Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 493|03 de novembro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado esvaziado
Segundo os analistas, as indústrias esperam alguma elevação no consumo doméstico de carne bovina ao longo do feriado prologado, estimulado não só pelos tradicionais churrascos em períodos de folga, mas principalmente pelo pagamento dos salários, neste início de novembro
As escalas de abate dos frigoríficos continuam apertadas, sobretudo em unidades localizadas na região Norte, bem como em abatedouros do Mato Grosso e de Goiás – nessas áreas, as programações, de maneira geral, atendem entre 5 e 8 dias, de acordo com a S&P Global. No interior paulista, além de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, as escalas de abate atendem 12 e 15 dias, relata a S&P Global, que foram preenchidas com lotes oriundos de contratos de boi a termo (negociação antecipadas), além de negócios envolvendo animais fechados em boiteis e/ou confinamentos parceiros. Na avaliação da S&P Global, os poucos reportes de negócios dão sinais de que a oferta de animais terminados oriundos do segundo giro de confinamento foi realmente menor este ano. Com relação às exportações brasileiras de carne bovina in natura, outubro passado teve leve queda em volume, mas os preços internacionais têm frustrado os frigoríficos, observou a S&P Global. Com a preferência pelos bovinos machos, a cotação da vaca gorda caiu R$ 3/@ na quarta-feira nas praças de São Paulo, segundo apurou a Scot Consultoria. A arroba do boi “comum” segue precificada em R$ 235, enquanto o valor da vaca gorda recuou para R$ 215/@ (preços brutos, no prazo). A novilha gorda é negociada em R$ 227/@ e o “boi China” está valendo R$ 240/@ no mercado paulista, acrescenta a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 202/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 231/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 225/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 202/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 197/@ (à vista) vaca a R$ 185/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 222/@ (prazo) vaca R$ 207/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 197/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 222/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 212/@ (à vista) vaca a R$ 195/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Carne bovina: Volume exportado de in natura encerra outubro/23 com 186,2 mil toneladas. Queda de 1,17%
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne bovina in natura em outubro/23 foram de 186,2 mil toneladas
Conforme a Secex, o volume total registrou queda 1,17% frente ao exportado em outubro do ano anterior, com 188,4 mil toneladas em 19 dias úteis. A média diária embarcada em outubro/23, ficou em 8,8 mil toneladas, queda de 10,6%, frente a outubro do ano anterior, com 9,9 mil toneladas. No comparativo mensal, a média diária teve uma baixa de 9,28% frente à média observada em setembro/23, que estava em 9,7 mil toneladas. O preço médio em outubro/23 ficou com US$ 4.596 por tonelada, queda de 21,40% frente a outubro de 2022, com valor médio de US$ 5.846 por tonelada. O valor negociado para o produto em outubro/23 ficou em US $ 855,8 milhões, enquanto que o valor de outubro do ano anterior foi de US$ 1,101 bilhão. A média diária ficou em US$ 40,7 milhões, queda de 29,7%, frente a outubro do ano passado, com US$ 57,9 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suíno vivo: Alta somente no Paraná
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável custando, em média, R$ 122,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 9,40/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (31), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, custando R$ 6,47/kg, e alta apenas no Paraná, na ordem de 0,33%, chegando a R$ 6,11/kg. Houve queda de 0,65% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 6,09/kg, leve baixa de 0,17% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,02/kg, e recuo de 0,31% em São Paulo, fechando em R$ 6,49/kg. As principais Bolsas de Suínos, que costumam ser realizadas às quintas-feiras, foram realizadas na quarta-feira (1), em função do feriado de Finados (2). São Paulo foi a exceção, registrando leve alta, enquanto Minas Gerais e Santa Catarina mantiveram os mesmos valores da semana anterior.
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína em outubro foram abaixo de setembro/23 e outubro/22
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne suína in natura nos 21 dias úteis de outubro ficaram abaixo do registrado em outubro de 2022 e de setembro de 2023
A receita, US$ 188.8 milhões, representa 84,75% do total de outubro de 2022, com US$ 222,8 milhões. No volume embarcado, as 82.552 toneladas são 91,64% do total registrado em outubro do ano passado, com 90.082 toneladas. Os US$ 188,8 milhões de receita arrecadados em outubro deste ano representam 82,63% dos US$ 228,5 milhões registrados em setembro deste ano. No volume embarcado, as 82.552 toneladas representam 83,84% quando comparadas às 98.461 toneladas exportadas em setembro. O faturamento por média diária foi de US$ 11.726, quantia 23,3% a menor do que a de outubro de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve aumento de 40,88%. Em toneladas por média diária, 3.931 toneladas, houve recuo de 17,1% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, aumento de 8,03%, comparado às 3.638 toneladas da semana passada. No preço pago por tonelada, US$ 2.287, ele é 7,5% inferior ao praticado em outubro passado. Frente ao valor da semana anterior, queda de 0,003% em relação aos US$ 2.287 anteriores.
AGÊNCIA SAFRAS
ABPA celebra habilitação de 36 plantas de carne suína pela República Dominicana
País é um dos maiores importadores da proteína animal nas Américas
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio feito ontem pelo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, sobre a habilitação de dezenas de novas plantas exportadoras de carne suína para a República Dominicana, após comunicado da Direção Geral de Medicamentos, Alimentos e Produtos Sanitários do país centro americano. Ao todo, são 36 novas plantas habilitadas, entre 34 abatedouros e 2 unidades processadoras. Elas se somam a outras quatro unidades já habilitadas ao mercado na primeira quinzena de agosto, totalizando 40 plantas habilitadas a embarcar produtos para o mercado dominicano. “A ampliação das plantas para a República Dominicana é um importante reconhecimento à qualidade e aos critérios do sistema brasileiro, assim como uma oportunidade de incremento na pauta exportadora do setor. Esperamos ver reflexos destas habilitações nos volumes embarcados em 2024”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. País com um dos mais significativos volumes de importação de carne suína das Américas, a República Dominicana detém uma produção anual de 45 mil toneladas de carne suína, mas consome 165 mil toneladas, conforme dados de 2022 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Frente a isto, conforme dados do departamento norte-americano, no ano passado o mercado dominicano importou 120 mil toneladas do produto, e espera-se que em 2023 estas compras cheguem a 130 mil toneladas. Atualmente, 85% deste volume é proveniente dos Estados Unidos, e o restante do Reino Unido e Canadá. “É o primeiro país a reconhecer o Paraná como livre de aftosa sem vacinação, o que já havia ocorrido com o Rio Grande do Sul e Acre, considerando que este é um dos critérios estabelecidos para as habilitações da República Dominicana. Neste mesmo critério entraram outras unidades federativas, que fortalecem as projeções de resultados positivos para as exportações de carne suína”, completou o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.
ABPA
FRANGOS
Frango congelado e resfriado avançaram no mercado paulista
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado teve aumento 0,43%, valendo R$ 7,03/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço ficou inalterado em R$ 4,47/kg, enquanto em Santa Catarina, houve aumento de 0,23%, chegando a R$ 4,28/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (31), a ave congelada teve ganho de 2,52%, atingindo R$ 7,32/kg, enquanto o frango resfriado subiu 1,39%, fechando em R$ 7,32/kg.
Cepea/Esalq
Embarques de carne de frango em outubro sobem no volume e caem no faturamento
De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne de aves in natura nos 21 dias úteis de outubro subiram em volume e tiveram queda na receita
A receita, US$ 662,1 milhões representou 88,21% do total do mês de outubro de 2022, que foi de US$ 750m milhões. No volume embarcado, as 374.536 toneladas foram 2,3% superior ao total registrado em outubro do ano passado, com 362.760 toneladas. Na receita, os US$ 662,1 milhões representam 99,89% em relação aos US$ 662,8 milhões registrados em setembro deste ano. No volume embarcado, as 374.536 toneladas de outubro são 0,3% maiores quando do que as 373.310 toneladas exportadas em setembro. A receita por média diária de outubro foi de US$ 31,5 milhões, valor 20,2% menor do que o registrado em outubro de 2022. No comparativo com a semana anterior, queda de 2,27%. Em toneladas por média diária, 17.835 toneladas, houve recuo de 6,6% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, diminuição de 1,06% em relação às 18.027 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 2.287, ele é 7,5% inferior ao praticado em outubro do ano passado. Frente ao valor da semana anterior, elevação de 27,80%.
AGÊNCIA SAFRAS
Ministério confirma novo foco de gripe aviária em ave silvestre
Já foram registrados 138 focos da doença no país, com 135 em animais silvestres e três em aves de criação de subsistência. Foi identificada uma ave contaminada da espécie garça-branca-grande, na cidade de Caraguatatuba (SP)
O Ministério da Agricultura confirmou na noite da quarta-feira (1/11) um novo caso de gripe aviária em animal silvestre. A ferramenta online da Pasta que monitora os casos da doença no país identificou uma ave contaminada da espécie garça-branca-grande, na cidade de Caraguatatuba (SP). Conforme a última atualização do ministério, foram registrados até agora 138 focos de gripe aviária no país, com 135 em animais silvestres e três em aves de criação de subsistência. Não há registro de casos em plantéis comerciais, por isso o Brasil mantém o status de livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
MAPA
C. VALE vai inaugurar indústria de R$ 1 bilhão
A C. Vale espera receber seis mil pessoas para a inauguração de sua esmagadora de soja. A solenidade está prevista para o dia 7 de novembro, no complexo agroindustrial da cooperativa, em Palotina, Oeste do Estado
Os convidados vão ocupar uma tenda de 100 X 50 metros, climatizada, que começou a ser montada ainda no dia 16 de outubro. A cerimônia de inauguração está programada para começar às 15h da próxima terça-feira (07/11) e contará com a presença do governador do Paraná, Ratinho Júnior, além de outras autoridades, fornecedores do Brasil e do exterior, clientes, associados e funcionários. As obras da esmagadora estão sendo concluídas dois anos após seu início, em novembro de 2021. No pico dos trabalhos, as obras envolveram 1.100 operários de 35 empresas. A estrutura recebeu mais de R$ 1 bilhão em investimentos e ocupa 12 hectares no parque industrial da cooperativa. A escolha da data (7 de novembro) foi proposital, para coincidir com os 60 anos de fundação da C. Vale. O presidente da cooperativa diz que o empreendimento é a realização de um sonho dos primeiros associados. “Eles queriam uma esmagadora de soja, seria pequena na época. A indústria que vamos colocar em operação é grande, tem capacidade para 60 mil sacas por dia, a terceira maior do Brasil e a primeira em nível tecnológico”, assegura. A esmagadora vai produzir farelo e óleo de soja para a fabricação de rações pela C. Vale. Convênio - Durante a cerimônia, governo do Estado, Prefeitura de Palotina e a C. Vale vão assinar um convênio pelo qual será concluído o contorno viário do município que dará acesso ao complexo agroindustrial da cooperativa. Em 2005, quando inaugurou a ampliação de seu abatedouro de frangos, a C. Vale recebeu 15 mil convidados. Em 2017, seis mil pessoas compareceram à inauguração do abatedouro de peixes.
OCEPAR
Cooperativas do Paraná vão apostar em operações com malte em 2024
Maltaria Campos Gerais deve dar início no próximo mês aos testes de produção, com investimentos da ordem de R$ 1,6 bilhão para a primeira fase. Maltaria Campos Gerais atenderá grande parte das cervejarias brasileiras, incluindo Ambev e Heineken
Instalada em Ponta Grossa (PR), a Maltaria Campos Gerais deve dar início no próximo mês aos testes de produção. Com investimentos da ordem de R$ 1,6 bilhão para a primeira fase, a indústria é uma iniciativa que reúne as cooperativas paranaenses Agrária (Guarapuava), Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e Frísia (Carambeí) e deve estimular o plantio da cevada no Estado. O superintendente de Negócios da Cooperativa Agrária Agroindustrial, Jeferson Caus, informou à Globo Rural que a previsão é que a partir de janeiro de 2024 a maltaria dê início à produção. A planta terá capacidade de fabricação de 240 mil toneladas de malte por ano, com foco principal em malte pilsen. A primeira fase da indústria — com 100 mil m² — está em etapa final de obras, com conclusão prevista para o ano que vem, mesmo com as operações já iniciadas. De acordo com Caus, a maltaria atenderá grande parte das cervejarias brasileiras, incluindo Ambev e Heineken. “Essas duas empresas com contratos de longo prazo para fornecimento de malte. Outras cervejarias menores também poderão ser atendidas”, afirmou. O projeto conta com uma segunda fase, prevista para ser concluída em 2032, totalizando R$ 3 bilhões em investimentos. Com isso, a meta é duplicar a capacidade de produção inicial prevista. Essa fase, entretanto, ainda não foi aprovada, conforme o superintendente. Para a produção estimada de malte cervejeiro, a fábrica deverá processar cerca de 300 mil toneladas de cevada por ano. Parte do grão será adquirida no Brasil, principalmente da região dos Campos Gerais — que no momento sofre com as chuvas — e parte será importada, sendo majoritariamente argentina. As cooperativas envolvidas no projeto desenvolvem programas de fomento à cultura da cevada no Estado, visando ampliar a área plantada entre os cooperados para 100 mil hectares. Vilmar Schüssler, gerente da Maltaria Campos Gerais, destaca que a ação visa atingir cerca de 12 mil cooperados — do Paraná, incluindo, além das regiões dos Campos Gerais e de Guarapuava, outras áreas como o norte do Estado, e sul de São Paulo. Eles contam com apoio das instituições de pesquisa ligadas às cooperativas, Fundação ABC (Frísia, Castrolanda e Capal) e Fundação de Pesquisa Agropecuária da Agrária (Fapa). Segundo Hélio Joris, pesquisador e coordenador do setor de Fitotecnia e Sistemas de Produção da Fundação ABC, o trabalho visa tornar a cevada um cultivo cada vez mais rentável e mais seguro para o produtor. “Atuamos na adaptação de cultivares para as regiões, em campos experimentais, para explorar os diferentes ambientes e chegar à melhor cultivar para cada área”, relata. Além da Maltaria Campos Gerais, o Paraná tem a maltaria da Agrária, localizada em Entre Rios, distrito de Guarapuava, que produz 360 mil toneladas de malte por ano. A cooperativa fará um novo investimento no município, de R$ 500 milhões, na construção de uma planta em parceria com a Ireks do Brasil para a produção de maltes especiais.
GLOBO RURAL
INTERNACIONAL
USDA: Brasil e Austrália devem aumentar as exportações de carne bovina em 2024
Em outubro o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), atualizou as estimativas para 2023 e apresentou projeções para 2024, sobre o mercado global de carnes
Focando na carne bovina, atualizou os números do Brasil para o que já está sendo observado, recuo (-5,1%) frente ao volume de 2022, que foi recorde. Para 2024, as expectativas são de aumento de 3,6% na quantidade embarcada, o que resultaria em 2,85 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec.), frente a 2,75 milhões no fechamento de 2023 e 2,90 milhões no recorde de 2022. Apesar aquém do recorde, estamos falando de bons volumes, tanto observados este ano, como projetados para 2024. Para a Austrália, o segundo maior exportador e que ganhou muita competitividade este ano, o USDA projeta aumento de 4,6% para 2024, após o salto de 23,6% estimado para o consolidado de 2023. Em 2023 a estimativa é de aumento absoluto de 292 mil tec. e mais 70 mil tec. em 2024. Na terceira posição entre os maiores vendedores em 2024, Índia deve embarcar 40 mil tec. a mais que em 2023 (+2,8%), sendo que para 2023 a expectativa é de redução de 22 mil tec. (-1,5%). Os dados incluem carne de bubalinos, o que é muto relevante na produção e no total embarcado pelo país. Considerando o comércio global, as exportações de carne bovina devem passar de 11,7 milhões de tec. para 11,9 milhões, aumento de 175 mil tec., ou 1,5%. O Brasil deve ter maior participação nessas 175 mil tec. a mais comercializadas no próximo ano. A Austrália deve vender mais carne, mas há redução dos Estados Unidos (-86 mil tec.) que é maior que o incremento do país oceânico (+70 mil tec.). Sendo os Estados Unidos e a Austrália os principais fornecedores de carne bovina para o Japão e Coreia do Sul, essa redução das vendas (combinadas) é um fator positivo, que pode influenciar na abertura de tais mercados para o grande fornecedor global. Quanto ao aumento esperado para as vendas da Argentina, há muita incerteza relacionada ao novo governo, qual será e se haverá mudanças na política cambial, o que afetaria diretamente as exportações. Com a turbulência no cenário global, há muita coisa a ser acompanhada. A guerra em Israel tem potencial para pressionar fortemente a inflação por meio do petróleo, caso haja disseminação geográfica do conflito, e pode alterar a evolução dos juros e câmbio, frente ao esperado há poucos meses. Isso sem falar da assunção do governo de que as projeções fiscais vinham sendo pintadas muito otimistas para 2024.
PORTAL DBO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Chuvas atrapalham, mas operação em Paranaguá bate recorde em outubro
Granel sólido de importação e exportação teve de parar cerca de 15 dias no mês, porém toneladas embarcadas foram maiores desde 1935. Movimentação em outubro chegou a aproximadamente 5,3 milhões de toneladas, um crescimento de 5% ante igual mês do ano passado
As fortes chuvas que marcaram mais da metade do mês de outubro atrapalharam as movimentações no Porto de Paranaguá (PR), a principal via de escoamento de fertilizantes do país. O granel sólido de importação e exportação teve de parar nesse período devido à precipitação. No entanto, como contou à Globo Rural o diretor de operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira, o corredor de exportação leste registrou indicadores de mais de 100 mil toneladas por dia nos momentos em que pôde embarcar, o que converteu o período em mês mais produtivo da história do porto. "O nosso melhor número havia sido 97 mil toneladas por dia produtivo. Apesar disso, a produção será em torno das 50 mil toneladas por dia no corredor de exportação leste", afirmou. De acordo com o diretor, a movimentação em outubro chegou a aproximadamente 5,3 milhões de toneladas, um crescimento de 5% se comparado ao mesmo mês do ano passado. Durante os dez meses deste ano, o aumento foi de 7,5% em relação a igual intervalo de 2022. "Apesar do alto índice de chuvas, nós vamos movimentar quase 5% a mais do que o mesmo período do ano passado. A nossa perspectiva até o final do ano é muito boa, mesmo considerando os períodos de paralisação", afirmou o diretor. Segundo ele, o impacto não foi significativo para a logística porque o monitoramento e controle do recebimento dos caminhões, até mesmo das cargas via ferrovia, foi bem estruturado, sem impactar esse modais diante de qualquer gargalo causado pela operação portuária. "Para fechar o ano, a estimativa é que alcancemos 63 milhões de toneladas, com um crescimento de aproximadamente 8% ano em comparação a 2022, o que para os portos de Paranaguá e Antonina é extremamente expressivo, um aumento de 4,6 milhões de toneladas ano contra ano", detalhou.
GLOBO RURAL
Portos do Paraná devem movimentar 42,5 milhões de toneladas de fertilizantes em 2023
Paranaguá e Antonina devem registrar um aumento de 3,5% das importações neste ano. Paranaguá e Antonina concentram o recebimento de 31,5% de todo o fertilizante que chega ao Brasil
Os portos de Paranaguá e Antonina, principais portas de entrada de fertilizantes no Brasil, preveem movimentar 42,5 milhões de toneladas do produto em 2023, um aumento de, aproximadamente, 3,5% nas importações em comparação com 2022. Os números são puxados pela expansão de operações de companhias, como a Fortesolo, que atua como operadora portuária no cais público do Porto de Paranaguá há 36 anos, e movimentou 179 mil toneladas de fertilizantes em setembro, um aumento de 242% em comparação com o mesmo período de 2022. No acumulado do ano, a empresa registrou um crescimento de 6% no market share, mesmo em um mercado encolhido. Até o próximo ano, a companhia quer aumentar a capacidade de armazenagem para 100 mil toneladas, com uma expectativa de crescimento de 12% nas operações para 2024. A capacidade estática da empresa passará de 227 mil toneladas para 327 mil toneladas. A companhia está sob responsabilidade do Grupo FTSpar, um dos principais players de importação e movimentação de fertilizantes pelos portos do Paraná. Hoje, tanto Antonina como Paranaguá concentram o recebimento de 31,5% de todo o fertilizante que chega ao Brasil. Em comunicado, a Portos do Paraná avaliou otimismo do segmento. De acordo com Sindicato dos Distribuidores de Adubos do Brasil (Sindiadubos), as importações do país de janeiro até dezembro devem fechar em até 44 milhões de toneladas de. Em 2022, foram importados no mesmo período 34,6 milhões de toneladas. Para a produção, a expectativa é de 6,7 milhões de toneladas, um volume abaixo do que foi produzido no ano passado, com 7,4 milhões de toneladas. Dependente de 85% do produto estrangeiro, o Brasil está entre os maiores consumidores de fertilizantes no mundo. Em nota, o presidente do Sindicato, Aluísio Schwartz Teixeira, falou que, apesar do atraso nas compras por parte dos agricultores, o volume de entregas de no país em 2023 deve superar o ano anterior. "Não alcançaremos os níveis de 2021, mas acreditamos que as importações continuarão a se fortalecer, apesar dos desafios do mercado, como flutuações de preços, condições climáticas e a concorrência entre portos", afirma Teixeira.
GLOBO RURAL
ECONOMIA/INDICADORES
BC faz terceiro corte seguido nos juros e Selic vai a 12,25%
A decisão veio em linha com mediana das expectativas do mercado
Conforme indicado na reunião anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir novamente a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ano, na quarta-feira. Esta é a terceira queda seguida. A decisão veio em linha com mediana das expectativas do mercado - das 140 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor, todas esperavam um corte de 0,5 ponto. Na reunião de setembro, quando cortou os juros em 0,50 ponto, para 12,75% ao ano, o BC havia sinalizado que "em se confirmando o cenário esperado", os membros do comitê "unanimemente" anteviam redução de mesma magnitude "nas próximas reuniões" e avaliavam que esse seria "o ritmo apropriado". A Selic ficou estacionada em 13,75% ao ano por 12 meses até agosto, depois do ciclo de alta mais agressivo desde a criação do regime de metas para a inflação, em 1999. De março de 2021 a agosto do ano passado, a autoridade monetária elevou os juros em 11,75 pontos percentuais. O Copom se reúne novamente em 12 e 13 de dezembro.
VALOR ECONÔMICO
Dólar cai mais de 1%, para abaixo de 5 reais, com alívio nos títulos dos EUA
O dólar à vista recuou mais de 1% na quarta-feira e voltou a encerrar uma sessão abaixo dos 5 reais no Brasil, com as cotações acompanhando a queda da moeda dos EUA no exterior em meio a alívio nas taxas de juros dos títulos norte-americanos, em dia de decisão de política monetária no Fed e também no Banco Central do Brasil
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9731 reais na venda, em baixa de 1,34%. Este foi o maior recuo percentual em um único dia desde 10 de outubro, quando o dólar caiu 1,47%. A cotação de fechamento da quarta-feira é a menor desde 25 de setembro, quando a divisa dos EUA encerrou a 4,9669 reais. Na B3, às 17:15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,36%, a 4,9865 reais. Lá fora, o dólar também cedia ante boa parte das divisas de países emergentes e exportadores de commodities em função da queda dos rendimentos dos Treasuries. O movimento era motivado por novos dados sobre a economia norte-americana: o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que foram abertos 113.000 empregos em outubro no setor privado, ante 89.000 empregos adicionados em setembro. Apesar da aceleração na margem, economistas consultados pela Reuters previam a criação de 150.000 postos de trabalho em outubro. Os números do ADP contribuíram para uma percepção mais positiva sobre o controle da inflação nos EUA, o que pesou sobre os yields e sobre o dólar. “A avaliação é de que a subida recente dos (rendimentos dos títulos de) 10 anos, de alguma forma, traz um aperto adicional nas condições financeiras e ajuda no serviço de controle (da inflação nos EUA). A consequência disso é que moedas estão se fortalecendo ante o dólar no resto do mundo”, afirmou Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, ao avaliar os efeitos da comunicação do Fed sobre a relação entre dólar e real. Após a decisão do Fed, o dólar renovou mínimas ante a divisa brasileira.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta com aval do Fed e bateria de balanços em foco
O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, endossada pelo cenário externo, com o Federal Reserve mantendo os juros nos Estados Unidos na faixa de 5,25% a 5,50% e evitando sinais claros sobre as próximas decisões, enquanto, no Brasil, uma bateria de resultados corporativos também ocupou as atenções
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,69%, a 115.052,96 pontos. O volume financeiro nesta sessão em véspera de feriado no Brasil somou 24,8 bilhões de reais. O Fed optou novamente pela manutenção dos juros, mas deixou a porta aberta para outro aumento, reconhecendo a surpreendente força da economia norte-americana e afirmando que a inflação permanece elevada, embora destacando condições financeiras mais restritivas enfrentadas pelas empresas e pelas famílias. Na visão do economista-sênior do Inter, André Cordeiro, no comunicado, o Fed não deu indícios firmes sobre os próximos passos, apenas reforçou que está pronto para mudar a direção da política monetária se necessário e que acompanhará de perto os desenvolvimentos econômicos e os eventos internacionais. Em coletiva de imprensa, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) agirá com cautela, embora ainda não estivesse confiante de que as condições financeiras fossem restritivas o suficiente para manter a inflação tão baixa quanto o banco central gostaria. Para o economista-chefe da Kínitro Capital, Sávio Barbosa, a reação positiva do mercado pode ser explicada pela visão de que Powell não demonstrou uma intenção mais explícita de aumentar as taxas de juros ao não endossar as projeções do Fomc, que indicam tal movimento. Em Wall Street, o S&P 500, uma das principais referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 1,050599%. No mercado de dívida, o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,7656% no final da tarde, de 4,875% na véspera, tendo também no radar o anúncio sobre leilões de títulos do Tesouro norte-americano. A alta do Ibovespa nesta quarta-feira ocorre após o principal índice do mercado acionário brasileiro acumular um declínio de quase 3% em outubro, com os últimos pregões do mês pressionados por preocupações fiscais. Para estrategistas do BTG Pactual, à medida que o final do ano se aproxima, a combinação de mercados globais voláteis e uma situação fiscal preocupante no Brasil poderá impedir que investidores estrangeiros e locais façam alocações mais estruturais de longo prazo em ações brasileiras. "Apesar do Ibovespa ser negociado com 'valuations' muito atraentes, a falta de fluxos de dinheiro mais significativos para as ações poderá manter o mercado lateral durante os próximos meses", afirmaram Carlos Sequeira e equipe em relatório enviado a clientes com as recomendações de ações para novembro.
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Balança comercial tem superávit de US$8,959 bi em outubro, recorde para o mês
A balança comercial brasileira registrou superávit de 8,959 bilhões de dólares em outubro, recorde para o mês na série histórica iniciada em 1989, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados na quarta-feira
O desempenho, que representa uma alta de 140% na comparação com o saldo de outubro de 2022, foi explicado por uma queda de 20,9% no valor das importações, a 20,525 bilhões de dólares, ao passo que as exportações registraram um recuo moderado de 0,7%, a 29,484 bilhões de dólares. Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa similar para o dado do mês, com projeção de um saldo positivo de 9 bilhões de dólares. Em outubro de 2022, o país havia registrado resultado positivo de 3,4 bilhões de dólares. O valor das exportações em outubro ficou próximo à estabilidade diante de uma alta de 26,4% no valor das vendas da indústria extrativa ao exterior, com destaque para o minério de ferro, que foi compensada por recuos de 9,1% nos embarques da indústria de transformação e de 2,5% da agropecuária. Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até outubro foi de 80,212 bilhões de dólares, 57,2% melhor que o observado no mesmo período do ano passado e também recorde para o período. O desempenho foi resultado de exportações de 282,471 bilhões de dólares e importações de 202,258 bilhões de dólares. Neste ano, a China vem ampliando sua presença na pauta exportadora brasileira, atingindo uma participação de 30,9% dos embarques brasileiros, ante 27,6% no mesmo período do ano passado. Por outro lado, houve redução da participação dos Estados Unidos e da União Europeia.
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Produção industrial fica estável no 3º trimestre ante 2º trimestre, revela IBGE
A produção industrial brasileira ficou estável no terceiro trimestre deste ano em relação ao segundo trimestre, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O resultado sucede um avanço de 0,3% no segundo trimestre de 2023 ante o trimestre imediatamente anterior, após ter registrado também estabilidade (0,0%) no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a produção industrial também ficou estável no terceiro trimestre de 2023. A produção industrial escapou do vermelho nos últimos dois meses consecutivos. No mês de setembro, houve ligeira elevação de 0,1% em relação a agosto, após um crescimento de apenas 0,2% no mês anterior. No entanto, a indústria vinha de uma queda de 0,3% em julho. Na passagem de agosto para setembro, 20 das 25 atividades pesquisadas registraram retração. A expansão de 5,6% registrada nas indústrias extrativas foi determinante para manter a média industrial em território positivo, mas o segmento extrativo vinha de uma perda acumulada justamente de 5,6% nos dois meses anteriores, ponderou o IBGE. “No âmbito doméstico, a atividade industrial sente os efeitos do forte aperto monetário. No âmbito externo, o aumento das taxas de juros pelos bancos centrais para combater a inflação continua pesando sobre a atividade econômica mundial”, justificou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em nota. As demais principais influências positivas sobre o total da indústria em setembro ante agosto partiram de produtos químicos (1,5%) e de derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%). Na direção oposta, entre as 20 atividades com perdas, os destaques negativos foram os produtos farmacêuticos (-16,7%), máquinas e equipamentos (-7,6%) e veículos (-4,1%). “Fica claro esse comportamento de um avanço do setor industrial concentrado em poucas atividades”, resumiu André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. “Tem predomínio muito claro de taxas negativas quando se observam as categorias econômicas e atividades investigadas”, apontou. Em meio ao cenário de juros elevados, a produção industrial brasileira permanece apenas 0,3% acima do nível de dezembro de 2022, indicando um “comportamento de estabilidade” neste ano, frisou André Macedo. “Por mais que o setor industrial avance pelo segundo mês seguido, ele praticamente não altera o patamar que encerrou o ano passado”, disse o pesquisador. “Dá ideia ainda de um setor industrial com menor dinamismo, estabilizado em determinado patamar.” A indústria operava em setembro em nível 1,6% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia, além de 18,1% aquém do ápice alcançado em maio de 2011. “A taxa de juros em patamar elevado é algo a ser considerado para que o setor industrial, passados nove meses de 2023, ele praticamente não altera o patamar que tinha encerrado o ano passado”, apontou Macedo.
ESTADÃO CONTEÚDO
Mudanças do Senado aumentam alíquota da Reforma Tributária em 0,5 ponto, diz Haddad
Ministro se reuniu com relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), na quinta (2)
O Ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou na quinta-feira (2) que estima uma elevação de 0,5 ponto percentual na alíquota padrão do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) no projeto da Reforma Tributária em tramitação no Senado Federal em relação ao texto aprovado na Câmara dos Deputados. Apesar do efeito provocado pela ampliação das exceções da Reforma, a avaliação da equipe econômica é que o saldo final do texto é positivo. Para Haddad, o parecer em discussão não é perfeito, mas representa um salto de qualidade em comparação com o atual modelo tributário. "Em relação à versão que saiu da Câmara, aumenta em cerca de 0,5 ponto [percentual]", disse o ministro após reunião com o relator da proposta no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), na sede do Ministério da Fazenda. "Não chega a 28%. Se pegar o estudo que o [secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard] Appy fez, como não reduziu exceção, ampliou um pouquinho, amplia [a alíquota em] cerca de 0,5 ponto. Demos a estimativa para a equipe técnica do Senado, isso tem que se tornar público", complementou. Os cálculos da equipe econômica ao projeto inicial da Reforma Tributária apontavam uma cobrança total entre 25,45% e 27% sobre o consumo. Com um aumento de 0,5 ponto percentual, a alíquota pode chegar a 27,5%. "Em relação à alíquota atual, ela cai para a grande maioria dos setores", ponderou. Haddad também voltou a dizer que "quanto menos exceções, melhor para o país." No parecer do Senado, Braga incluiu regimes específicos para setores como turismo, agência de viagens, saneamento e concessionárias de rodovias, além de ter elevado a R$ 60 bilhões o aporte anual do governo federal no FNDR (Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional). "É perfeita? Nada é perfeito. Mas à luz do que nós temos, o salto de qualidade que nós vamos dar em relação ao nosso sistema tributário atual, penso que é inestimável. Vamos figurar entre os bons sistemas tributários do mundo", disse Haddad. Segundo o ministro, a equipe técnica avaliou durante a reunião –que teve mais de três horas de duração– ponto a ponto do texto em discussão no Senado. "São pequenos detalhes, às vezes detalhe de redação para evitar judicialização, às vezes proposta que ele [Braga] recebeu de última hora e quer avaliação de impacto. Estamos muito seguros que o relatório está bem feito e que vamos ter uma maioria boa no Senado", disse. Após o encontro com a equipe econômica, o senador afirmou que não serão feitos ajustes significativos no texto até a próxima semana. "Teremos pequenos ajustes, algum até redacionais em relação ao texto apresentado. Mas são ajustes finos que estão sendo feitos para que tenhamos mais segurança jurídica e tenhamos, portanto, a segurança de que o texto apresentado representará a simplificação, a transparência, o equilíbrio federativo, a neutralidade", disse Braga. Em entrevista à Folha, na véspera da reunião, o relator disse que a Reforma Tributária já tem os votos necessários para ser aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário do Senado. Uma PEC (proposta de emenda à Constituição) requer maioria simples na CCJ e o apoio de ao menos 49 dos 81 senadores para ser aprovada no plenário da Casa, onde passa por dois turnos de votação. Braga não revelou a contabilidade dos votos, enquanto Haddad disse querer passar de 60 votos. A expectativa é que a PEC (proposta de emenda à Constituição) seja apreciada na próxima terça (7) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), deliberada no plenário do Senado em primeiro turno na quarta (8) e, na quinta (9), em segundo turno. O titular da Fazenda ainda evitou comentar a discussão sobre a revisão da meta fiscal para 2024 e pediu que sua vontade de falar apenas sobre a Reforma Tributária fosse respeitada. "Quando eu tiver novidades para vocês [jornalistas], eu dou", afirmou.
FOLHA DE SP
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