Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 514 | 05 de dezembro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Scot Consultoria: a semana começou com preços estáveis, comportamento típico de segundas-feiras
“As cotações (dos animais terminados) permaneceram nos mesmos patamares observados no fechamento da semana passada”, observou a Scot. No Paraná — O boi vale R$235,00 por arroba. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de sete dias
Pelos dados da consultoria, a cotação do “boi comum” está em R$ 240/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociados por R$ 220/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo). O “boi-China” está sendo negociado em R$ 245/@ (preço bruto e a prazo, base SP), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”, acrescentou a Scot. Já a Agrifatto relatou que, na semana passada, o indicador para o boi gordo e o índice Cepea apontaram valorização de 1,01% e 3,51%, respectivamente, ficando cotados, em média, a R$ 239,99/@ e R$ 243,08/@ (base São Paulo). “O movimento de alta é atribuído à maior demanda pela carne bovina sazonal no final do ano – estimulada pelas tradicionais comemorações e indicada por escalas de abate levemente menores em relação à semana anterior”, justificou a Agrifatto. Segundo a consultoria, em calmaria típica de segundas-feiras, o preço médio da arroba em São Paulo ficou em R$ 242,50. Nas demais regiões, as cotações aumentaram para R$ 227,05/@, acrescentou a Agritatto. “Apenas uma das 17 praças acompanhadas registrou valorização na arroba”, disse a consultoria, referindo-se à praça do Rio Grande do Sul. As demais 16 regiões sustentaram cotações laterais, completou a consultoria. Na B3, o vencimento para novembro/23 foi liquidado a R$ 239,60/@, 0,67% de alta ante o valor de liquidação do outubro/23. Por sua vez, os outros contratos futuros avançaram na última semana, com destaque para março/23, que subiu 3,09% no período e ficou cotado a R$ 250/@, o maior patamar desde meados de agosto/23, informou a Agrifatto. Segundo apuração da S&P Global Commodity Insights, o mercado brasileiro registrou poucas movimentações no ambiente de negócios nesta primeira segunda-feira de dezembro. A S&P Global verificou que as escalas de abate permanecem represadas entre 7 a 9 dias, indicando que, mesmo diante da oferta enxuta de animais, há um certo equilíbrio em relação à atual necessidade dos frigoríficos. “Tal cenário segue como principal fator limitante para altas mais significativas nos preços da arroba”, disse a S&P Global. No mercado atacadista da carne bovina, o segmento varejista está se preparando para um aumento no escoamento do mercado doméstico em dezembro/23, e a carcaça do boi castrado fechou a última semana com valorização de 1,11% no atacado paulista, com preço médio de R$ 16/kg”, relatou a Agrifatto. Considerando as peças separadas da carcaça, o dianteiro se destacou, com valorização de 1,39% (R$ 12,63/kg), enquanto o ponta de agulha e o traseiro avançaram 0,73% e 1,38%, com cotação média de R$ 13,30/kg e R$ 19,48/kg, respectivamente. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 229/@ (à vista) vaca a R$ 209/@ (à vista); MT-Cáceres: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); GO-Sul: boi a R$ 231/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MG-Triângulo: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); PA-Redenção: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 212/@ (à vista) vaca a R$ 195/@ (à vista).
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global)
SUÍNOS
Altas generalizadas para o mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF teve aumento de 0,78%, custando, em média, R$ 129,00, enquanto a carcaça especial ficou estável, com valor de R$ 10,10/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (1), houve aumento de 0,14% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,97/kg, incremento de 0,31% no Paraná, alcançando R$ 6,49/kg, avanço de 0,32% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 6,31/kg, crescimento de 0,16% em Santa Catarina, custando R$ 6,34/kg, e de 0,30% em São Paulo, fechando em R$ 6,76/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Segunda-feira (4) de cotações estáveis no mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 0,28%, valendo R$ 7,13/kg
Na cotação do animal vivo, no Paraná o preço ficou estável e, R$ 4,54/kg, assim como em Santa Catarina, cotado em R$ 4,24/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (1), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado cederam 0,27%, custando, respectivamente, R$ 7,44/kg e R$ 7,50/kg.
Cepea/Esalq
China relata gripe aviária H5N1 altamente patogênica em granjas, diz OIE
A China relatou um surto de gripe aviária H5N1 altamente patogênica em uma fazenda na província de Qinghai, noroeste do país, informou nesta terça-feira a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com sede em Paris, citando um relatório do Ministério da Agricultura chinês
É o primeiro caso da cepa de gripe H5N1 a ser relatado em uma granja avícola chinesa desde 2014, de acordo com uma pesquisa da Reuters no banco de dados da OIE de avisos do Ministério da Agricultura chinês. Mas o vírus foi relatado este ano no Nepal e no Butão, ambos países que partilham fronteiras com o noroeste da China. O vírus matou 1.050 frangos de corte de um rebanho de 1.615 em uma fazenda na província autônoma de Haixi, na Mongólia e no Tibete. As aves restantes foram mortas e eliminadas, disse o ministério. Algumas cepas do vírus H5N1, muitas vezes letal, podem ser transmitidas aos seres humanos. O caso é o sexto caso de gripe aviária altamente patogénica notificado pela China este ano, em comparação com apenas quatro casos notificados à OIE em 2017, segundo o seu website. A maioria dos casos notificados na China este ano foram de uma forma altamente patogénica de H7N9, a mesma estirpe que matou centenas de pessoas na China no ano passado, atingindo a procura dos consumidores e deixando as indústrias de ovos e frangos em dificuldades. O vírus não teve um grande impacto nas aves no ano passado, mas sofreu uma mutação para uma forma mais letal. Todos os quatro casos de H7N9 relatados este ano ocorreram em granjas de poedeiras – ou granjas produtoras de ovos – com o caso mais recente matando mais de 9.000 galinhas no nordeste da província de Liaoning. Isso apesar de um programa nacional de vacinação contra o vírus iniciado no outono passado. A China também relatou um caso da cepa H5N6 em uma fazenda de patos em março.
REUTERS
EMPRESAS
Processadoras de carne bovina anunciam investimentos em rastreabilidade durante a COP28
A JBS e a Marfrig anunciaram separadamente investimentos para aumentar a rastreabilidade da cadeia produtiva de carne bovina e pecuária sustentável durante a COP28, em Dubai, na semana passada.
A Marfrig antecipou a meta para monitorar 100% de sua cadeia de fornecimento de gado, de 2030 para 2025, com investimento de R$ 100 milhões na nova fase do seu Programa Verde+, focado no estabelecimento de uma pecuária sustentável. Entre as ações previstas no programa estão a recuperação e a transformação de pastagens degradadas, a restauração ecológica de florestas nativas, a melhoria genética do rebanho, a produção de carne baixo carbono e carne carbono neutro, entre outras, segundo nota divulgada pela empresa. A JBS disse separadamente que investirá R$ 43,3 milhões nos próximos três anos para melhorar a transparência e a rastreabilidade da cadeia do gado no Pará, além de apoiar pequenos produtores com programas de regularização ambiental e adoção de práticas regenerativas e sistemas agroflorestais. Parte do investimento, cerca de R$ 5 milhões, será aplicada para implementar o rastreamento com chips individuais no rebanho bovino no Pará nos próximos três anos. O programa para rastreabilidade individual teve início com a aplicação de identificadores eletrônicos individuais do gado na unidade da Friboi em Marabá (PA), segundo a JBS. Após a validação do sistema e o desenvolvimento de protocolos para utilização da tecnologia pelas fazendas que fornecem diretamente para a JBS, a empresa disse que vai amparar os demais parceiros no projeto para iniciar os testes nas fazendas de cria e recria de animais. Além dos R$ 43 milhões de contribuição da JBS, o Programa de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pecuária de Bovídeos Paraenses do governo estadual conta com R$ 80 milhões em recursos do Fundo Bezos, segundo nota divulgada pelo governo do Pará. O programa estadual visa rastrear todo o rebanho bovino até dezembro de 2026, ter 100% dos Cadastros Ambientais Rurais validados até dezembro de 2026, recuperar 20% da área de pastagens degradadas e priorizar a implementação da rastreabilidade no entorno de Territórios Coletivos, como povos indígenas e comunidades tradicionais.
CARNETEC
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
81% dos paranaenses devem presentear no Natal, aponta Fecomércio
Índice está acima do registrado no Natal de 2022 e tíquete médio também aumentou, para R$ 337,96
Data comemorativa mais aguardada pelos varejistas, o Natal de 2023 promete ser bem melhor do que o do ano passado, ao menos para os lojistas paranaenses. Uma sondagem realizada pela Fecomércio PR em conjunto com o Sebrae/PR apontou que 81,3% dos consumidores pretendem presentear parentes ou amigos neste final de ano. O percentual está acima dos 78,8% registrados em 2022 e o valor do tíquete médio também subiu de um ano para o outro, de R$ 322,36 para R$ 337,96, alta de 4,8%. Os resultados do estudo animam os lojistas que registraram vendas abaixo do esperado nas principais datas do varejo no primeiro semestre deste ano. Segundo o levantamento, a maioria dos paranaenses, um total de 83,6% de consumidores, irá comprar presentes para até cinco pessoas. Outros 13,4% incluíram na lista entre seis e dez pessoas e 3% deverão presentear acima de dez entes queridos. “A principal data do varejo nacional promete ter um bom desempenho para os comerciantes paranaenses. A intenção de presentear no Natal cresceu em relação ao ano passado, bem como o tíquete médio. A compra pela internet se iguala pela primeira vez ao comércio de rua na série histórica da pesquisa, e a compra em shoppings também se destaca comparativamente ao levantamento anterior”, destacou o coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt. As lojas do centro da cidade foram apontadas como o local preferido para fazer compras por 21,9% dos paranaenses ouvidos na pesquisa. As lojas de bairro foram citadas por 24,6%. Somadas, totalizam 46,5%, mesmo percentual das compras pela internet. Os shoppings vêm logo na sequência, com 44,8%. Quanto a forma de pagamento, a maioria (67,2%) pretende pagar à vista e 32,8% devem parcelar ou deixar para o vencimento do cartão de crédito. Os itens de vestuário estão no topo da lista de presentes dos consumidores, com 57,5%. Os brinquedos devem corresponder a 42,8% das preferências, seguidos por perfumes e cosméticos (19,1%). Um levantamento realizado pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) em parceria com o SPC Brasil em 27 capitais brasileiras, apontou um dado preocupante: 33% dos consumidores que pretendem presentear amigos e familiares neste ano possuem contas em atraso e 69% deles estão com o nome sujo. Outro dado revelado pela pesquisa que serve de alerta é que 24% dos que planejam comprar presentes no Natal costumam gastar mais do que podem e 9% pretendem deixar de pagar alguma conta para adquirir os presentes. A estimativa é que 15,2 milhões de consumidores brasileiros fiquem inadimplentes em seus compromissos financeiros devido às compras natalinas.
FOLHA DE LONDRINA
Operação de R$ 1,4 bi liderada pelo Santander dá fôlego para Lar Cooperativa em 2024
Aporte contribui para liberar capital de giro para novos investimentos da cooperativa, que prevê abrir nova unidade de recepção de grãos e ampliar a indústria de ração
A Lar Cooperativa, de Medianeira (PR), reforçou o caixa com R$ 1,4 bilhão em uma operação sindicalizada (empréstimo compartilhado com outros bancos), a maior neste formato, liderada pelo Santander. O banco desembolsou R$ 300 milhões do financiamento feito via Cédula de Produto Rural com prazo de quatro anos. O restante veio do Banco do Brasil, Itaú, Daycoval, Bradesco e Rabobank. “Este é um ano desafiador para o mercado de dívidas e emissões e para grãos e carnes”, diz Caroline Perestrelo, superintendente executiva de Corporate Agro do Santander. Irineo Rodrigues, diretor-presidente da Lar, explica que a operação deu mais liquidez à cooperativa, alongou a dívida e reduzirá a alavancagem de 3,9 para 3,6 vezes em 2024. O aporte contribui ainda para liberar capital de giro da Lar para novos investimentos. A cooperativa investiu R$ 650 milhões em 2023 e R$ 800 milhões ao ano nos três anos anteriores. “Vamos abrir nova unidade de recepção de grãos e ampliar a indústria de ração”, diz Rodrigues. O Santander vê janela para novos financiamentos compartilhados em 2024. “Sabemos que a estrutura funciona para outras cooperativas. Temos pelo menos duas a três operações que devem ficar para o 1.º bimestre de 2024″, diz Perestrelo. O cenário de restrição de crédito, juros altos e menor rentabilidade motiva as operações.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Renault vai investir R$ 2 bilhões no Paraná em novo ciclo de expansão global
Grande parte do novo investimento vai contemplar a produção de um novo utilitário esportivo de grande porte, cujo nome e data de lançamento não foram revelados
No dia 25 de outubro, o grupo Renault anunciou investimento global de 3 bilhões de euros até 2027 para produzir novos veículos em cinco países — Brasil, Índia, Turquia, Marrocos e Coreia do Sul. Ontem, a direção local da companhia francesa revelou quanto desses recursos será destinado ao Brasil: R$ 2 bilhões. Com mais esse montante, o ciclo de investimentos da montadora no Brasil, iniciado em 2021, soma R$ 5,1 bilhões. Grande parte do novo investimento vai contemplar a produção de um novo utilitário esportivo de grande porte, cujo nome e data de lançamento não foram revelados. O novo modelo que, segundo a empresa estreará a sua produção global no Brasil, se somará a outro SUV, o Kardian, um compacto, que começará a ser vendido no país em março de 2024. Para produzir o Kardian, a empresa utilizou parte do investimento de R$ 2 bilhões, anunciado em março de 2022. Os dois SUVs utilizarão uma nova plataforma, desenvolvida especialmente para atender aos planos de expansão da companhia fora da Europa. O continente europeu concentra hoje 60% das vendas da marca. Flexível, a nova plataforma abrigará, também, futuros projetos de carros híbridos (veículos com um motor a combustão e outro elétrico). A direção da empresa ainda não fornece detalhes sobre os planos relacionados aos híbridos, o que indica a intenção de avaliar, antes, a evolução do mercado brasileiro. “O importante é ter uma plataforma moderna, que permite produzir vários tipos de carros”, disse o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo. A direção da Renault aproveitou a festa de 25 anos da fábrica em São José dos Pinhais (PR) para anunciar o novo investimento. É nessa fábrica que os novos modelos serão produzidos, tanto para o mercado interno como para abastecer países vizinhos. A celebração, na própria fábrica, contou com o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “Recursos para investimentos são escassos hoje. Por isso, anunciar um novo plano é vencer mais uma concorrência global”, disse o presidente da Renault na América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, durante a cerimônia. Mais cedo, durante entrevista, Pedrucci destacou que investimentos são baseados em “condições macroeconômicas e políticas de governo” de um país. “Contamos com as regras do jogo vigentes. O que não pode acontecer é termos no mesmo mercado empresas em condições diferentes”, destacou o executivo. Embora Pedrucci não tenha entrado na questão diretamente, em geral, as montadoras instaladas no Sul e no Sudeste têm se mostrado incomodadas com os incentivos fiscais para empresas do setor instaladas no Nordeste e Centro-Oeste. Com o novo SUV de grande porte, a Renault entra num segmento de mercado no qual ainda não atua e no qual os modelos da Jeep, produzidos em Pernambuco, têm forte presença. O investimento anunciado na segunda-feira (4) faz parte do “Renaulution”, um programa de renovação de produtos e de aumento de receita concebido por Luca De Meo, executivo italiano, que assumiu o comando do grupo há três anos. Uma das características da estratégia é reduzir o foco nos carros mais simples e dar mais espaço ao lançamento de modelos mais caros. Os resultados do plano de De Meo já começaram a aparecer. No primeiro semestre, a margem operacional do grupo atingiu 7,6% ante 4,6% do mesmo período de 2022. Na mesma base de comparação, a receita aumentou 27,3%, num total de 6,8 bilhões de euros. Em 2022, o Brasil foi o maior mercado para a Renault fora da Europa. Este ano, o país disputa manter a posição, seguido de perto pela Turquia.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe 1,38% no Brasil em dia de avanço da divisa no exterior
O avanço dos rendimentos dos Treasuries na segunda-feira definiu a alta firme do dólar em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde a divisa norte-americana subiu mais de 1% ante o real, com parte dos investidores aproveitando a sessão para realizar lucros antes da bateria de dados desta semana
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9485 reais na venda, em alta de 1,38%. Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,35%, a 4,9610 reais. O dólar subiu ante o real durante toda a sessão. Operador ouvido pela Reuters afirmou que o avanço dos rendimentos do título norte-americano de dez anos -- uma referência global de investimentos -- foi o que definiu a forte alta do dólar no Brasil, em sintonia com os ganhos vistos também no exterior. Além disso, conforme o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, parte dos investidores embolsava lucros mais recentes antes da divulgação de dados econômicos importantes no restante da semana. Em novembro, o dólar acumulou queda de 2,48% ante o real. Na terça-feira, saem nos EUA os dados do PMI de serviços e o relatório JOLTS de empregos, além do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre. Na sexta-feira serão divulgados os números do relatório de empregos payroll nos EUA, cujos números serão checados com lupa pelos investidores. Na manhã da segunda-feira, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit em transações correntes de 230 milhões de dólares em outubro, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 1,62% do PIB. O resultado veio melhor do que a expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um saldo negativo de 399 milhões de dólares em outubro.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com realização de lucros avalizada por exterior
O Ibovespa fechou em queda de 1% na segunda-feira, pressionado por movimentos de realização de lucros após renovar máximas desde 2021 na última sessão, com as ações da Gol capitaneando as perdas após a companhia aérea contratar uma consultoria para a revisão de sua estrutura de capital
A semana também começou com perdas em Wall Street e alta nos rendimentos dos Treasuries, refletindo ajustes, enquanto agentes financeiros aguardam novos dados dos Estados Unidos nos próximos dias, incluindo números sobre o mercado de trabalho, para calibrar apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,07%, a 126.810,71 pontos., de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 128.182,88 pontos. Na mínima, a 126.643,22 pontos. O volume financeiro somava 17,9 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
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Estrangeiro faz maior aporte nas ações na B3 desde março de 2022
Essa categoria de investidor encerrou o mês de novembro com aporte líquido de R$ 21 bilhões no segmento secundário da Bolsa
Os investidores estrangeiros encerraram o mês de novembro com aporte líquido de R$ 21,02 bilhões no segmento secundário da B3 (ações já listadas), o maior desde março de 2022, quando a entrada de investimentos da categoria superou a saída em R$ 21,36 bilhões, conforme levantamento do Valor Data. O superávit acumulado dos não residentes em 2023 alcançou R$ 27,39 bilhões ao fim de novembro. Em 30 de novembro, dia em que o Ibovespa subiu 0,92%, a categoria aportou R$ 2,54 bilhões. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) recuaram no penúltimo mês de 2023, após sinais de que a economia americana apresenta algum desaquecimento e com mais apostas do mercado em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já na primeira metade de 2024. As taxas mais baixas dos títulos americanos incentivam a migração de recursos para outros ativos, como a bolsa brasileira. O investidor institucional, no entanto, sacou R$ 2,48 bilhões da B3 no dia 30 de novembro. Com isso, o déficit mensal do grupo terminou em R$ 19,07 bilhões, o maior desde dezembro de 2022, quando os saques líquidos totalizaram R$ 20,53 bilhões. O déficit anual totaliza R$ 52,42 bilhões. Já o investidor individual sacou R$ 387,2 milhões na mesma data, o que levou o déficit do mês para R$ 6,17 bilhões, e o superávit em 2023 para R$ 4,19 bilhões. As informações foram divulgadas pela B3.
VALOR ECONÔMICO
Boletim Focus: Mercado ajusta projeções de inflação e câmbio para 2023 e 2024
Participantes do mercado consultados pelo Banco Central ajustaram ligeiramente suas projeções para a inflação e a taxa de câmbio deste ano e do próximo, mostrou na segunda-feira a pesquisa semanal Focus
Agora, economistas projetam alta de 4,54% do IPCA em 2023, contra 4,53% anteriormente. A revisão vem depois de dados da semana passada mostrarem que o IPCA-15, considerado prévia da inflação, acelerou a alta a 0,33% em novembro. Para 2024, a expectativa de inflação também teve alta de 0,01 ponto percentual, a 3,92%. O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A menos de um mês do final do ano, os economistas também melhoraram ligeiramente suas apostas para o desempenho do real, passando a calcular a taxa de câmbio a 4,99 por dólar, ante 5,00 estimados na semana passada. Para o fim de 2024, o dólar passou a ser calculado em 5,03 reais, contra 5,05 antes. Não houve mudanças em relação à percepção para a política monetária, com a taxa básica de juros Selic ainda calculada em 11,75% ao final de 2023 e em 9,25% em 2024. Já em relação à atividade, os economistas continuaram com a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,84% este ano e 1,50% em 2024.
REUTERS
Brasil tem déficit em conta corrente de US$230 mi em outubro, menos que o esperado
O Brasil teve déficit em transações correntes de 230 milhões de dólares em outubro, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 1,62% do Produto Interno Bruto, informou o Banco Central na segunda-feira
O resultado veio melhor do que a expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um saldo negativo de 399 milhões de dólares em outubro. Em outubro de 2022, o Brasil havia registrado déficit em transações correntes de 5,808 bilhões de dólares. No mês, os investimentos diretos no país alcançaram 3,306 bilhões de dólares, bem abaixo dos 4,6 bilhões de dólares projetados na pesquisa e dos 5,826 bilhões do ano passado. No mês, segundo o BC, houve ingressos líquidos de 4,7 bilhões de dólares em participação no capital e saídas líquidas de 1,4 bilhão em operações intercompanhia. No mês, a conta de renda primária apresentou déficit de 4,223 bilhões de dólares, ante rombo de 4,568 bilhões de dólares no mesmo período do ano anterior. As despesas líquidas com lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram 2,8 bilhões de dólares, ante 3,5 bilhões em outubro de 2022. Já as despesas líquidas com juros somaram 1,4 bilhão de dólares em outubro de 2023, 334 milhões acima do resultado de outubro do ano anterior. Em outubro deste ano, a balança comercial teve superávit de 7,372 bilhões de dólares, bem acima dos 2,009 bilhões de dólares no mesmo mês de 2022. As exportações de bens totalizaram 29,7 bilhões de dólares, aumento de 7,6% na comparação interanual, enquanto as importações de bens recuaram 12,7%, a 22,3 bilhões de dólares. Já o rombo na conta de serviços ficou em 3,548 bilhões de dólares, contra 3,566 bilhões de dólares em outubro do ano anterior.
REUTERS
Inadimplência do agro no terceiro trimestre foi a menor no ano, diz Serasa
O consumo de crédito da população agro subiu de R$ 348 bilhões para R$ 386 bilhões de outubro de 2022 a setembro de 2023, um aumento de 11% na comparação com o mesmo período anterior. Já as negativações do setor somaram 3,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 4% na comparação com o período de julho a setembro de 2022, com uma dívida total de R$ 26,6 bilhões
O percentual de inadimplentes no último trimestre, no entanto, é o menor do ano: 6,7% ante o 7,3% de janeiro a março e o 7,7% de abril a junho, que é o maior desde o último trimestre de 2020. Esses dados integram o Boletim do Agro, elaborado pela Serasa Experian, instituição de 55 anos que começou a analisar os riscos de crédito no setor agro em 2021 com base em dados disponibilizados pelo mercado, especialmente o Cadastro Positivo. Segundo o boletim, o score médio da população agro, ferramenta de análise de crédito que prevê a possibilidade de um CPF se tornar inadimplente, aponta atualmente 653 (quanto mais perto de 1.000, menor a probabilidade de inadimplência), com 3,3% de probabilidade de inadimplência. O número, diz o Serasa, é considerado bom pelo mercado e pode variar num curto espaço de tempo. Um dado que chama a atenção, segundo o head de agronegócios da Serasa, Marcelo Pimenta, é que quanto mais velha a população agro maior é o score, ou seja, os mais idosos são melhores pagadores. Assim, o score de quem tem mais de 80 anos é de 809, enquanto os jovens, de 18 a 29, têm o menor score: 586. Na estratificação por tamanho de propriedade, os produtores rurais de menor porte possuem o maior score seguido pelos pequenos e depois os grandes. Os arrendatários são os mais inadimplentes. Pimenta explica que esse grupo foi o mais pressionado pelo aumento de custos de produção gerado pela pandemia e guerra no leste europeu e a queda das margens de lucro, já que também tem que pagar pelo arrendamento da terra. O valor médio dos contratos do agro é de R$ 235 mil. Do total de R$ 63,7 bilhões de crédito contratado no terceiro trimestre deste ano, o maior montante é dos produtores da região sul, com R$ 25 bilhões e 175 mil contratos. Já o Centro-Oeste tem a maior média por contrato, com R$ 602 mil. No quesito duração, seis em cada dez contratos de crédito têm curta duração. A região Nordeste foge da média, com 67% dos contratos de longa duração. A maioria das negativações está no Nordeste, com 453 mil, e o montante da dívida é de R$ 3,3 bilhões. Já a região Sul lidera no valor da dívida: R$ 7,3 bilhões, com 229 mil negativações.
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