Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 513 | 04 de dezembro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Semana que passou de preços firmes no boi
Na sexta-feira (1/12), a cotação média da arroba do boi gordo nas praças pecuárias paulistas ficou em R$ 242,50, segundo apuração da Agrifatto
“O momento atual é marcado pela oferta restrita de animais terminados que, apesar de gerar elevações dos preços da arroba em algumas praças pecuárias, não ajuda no crescimento considerável dos negócios”, relatou a Agrifatto, que acompanha de perto as operações comerciais em 17 regiões brasileiras. Na sexta-feira (1/12), o preço médio da arroba do boi gordo paulista ficou em R$ 242,50, segundo a Agrifatto. Na B3, após as altas registradas em todos os futuros durante a semana, na quinta-feira (30/11), o contrato de novembro de 2023 foi liquidado por R$ 239,93/@. Já o contrato com vencimento para dezembro de 2023 ficou cotado em R$ 248,90/@. Pelos dados da Scot Consultoria, a demanda pela carne bovina segue forte no mercado interno e externo. No entanto, diz a consultoria, as cotações dos animais terminados seguem estáveis. Segundo os números da Scot, o boi “comum” está valendo R$ 240/@ em São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 220/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo). O “boi-China” é negociado por R$ 245/@ no mercado de São Paulo (bruto e a prazo), com ágio de R$ 5/@ sobre o macho “comum”, acrescenta a Scot. Em todas as regiões monitoradas pela S&P Global Commodity Insights, os negócios seguem travados diante de uma grande queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos. De acordo com apuração da Agrifatto, a média nacional das escalas de abate está estável pela segunda semana consecutiva, fechando a sexta-feira em 8 dias úteis. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 229/@ (à vista) vaca a R$ 209/@ (à vista); MT-Cáceres: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); GO-Sul: boi a R$ 231/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MG-Triângulo: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); PA-Redenção: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 212/@ (à vista) vaca a R$ 195/@ (à vista).
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global)
Exportação de carne bovina in natura avança 26,28% em Novembro. No preço pago por tonelada, queda de 12,10%
O total embarcado ficou em 187,9 mil toneladas
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne bovina in natura em novembro/23 alcançaram 187,9 mil toneladas, avanço de 26,28% frente à novembro do ano anterior, que ficou em 148,8 mil toneladas em 20 dias úteis. A média diária exportada ficou em 9,3 mil toneladas em novembro/23, ganho de 26,30%, frente a novembro do ano anterior, com 7,4 mil toneladas. O preço médio em novembro/23 ficou com US$ 4,593 mil por tonelada, queda de 12,10% frente à novembro de 2022, com US$ 5.226 por tonelada. O valor negociado para o produto ficou em US $ 863,4 milhões. A média diária ficou em US $ 43,1 milhões, avanço de 11,00%, frente ao observado no mês de novembro do ano passado, que ficou em US$ 38,8 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
Bovino de corte no Paraná
A cotação da arroba bovina registrou aumento nos últimos dias, passando de R$ 232,35 no encerramento da última sexta-feira para R$ 244,70 no momento da redação deste boletim do Deral
As principais razões para essa variação continuam sendo o aquecimento temporário da economia devido ao período de fim de ano e o crescimento na demanda decorrente das festas e confraternizações, características típicas do período que antecede o Natal.
SEAB-PR/DERAL
SUÍNOS
Mercado de suínos variou pouco na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 128,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 10,10/kg, em média.
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (30), houve tímida queda de 0,14% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,96/kg, e alta de 0,64% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,33/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná (R$ 6,47/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,29/kg), e São Paulo (R$ 6,74/kg).
Cepea/Esalq
Volume de carne suína exportada em novembro supera novembro/22. Receita cai.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne suína in natura nos 20 dias úteis de novembro superaram novembro de 2022 em volume, mas não em receita
A receita, US$ 208,4 milhões, representa 96,05% do total de todo o mês de novembro de 2022, que foi de US$ 217 milhões. No volume embarcado, as 91.181 toneladas são 7,48% maiores do que o total registrado em novembro do ano passado, com 84.828 toneladas. Em relação à outubro deste ano, os US$ 208,4 milhões de novembro representam aumento de 10,40%. Já no volume embarcado, as 91.181 toneladas são 10,45% maiores quando comparadas às 82.552 toneladas exportadas em outubro. A receita por média diária foi de US$ 10.4 milhões, quantia 3,9% menor do que a de novembro de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 12,49%. Em toneladas por média diária, foram 4.559 toneladas, houve avanço de 7,5% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, recuo de 12,89%. No preço pago por tonelada, US$ 2.286, ele é 10,6% inferior ao praticado em novembro passado. Frente ao valor atingido na semana anterior, leve alta de 0,46%.
AGÊNCIA SAFRAS
FRANGOS
Cotações estáveis em SC e queda no Paraná, no mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 0,69%, valendo R$ 7,15/kg
Na cotação do animal vivo, no Paraná cedeu 0,66%, custando R$ 4,54/kg, enquanto em Santa Catarina o valor não mudou, cotado em R$ 4,24/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (30), a ave congelada teve queda de 0,67%, alcançando R$ 7,46/kg, enquanto o frango congelado subiu 1,21%, fechando em R$ 7,52/kg.
Cepea/Esalq
Preço e volume da carne de frango exportada em novembro ficam abaixo dos resultados de 2022
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne de aves in natura nos 20 dias úteis de novembro ficaram abaixo dos registros de novembro do ano passado
A receita, US$ 632,1 milhões, representa 88,05% do total arrecadado em todo o mês de novembro de 2022, que foi de US$ 717.874,73. No volume embarcado, as 356.342 toneladas são 2,78% superior ao total registrado em novembro do ano passado, com 346.683 toneladas. Em relação a setembro deste ano, os US$ 632,1 milhões representam 95,35% em relação aos US$ 662,8 milhões registrados em outubro deste ano. Já em relação ao volume, as 356.342 toneladas de novembro representam 95,45% das 373.310 toneladas exportadas em outubro. A receita por média diária, US$ 31.6 milhões é 11,9% menor do que a registrado em novembro de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 14,82%. Nas toneladas por média diária, 17.817 toneladas, houve alta de 2,8% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, diminuição de 16,19% em relação às 21.260 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.773, ele é 14,3% inferior ao praticado em novembro do ano passado. Frente ao valor da semana anterior, leve alta de 1,63% no comparativo ao valor de US$ 1.745,340 da semana passada.
AGÊNCIA SAFRAS
Frango/Cepea: Menor oferta eleva preço em novembro
Os valores dos produtos de origem avícola subiram de outubro para novembro – trata-se do quarto mês consecutivo de avanço
Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso aos preços veio da menor oferta de carne de frango no mercado doméstico. Ressalta-se que os feriados registrados em novembro acarretaram em diminuição nos dias úteis para abate nas agroindústrias. Consequentemente, houve queda na disponibilidade interna de carne. Agentes consultados pelo Cepea têm expectativas de que as vendas continuem aquecidas, fundamentados no recebimento do 13° por parte da maior parte da população.
Cepea
Deral/frango
Segundo a Embrapa Suínos e Aves (CNPSA), o custo de produção do frango vivo, no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, atingiu, em outubro de 2023, o valor de R$ 4,27/kg, representando um aumento de 1,18% (+R$ 0,05/kg) em relação ao mês anterior (R$ 4,22/kg) e uma redução de 22,22% em comparação com outubro de 2022, cujo valor foi de R$ 5,49/kg.
No acumulado do ano, o Índice de Custo de Produção de Frango (ICPFrango) apresentou uma queda de -23,95%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de -22,29%. Em 2021, houve um aumento acumulado de +19,79%, enquanto em 2022 foi de 5,28%
SEAB-PR/DERAL
EMPRESAS
BRF eleva compras diretas de grãos e quer eliminar desmatamento legal da cadeia até 2025
A companhia de alimentos BRF, uma das maiores produtoras e exportadoras de carnes de frango e suínos, prevê elevar para 40% as compras diretas de grãos junto a agricultores, do total de aquisições dessas matérias-primas, à medida que busca ter maior controle de fornecedores enquanto pretende eliminar também o desmatamento legal da cadeia produtiva até o final de 2025
A BRF, uma das maiores compradoras de milho e soja do Brasil para a produção de ração aos seus integrados produtores de aves e suínos, iniciou no ano passado este movimento para ampliar a aquisição de grãos sem intermediação de agentes como tradings, e já passou da metade do caminho em direção à sua meta de dois anos. As compras de grãos feitas diretamente de produtores saltaram de apenas 17% em 2022 para 32% do total de aquisições das matérias-primas em 2023, com a empresa também buscando melhorar as margens, uma vez que os negócios diretos são "mais econômicos". Em anos recentes, quando os preços da soja e do milho dispararam, a companhia viu seus resultados caírem. "Desse nosso desafio de dobrar a originação por meio de compras diretas (em dois anos, até 2024), já trouxemos mais de 50% em 2023", disse o diretor de Operações e Compras de Commodities da BRF, Gilson Ross, em entrevista à Reuters, na sexta-feira, em referência ao avanço da companhia em relação à meta. A BRF ainda anunciou que terminou mapeamento de emissões do escopo 3 (aquelas feitas por fornecedores da companhia), no qual estão inseridas as compras de grãos, e os resultados confirmaram que neste item estão grande parte das emissões. Para ampliar as compras diretas, a companhia adotou ações como o deslocamento de funcionários do segmento corporativo para unidades espalhadas pelo interior do país, reforçando equipes de compras de grãos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e nos Estados do Sul do Brasil. "Aumentamos o número de pessoas com o quadro para estar mais em contato com os produtores", disse Ross, destacando que os times também estão se beneficiando das tecnologias contratadas pela empresa para monitoramento dos compradores. A BRF já investiu 10 milhões de reais na implementação de novas tecnologias para avançar na rastreabilidade dos grãos. Na sexta-feira, em entrevista à Reuters falando diretamente de Dubai, onde acontece a COP 28, a diretora de Reputação e Sustentabilidade da BRF, Raquel Ogando, revelou uma atualização de metas, afirmando que a companhia projeta ter rastreabilidade de 100% dos fornecedores de grãos, diretos e indiretos, até 2025. O monitoramento de todos os produtores considera não apenas questões ambientais, mas também sociais. A rastreabilidade dos fornecedores diretos de grãos nos biomas da Amazônia e do Cerrado já é de 100% pela BRF, enquanto em 2023 a empresa avançou de 45% para 75% os indiretos. A executiva disse ainda que a BRF definiu o fim de 2025 como data para encerrar compras de grãos de áreas desmatadas mesmo que legalmente do Cerrado brasileiro. Pela legislação brasileira, o agricultor tem direito de desflorestar parte das áreas de sua propriedade, dentro de alguns limites que variam de acordo com o bioma. Mas a diretora destacou que a BRF não trabalhará com grãos de áreas desmatadas legalmente de qualquer bioma a partir de 2026, e lembrou que já não compra grãos de áreas desflorestadas após 2008 do bioma amazônico, seguindo parâmetros da Moratória da Soja, pacto elaborado pela indústria processadora e tradings. "Definimos o ano de 2025 como data de corte, alinhado com os princípios do SBTi (do inglês, metas baseadas na ciência)", disse Ogando.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Vencedores de leilões do pedágio no Paraná são autorizados a antecipar obras em praças
Obras pré-operacionais podem ser iniciadas antes da assinatura dos contratos. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) autorizou as concessionárias Pátria e EPR, vencedoras dos lotes 1 e 2 do novo modelo de pedágio do Paraná, a iniciar as obras pré-operacionais para revitalização das praças desativadas desde novembro de 2021, antes da assinatura dos contratos de concessões dos trechos rodoviários
A autorização foi assinada na sexta-feira (1ª) pelo órgão federal, apesar do cronograma prever o início das obras preparatórias para a reativação da cobrança das tarifas apenas após a vigência dos contratos, que devem ser assinados no dia 26 de janeiro. As praças desativadas pertenciam às antigas concessionárias responsáveis pelos trechos rodoviários dentro do Anel de Integração, modelo de administração que durou 24 anos no pedágio do Paraná. Em novembro, o Grupo Pátria solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o adiamento de prazos para assinatura do contrato, que seria firmado no dia 29 de dezembro. Assim, o novo cronograma prevê a assinatura do lote 1 de rodovias em 26 de janeiro, no mesmo dia previsto para assinatura do contrato com a EPR, vencedora do lote 2. Procurada pela Gazeta do Povo, a concessionária Pátria não respondeu ao pedido de entrevista. Já a EPR respondeu que o adiantamento foi solicitado “para que atividades preparatórias possam ser realizadas, a fim de assegurar o início adequado das operações, de acordo com o previsto em edital e contrato.” De acordo com o novo contrato, o Grupo Pátria será responsável por 30 anos pelo conjunto de rodovias federais e estaduais composto por 473,01 quilômetros pelas BRs-277/373/376/476 e pelas as PRs-418/423/427 com investimentos de R$ 7,9 bilhões em obras, sendo 60% do montante previsto para os sete anos iniciais de contrato. A oferta de desconto que arrematou o lote foi de 18,25% de desconto na tarifa básica do pedágio. Já a EPR será a responsável pela administração de 604 quilômetros de rodovias que cortam o Paraná, da capital ao litoral e entre a região dos Campos Gerais e o Norte Pioneiro do estado, pelo período de 30 anos. Entre os trechos, está a descida pela Serra do Mar de Curitiba para o Porto de Paranaguá, via BR-277, considerado o percurso mais importante para economia paranaense por causa do escoamento de produtos da indústria e da safra agrícola do estado. A EPR foi a única interessada no lote e arrematou o leilão com apenas 0,08% de desconto na tarifa.
GAZETA DO povo
Cooperativas do paraná superam a meta do PRC200 e já se preparam para um novo ciclo de crescimento
As 225 cooperativas do Paraná vinculadas ao Sistema Ocepar deverão encerrar 2023 atingindo faturamento de R$ 202 bilhões, superando a meta financeira do Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200), o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense, que era de R$ 200 bilhões
Esse foi um dos principais resultados do setor anunciados pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, na manhã da sexta-feira (01/12), em Maringá, Noroeste do Paraná, no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses. A atual fase do PRC foi lançada oficialmente em abril de 2021. Agora, de acordo com Ricken, as cooperativas do Paraná estão se preparando para uma nova etapa, visando assegurar o desenvolvimento sustentável do setor. “Atingida a meta, bem antes do previsto, que era em 2026, iniciamos um novo ciclo, talvez, sonhando com R$ 300 ou R$ 400 bilhões, por ano, para o futuro próximo. Potencial existe para tanto”, afirmou. “Esse é o nosso jeito de funcionar: com planejamento, profissionalização, inovação e gestão, no passado, agora e no futuro”, acrescentou. O valor de R$ 202 bilhões que deve ser alcançado neste ano pelo setor representa um aumento de aproximadamente 8,5% no faturamento das cooperativas paranaenses, em relação à movimentação financeira de 2022. Ricken destacou ainda que, em 2023, o número de cooperados aumentou 13,8%, ultrapassando os 3,6 milhões. “São quase 400 mil novos cooperados, com destaque para as cooperativas de crédito, que possuem 370 mil associados, e as agropecuárias, com mais 15 mil produtores cooperados”, frisou. O presidente do Sistema Ocepar lembrou que o cooperativismo paranaense está finalizando este ano contabilizando 150 mil empregos diretos, o que representa um crescimento de 10,14% em relação à 2022. Ainda de acordo com Ricken, essa geração de empregos é reflexo especialmente dos investimentos feitos pelo setor que, em 2023, chegaram ao equivalente a R$ 6,4 bilhões, principalmente em infraestrutura produtiva e agroindústrias, sendo que há 10 mil vagas em aberto, em sua grande maioria nas unidades agroindustriais das cooperativas. “Há falta de mão de obra qualificada, sendo comum a busca diária de trabalhadores a dezenas de quilômetros das unidades agroindustriais de cooperativas para, assim, atender a demanda local. Essa tem sido uma limitação para maior expansão agroindustrial em algumas regiões menos populosas do Estado”, disse Ricken. O dirigente cooperativista destacou ainda o trabalho de cada um dos sete ramos de atuação do cooperativismo paranaense: agropecuário (62 cooperativas), crédito (54), saúde (36), infraestrutura (19), trabalho, produção de bens e serviços (15), transporte (32) e consumo (7). As cooperativas agropecuárias, por exemplo, que integram 215 mil produtores cooperados, recebem em seus armazéns o equivalente a 64% da produção de grãos e 45% da proteína animal no Paraná, das quais 48% são agroindustrializados nas 142 unidades e comercializadas no mercado brasileiro e em vários países do mundo. “Isso faz uma grande diferença em situações de adversidades climáticas e queda dos preços das commodities, conforme ocorrido no ano de 2023. É possível afirmar que, onde há uma cooperativa bem diversificada, há mais emprego e mais renda. A diferença, no caso das cooperativas, é que o resultado permanece no local de origem, gerando milhares de negócios no campo e na cidade”, enfatizou.
OCEPAR
Boletim da Secretaria de agricultura detalha impacto do El Niño na produção paranaense
O impacto dos eventos climáticos relacionados ao El Niño é um dos assuntos do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 24 a 30 de novembro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento
A estimativa dos técnicos do Deral é que as perdas financeiras na agricultura provocadas pelas chuvas torrenciais, temperaturas altas e fortes ventos chegam a um valor preliminar de R$ 2,5 bilhões. O montante se deve à perda estimada de 1,5 milhão de toneladas em relação às projeções iniciais. Os prejuízos maiores foram observados nas regiões Sul e Sudoeste, embora todas tenham sido atingidas. “Lamentavelmente é um quadro delicado. É um El Niño muito forte. Não esperávamos essa magnitude”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. O maior prejuízo coube aos triticultores do Estado que estavam colhendo a safra 2022/23. A produção recuou praticamente 980 mil toneladas em relação ao potencial. Com as doenças no período anterior às chuvas e, posteriormente, em razão dessas, a produção caiu para 3,6 milhões de toneladas. A qualidade também decaiu, gerando ao menos 420 mil toneladas de trigo que serão destinadas a ração. Considerando os fatores quantidade e qualidade, as perdas dessa cultura se aproximam de R$ 1 bilhão. Em outras culturas de inverno, especialmente a cevada, também houve redução. Nessa, os prejuízos podem somar R$ 200 milhões. Na safra 2023/24, as maiores perdas monetárias foram observadas entre os produtores de fumo do Estado, com prejuízo projetado em quase R$ 560 milhões, perdendo 31 mil toneladas do produto. As folhas retiradas até o momento saíram de plantas de porte pequeno. Das principais culturas paranaenses, o milho de segunda safra foi colhido em período anterior às chuvas fortes e acabou favorecido pelas temperaturas mais altas, levando a uma produção recorde de 14 milhões de toneladas.
SEAB-PR/DERAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha abaixo de R$4,90 após fala de Powell sobre inflação nos EUA
O dólar à vista voltou a ser cotado abaixo dos 4,90 reais, com a moeda norte-americana fechando a sexta-feira em baixa no Brasil após comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a inflação nos Estados Unidos, que foram considerados amenos pelo mercado financeiro
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8813 reais na venda, em baixa de 0,69%. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,36%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,06%, a 4,8915 reais. O dólar começou a se enfraquecer ante o real, em meio a comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo. Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação implícitas nas operações do mercado mostraram uma pequena melhora. Porém, conforme o presidente do BC, com as variáveis conhecidas hoje, o ritmo de corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic segue sendo apropriado. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano. Profissional ouvido pela Reuters pontuou que o comentário de Campos Neto “confirmou” a fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento na véspera, quando citou um cenário "mais benigno" para a inflação. Para Galípolo, há atualmente maior pressão do mercado para aceleração dos cortes de juros no Brasil. Porém, ele enfatizou a postura de cautela do BC diante das incertezas. A perda de força do dólar ante o real se intensificou com os comentários de Powell. O chair do Fed observou que uma medida importante de inflação ficou em média em 2,5% nos seis meses até outubro, perto da meta de 2%, e que está claro que a política monetária nos EUA está desacelerando a economia como esperado, com uma taxa básica "bem em território restritivo".
REUTERS
Ibovespa avança após Powell e fecha acima dos 128 mil pontos
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, acima dos 128 mil pontos pela primeira vez desde 2021, após ganhar fôlego à tarde com os comentários do chair do Federal Reserve de que o banco central dos EUA deve agir com "cuidado"
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,67%, a 128.184,91 pontos, terminando na máxima do dia e marcando o maior patamar de fechamento desde 14 de julho de 2021. O volume financeiro somou 26,8 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa acumulou elevação de 2,13%, registrando a sexta alta semanal seguida. Nos Estados Unidos, em discurso para um evento da faculdade Spelman, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que os riscos de o Fed ir longe demais com as altas de juros e desacelerar a economia norte-americana mais do que o necessário se tornou "mais equilibrado" em relação àqueles de não agir o suficiente para controlar a inflação. "Tendo chegado tão longe tão rapidamente, o (Comitê Federal de Mercado Aberto) está avançando com cuidado, à medida que os riscos de apertar pouco ou muito estão se tornando mais equilibrados", afirmou Powell. Em um mercado que acredita cada vez mais no fim do ciclo de aperto monetário nos EUA e já começa a especular sobre cortes -- talvez no segundo semestre de 2024, quiçá ainda na primeira metade do próximo ano --, as declarações se traduziram em queda nos rendimentos dos Treasuryes e alta nas bolsas em Nova York. O Ibovespa, que chegou a titubear na parte da manhã, após encerrar novembro com a melhor performance mensal em três anos, ganhou fôlego com a movimentação externa. As apostas de que o ciclo de altas de juros nos EUA terminou têm estimulado a presença de estrangeiros na ponta compradora na bolsa paulista. Dados da B3 mostram uma entrada líquida de 18,48 bilhões de reais em novembro até o dia 29, após três meses em que os estrangeiros venderam mais do que compraram ações no mercado secundário brasileiro. Deve ser o maior saldo mensal no ano até o momento, ultrapassando os 12,55 bilhões de reais de janeiro. Estrategistas da XP chefiados por Fernando Ferreira elevaram a estimativa de valor justo para o Ibovespa no próximo ano para 142 mil pontos, de 136 mil pontos anteriormente, conforme o relatório Raio XP enviado a clientes na sexta-feira.
REUTERS
Balança comercial brasileira tem superávit de US$8,8 bi em novembro com recuo de importações
A balança comercial brasileira registrou superávit de 8,776 bilhões de dólares em novembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados na sexta-feira
O desempenho, que representa uma alta de 41,5% na comparação com o saldo de novembro de 2022, foi explicado por uma queda de 11,2% no valor das importações, a 19,044 bilhões de dólares, ao passo que as exportações registraram uma alta de 0,6%, a 27,820 bilhões de dólares. Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa similar para o dado do mês, com projeção de um saldo positivo de 9 bilhões de dólares. Em outubro de 2022, o país havia registrado resultado positivo de 6,2 bilhões de dólares. O valor das exportações em outubro ficou próximo à estabilidade diante de uma alta de 22,3% no valor das vendas ao exterior da agropecuária e de 3,2% da indústria extrativa, ganho que acabou quase totalmente compensado pelo recuo de 7,2% nos embarques da indústria de transformação. Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até novembro foi de 89,285 bilhões de dólares, 56% melhor que o observado no mesmo período do ano passado. O desempenho foi resultado de exportações de 310,608 bilhões de dólares e importações de 221,323 bilhões de dólares.
REUTERS
Campos Neto vê melhora em expectativa de inflação do mercado, mas reitera ritmo de corte da Selic
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na sexta-feira que as expectativas de inflação implícitas nas operações do mercado mostraram uma pequena melhora, mas reiterou que, com as variáveis conhecidas hoje, a avaliação é de que o ritmo de corte de 0,50 ponto percentual da Selic segue sendo apropriado
"Entendemos que o ritmo de 50 (pontos-base) é o adequado", afirmou Campos Neto, acrescentando que ainda é necessário que os juros permaneçam no campo restritivo. "Com as variáveis de hoje, o ritmo de 50 (de corte da Selic) é apropriado para as próximas reuniões", reiterou. A taxa básica Selic está atualmente em 12,25% ao ano. Em suas comunicações oficiais, o BC tem reforçado a perspectiva de que sejam promovidos mais cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões -- o que abarcaria pelo menos dezembro e janeiro. Na curva de juros brasileira, a precificação majoritária é justamente de pelo menos mais dois cortes de meio ponto percentual. Entre os investidores e os analistas, no entanto, a dúvida é sobre qual será a taxa Selic no fim do atual ciclo de cortes. Falando em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo, a pouco mais de dez dias da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, em 12 e 13 de dezembro, Campos Neto disse que a expectativa é de que a taxa terminal do ciclo de cortes siga em patamar restritivo. Em evento na tarde de quinta-feira, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, também citou um cenário "mais benigno" para a inflação. Em função disso, segundo ele, há maior pressão do mercado para aceleração dos cortes de juros no Brasil. Ainda assim, Galípolo enfatizou a postura de cautela do BC diante das incertezas.
REUTERS
Contração da indústria do Brasil perde força em novembro e confiança melhora, mostra PMI
O setor industrial do Brasil contraiu pelo terceiro mês seguido em novembro, embora tenha mostrado pontos positivos em meio a quedas mais fracas das vendas e da produção e com melhora da confiança, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada na sexta-feira
Os dados da pesquisa mostram que o PMI industrial subiu a 49,4 em novembro de 48,6 em outubro, informou a S&P Global, ainda abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. No entanto, foi o melhor resultado nos três meses seguidos de perdas, diante de uma criação sustentada de empregos, fortalecimento da confiança e recuos mais fracos nas vendas e produção. A produção diminuiu pelo terceiro mês seguido em meio a questões de demanda e falta de novos trabalhos, mas o ritmo de perdas foi mais fraco do que em outubro. As novas encomendas de exportação, no entanto, recuaram com força. "Houve pontos de esperança nos últimos resultados na forma de declínios apenas marginais nas encomendas e produção", destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima. Empresas que citaram vendas mais baixas falaram em tendências adversas de demanda, adiamento de encomendas e percepção entre os clientes de que os preços estavam altos demais. A queda da produção e das novas encomendas levou a novo corte nas compras de insumos, já que as empresas focaram utilizar seus estoques, em vez de aumentá-los. Além disso, houve novo aumento nos custos de insumos, ainda que a inflação tenha sido moderada, com os participantes da pesquisa relatando valores mais altos para vários itens agrícolas, como milho, frutas, arroz e açúcar, além de fertilizantes laticínios, carnes, metais, papel e plásticos. Isso levou as empresas a elevar os preços cobrados em novembro, depois de sete meses seguidos oferecendo descontos. Por outro lado, a confiança melhorou para uma máxima de quatro meses em novembro, com os participantes da pesquisa prevendo condições melhores da demanda no ano à frente. A perspectiva de lançamento de novos produtos, de investimentos e de novos cortes na taxa de juros também ajudou no otimismo. Projeções positivas para demanda, adoção de novos processos industriais e esforços de reestruturação ainda mantiveram o emprego em território de expansão em novembro, no ritmo mais forte em mais de um ano.
Reuters
Produção industrial no Brasil sobe 0,1%, menos que o esperado em outubro
A produção industrial teve em outubro crescimento de 0,1% em relação a setembro, enquanto na comparação com o mesmo mês do ano passado houve alta de 1,2%
Os resultados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,3% na comparação mensal e de 1,3% na base anual. Ao longo do ano, a indústria nacional intercalou resultados positivos e negativos, mas sempre rondando perto da estabilidade, com exceção de março, quando a produção cresceu 1,1%. "A indústria segue andando de lado. É um setor com problemas e dificuldades de superar as perdas do passado", afirmou o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo. De acordo com o IBGE, a indústria ainda está 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 18,1% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011. O setor enfrenta ao mesmo tempo desafios externos -- oriundos de um crescimento global mais fraco e de problemas da China -- e internos, com juros elevados e alto comprometimento da renda das famílias, o que afeta sobretudo o consumo de bens de maior valor agregado. Mesmo com o ciclo de afrouxamento monetário que levou a taxa básica de juros Selic de 13,75% ao nível atual de 12,25%, analistas consideram que a indústria deve apresentar resultados fracos até o final do ano, oscilando em torno do mesmo patamar. "Os juros caíram, mas ainda estão elevados. Eles são importantes para a atividade, consumo, crédito, nível de confiança. Ainda tem muito que recuperar nessa indústria nacional", acrescentou Macedo. No mês de outubro, das 25 atividades investigadas na pesquisa, 14 apresentaram crescimento na produção. A principal influência positiva partiu da alta de 1,6% em produtos alimentícios. Também se destacaram os ganhos de produção em produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,7%) e de máquinas e equipamentos (2,4%). Na outra ponta, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%) e indústrias extrativas (-1,1%) exerceram os principais impactos negativos no resultado de outubro. "O mau desempenho dos segmentos que estão ligados à economia internacional explica a maior parcela do porquê houve essa divergência entre as projeções do mercado e o resultado efetivo", destacou o economista da CM Capital, Matheus Pizzani. Entre as categorias econômicas, a produção de bens intermediários foi a única a apresentar resultado positivo em outubro, com alta de 0,9% da produção. Tanto a fabricação de bens de capital quanto a de bens de consumo contraiu 1,1% no mês em comparação com setembro.
Reuters
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