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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 523 DE 18 DE DEZEMBRO DE 2023


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 523 | 18 de dezembro de 2023

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL  

BOVINOS

 

Mercado do boi travado. Alta em SP onde a arroba subiu R$ 3

Cotação do animal "comum” avançou para R$ 245/@ no mercado paulista, enquanto “boi-China” foi negociado por R$ 250/@, informou a Scot Consultoria

 

A cotação da arroba do boi gordo subiu na sexta-feira (15/12) no mercado paulista, informou a Scot Consultoria. Para o “boi comum” (direcionado ao mercado interno) houve um aumento diário de R$ 3/@, enquanto o “boi-China” (com padrão-exportação – abatido com até 30 meses de idade) sofreu reajuste R$ 2/@, acrescenta consultoria. O animal “comum” vale agora R$ 245/@ no Estado de São Paulo, e o bovino com destino ao mercado chinês é negociado por R$ 250/@ (valores a prazo, bruto). Nas praças paulistas, a vaca gorda está cotada em R$ 220/@, enquanto a novilha terminada é vendida por R$ 237/@ (bruto, prazo), segundo a Scot. De acordo com apuração da S&P Global Commodity Insights, o mercado brasileiro do boi gordo registrou baixa liquidez nesta sexta-feira, com poucas inserções no ambiente de compra e venda. “Houve poucas indicações de preços para a arroba em um panorama de escalas de abate que atendem minimamente as operações no curtíssimo prazo, reduzindo a necessidade de compra por parte dos frigoríficos brasileiros”, ressaltou a S&P Global. Na avaliação da consultoria, a segunda quinzena de dezembro deverá manter o pano de fundo atual, com baixa liquidez nos negócios envolvendo boiadas gordas e preços relativamente estáveis. Porém, aposta os analistas da S&P Global, as cotações devem se manter firmes diante da pouca disponibilidade de animais prontos para abate nas principais praças pecuárias do País. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 210/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 227/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 229/@ (à vista) vaca a R$ 210/@ (à vista); MT-Cáceres: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); GO-Sul: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); MG-Triângulo: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); PA-Redenção: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista).

S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO

 

Rússia renova quota para importação de carne bovina

A medida entrará em vigor, a partir de 1º de janeiro de 2024. O governo brasileiro tomou conhecimento, com satisfação, da decisão do governo russo de renovar as quotas para importação de 570 mil toneladas de carne bovina, com tarifa reduzida de 50% para 15%

 

O anúncio das quotas foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia, por meio do Decreto da Federação da Rússia 2129/2023. A União Econômica Eurasiática (UEEA) também anunciou quotas para importação de 124,5 mil toneladas de carne bovina (exclusivamente para processamento) com tarifa zero, sendo 100 mil toneladas para o mercado russo e o restante distribuído entre os quatro outros países membros (Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão). A medida valerá de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2024. As exportações brasileiras de carne bovina e carne de aves para o mercado russo, que em 2022 somaram US$ 278 milhões e representaram 15,4% da pauta brasileira, continuaram a crescer em 2023. Entre janeiro e outubro deste ano, o fluxo comercial já alcançou US$ 250 milhões, atingindo 22,2% do total das exportações brasileiras para a Rússia.

MAPA

 

SUÍNOS

 

Mercado de suínos fecha a sexta-feira com estabilidade

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 134,00, enquanto a carcaça especial teve aumento de 0,95%, com valor de R$ 10,60/kg, em média

 

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (14), os preços não mudaram no Paraná (R$ 6,50/kg), nem no Rio Grande do Sul (R$ 6,40/kg). Houve elevação de 0,41% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,29/kg, altas de 0,62% em Santa Catarina, chegando a R$ 6,48/kg, e de 0,57% em São Paulo, fechando em R$ 7,02/kg. 

Cepea/Esalq

 

FRANGOS

 

Sexta-feira de estabilidade no mercado do frango

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,71%, valendo R$ 7,00/kg

 

Na cotação do animal vivo, Santa Catarina ficou estável em R$ 4,25/kg, enquanto no Paraná houve aumento de 1,31%, chegando a R$ 4,65/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (14), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 7,45/kg e R$ 7,47/kg. 

Cepea/Esalq

 

Cota russa é oportunidade para exportadores de frangos, afirma ABPA

Rússia renovou cota com tarifa zero para importação de 364 mil toneladas para aves

 

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou que a renovação, anunciada pelo Governo da Rússia, da cota para importação total de 364 mil toneladas de carne de aves com tarifa zero deverá representar uma importante oportunidade para os exportadores brasileiros de carne de frango ao longo de 2024. A informação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura do Brasil, a partir de publicação de decreto do Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia. Conforme o decreto, ficam estabelecidas cotas divididas em 250 mil toneladas com carcaças, pernas e cortes não desossados e 100 mil de produtos desossados, além de 14 mil toneladas destinadas a peru inteiro e carcaças. Para produtos importados extracotas, a tarifa de importação é de 65%. “As vendas de carne de frango do Brasil para o mercado eurasiático registraram forte expansão ao longo de 2023, e se espera uma ampliação nesta parceria”, avalia o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. Líder mundial nas exportações de carne de frango, o Brasil é, também, o principal fornecedor internacional desta proteína para o mercado russo. Entre janeiro e novembro, o país do Leste Europeu importou 43,6 mil toneladas do produto avícola brasileiro, volume 44,2% superior às importações de 2022. Estas exportações geraram receita de US$ 81,2 milhões este ano, de acordo com os dados coletados pela ABPA. O país é o 24° principal destino dos produtos brasileiros. “Temos uma longa tradição com o mercado russo em uma relação multiproteínas, que deverá ganhar ainda mais força no próximo ano, reforçando a tendência de incremento já registrado ao longo do último biênio”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

ABPA

 

Frango/Cepea: Carne de frango eleva competitividade principalmente frente à suína

Os preços médios das carnes de frango, suína e bovina avançam dezembro acima dos patamares praticados em novembro, impulsionados principalmente pela demanda aquecida

 

Para a proteína avícola, porém, o movimento de alta tem sido menos intenso, o que vem elevando a sua competitividade frente às concorrentes. Segundo pesquisadores do Cepea, o maior ganho é em relação à carne suína, tendo em vista que a diferença entre os valores do frango inteiro resfriado e a carcaça especial suína aumentou 12,8%, passando de 2,68 Reais/kg em novembro para 3,02 Reais/kg na parcial deste mês. Frente à carcaça casada bovina, houve aumento de 1,2% na diferença, de 9,53 Reais/kg para 9,64 Reais/kg.

Cepea

 

EMPRESAS

 

Alpha Fish projeta investimento de R$ 500 milhões na produção de tilápia no PR

Com investimentos previstos de R$ 500 milhões nos próximos cinco anos e estimativa de faturamento de R$ 1,2 bilhão ao ano assim que o projeto atingir capacidade total, a Alpha Fish inaugurou oficialmente em novembro sua estrutura para produção de tilápias em tanques-rede em São Jorge D’Oeste, no sudoeste do Paraná

 

O empreendimento está instalado em reservatórios da Usina Hidrelétrica de Salto Osório, no Rio Iguaçu. “Estamos estudando e trabalhando nesse investimento há mais de 12 anos, o que resultou em um plano de negócios que prevê atuação na cadeia inteira de produção da tilápia, passando pelos insumos, alevinos até o aproveitamento de carcaça, pele e colágeno”, contou o diretor-presidente da Alpha Fish, Gilson Tedesco, em entrevista à Globo Rural. Tedesco, que atua também no ramo de tecnologia, afirma que a perspectiva de demanda pela proteína e a disponibilidade do lago o levaram a decidir pelo investimento. “Há falta de peixe no mercado nacional e, em pouco tempo, haverá disputa mundial pela compra de proteína”, analisa o empresário. A Alpha Fish começou a operar em 2021 e recebeu a outorga do Ministério da Agricultura e Pecuária para explorar um milhão de hectares de água em 12 áreas do lago da usina, com expectativa de produção de 30 mil toneladas de tilápia até 2030. O investimento, até o momento, chegou a R$ 30 milhões. Segundo Tedesco, parte do aporte previsto, de R$ 500 milhões, deve ter como origem capital próprio e o restante, linhas de financiamento bancário. A instalação da primeira área acaba de ser concluída e a empresa avança para a implantação da segunda, que vai elevar a produção de 1,2 mil toneladas por ano para 6,6 mil toneladas/ano, o que equivale a 22% da capacidade prevista. O empreendimento inclui um píer, que é a unidade de recria e engorda dos peixes, e tem 170 tanques em funcionamento. A previsão é chegar a 480 tanques em 2024. A estrutura completa prevê 3.750 tanques-rede nas 12 áreas de exploração. Paralelamente, a Alpha Fish instalou o sistema bioflocos, dedicado à etapa de cria. Os bioflocos são partículas orgânicas que ficam suspensas na água e formam um pequeno ecossistema com uma série de organismos. Utilizado geralmente para a criação de camarão, a tecnologia será aplicada na alimentação das larvas de tilápia para a produção de alevinos. Ao mesmo tempo que servem de alimento, elas ajudam a filtrar as impurezas da água. Entre as vantagens do sistema, segundo Tedesco, estão o custo menor com ração e o aumento da imunidade do peixe, que ganha robustez e redução da mortalidade nos tanques-rede. O projeto também prevê a instalação de um frigorífico, em 2025, e uma fábrica de farelo. Com o frigorífico em operação, a meta será o mercado internacional. Tedesco já recebeu importadores dos Emirados Árabes interessados no produto e está em contato com empresários dos Estados Unidos. Além da outorga do Ministério da Agricultura, o cultivo no reservatório da usina tem anuência da Marinha e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e licenças ambientais emitidas pelo Instituto Água e Terra (IAT). A Alpha Fish integra a Associação dos Produtores dos Lagos do Iguaçu, que congrega cinco empresas ao todo. Segundo Tedesco, a produção conjunta atinge em torno de 10.000 toneladas/ano. A projeção dos piscicultores é ampliar investimentos e produção, podendo atingir 80.000 toneladas/ano nos próximos anos. A expectativa da Alpha Fish é gerar até 1,6 mil empregos diretos quando todas as unidades estiverem em funcionamento, além de envolver uma cadeia de fornecedores com mais de 6 mil pessoas. O Paraná é o Estado que lidera a produção de peixes no Brasil, com 22,5% do total nacional. Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), das 860.355 toneladas de peixes produzidas no país em 2022, 194.100 toneladas foram provenientes do Paraná, 3,2% acima do ano anterior. Da produção paranaense, mais de 95% é de tilápia. O segundo Estado produtor foi São Paulo, com 83.400 toneladas no ano.

GLOBO RURAL

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Alep aprova projeto que aumenta o icms e revoga o Funrep

Os deputados estaduais aprovaram, na terça-feira (13/12), em sessão plenária da Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei 1023/2023, que trata de ajustes no ICMS e, em seu artigo 9º, revoga o Fundo de Recuperação e Estabilização Fiscal do Paraná (Funrep)

 

A lei substitui o Decreto 4.257/2023 que em novembro estendeu o prazo de suspensão do Funrep até 31 de dezembro de 2023. Previsões - Dentre as previsões da Lei estão: - Redução da alíquota do “gás natural” de 18% para 12%. - Aumento da alíquota da energia elétrica

Obs.: “exceto a destinada à eletrificação rural” de 18% para 19%; - Aumento da alíquota geral de 19% para 19,5%; - Aumento da alíquota dos serviços de comunicação de 18% para 19,5%;

- Desconto de 6% para pagamento em parcela única do IPVA 2024; - Revoga o Funrep.

OCEPAR

 

Exportações do agro paranaense cresceram 35,6% até novembro

A exportação do setor agropecuário paranaense atingiu mais de 27,1 milhões de toneladas nos 11 primeiros meses de 2023. Isso representa aumento de 35,6% sobre os 20 milhões enviados ao exterior no mesmo período do ano passado. Em valores financeiros entraram no Paraná US$ 17,7 bilhões somente desse setor. O resultado é 12,6% superior aos US$ 15,7 bilhões de 2022

 

Os números foram divulgados pelo Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha as exportações e importações do agronegócio brasileiro. Nos primeiros 11 meses de 2022 as exportações nacionais alcançaram US$ 147,6 bilhões na venda de 215,6 milhões de toneladas de produtos. Neste ano, até novembro, o volume subiu para 250,7 milhões de toneladas (16,3% a mais), enquanto os valores cresceram 3,6%, passando a US$ 153 bilhões. Nos números divulgados pelo Agrostat chama a atenção o volume de exportação do complexo soja, que em 2022 exportou 8,9 milhões de toneladas e este ano passou para 14,7 milhões. Em recursos, saiu de US$ 5,5 bilhões para atingir US$ 7,9 bilhões. Os cereais também tiveram boa recuperação. De janeiro a novembro do ano passado tinham saído 785,7 mil toneladas e este ano o Paraná já vendeu mais de 1,1 milhão. Em volume de recursos quase dobrou, passando de US$ 2,3 bilhões para US$ 4,2 bilhões. O setor de carnes teve acréscimo de US$ 14,7 milhões em 2023, fechando os 11 meses com pouco mais de US$ 3,9 bilhões. Em peso, subiu de 1,9 milhão de toneladas para 2,1 milhões. Em volume de venda, o maior acréscimo foi em frango, que passou de 1,7 milhão de toneladas para 1,9 milhão. No entanto, a queda em arrecadação foi de 1,5%, saindo de US$ 3,5 bilhões em 2022 para US$ 3,4 bilhões. Os pescados arrecadaram 32,7% a mais. De janeiro a novembro de 2022 foram US$ 12,8 milhões, enquanto este ano chegou a US$ 17,1 milhões. Em volume, subiu de 4,7 mil toneladas para 4,8 mil. De carne suína o Paraná vendeu 153,6 mil toneladas, crescimento de 5,8% em relação às 145 mil toneladas anteriores. Entraram no Estado US$ 345,3 milhões, ou 12,4% a mais que os US$ 307 milhões de 2022. A principal queda ficou com o setor florestal. Enquanto foram vendidos 3,8 milhões de toneladas entre janeiro e dezembro de 2022, rendendo US$ 3,3 bilhões, este ano ficou em 3,1 milhões de toneladas para US$ 2,4 bilhões. 

Agência Estadual de Notícias

 

Resultados do cooperativismo em 2023

Os resultados do cooperativismo em 2023 foram apresentados na última reunião de diretoria do ano, realizada na quinta-feira (14/12), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba. “Foi um ano muito trabalhoso, mas chegamos a bons resultados”, declarou o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken

 

Ele apresentou os números alcançados pelo setor em 2023. O principal resultado do ano foi o faturamento de R$ 202 bilhões, o que representa a antecipação do alcance da meta do PRC200, o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense. O PRC200 projetava chegar ao faturamento de R$ 200 bilhões até o ano de 2026. Dos R$ 202 bilhões, R$ 8,5 bilhões representam o resultado líquido, sendo que parte desse total será reinvestido nas cooperativas e parte será devolvida aos cooperados. “Se não fosse o cooperativismo, este valor não ficaria entre nós”, destacou Ricken. Outro número relevante de 2023 refere-se a novos cooperados. “Tivemos a adesão de 400 mil ao cooperativismo, grande parte no ramo crédito. No agro, 15 mil novos agricultores entraram nas nossas cooperativas. Isso é uma demonstração de que o cooperativismo é necessário e importante para essas pessoas”, frisou o presidente. Os números comprovam também a relevância do cooperativismo na geração de empregos no Paraná. O setor chega ao final de 2023 com 150 mil pessoas empregadas. “Além disso, temos 8 mil vagas em aberto”, disse Ricken, frisando a importância de as cooperativas ‘cuidarem’ de seus colaboradores para reter os talentos. O presidente do Sistema Ocepar destacou também o avanço das exportações pelo setor e disse que nesta a perspectiva de crescimento nessa área é muito grande para os próximos anos. Exportamos US$ 9,5 bilhões neste ano. Hoje, os produtos do cooperativismo do Paraná estão presentes em mais   de 150 países e há ainda muita demanda. Devemos crescer muito nas exportações”, pontuou.

OCEPAR

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Reforma tributária ficou longe da ideal, mas é avanço e deve aumentar produtividade, dizem economistas

O texto, aprovado pelo Congresso na sexta-feira, vai agora para a sanção presidencial 

 

A reforma tributária, aprovada definitivamente pelo Congresso Nacional na última sexta-feira, ficou longe da ideal, mas representa um avanço em relação sistema tributário atual e tem potencial para aumentar a produtividade e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo economistas ouvidos pelo Valor. Para o economista e especialista em contas públicas Sergio Gobetti, a reforma deve propiciar a transição para um modelo tributário mais moderno no Brasil e é melhor do que a versão que havia partido do Senado de volta para a Câmara dos Deputados, que finalizou o processo ontem. O texto será promulgado pelo Congresso Nacional. “O texto aprovado é, em geral, melhor do que o do Senado por reduzir as exceções, mas o mais importante de tudo é finalmente estarmos aprovando a reforma tributária. É um feito histórico, de enorme importância política, e que deve propiciar a transição para um modelo tributário mais moderno, eficiente e também justo”, disse Gobetti. “Maior justiça tributária e federativa é uma das principais virtudes da reforma aprovada”, adicionou. Na visão do economista e sócio da Ryo Asset Gabriel Leal de Barros, o ponto alto do texto final é a retirada das exceções a vários setores que haviam sido colocados durante a tramitação no Senado. “Exceções para seis setores foram retiradas, o que é positivo, porque além de contribuir para uma alíquota geral menor do IVA, melhora a qualidade da reforma. O potencial de simplificação do sistema é muito maior do que se essas exceções tivessem sido mantidas”, afirma Leal de Barros. O economista da Ryo Asset e especialista em temas fiscais pondera que não é a reforma dos sonhos para ajustar as contas públicas, mas prevê melhoras e dinamismo para a economia. “Longe da ideal, mas melhor do que o sistema que temos hoje. É uma reforma que entregará um efeito positivo em termos de produtividade e PIB em potencial, embora distante do desejável. A retirada dessas exceções melhora. Nota 6 para essa versão aprovada”, acrescenta. Em relação a qual vai ser a alíquota final do IVA, Leal de Barros prefere não fazer o cálculo neste momento considerando a relevância que a elisão fiscal pode ter sobre o tema, já que é comum no sistema tributário atual do Brasil as empresas se valerem de manobras contábeis para reduzir suas cargas tributárias. Thaís Marzola Zara, economista sênior da LCA Consultores, também avalia que a reforma tende a ser benéfica para o país no médio prazo. “O sistema atual gera muitas distorções. As empresas empregam muitos recursos que poderiam ser direcionados a melhorias em seus processos produtivos no planejamento tributário. Com o novo sistema, esse gasto tende a se reduzir”, afirma. Segundo Zara, há pontos no texto aprovado na Câmara que poderiam ser melhores, mas o saldo final é positivo. “Nem sempre é viável politicamente [se aprovar a reforma ideal]. Minha avaliação é que esse é um texto bastante positivo, que trará avanços importantes para o país”, diz. Ela argumenta que, apesar das exceções e de o relator da reforma na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ter rejeitado seis regimes específicos criados pelo Senado, o novo código tributário será capaz de reduzir de forma significativa distorções na economia, pois o texto aprovado manteve pilares como a implantação de um sistema de base tributária ampla e não cumulativo, a uniformização da legislação e a simplificação do sistema. Segundo Zara, todos os setores deverão se beneficiar da reforma aprovada, mas a indústria, que é o mais penalizado pelo sistema atual, tende a ter maiores ganhos.

VALOR ECONÔMICO

 

Dólar sobe ante real após comentários de autoridade do Fed sobre juros

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9379 reais na venda, em alta de 0,46%, interrompendo uma sequência de duas sessões consecutivas de queda. Na semana, a divisa acumulou ganho de 0,18% e, em dezembro até agora, elevação de 0,46%

 

Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,50%, a 4,9420 reais. A moeda norte-americana se beneficiou da fraqueza de outras divisas no exterior, após a divulgação de dados fracos na China e na Europa. A Agência Nacional de Estatísticas informou que os preços das casas novas na China caíram pelo quinto mês consecutivo em novembro, enquanto o investimento em imóveis caiu 9,4% de janeiro a novembro em relação ao ano anterior, após uma queda de 9,3% de janeiro a outubro. Já as vendas no varejo chinês cresceram 10,1% em novembro, acelerando em relação ao aumento de 7,6% em outubro, mas não atenderam às expectativas dos analistas, de salto de 12,5%. Na Europa, o PMI composto preliminar do HCOB para a zona do euro, compilado pela S&P Global, caiu para 47,0 em dezembro, ante 47,6 em novembro. Pesquisa da Reuters projetava aumento para 48,0. Além dos números chineses e europeus, fizeram preço no mercado global de dólar os comentários do presidente do Fed de Nova York, John Williams, que rejeitou as crescentes expectativas em relação a cortes na taxa de juros dos EUA. Segundo ele, o Fed ainda se concentra em verificar se a política monetária está no caminho certo para continuar levando a inflação à meta de 2%. "Não estamos realmente falando sobre cortes de juros no momento", disse Williams em entrevista à CNBC. Um terceiro fator ajudou a sustentar as cotações do dólar no dia, conforme um operador ouvido pela Reuters: a compra sazonal de dólares neste fim de ano, por fundos e multinacionais, para remessas ao exterior. Em paralelo, os agentes do mercado seguiram atentos à agenda de votações no Congresso Nacional. Na quinta-feira, a derrubada do veto presidencial ao projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia foi mal recebida pelo mercado.

REUTERS

 

Ibovespa fecha em queda na sexta após renovar máximas, mas subiu na semana

O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, refletindo ajustes, após uma semana marcada por recordes, em meio a perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos no próximo ano e manutenção do ritmo de alívio monetário no Brasil

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,49%, a 130.197,1 pontos, mas acumulou alta de 2,44% na semana. O volume financeiro somou 31 bilhões de reais, ajudado pelas operações relacionadas ao vencimento de opções sobre ações. De acordo com o analista-chefe da Levante Corp, Eduardo Rahal, o mercado exibiu na sexta-feira uma "tendência lateral", após uma semana marcada por intensa volatilidade, que teve como destaques decisões de juros no Brasil e EUA. Ele citou que, desde a quarta-feira, investidores passaram a recalcular suas expectativas para futuras alterações nas taxas de juros pelo banco central norte-americano, antecipando a chance de cortes, com algumas apostas já para janeiro de 2024. Na quarta-feira, o Federal Reserve confirmou as expectativas do mercado e manteve o juro entre 5,25% e 5,50% ao ano, enquanto 17 dos 19 formuladores de política monetária do Fed passaram a projetar corte da taxa em 2024. Ainda, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que o BC dos EUA provavelmente já terminou de aumentar os juros e afirmou que eles estão muito focados em não cometer o erro de manter as taxas altas por tempo demais. No mesmo dia, mas após o fechamento do mercado, o Banco Central no Brasil promoveu novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 11,75% ao ano, e sinalizou cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões. Nesse contexto, o Ibovespa superou na quinta-feira as marcas históricas registradas anteriormente em junho de 2021, com a máxima intradia voltando a ser renovada na sexta-feira. Em conversa com jornalistas na sexta-feira, o chefe de economia no Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America, David Beker, reforçou a visão positiva para Brasil, estimando o Ibovespa em 145 mil pontos ao final de 2024. A semana no mercado financeiro ainda terminou com a agência de classificação de risco Fitch reafirmando a nota "BB" para o Brasil, com perspectiva estável, e com a Câmara dos Deputados aprovando texto-base da reforma tributária em primeiro turno.

REUTERS

 

IGP-10 tem maior alta mensal em 1 ano e meio com nova pressão das commodities, diz FGV

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou a alta mais do que o esperado em dezembro, marcando a taxa mensal mais intensa em um ano e meio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira, citando nova pressão de commodities importantes

 

O IGP-10 teve alta 0,62% neste mês, contra avanço de 0,52% em novembro, ficando bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,48% e registrando a variação positiva mais acentuada desde junho de 2022 (+0,74%). Assim, o índice encerrou o ano com queda acumulada em 12 meses de 3,56%, desacelerando as perdas ante a deflação de 3,81% em novembro. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, avançou 0,81% em dezembro, contra alta de 0,60% no mês passado, mas fechou 2023 com queda acumulada de 6,02%. "Os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor (IPA) foram as commodities de grande relevância", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços, sobre o resultado de dezembro. "A influência significativa do minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), do milho (de 0,68% para 7,16%), da soja (de -1,27% para 1,76%) e do café (de 3,57% para 5,86%) representou 79% do resultado geral do IPA (em dezembro)". O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), por sua vez, que responde por 30% do indicador geral, desacelerou os ganhos para 0,22%, de 0,39% em novembro. No ano, a alta acumulada foi de 3,43% "No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), destacaram-se os serviços bancários (de 0,00% para 2,34%) e o aluguel residencial (de -0,96% para 0,98%)", disse Braz. Enquanto isso, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve variação positiva de 0,01% em dezembro, contra 0,18% em novembro, chegando ao fim de 2023 com avanço de 3,04% no ano.

REUTERS

 

Estrangeiros aportam R$ 860,4 milhões na Bolsa em 13 de dezembro 

Superávit do ano dessa categoria de investidor passa de R$ 31 bilhões 

 

Os investidores estrangeiros aportaram R$ 860,4 milhões em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) no dia 13 de dezembro, quando o Ibovespa subiu 2,42%. Assim, a categoria tem saldo positivo de R$ 4,16 bilhões no acumulado do mês, enquanto superávit do ano foi para R$ 31,55 bilhões. Já o investidor institucional aportou R$ 143,2 milhões na mesma data. Com isso, o déficit mensal do grupo totaliza R$ 5,08 bilhões, enquanto o déficit do ano é de R$ 57,50 bilhões. E o investidor individual sacou R$ 894,1 milhões no mesmo dia, e passou a registrar déficit de R$ 18,8 milhões no mês, enquanto o saldo positivo em 2023 foi para R$ 4,18 bilhões.

VALOR ECONÔMICO

 

Congresso derruba veto de Lula, e desoneração da folha será prorrogada até 2027

Medida atinge 17 setores da economia intensivos em mão de obra, e impacta diretamente quase 9 milhões de postos de trabalho. Texto permite redução de tributos pagos por empresas sobre salários

 

O Congresso derrubou, em sessão conjunta na quinta-feira (14), o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao texto que renova, até 2027, a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia que empregam quase 9 milhões de pessoas. O resultado no Senado foi de 60 votos a 13 pela rejeição do veto presidencial. Na Câmara, o placar foi de 378 a 78 pela derrubada. O texto segue agora para promulgação. Com isso, passará a valer a regra que permite às empresas desses setores substituírem a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta do empreendimento, que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado. Em vigor desde 2011, a medida perderia validade no fim deste ano. Pela proposta aprovada no Legislativo, será prorrogada por mais quatro anos — até 31 de dezembro de 2027. Após o Congresso derrubar o veto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai contestar a prorrogação da desoneração na Justiça e que vai apresentar uma proposta alternativa aos parlamentares. Segundo o texto, estão entre os setores que poderão alterar o regime de tributação: industrial: couro, calçados, confecções, têxtil, proteína animal, máquinas e equipamentos; serviços: tecnologia da informação, tecnologia da informação e comunicação, call center e comunicação; transportes: rodoviário de cargas, rodoviário de passageiros urbano e metroferroviário; construção: construção civil e pesada. O texto também reduz — de 20% para 8% — a contribuição previdenciária patronal paga por pequenos municípios sobre o salário de funcionários. A regra valerá para as cidades com menos de 142.633 habitantes, que não recebem a cota reserva do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A medida deve, segundo estimativa do Congresso, atingir mais de 3 mil municípios.

G1/O GLOBO

 

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