Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 49| 19 de janeiro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
O mercado brasileiro do boi gordo andou de lado
Na terça-feira, 18 de janeiro, refletiu o ambiente de baixa liquidez. Diante da demanda doméstica desaquecida, as indústrias frigoríficas brasileiras direcionam as suas atenções às exportações
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nesta terça-feira, as cotações dos animais terminados ficaram estáveis nas praças de São Paulo, em relação ao primeiro dia da semana. Dessa maneira, o boi gordo é negociado em R$ 337/@, enquanto a vaca e a novilhas prontas para abater são vendidas em R$ 308/@ e R$ 326/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Os negócios com o “boi-China” (abatidos mais jovens, com até 30 meses de idade) valem entre R$ 345/@ e R$ 350/@, acrescenta a Scot. De acordo com levantamento da IHS Markit, as indústrias frigoríficas, sobretudo nas regiões localizadas no Centro-Sul do País, trabalham com escalas de abates relativamente confortáveis (entre 8 a 10 dias), efetivando compras pontuais de boiadas gordas e trabalhando abaixo da capacidade operacional. Por outro lado, nas plantas processadoras na região Norte, as escalas de abates seguem mais avançadas, até pelo menos 3 de fevereiro, observa a IHS. Segundo a consultoria, a maior oferta de animais terminados na região de Paragominas, no Pará, reduziu em R$ 2/@ os preços da arroba do macho na terça-feira, agora negociado em R$ 292/@. Nas demais praças pecuárias, as cotações do boi gordo não sofreram alterações, operando acima de R$ 315-320/@ em grande parte do País, informa a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 291/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 310/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 318/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 310/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 340/@ (à vista) vaca a R$ 320/@ (à vista); PA-Paragominas: boi a R$ 294/@ (prazo) vaca a R$ 286/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 291/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 296/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista).
PORTAL DBO
Abate de bovinos em Mato Grosso é o menor desde 2015, diz Imea
No ano passado, produtores abateram 4,71 milhões de cabeças no Estado, que tem o maior rebanho do país
O abate de bovinos em Mato Grosso totalizou 4,71 milhões de cabeças no ano passado, menor volume desde 2015, quando 4,68 milhões de animais foram destinados aos frigoríficos, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O Estado tem o maior rebanho bovino do país. A queda deveu-se principalmente ao aumento da retenção de fêmeas, movimento que começou já em 2020, afirma o Imea. Os abates de fêmeas caíam 15,1% no comparativo anual. Entre os machos, a queda foi de 7%, desempenho que refletiu os elevados preços dos animais de reposição. “Com a perspectiva de aumento da produção de bezerros, espera-se que 2022 sinalize menos valorização, [o que seria um] possível indício de início da virada de ciclo no setor”, disse o Imea, em relatório.
VALOR ECONÔMICO
Imea estima cotações menores para bovinos em 2022
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) espera uma queda nas cotações de bovinos em 2022, impactada por aumento da oferta de bezerros, informou em relatório na segunda-feira (17)
“Com a perspectiva de maior produção de bezerros, espera-se que 2022 sinalize cotações com menores valorizações, possível indício de um início da virada de ciclo no setor”, disse o Imea. Em 2021, os abates de bovinos em Mato Grosso somaram 4,71 milhões de cabeças, um baixo patamar que não era observado desde 2015, quando foram abatidas 4,68 milhões de cabeças no estado. “O principal fator contribuinte para esse cenário foi a retenção mais intensa de fêmeas (movimento que tem ocorrido desde 2020), uma vez que no comparativo anual o recuo foi de aproximadamente 15,14% para o abate destes animais”, disse o Imea. O abate de machos caiu 7%. O Imea disse ainda que esse cenário ocorreu devido às elevadas precificações dos animais de reposição, que estimulou os pecuaristas a investirem na retenção de novilhas. Essa retenção levou a uma queda de 21% nos abates de novilhas em 2021. A valorização da arroba foi um dos fatores que contribuíram para elevar os preços da carne e a receita com vendas dos frigoríficos para o exterior em 2021. Mato Grosso exportou o equivalente a US$ 1,72 bilhão em carne bovina no ano passado, um recorde histórico para o estado, apesar de ter registrado uma queda de 10,43% no volume total embarcado.
CARNETEC
Auditores agropecuários protestam em frente ao Ministério da Economia e pedem reestruturação da carreira
Auditores fiscais federais agropecuários protestaram na terça-feira (18), em frente ao Ministério da Economia, reivindicando reestruturação da carreira
Outras categorias, como funcionários do Banco Central e da Receita Federal, fizeram o mesmo, em um movimento nacional. O sindicato que representa os profissionais – Anffa Sindical – informou que as atividades não foram paralisadas e que muitos auditores têm mantido plantões em vários pontos do país. "No entanto, em função do acúmulo de serviço e da falta de pessoal, estão cumprindo os prazos regimentais e trabalhando por oito horas diárias, sem turnos extras não compensados ou remunerados e sem almoços estendidos de três horas, que obriguem a permanecer mais tempo no ambiente de trabalho", destacou em nota. Desde o fim de dezembro, a categoria atua em operação padrão. Segundo o Anffa, são priorizadas atividades que podem afetar diretamente o cidadão, como a liberação de cargas vivas, a fiscalização de bagagens de passageiros e de animais de companhia.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Suínos: quedas acentuadas voltam ao mercado na terça-feira
No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (17), houve queda de 3,97% no Paraná, chegando a R$ 4,59/kg, recuo de 3,89% no Rio Grande do Sul, baixando para R$ 4,69/kg, desvalorização de 1,08% em Santa Catarina, chegando em R$ 4,56/kg, e de 0,54% em Minas Gerais, valendo R$ 5,55/kg
A exceção ficou por conta de São Paulo, com leve alta de 0,36%, fechando em R$ 5,55/kg. Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF cedeu 3,23%/4,76%%, valendo R$ 90,00/R$ 100,00, enquanto a carcaça especial baixou 1,32%/1,25%, custando R$ 7,50 o quilo/R$ 7,90 o quilo.
Cepea/Esalq
Ano de 2022 inicia com preço do suíno em queda e custos em alta, segundo ABCS
Mesmo com a redução dos embarques para a China no final do ano passado, para 2022 mantem-se a projeção de crescimento das exportações. No médio prazo (primeiro semestre), a Rússia, que abriu cota de 100 mil toneladas para o Brasil, pode compensar esta queda dos embarques para a China que, devido a liquidação de planteis em meados do ano passado, deve retomar um ritmo maior de compras a partir de abril
A primeira semana de janeiro apresentou média de 4 mil toneladas de carne suína brasileira exportada (Secex), uma média boa para o período, mas com preço em dólar ainda relativamente baixo (US$ 2.180,80/tonelada). Se por um lado, o mercado de exportação se comporta dentro do esperado, por outro, o mercado doméstico apresenta-se extremamente hostil, com sinais de superoferta que derrubaram os preços do suíno em todo o Brasil, que despencam desde a segunda semana de dezembro. Esta queda de preços é resultado do elevado crescimento da produção de suínos dos últimos anos, coincidindo com uma crise econômica em que a inflação nos dois dígitos, o PIB estagnado e o desemprego corroem o poder aquisitivo do consumidor. Além disso, tradicionalmente o início do ano é de retração de demanda por carne suína no mercado doméstico e de exportação o que agrava o desequilíbrio entre oferta e procura, pressionando ainda mais os preços para baixo. Em 2021 a quebra da safra de milho no verão e na safrinha, com perda de mais de 20 milhões de toneladas, determinou custo nominal recorde ao longo de praticamente todo o ano. Porém, a redução das exportações de milho garantiu o abastecimento e até determinou um recuo nas cotações do cereal em novembro do ano passado. Entretanto, desde dezembro e, com mais intensidade nos últimos 30 dias, as cotações do milho têm subido quase diariamente em movimento inverso ao do suíno. O farelo de soja também vem subindo de preço há algumas semanas, ultrapassando 2.500 reais/tonelada em praticamente todas as praças. A “tempestade perfeita” no setor, com alto custo e baixo preço de venda do suíno, atingiu seu auge na primeira semana deste ano, com as piores relações de troca do suíno com o milho e farelo de soja dos últimos meses. Mais uma vez o clima desfavorável na região Sul (sob o efeito da La Niña) com estiagem severa, deverá resultar em quebra da primeira safra de milho, pois justamente esta região tem maior peso na colheita de verão. A CONAB, que no levantamento de safra publicado em dezembro, estimava uma primeira safra de quase 30 milhões de toneladas de milho, reduziu sua projeção na publicação do último dia 11 para pouco mais de 24 milhões de toneladas, muito similar à safra verão do ano passado. É muito importante diferenciar a situação da safra de milho de 2021/22 (em andamento) da anterior (2020/21); apesar da quebra e produção da safra verão das duas ser similar, a safra 2020/21 teve seu início de plantio atrasado, o que comprometeu o plantio da safrinha na janela climática ideal, resultando em quebra recorde e uma produção total de 87 milhões de toneladas de milho. No caso da safra 2021/22, o plantio da segunda safra será em período mais seguro em termos climáticos. Além disso, a área plantada da safra 2021/22 aumentou em mais de 5% em relação à anterior. No balanço final espera-se um total de quase 113 milhões de toneladas na safra 2021/22 contra 87 milhões da safra 2020/21. Como a segunda safra de milho ainda não foi plantada e só será colhida no meio do ano, o primeiro semestre continuará com o preço do cereal em alta, mas sem risco de desabastecimento. O Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que o final do ano de 2021 foi frustrante em relação aos preços pagos ao produtor, e reforçou que o crescimento acelerado da produção de suínos dos últimos anos está apresentando a conta para o setor, mostrando que os prejuízos amargados em 2021 devem se estender para os primeiros meses de 2022. “Na questão custo relacionado ao milho, embora a primeira safra preocupe, a perspectiva é melhor do que no ano passado, pois tudo indica que a segunda safra resultará em quantidades suficientes para manter o preço do principal insumo em patamar mais baixo que em 2021. Por outro lado, outros custos indexados à inflação como tarifas públicas, combustíveis e mão de obra devem onerar ainda mais a produção. A grande preocupação é a recuperação da demanda do mercado doméstico para absorver o aumento da produção.” Para ele, com uma estimativa de 2021 fechar com pouco mais de 4,8 milhões de toneladas de carcaças produzidas (número ainda não apurado pelo IBGE), o que representa um crescimento da ordem de 30% em cinco anos e mais de 16% nos últimos dois anos, em uma economia em franca retração.
ABCS
FRANGOS
Frango: mercado com pequenas variações na terça
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,36%, valendo R$ 5,50/kg
Na cotação do animal vivo, no Paraná ficou estável em R$ 5,10/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na terça-feira (18). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (17), a ave congelada teve queda de 0,17%, chegando a R$ 6,05/kg, enquanto o frango congelado cedeu 0,34%, fechando em R$ 5,88/kg.
Cepea/Esalq
Espanha relata surto de gripe aviária altamente patogênica em granja, diz OIE
A Espanha relatou um surto do vírus da gripe aviária altamente patogênico H5N1 em uma granja ao norte de Madri, disse a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) nesta terça-feira, aumentando uma onda de casos na Europa
O surto começou no dia 13 de janeiro em uma granja de 18.900 aves no vilarejo de Cantalejo, disse a OIE com sede em Paris, citando um relatório das autoridades espanholas. “O levantamento epidemiológico realizado na granja indica que todas as aves foram trazidas para serem engordadas no início de novembro de 2021, sem movimentação de animais fora da fazenda desde então”, diz o relatório. Uma zona de restrição foi estabelecida em torno do surto.
REUTERS
EMPRESAS
Na BRF, a Petros tem uma briga engatilhada
Fundo de pensão anexou parecer de Marcelo Trindade ao voto em AGE, argumentando que o aumento de capital via follow-on não se enquadra nas exceções de poison pill
A Petros pode até ter ficado isolada nos protestos ao follow-on da BRF, mas engana-se quem pensou que o fundo de pensão se deu por vencido. O acionista saiu da assembleia extraordinária de acionistas ontem com uma carta na manga: um parecer do ex-presidente da CVM Marcelo Trindade que indica que a fundação está se garantindo para uma briga futura. Se a oferta aprovada ontem e lançada hoje terminar com um sócio — leia-se, a Marfrig — rompendo os 33,33% do capital da BRF, o fundo de pensão terá o fato que precisa para interpelar a dona da Sadia e a xerife do mercado de capitais. Junto ao voto contrário ao follow-on, o parecer de Trindade argumenta que, da forma como a assembleia foi costurada, a aprovação dos acionistas não abre a exceção estatuária para que um acionista passe de 33,33% sem disparar a poison pill — o que obrigaria a firma de Marcos Molina a oferecer um prêmio de 140% sobre o restante das ações da BRF caso isso ocorra. Citando doutrinas, a Lei das S/As e instruções da CVM, o advogado societário sustentou que a assembleia da BRF não aprovou todos os detalhes do aumento de capital para que a exceção à poison pill estivesse valendo. "O aumento está apenas sujeito a certas balizas previamente estabelecidas pela Assembleia Geral, mas não à aprovação daquele órgão sobre todos os pontos exigidos pela Lei das S.A. para que o aumento de capital seja considerado como aprovado pela assembleia", escreveu Trindade, em documento de 28 páginas. No entendimento do ex-presidente da CVM, o Conselho de Administração da BRF só poderia definir o preço das ações no follow-on. Os demais detalhes (valor do aumento de capital, quantidade de ações a serem emitidas, prazo para o exercício de direito de preferência pelos acionistas) deveriam ser expressamente aprovados na AGE, e não apenas genericamente. Na prática, o Conselho da BRF é quem definirá a quantidade mínima de ações emitidas, sustentou Trindade. "Caso as propostas submetidas à AGE venham a ser aprovadas, e algum acionista venha a atingir a participação relevante em decorrência da subscrição de ações no aumento de capital, estará obrigado a realizar a OPA nos termos do poison pill", concluiu. O parecer de Trindade gerou irritação na BRF. "A Petros quer derrubar as ações e inviabilizar o follow-on, prejudicando a companhia?", criticou uma pessoa. Outra fonte que acompanha a transação lembrou que as ações da BRF vinham se sustentando exatamente pela crença geral de que, se faltar demanda, a Marfrig ficará com as sobras. Petros e Trindade terão bons adversários na contenda jurídica. A BRF se calçou com um parecer de Paulo Cezar Aragão, sócio-fundador do Barbosa Müssnich Aragão e também conta com a assessoria do escritório Eizirik Advogados (curiosidade: Nelson Eizirik é um dos juristas mais citados por Trindade para embasar o parecer). Só haverá esse gatilho, no entanto, se a Marfrig concretizar a compra dos papéis. A dona da Sadia lançou na manhã de ontem o follow-on, que pode chegar a R$ 8 bilhões. O Citi é o coordenador líder, com mais 10 bancos — Bradesco BBI, BTG Pactual, J.P. Morgan, Itaú BBA, Morgan Stanley, Bank of America, Credit Suisse, Santander, Safra e UBS BB. A precificação está prevista para 1º de fevereiro.
VALOR ECONÔMICO
BRF aprova oferta de ações
A BRF disse na terça-feira (18) que seus acionistas aprovaram uma oferta pública de distribuição primária que poderá chegar a até 324 milhões de ações ordinárias.
A empresa disse em comunicado que fará uma oferta inicial de 270 milhões de ações, com possível oferta adicional de até 20% deste montante, ou seja, 54 milhões de ações. A oferta, que está restrita a investidores profissionais, poderá levantar até R$ 8 bilhões, considerando o valor de fechamento da ação da BRF na Bolsa de São Paulo B3 na segunda-feira (17). A operação é uma oportunidade para que a Marfrig eleve a participação e assuma o controle da BRF. A processadora de carne bovina já aumentou a participação na BRF no ano passado para cerca de 31,66% do capital total.
CARNETEC
MEIO AMBIENTE
Fundo e IICA ofertarão US$ 100 milhões em crédito para reduzir emissões
Recursos vão financiar iniciativas que ajudem a diminuir a emissão de metano da pecuária nas Américas
O Fundo Verde para o Clima (GCF) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) anunciaram que vão trabalhar juntos em um novo projeto voltado à redução das emissões de metano da pecuária nas Américas. A iniciativa prevê US$ 100 milhões em recursos para financiamentos. O anúncio foi feito na segunda-feira pelo Vice-Diretor Executivo do GCF, Javier Manzanares, durante a cerimônia de posse de Manuel Otero em seu segundo mandato como Diretor-Geral do IICA, válido para o período 2022-2026. O GCF é o maior fundo de financiamento climático do mundo. Em novembro, durante a COP26, ele aderiu à declaração assinada por mais de 100 países para reduzir as emissões globais de metano em 30% até 2030. Em um primeiro momento, o fundo vai aplicar US$ 1,5 milhão em estudos de viabilidade. A iniciativa pretende ajudar a desenvolver processos produtivos mais eficientes. "O IICA colocará o melhor de seu corpo técnico e sua capacidade de diálogo para avançar em uma transformação, que só pode ser sustentável, dos sistemas agroalimentares da região", disse Manuel Otero.
VALOR ECONÔMICO
Ainda são poucas as empresas com compromisso de zerar emissões, mostra pesquisa
A média global de empresas com compromissos de emissões líquidas zero é de apenas 22%, segundo pesquisa com mais de 4,4 mil CEOs feita pela consultoria PwC
Mesmo com a participação recorde do setor privado, em novembro, na Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas em Glasgow, a COP26, a média global de empresas com compromissos de emissões líquidas zero é de apenas 22%. O dado é de uma pesquisa com mais de 4,4 mil CEOs feita pela consultoria PwC. No caso das empresas brasileiras, o percentual chega a 27%, mas ainda é considerado baixo. A pesquisa global é feita pela PwC há 25 anos. O perfil das perguntas é tradicionalmente mais focado em crescimento econômico e indicadores de produtividade e eficiência, mas este ano a intenção foi fazer um cenário das medidas ESG adotadas pelas empresas. “O fato de apenas 22% das empresas ter compromissos net-zero é surpreendentemente baixo, com tudo o que temos visto e ouvido nos últimos meses”, diz Maurício Colambari, sócio e líder ESG da PwC, sobre os resultados da pesquisa “Um novo olhar para o futuro: as perspectivas dos CEOs sobre crescimento, ameaças, prioridades estratégicas e compromissos ESG”. A pesquisa mostra também que as temáticas ambientais, sociais e de governança continuam atrás de outros assuntos que concentram mais as energias dos executivos no Brasil e no mundo. Questionados sobre a maior ameaça ao crescimento de suas empresas, 69% dos líderes ouvidos no Brasil indicam a instabilidade macroeconômica como principal risco. É uma preocupação maior do que a expressa pelos pares internacionais (43%), mais angustiados com riscos cibernéticos (50% dos executivos globais) e à saúde (48%). A grande preocupação com a instabilidade econômica dos executivos brasileiros é a que mais destoa do cenário de temas abordados pelos CEOs globais. A mudança climática é a maior ameaça ao crescimento dos negócios na visão de apenas 36% das lideranças no Brasil e de só 33% no mundo. Curiosamente, contudo, para 63% dos CEOs brasileiros a ameaça climática deve impactar a venda de produtos e serviços nos próximos 12 meses, 45% deles acreditam que a crise climática afetará o aumento de capital e 39% temem pela interferência no desenvolvimento de produtos e serviços, aponta nota da PwC à imprensa. A pesquisa mostra outras contradições dos executivos. Pelas respostas, 43% das empresas brasileiras não possuem compromissos de carbono neutro alinhados com metas científicas, o que é outra surpresa negativa. No mundo, 36% das empresas que participaram da pesquisa da PwC não têm compromissos net-zero nem carbono neutro. Contudo, 29% das empresas no Brasil e no mundo têm algum tipo de compromisso em andamento para ser assumido no futuro. A enquete dividiu as empresas em quatro grupos — as que têm planos net-zero baseados em ciência, as que têm planos net-zero sem base científica, as que têm compromissos carbono-neutro e as que não têm nada. Colambari faz a distinção entre os dois tipos de compromissos”. Net-zero e carbono neutro são conceitos diferentes. Entendemos que net-zero está mais focado na empresa reduzir emissões de gases-estufa em tudo o que é possível, com metas em bases científicas, para depois ir para a compensação. Carbono neutro, na visão que temos, é definição mais abrangente, que permite compensar emissões mesmo antes de a empresa fazer todas as reduções possíveis”, explica. Mesmo assim, os dados de empresas com compromissos net zero no Brasil (44%) e carbono neutro (36%) são próximos. No mundo os números são similares. Foram ouvidos mais de 4,4 mil executivos, em 89 países, entre outubro e novembro. A participação de CEOs no Brasil foi de 4%, superior aos 2,5% de 2021. Dos CEOs que participaram, 3% estão à frente de organização com receita igual ou maior a US$ 25 bilhões e 5% entre US$ 10 bilhões e US$ 25 bilhões. Do total, 38% comandam empresas com receitas até US$ 100 milhões, 30% entre US$ 100 milhões e US$ 1 bilhão e 18% entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões. No cenário macroeconômico, 77% dos executivos ouvidos globalmente acreditam que o crescimento econômico vai se acelerar nos próximos 12 meses.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Demanda por carne bovina da Argentina vai crescer em 2022, dizem analistas
A China é o principal destino das exportações de carne da Argentina, que retomou a venda de cortes de carne bovina para o país asiático em outubro
A demanda por carne bovina vai crescer na China, que deve representar mais de 32% do consumo global neste ano, com 3,25 milhões de toneladas, ante os 12% ou 902 mil toneladas de 2017, apostam os analistas do Mercado Ganadero AS (Rosgan), em um relatório divulgado pela Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), na Argentina. As estimativas indicam que até 2022 a produção mundial de carne bovina chegará a 58 milhões de toneladas, o que significa um crescimento anual de 1%, enquanto a necessidade de importação prevista para este ano seria de 10 milhões de toneladas, o que implicaria um aumento de 2,7% em relação ao ano passado. “Ao contrário de 2021, a produção mundial de carne bovina começa a se recuperar, principalmente devido à recuperação da Austrália e do Brasil, nada menos que o primeiro e o terceiro maiores exportadores de carne bovina do mundo”, explicam os analistas. Os analistas explicam que a procura de carne pelo país asiático se deve ao surto de peste suína africana em 2018, que o obrigou a buscar carne de outros mercados do mundo. A China é o principal destino das exportações de carne da Argentina, que retomou a venda de cortes de carne bovina para o país asiático em outubro, como parte do relaxamento dos “estoques” impostos para conter a alta de preços no mercado interno.
Bolsa de Comércio de Rosário (BCR)
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Deral indica início da colheita do milho no Paraná enquanto plantio da safrinha vai à 2%
A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e das principais safras do estado
O relatório semanal apontou que 1% das lavouras já foram colhidas. Enquanto isso, 34% das áreas já avançaram para a fase de maturação, 51% em frutificação, 13% em floração e 2% seguem em descanso vegetativo. Sobre as condições de avaliação das lavouras, 33% foram avaliadas como boas, 39% como médias e os 28% restantes com ruins. A área total de colheita prevista no estado é de 434.815 hectares. As regiões que apresentam mais lavouras em condições ruins são Cascavel (85%), Toledo (80%), Umuarama (70%), União da Vitória (60%) e Laranjeiras do Sul (56%). Para esta safra verão, o Deral estimava uma produção total de 4,112 milhões de toneladas com as produtividades retomando os patamares de 166 sacas por hectare. Porém, após um longo período sem chuvas, o departamento revisou sua projeção para 40% a menos. Ao mesmo tempo, o reporte desta semana já mostra que as atividades de plantio da segunda safra de milho avançam no Paraná, com 52.418 hectares já semeados, o que representa 2% dos 2,5 milhões previstos para o estado. Até a última segunda-feira (17), 32% das lavouras avançaram para o descanso vegetativo e 68% seguem em germinação. A avaliação da qualidade das plantas está em 94% boas e 6% em médias. Os municípios que já avançaram nesta semeadura da safrinha são Pato Branco (35%), Irati (25%), Guarapuava (20%), Francisco Beltrão (8%), Cascavel e União da Vitória (3%), Toledo (2%), Laranjeiras do Sul e Ponta Grossa (1%).
SEAB-PR
Em 2021, produtos do agro geraram 90% da receita de exportação dos portos do PR
Dos quase US$ 19,83 bilhões acumulados em 2021, cerca de US$ 17,93 bilhões foram em produtos agropecuários; montante é 13,6% maior que o de 2020
A receita gerada pelas exportações nos portos do Paraná é quase toda do agronegócio. Dos quase US$ 19,83 bilhões acumulados com os embarques em 2021, 90% – ou cerca de US$ 17,93 bilhões – foram em produtos agropecuários. Desse montante, o complexo soja e o frango responde por mais da metade. Comparado com os US$ 15,78 bilhões gerados com as exportações do agro em 2020, a receita acumulada em 2021 cresceu 13,6%. Segundo o gestor da empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina, pouco mais de 60% da receita gerada com as exportações são de produção paranaense. Na sequência, os estados que mais mandam produtos para serem embarcados pelos terminais do Paraná são Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso. Os dados do Ministério da Economia (Comex/Stat MDIC) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Agrostat) ainda registram que os produtos do complexo soja – grão, farelos e óleo – embarcados pelos terminais paranaenses geraram receita de quase US$ 8,86 bilhões. De carnes exportadas pelo Terminal de Contêineres do Porto de Paranaguá foram cerca de US$ 4,27 bilhões, sendo que deste montante quase U$ 3,1 bilhões foram de frango, cadeia que tem o Paraná na liderança nacional. Outros itens de destaque que geraram receitas às exportações pelos portos de Paranaguá e Antonina foram o complexo sucroalcooleiro (US$ 1,75 bilhão) e os produtos florestais (US$ 1,63 bilhão). As importações do agronegócio pelos portos do Paraná somaram US$ 1,3 bilhão em 2021. Entre os produtos que mais influenciaram nesse montante foram os cereais e produtos oleaginosos (que excluem soja). As importações do agro, no ano passado, apresentaram alta de 34% comparado com o valor registrado em 2020.
Agência Estadual de Notícias (AEN)
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em alta de 0,61%, a R$5,5608
O dólar voltou a subir na terça-feira, ganhando força ao longo da tarde após uma manhã de queda, conforme a pressão externa se sobressaiu por receios sobre a velocidade do aperto monetário nos Estados Unidos
No Brasil, paralisações de servidores do governo em protestos por reajustes salariais também estiveram no radar, com ameaças de mais pressão aos gastos públicos. O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, a 5,5608 reais na venda. A cotação oscilou de queda de 0,40%, a 5,5052 reais, ainda pela manhã, e alta de 1,03%, para 5,584 reais, no período vespertino. "Em nossa opinião, muitos dos pontos negativos (potenciais futuros) estão precificados. Os fundamentos podem (sempre) se deteriorar ainda mais, mas achamos que a assimetria favorece o Brasil neste momento", disseram estrategistas do Citi em nota. O banco estima dólar de 5,61 reais ao fim deste ano, pouco acima dos patamares atuais.
REUTERS
Ibovespa resiste a tombo em Wall Street e sobe com ajuda de Vale
O principal índice brasileiro de ações teve leve alta na terça-feira, sustentado por ações de empresas de commodities e de bancos, resistindo à forte influência negativa de Wall Street em dia de alta dos títulos do governo dos Estados Unidos
O Ibovespa subiu 0,28%, para 106.667,66 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 25,8 bilhões de reais. Por aqui, o dia foi de mobilização de algumas categorias de servidores públicos federais por reajustes salariais. O Vice-Presidente Hamilton Mourão, entretanto, afirmou que não há espaço no Orçamento para a concessão dos aumentos. O gatilho dos movimentos foi a autorização do governo para reajustar salários de categorias policiais, gerando insatisfação em outras carreiras. Segundo Mourão, nem mesmo o reajuste para os trabalhadores da área de segurança pública está garantido. Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença, disse que o mercado mantém a questão dos servidores no radar e que o cenário pode piorar caso o reajuste para algumas categorias policiais realmente saia do papel. Ele também destacou o suporte das ações de empresas de commodites para o Ibovespa na sessão. Em Wall Street, os três principais índices recuaram forte. O Nasdaq caiu 2,6%, puxado pelas ações de empresas de tecnologia, dado o avanço nos rendimentos dos títulos do governo norte-americano. Papéis de bancos também caíram, puxados por Goldman Sachs, que divulgou lucro abaixo do esperado. Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos alcançaram o pico desde janeiro de 2020, enquanto os de títulos de dois anos subiram acima de 1% pela primeira vez desde fevereiro passado. O movimento foi puxado por expectativa de um banco central norte-americano mais agressivo contra a inflação. O Federal Reserve se reúne na semana que vem para decisão de política monetária, em que não deve subir juros, mas pode indicar uma alta para março.
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Brasil encerrou 2021 com um recorde de 76,3% das famílias endividadas
Segundo a CNC, dados revelam que as famílias recorreram mais ao crédito para sustentar o consumo
A proporção de brasileiros endividados encerrou o ano de 2021 em patamar recorde, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) . Em dezembro, 76,3% possuíam dívidas, maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2010, de acordo com os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na terça-feira, 18. Na média do ano, 70,9% das famílias estavam endividadas, um aumento de 4,4 pontos porcentuais em relação aos 66,5% registrados na média de 2020. "A taxa de incremento de famílias com dívidas também foi a maior já observada, revelando que as famílias recorreram mais ao crédito para sustentar o consumo", apontou a CNC, em nota à imprensa. A pesquisa da CNC considera como dívidas as contas a pagar em cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outras modalidades. Embora o endividamento tenha aumentado, houve pequena redução na inadimplência em 2021. O porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso diminuiu 0,3 ponto porcentual, de uma média de 25,5% em 2020 para 25,2% no ano passado. No mês de dezembro, porém, o total de inadimplentes foi mais elevado: 26,2%. "Após iniciar 2021 em patamar superior ao observado no fim de 2020, o indicador reduziu-se até maio, mas passou a apresentar tendência de alta desde então, encerrando o ano em 26,2% das famílias, acima da média anual. Apesar de a proporção de famílias com contas/dívidas atrasadas ter acirrado no último trimestre do ano, vale notar que o máximo já observado no percentual do indicador ocorreu em agosto de 2020, quando alcançou 26,7%", ponderou a CNC, no estudo. A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, diminuiu de 11,0% na média de 2020 para 10,5% em 2021. No mês de dezembro, essa fatia de consumidores era de 10%. Os números indicam que, ainda que em condições financeiras mais difíceis, os consumidores conseguiram quitar seus compromissos financeiros, mas a tendência é de alta na inadimplência neste início de 2022, avaliou a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC. "Os consumidores seguirão enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda frágil. Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, que deverá apertar ainda mais os orçamentos domésticos neste período", justificou Izis Ferreira, em nota. O cartão de crédito se manteve como o tipo de dívida mais citado pelas famílias brasileiras em 2021, mencionado por 82,6% dos endividados na média do ano. As demais dívidas mais citadas foram carnê (18,1%) e financiamento de carro (11,6%).
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