados. Isso pode levar os consumidores a diminuírem o consumo. O mercado pode se ajustar eventualmente devido ao esgotamento da demanda, mas por enquanto, essa mudança de tendência não está visível. Os cortes primários são: loin (região do lombo), brisket (peito), chuck (pescoço, acém e paleta), shank (perna/músculo), round (região traseira), short plate (região próxima à ponta de agulha e fralda), flank (fralda) e rib (costelas). O rebanho de matrizes diminuiu em 2023, sendo o menor desde 1962. Estima-se que a redução tenha sido de 1 milhão de cabeças na comparação ano a ano. O rebanho total foi estimado em 89,27 milhões de cabeças em janeiro/2023, uma queda de 3% em relação ao montante apurado em janeiro de 2022 (92,1 milhões de cabeças). Com a escassez nos EUA, o Brasil ganha espaço no comércio global de carne bovina, tendo em vista que os norte-americanos são um dos principais concorrentes do Brasil. Exemplo disso é a habilitação de 55 plantas frigoríficas brasileiras para exportação da carne bovina e suína para a República Dominicana, os quais importam um volume de 85% de carne dos EUA. A diminuição da produção de carne fez com que houvesse uma elevação dos preços e por consequência uma maior procura por cortes menos caros. Até que a situação se normalize o desempenho da exportação brasileira deve ser beneficiado.
SCOT CONSULTORIA
GOVERNO
Receita abre nesta terça programa de regularização tributária
Começa nesta terça (2) o prazo de adesão ao programa de autorregularização incentivada de tributos
Aprovado no fim do ano passado pelo Congresso, o programa permite que pessoas físicas e jurídicas quitem dívidas tributárias com a Receita sem multa e juros. Vale para qualquer tributo federal cobrado pela Receita e constituído entre 30 de novembro de 2023 até 1º de abril de 2024, quando termina o período de adesão. Cidadãos e empresas poderão se livrar de multas e juros se pagarem metade da dívida de imediato, podendo parcelar o restante em até 48 parcelas mensais – a medida não vale, no entanto, para dívidas de empresas apuradas no Simples Nacional. A adesão poderá ser feita no portal E-CAC, da Receita, e implica a confissão extrajudicial do débito. O devedor será excluído do programa se deixar de pagar três parcelas consecutivas, seis alternadas ou uma parcela, se todas as demais tiverem sido pagas.
GAZETA DO POVO
Clima extremo gera incertezas sobre desempenho do agro
Após ano de estragos na produção em várias regiões, previsões iniciais de analistas para 2024 indicam queda na receita do setor. O próprio Ministério da Agricultura já traçou uma projeção preliminar de queda de 5,3% no VBP da agropecuária em 2024 diante de possíveis quebras nas colheitas dos principais grãos
Em 2023, o clima virou assunto onipresente no agronegócio. Extremos climáticos deixaram um rastro de perdas e estragos de norte a sul do país. As mudanças climáticas potencializaram o El Niño, que provocou fortes chuvas no Sul, uma seca histórica na Amazônia e escassez de precipitações no Centro-Oeste. E, diante de um El Niño persistente até abril, as previsões iniciais de especialistas sobre o desempenho do agro em 2024 não são as mais otimistas. Em 2023, enquanto rios secaram e ribeirinhos não puderam pescar nem para sua subsistência na Amazônia, no Rio Grande do Sul, lavouras de trigo e arroz ficaram embaixo d’água. Só no Sul do país, o prejuízo do agronegócio foi estimado em R$ 28 bilhões até novembro. Apesar desse cenário, o valor bruto da produção ainda deve atingir o recorde de R$ 1,159 trilhão este ano, 2,5% acima de 2022, segundo a última projeção do Ministério da Agricultura. Esse desempenho está relacionado ao recorde de produção alcançado por vários produtos, como soja, milho, cana e café. Também as exportações do agro se mantiveram robustas, alcançando US$ 153,1 bilhões até novembro, com aumento de 3,6% sobre o ano passado. As vendas externas já representam quase 50% de todas as exportações brasileiras, segundo o Ministério da Agricultura. Se depender da área plantada da nova safra, que deve crescer em várias culturas, as exportações do agro tendem a seguir firmes em 2024. Porém, analistas já começam a ficar mais céticos a respeito de novos recordes. A razão é que a falta de chuvas atrasou o plantio da safra 2023/24 da soja — ou mesmo forçou o replantio da oleaginosa — no Centro-Oeste do país, maior região brasileira de produção de grãos. Com a semeadura da soja atrasada, o plantio do milho da segunda safra ficou prejudicado. Afora isso, os preços do milho também têm desestimulado os produtores. O resultado deve ser uma menor área de milho na safra 2023/24. A preocupação também é persistente para o café da safra 2024/25. A falta de chuvas após as floradas nas principais regiões produtoras, como Minas Gerais, tem afetado o desenvolvimento vegetativo de parte das plantas. Nesse cenário de queda provável na produção e de uma economia global ainda em desaceleração, a expectativa é de que a pressão de baixa sobre os preços dos grãos permaneça em 2024, avalia Fabio Silveira, sócio diretor da MacroSector. “Em 2024, a receita dos grãos tende a cair por causa da queda de produção e com melhoras muito pequenas de preços para soja e milho”, projeta. Ele estima, por ora, que a receita dos grãos (arroz, algodão, feijão e trigo) deve até fechar em baixa neste ano (sem considerar a inflação), em R$ 607,8 bilhões. No caso das carnes, a variável “El Niño” também pode pressionar os custos de produção relacionados à alimentação dos animais, mas as expectativas são um pouco melhores, com estimativas de alta de produção e exportações recorde. O cenário é especialmente bom para a carne suína, já que o mercado global deve enfrentar um aperto na oferta e o Brasil deve ir na direção contrária, segundo Wagner Yanaguizawa, analista do Rabobank. De forma geral, os analistas concordam que 2024 deverá ser para o agronegócio brasileiro um ano parecido com o que está se encerrando, com uma certa estabilidade na receita, após um período marcado por forte crescimento, entre 2020 e 2022.
GLOBO RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Vendas de Natal cresceram 1,12% no Paraná
O levantamento foi realizado entre os dias 26 e 28 em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava e Francisco Beltrão
As vendas de Natal deste ano foram ligeiramente maiores que as do ano passado no comércio varejista no Paraná. É o que apontou a pesquisa contratada pela Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná). O levantamento mostra, também, um comerciante preocupado com a economia, porém com boas expectativas para seu negócio nos próximos meses. O estudo foi realizado pelo grupo Datacenso com 564 comerciantes nas cidades de Curitiba e região metropolitana, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava e Francisco Beltrão. A coleta de dados, que ocorreu entre os dias 26 e 28 de dezembro de 2023, mostra que, no geral, as vendas superaram as do mesmo período do ano passado em 1,12%. Numa análise comparativa, Cascavel apresentou o maior crescimento (1,63%), seguido por Guarapuava (1,26%). Francisco Beltrão teve o menor desempenho, com crescimento de apenas 0,85% nas vendas. Segundo o presidente da Faciap, Fernando Moraes, apesar de pesquisas nacionais apontarem queda do poder de compra do consumidor, este estudo mostra aumento nas vendas no Paraná. “Este é um período em que tradicionalmente ocorre aumento das compras. O 13º salário e as férias antecipadas são grandes motivadores do consumo". Fernando acrescentou, também, que houve um melhor desempenho das vendas em regiões com forte presença do agronegócio. O presidente da Faciap afirma, também, que esta foi a primeira pesquisa realizada em datas comemorativas, pela Faciap, que aponta volume de vendas superior em relação a 2022. "Em levantamentos que fizemos anteriormente em datas como o Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais, constatamos queda no número das vendas, o que foi diferente nesta pesquisa do Natal, em que tivemos um aumento no consumo", destacou o presidente. “Para 2024, o comércio paranaense precisa investir mais na forma híbrida de venda, conciliar as tradicionais vendas físicas com as vendas no ambiente digital, para atender melhor os clientes”, aconselhou Fernando. A maioria dos comerciantes entrevistados está animada com o rumo dos seus negócios nos próximos meses. Os empresários mais otimistas com o futuro estão em Ponta Grossa (81%) e Cascavel, com 77%.
FOLHA DE LONDRINA
Paraná gera 122 mil empregos em 2023, até novembro
É a quarta posição no ranking nacional. Os dados foram atualizados pelo Caged. Apenas em novembro, o Paraná gerou 7.842 vagas, aumento de 65% em relação ao mesmo período de 2022 (4.745)
Entre janeiro e novembro deste ano foram gerados 122.794 postos de trabalho com carteira assinada no Paraná. Com isso, o Estado ocupa a quarta posição do ranking nacional, atrás apenas de São Paulo (551.172), Minas Gerais (187.866) e Rio de Janeiro (165.70). Os dados foram atualizados pelo Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. Apenas em novembro, o Paraná gerou 7.842 vagas, aumento de 65% em relação ao mesmo período de 2022 (4.745). As três primeiras posições de novembro ficaram com os estados de São Paulo (47.273), Rio de Janeiro (23.514) e Rio Grande do Sul (11.799). Pernambuco ficou na quinta posição com 7.664. Nos 11 primeiros meses de 2023 os setores que mais contribuíram para a geração de empregos foram serviços (68.996), indústria (16.032), construção civil (13.209) e agropecuária (4.551). Em novembro, motivado pela Black Friday e as compras de Natal, o comércio apresentou o melhor desempenho do Estado (4.901), seguido pelo setor de serviços (4.889).
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Cooperativas do Paraná fecham ano com 3,6 milhões de associados e 150 mil funcionários
Após um ano desafiador, sob vários aspectos, inclusive de clima, com o fenômeno El Niño afetando o plantio, as cooperativas do Paraná fortaleceram a estratégia de suas atividades e negócios. Para crescer e expandir horizontes, com sustentabilidade, investiram em tecnologia, infraestrutura, expansão do mercado, e com isso ampliaram a base de associados e abriram novas frentes de trabalho
O Paraná possui 225 cooperativas registradas no Sistema Ocepar. Elas atuam em sete segmentos econômicos, que na classificação do cooperativismo são chamados de ramos. São eles: agropecuário, crédito, saúde, transporte, consumo, infraestrutura, trabalho e produção de bens e serviços. Relevantes para a economia do estado, as cooperativas movimentam o comércio local, democratizam o acesso ao crédito, facilitam o acesso a serviços de saúde, geram emprego e renda, entre outros aspectos que norteiam a atuação dos empreendimentos constituídos sob o modelo de negócio cooperativo. Planejando cada passo de suas atividades, com o cuidado de antever tendências e incluir em seus planos demandas de mercado já estabelecidas, como Compliance e ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa), as cooperativas do estado encerraram 2023 com avanço de 8,5% no faturamento conjunto, totalizando R$ 202 bilhões. Em relação ao quadro social, o índice de crescimento foi 13,8%, com o cooperativismo atingindo a marca de cerca de 3,6 milhões de cooperados, quase 400 mil a mais em relação ao ano anterior. O ramo agropecuário possui 62 cooperativas de produção no estado. Juntas, elas somam 215 mil cooperados e empregam cerca de 117 mil pessoas. Hoje as cooperativas do ramo são uma força importante no agronegócio nacional. Pelos armazéns das cooperativas, passam o equivalente 64% da produção de grãos e 45% da proteína animal do Paraná. Não à toa, atualmente aproximadamente, 48% de toda produção recebida pelas cooperativas já passam por algum tipo de agroindustrialização. O portfólio de produtos com marcas de cooperativos, cada vez mais amplo e diversificado, tem como foco o mercado nacional e internacional, sendo que em 2023 as exportações tiveram um aumento de 25% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 9,4 bilhões. Em mais de 130 municípios do Paraná, as cooperativas são as maiores empresas, respondendo pelo maior número de empregos e impostos recolhidos. De acordo com os dados de acompanhamento do Sistema Ocepar, este ano foram abertos mais de 13 mil novos postos de trabalho, o que significa que as cooperativas estão fechando o período com cerca de 150 mil funcionários, número 10% maior em relação ao ano passado. As estratégias das cooperativas, principalmente do ramo agropecuário, em investir na modernização e ampliação das estruturas de produção, foi o principal fator para o aumento na demanda por mão de obra não apenas no chão de fábrica, mas em toda a cadeia. Os aportes de recursos seguem a cronologia do planejamento estratégico do cooperativismo paranaense, o PRC200, e somaram esse ano R$ 6,5 bilhões.
OCEPAR
ECONOMIA/INDICADORES
Dívida Pública Federal alcança R$ 6,325 trilhões em novembro, alta de 2,48%, informa Tesouro
Considerando o Plano Anual de Financiamento, a DPF encerrou o mês passado fora dos limites, que variam entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões no ano
A Dívida Pública Federal (DPF) terminou novembro em R$ 6,325 trilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional no Relatório Mensal da Dívida. O número representa alta de 2,48%, sempre em relação ao mês anterior. Considerando os números do Plano Anual de Financiamento (PAF), a DPF encerrou o mês passado fora dos limites, que variam entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões no ano. Já a Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) alcançou R$ 6,075 trilhões, alta de 2,49%. Por sua vez, a Dívida Pública Federal Externa somou R$ 250 bilhões (US$ 244 bilhões), alta de 2,34%. As emissões da DPF corresponderam a R$ 133,99 bilhões, enquanto os resgates somaram R$ 24,72 bilhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 109,26 bilhões. Desse total líquido, R$ 99,94 bilhões referem-se a emissão líquida da DPMFi e R$ 9,32 bilhões referem-se a resgate líquido da Dívida Pública Federal Externa. O percentual vincendo em 12 meses da DPF ficou em 20,48%, contra 20,81% no mês anterior. Por fim, o prazo médio ficou em 4,04 anos em novembro, contra 4,09 anos em outubro. Considerando a metodologia "Average Term to Maturity", que permite melhor comparação do Brasil com outros países, a vida média da DPF passou de 5,45 anos para 5,37 anos. O custo médio acumulado em 12 meses do estoque da DPF fechou novembro em 10,65% ao ano, contra 10,86% ao ano registrado no mês anterior. Já o custo médio da DPMFi ficou em 11,18%, depois de marcar 11,27%. No caso das emissões, o custo médio em oferta pública da DPMFi acumulado em 12 meses foi de 11,68% em novembro (11,84% em outubro). Nesse caso, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) tiveram custo médio de 11,57% (11,67%), enquanto o custo para colocação de Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) fechou o mês em 11,48% (11,53%). As NTN-B tiveram custo de 9,10% (9,39%) e as LFTs saíram a 13,27% (13,48%). A participação dos papéis pós-fixados na DPF variou de 39,19% em outubro para 39,38% em novembro. Pelos limites do PAF, essa participação deve variar entre 38% e 42% em 2023. Já os títulos prefixados representaram 26,20% da DPF (contra 25,98% da DPF em outubro). Os papéis ligados a índices de preços representaram 30,27% do total (30,65%). Já aqueles ligados a câmbio ficaram em 4,16% (4,18%). Pelos parâmetros do PAF, a participação dos papéis prefixados deve ficar entre 23% e 27% da DPF em 2023. Já os atrelados a índice de preços devem variar de 29% a 33% e os papéis ligados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%. A participação de investidores não-residentes na DPMFi variou de 10,18% em outubro para 9,94% em novembro. Em valores absolutos, a fatia saiu de R$ 603,23 bilhões para R$ 603,96 bilhões. Os fundos de investimento mantiveram a participação em 23,45% (23,45% em outubro). As instituições de previdência fecharam em 23,08% (23,29%). As instituições financeiras encerraram o mês respondendo por 28,89% (28,28%). O governo respondeu por 3,92% (4,02%). Já as seguradoras ficaram com 4,11% (4,08%). O colchão de liquidez da dívida pública terminou novembro em R$ 908,86 bilhões, contra R$ 815,60 bilhões em outubro.
VALOR ECONÔMICO
IGP-M acelera para 0,74% em dezembro, após alta de 0,59% em novembro, mas fecha ano com queda de 3,18%, afirma FGV
Índice encerrou o ano com queda de 3,18% no acumulado em 12 meses, menor taxa registrada desde o início de sua série histórica
O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) acelerou a 0,74% em dezembro, ante alta de 0,59% em novembro. No acumulado em 12 meses, o índice encerrou o ano com queda de 3,18%, a menor taxa registrada desde o início de sua série histórica. As informações foram divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A aceleração do índice em dezembro foi mais intensa do que a mediana das estimativas colhidas pelo Estadão/Broadcast, que previa alta de 0,67%. O intervalo das projeções variava de 0,42% a 0,91%. Nesta leitura, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) acelerou de 0,71% para 0,97%. O indicador de preços no atacado encerrou 2023 com recuo de 5,60% no acumulado em 12 meses, que também é o menor nível da série histórica, segundo a FGV. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, arrefeceu de 0,42% em novembro para 0,14% em dezembro. Com o resultado, o indicador encerrou 2023 com alta acumulada de 3,40%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,26% em dezembro, ante alta de 0,10% na leitura anterior. Com isso, a alta acumulada em 12 meses em 2023 foi de 3,32%.
O ESTADO DE SÃO PAULO
IPCA-15 é de 0,40% em dezembro e fecha 2023 em 4,72%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,40% em dezembro e ficou 0,07 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,33%). Com isso, o IPCA-15 fechou o ano de 2023 com 4,72% de variação
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em dezembro. A maior variação (0,77%) e o maior impacto (0,16 p.p.) vieram de Transportes. Os grupos Alimentação e bebidas (0,54%) e Habitação (0,48%) também registraram alta e contribuíram, respectivamente, com 0,12 p.p. e 0,07 p.p. As demais variações ficaram entre a queda de 0,46% de Comunicação e a alta 0,56% de Despesas Pessoais. No grupo Transportes (0,77%), o subitem passagem aérea subiu 9,02% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.). Em relação aos combustíveis (-0,27%), houve queda nos preços do óleo diesel (-0,75%), do etanol (-0,35%) e da gasolina (-0,24%), enquanto o gás veicular (0,08%) registrou alta. Ainda em Transportes, o subitem táxi apresentou alta de 0,83% devido ao reajuste de 6,67% em São Paulo (2,80%), a partir de 28 de outubro. O subitem ônibus urbano (1,91%) também subiu, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador (5,69%), a partir de 13 de novembro. Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do ENEM. No grupo Alimentação e bebidas (0,54%), a alimentação no domicílio subiu 0,55% em dezembro. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (10,63%), da batata-inglesa (10,32%), do arroz (5,46%) e das carnes (0,65%). Por outro lado, os preços do tomate (-7,95%) e o leite longa vida (-1,91%) caíram. A alimentação fora do domicílio (0,53%) acelerou em relação a novembro (0,22%). Tanto a refeição (0,46%) quanto o lanche (0,50%) tiveram variações superiores às observadas no mês anterior (0,22% e 0,35%, respectivamente). No grupo Habitação (0,48%), o resultado da energia elétrica residencial (0,82%) decorre de reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência da pesquisa: de 5,91% em Goiânia (2,97%), a partir de 22 de outubro; de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo (1,66%), a partir de 23 de outubro; de 9,65% em Brasília (1,35%), a partir de 22 de outubro; e de -1,41% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,59%), a partir de 22 de novembro. Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (1,43%) foi influenciada pelos seguintes reajustes tarifários: de 14,43% em Fortaleza (6,28%), a partir de 29 de outubro; de 10,23% no Rio de Janeiro (10,23%), a partir de 8 de novembro e que não havia sido incorporado no IPCA-15 de novembro; de 15,76% em Belém (9,21%), a partir de 28 de novembro; e de 4,97% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (1,15%), a partir de 1º de dezembro. O gás encanado (0,47%) também apresentou alta por conta do reajuste médio de 0,98% no Rio de Janeiro (0,54%) a partir de 1° de novembro e de 3,30% em São Paulo (0,55%) a partir de 10 de dezembro.
AGÊNCIA IBGE
Governo deve fechar 2023 com déficit primário de R$125 bi, diz secretário do Tesouro
O governo central, que reúne as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, deve fechar 2023 com déficit primário acumulado em 12 meses de aproximadamente 125 bilhões de reais, disse o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron
Em entrevista para comentar dados fiscais, o Secretário destacou que a tendência é que o resultado mensal de dezembro fique próximo a um rombo de 10 bilhões de reais. O número oficial será divulgado pelo Tesouro apenas no fim de janeiro. De acordo com Ceron, esse déficit acumulado do ano, se confirmado, ficará em cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar que ficou mais alto por conta do impacto da aprovação de uma lei que ampliou repasses do governo federal a Estados e municípios neste ano. Ele avaliou o provável resultado de 2023 como positivo, justificando que sem a transferência adicional a Estados e municípios, o déficit ficaria em cerca de 1% do PIB, patamar que era tratado como alvo pela equipe econômica. Em relação às perspectivas para 2024, Ceron afirmou que as contas do governo devem contar com a ajuda de um repasse da Caixa Econômica Federal ao Tesouro em valor de até 14 bilhões de reais, relativos a depósitos judiciais. O pagamento seria feito neste ano, mas atrasou e ficará para os próximos meses. Outro fator é um ganho previsto de 20 bilhões de reais após uma mudança de regras sobre a tributação de transações comerciais entre empresas do mesmo grupo econômico que operam em diferentes países. Segundo ele, em nenhum dos dois casos essa receita adicional está prevista na Lei Orçamentária. Isso significa que o incremento da arrecadação tende a melhorar o resultado fiscal de 2024, quando o governo tenta zerar o rombo nas contas públicas. Ceron também disse que o atraso na implementação de medidas neste ano pode empurrar ganhos para 2024, citando como exemplo as mudanças nas regras do Conselho Administrativo De Recursos Fiscais (Carf), que levaram meses até serem aprovadas. Após agentes do mercado manterem suas projeções em um déficit de 0,8% do PIB no ano que vem, segundo o mais recente boletim Focus do Banco Central, mesmo após a aprovação de uma série de medidas fiscais pelo Congresso, o secretário disse que esse ceticismo tem aspectos positivos. "Supondo que os resultados venham melhores (do que as projeções do mercado), isso afetará positivamente todos os outros indicadores", afirmou. "Temos boas perspectivas para 2024."
REUTERS
Brasil abre 130.097 vagas com carteira em novembro
Com o dado de novembro, o país acumula abertura líquida de 1.914.467 empregos formais em 2023, conforme o Caged. Agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-21.017); indústria geral (-12.911); e construção (-17.300), fecharam vagas. Serviços (92.620) e comércio (88.706) abriram novas vagas
O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura líquida de 130.097 vagas com carteira assinada em novembro. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado de novembro ficou abaixo da estimativa mediana de instituições financeiras, gestoras de recursos e consultorias, de abertura líquida de 153.968 vagas, segundo o Valor Data. As projeções, todas positivas, iam de 100.586 a 184 mil vagas criadas. Foram registradas 1.866.752 admissões contra 1.736.655 desligamentos no mês passado. O resultado líquido foi um pouco melhor do que o de novembro do ano passado, quando houve a abertura líquida de 127.382 vagas, considerando a série com ajustes. Com o dado de novembro, o país acumula abertura líquida de 1.914.467 vagas de trabalho com carteira assinada em 2023. Apesar da abertura líquida de vagas registrada pelo Caged em novembro, apenas dois setores da economia tiveram criação de postos de trabalho com carteira assinada. Houve abertura líquida em serviços, com 92.620 vagas geradas, e em comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 88.706. Os demais setores tiveram fechamento de vagas no mês: agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-21.017); indústria geral (-12.911); e construção (-17.300). No ano, os cinco setores registram abertura líquida de vagas: serviços (1.067.218); construção (235.375); indústria geral (238.377); agropecuária (88.756); e comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (284.170). Considerando as regiões do país, quatro apresentaram abertura líquida de vagas formais de trabalho em novembro: Sudeste (73.367), Sul (26.313), Nordeste (32.589) e Norte (4.605). No caso do Centro-Oeste, houve fechamento líquido de 5.281 vagas formais. No ano, as cinco regiões alcançaram abertura líquida de vagas: Sudeste (945.950), Sul (300.313), Centro-Oeste (199.038), Nordeste (340.776) e Norte (126.189). O Brasil gerou liquidamente em novembro 35.082 novos postos de trabalho intermitente, de aprendizes, temporários, contratados por Cadastro de Atividades Econômicas da Pessoa Física ou com carga de até 30 horas. O número foi resultado de 272.146 admissões e 237.064 desligamentos. No acumulado deste ano, houve abertura líquida de 2.669.110 postos não típicos de trabalho, resultado de 3.065.010 admissões e 395.900 fechamentos. O salário médio de admissão de novos empregados com carteira assinada ficou em R$ 2.021,73 em novembro. Um mês antes, estava em R$ 2.031,36. Já o salário médio de demissão ficou em R$ 2.132,88 no penúltimo mês de 2023, contra R$ 2.117,92 em outubro.
VALOR ECONÔMICO
Desemprego cai para 7,5% no trimestre até novembro, menor desde 2014, aponta IBGE
Dado ficou em linha com a mediana das expectativas de 23 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor
A taxa de desemprego no país caiu para 7,5% no trimestre encerrado em novembro, a menor para um trimestre móvel até novembro desde 2014 (6,7%) e a menor para qualquer sequência de três meses desde fevereiro de 2015 (7,5%). O resultado ficou também abaixo do verificado no trimestre móvel anterior, encerrado em agosto, (7,8%) e abaixo do resultado de igual período de 2022 (8,1%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre encerrado em outubro, a taxa estava em 7,6%. O dado ficou em linha com a mediana das expectativas de 23 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor, que apontava para uma taxa de 7,5% no trimestre móvel encerrado em novembro de 2023. O intervalo das projeções ia de 7,4% a 7,7%. No trimestre encerrado em novembro, o país tinha 8,2 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 2,5% frente ao trimestre móvel anterior, encerrado em agosto (menos 209 mil pessoas), mas é classificado como estabilidade estatística pelo IBGE, por estar dentro da margem de erro da pesquisa. Frente a igual período de 2022, houve queda de 6,2% (menos 539 mil pessoas). Entre setembro e novembro, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) avançou 0,9% frente ao trimestre anterior, para 100,5 milhões de pessoas, um novo recorde da série histórica. Frente a igual trimestre de 2022, subiu 0,8% (815 mil pessoas).
IBGE
Balança tem superávit de US$ 1,855 bilhão na 4a semana de dezembro
A 4ª semana de dezembro de 2023 registrou superávit de US$ 1,855 bilhão na balança comercial, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). As exportações somaram US$ 6,72 bilhões e as importações US$ 4,865 bilhões, resultando numa corrente de comércio de US$ 11,585 bilhões
Com isso, as exportações em dezembro chegam a US$ 22,069 bilhões e as importações a US$ 15,592 bilhões – saldo positivo de US$ 6,477 bilhões e corrente de comércio de US$ 37,661 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 332,852 bilhões e as importações, US$ 236,893 bilhões, com saldo positivo de US$ 95,958 bilhões e corrente de comércio de US$ 569,745 bilhões. Nas exportações, comparadas as médias até a 4ª semana de dezembro/2023 (US$ 1,4 bi) com a de dezembro/2022 (US$ 1,2 bi), houve crescimento de 15,2%. Em relação às importações houve queda de -1,7% na comparação entre as médias até a 4ª semana de dezembro/2023 (US$ 974,5 milhões) com a do mês de dezembro/2022 (US$ 991,32 milhões). Assim, até a 4ª semana de dezembro/2023, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,4 bilhões e o saldo, também por média diária, foi de US$ 404,81 milhões. Comparando-se este período com a média de dezembro/2022, houve crescimento de 7,5% na corrente de comércio. No acumulado até a 4ª semana do mês de dezembro/2023, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 42,78 milhões (20,6%) em Agropecuária; crescimento de US$ 40,23 milhões (12,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 99,54 milhões (15,0%) em produtos da Indústria de Transformação. No acumulado até a 4ª semana do mês de dezembro/2023, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: queda de US$ 2,72 milhões (-12,4%) em Agropecuária; queda de US$ 40,57 milhões (-45,7%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 26,69 milhões (3,1%) em produtos da Indústria de Transformação.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Confiança do comércio sobe 0,2 ponto em dezembro, aponta FGV
Resultado ocorre após três meses de quedas consecutivas e 2023 encerra mantendo patamar ainda pessimista e inferior ao mesmo período do ano passado
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) manteve-se relativamente estável em dezembro, ao subir 0,2 ponto, para 86,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, em 1,8 ponto, para 87,5 pontos “Após três meses de quedas consecutivas, a confiança do comércio acomoda e encerra 2023 mantendo patamar ainda pessimista e inferior ao mesmo período do ano passado. O avanço do mês foi influenciado pela melhora das perspectivas dos empresários para os próximos meses, apesar da persistente deterioração das avaliações sobre o momento. As expectativas positivas em relação ao futuro podem estar associadas ao provável cenário de continuidade na melhora do ambiente macroeconômico em 2024, com redução de endividamento dos consumidores e condições de crédito mais favoráveis, o que pode desencadear um aumento na demanda, contribuindo para a recuperação do setor”, avalia Geórgia Veloso, economista da FGV Ibre, em comentário no relatório.
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