Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 468|27 de setembro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: aperto nas escalas pode gerar novos movimentos de altas
O mercado físico do boi gordo parece consolidar uma fase de reabilitação esperada há tempos, relatam os analistas da Agrifatto. Segundo a Scot Consultoria, após o aumento na cotação da arroba do “boi China”, ontem os preços permaneceram estáveis no comparativo feito dia a dia.
Pelos dados da Scot Consultoria, o boi “comum” (destinado ao mercado interno) está sendo negociado em R$ 220/@ no mercado de São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 190/@ e R$ 215/@ (preços brutos e a prazo). A arroba do “boi-China” está cotada em R$ 230 (base SP), no prazo, valor bruto – um ágio de R$ 10/@ sobre o animal terminado “comum”. “Os pecuaristas seguem liberando os bovinos de forma comedida para sustentar a valorização da arroba obtida nas últimas semanas”, destacou a consultoria Agrifatto. “Com a retração de oferta de bovinos terminados, as indústrias encontram dificuldades no alongamento dias escalas para além de sete dias de abate, na média nacional”, acrescentaram os analistas. Segundo apuração da S&P Global Commodity Insights, embora o volume de negócios tenha avançado de forma esparsa, a terça-feira (26/9) foi marcada por altas nos preços do boi gordo. “A dificuldade de originar (comprar) lotes de animais terminados em volumes mais expressivos aumentou e começa a impactar negativamente no andamento das escalas de abate das unidades frigoríficas brasileiras”, justificou a S&P Global. As vendas de carne bovina dão sinais de recuperação, puxadas sobretudo pelo maior ritmo dos embarques ao exterior, embora a preços mais baixos”, afirmou a consultoria. O alojamento de boiada em confinamento foi menor neste ano, principalmente para o segundo giro. Em regiões com menor cobertura de lotes oriundos de confinamento ou boiteis, os frigoríficos são obrigados a sinalizar valores mais elevados para estimular novos negócios envolvendo animais terminados. PR-Maringá: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 197/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 199/@ (prazo; MS-Dourados: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 182/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 172/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 182/@ (à vista) vaca a R$ 170/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 182/@ (à vista) vaca a R$ 167/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 207/@ (prazo) vaca R$ 187/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 201/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 182/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 197/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Preços dos suínos têm baixas
Na terça-feira (26), o valor da carcaça suína especial apresentou queda de 2,08% em São Paulo em R$ 9,40/kg, conforme a Scot Consultoria
Os valores para o suíno CIF registraram recuo de 2,34% e estão em R$ 125,00/@. O preço do animal vivo em Minas Gerais está em R$ 6,67/kg, queda de 2,77% conforme o Cepea/Esalq referente às informações da última segunda-feira (25). No Paraná ficou precificado em R$ 6,39/kg, queda de 0,31%. O preço do animal vivo no estado de São Paulo está em R$ 6,69/kg, baixa de 0,30%. Em Santa Catarina, o preço do animal vivo seguiu estável em R$ 6,25/kg. No Rio Grande do Sul, o preço do suíno permaneceu com estabilidade em R$ 6,17/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preço do frango no atacado em queda
Na terça-feira (26), o preço do frango no atacado no estado de São Paulo registrou queda de 0,75%, em que o valor está próximo de R$ 6,60 por kg
A Scot Consultoria informou que a cotação para o frango na granja na praça paulista não teve reajuste e seguiu em R$ 5,00 por kg. A cotação do frango vivo no Paraná apresentou estabilidade e está em R$ 4,48/kg. Em São Paulo, a cotação do frango vivo está sem referência. A cotação do frango vivo no estado de Santa Catarina seguiu estável e está em R$ 4,28/kg, conforme divulgado pelo Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). No último levantamento realizado pelo Cepea, na segunda-feira (25), o preço do frango congelado seguiu estável e está em R$ 7,20/kg. Já a cotação do frango resfriado registrou ganho de 0,14% e está em R$ 7,26/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne de peru sobem 31% de janeiro a agosto
O Brasil exportou 47,5 mil toneladas de carne de peru nos primeiros oito meses de 2023, uma alta de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do sistema Agrostat Brasil do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) compilados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná
A receita com as exportações de carne de peru aumentou 18,6% para US$ 144,3 milhões no período, segundo boletim do Deral divulgado na semana passada. O Rio Grande do Sul foi o principal estado brasileiro exportador de carne de peru, com 18,3 mil toneladas enviadas e US$ 64,9 milhões em receita gerada, seguido de Santa Catarina (18 mil toneladas, US$ 50,5 milhões) e Paraná (11,1 mil t, US$ 29,8 milhões). Os principais destinos da carne de peru brasileira neste ano foram México (11,4 mil toneladas e US$ 41,7 milhões), África do Sul (8,3 mil t e US$ 13,911 milhões), Países Baixos (7,7 mil t e US$ 39,3 milhões), Chile (3,3 mil t e US$ 13,5 milhões), Peru (3,2 mil t e US$ 6,9 milhões) e Benin (1,6 mil t e US$ 2,7 milhões).
CARNETEC
EMPRESAS
Marfrig aumenta participação na BRF para 40%
Aquisição não deve alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa. Aquisição envolve ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADRs) da BRF
A Marfrig aumentou sua participação na BRF para 40% das ações de emissão da companhia. Em comunicado ao mercado divulgado na segunda-feira (25/9), a Marfrig disse que passou a deter direta e indiretamente 673.879.961 entre ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADRs) da BRF. Ainda no comunicado, a Marfrig informou que a aquisição tem por objetivo incrementar sua participação acionária na BRF, e não deve alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa atual da companhia. A Marfrig disse também que não foram celebrados quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela BRF.
VALOR ECONÔMICO
Aquisição de BRF por Marfrig é questão de tempo, dizem analistas
Em menos de um mês, participação da empresa no capital da dona da Sadia saiu de 33,2% para cerca de 40%
A compra da BRF pela Marfrig é questão de tempo, avaliam casas de análise de investimentos. A reportagem apurou que a diretoria da Marfrig considera que as ações da BRF estão sendo negociadas abaixo do que valem, mesmo com melhorias operacionais reportadas trimestre a trimestre. Segundo o Valor Data, os papéis da BRF na B3 caíram 26% em 12 meses, para R$ 9,96 no fechamento de ontem. O avanço na BRF também reforça o posicionamento da Marfrig como uma empresa de produtos de marca e industrializados. “O foco não é só a BRF. A ideia é aumentar a capacidade das plantas de processamento de carne bovina na América do Sul. As coisas andarão juntas”, disse uma fonte da empresa. Heitor Martins, estrategista de investimentos da Nexgen Capital, afirmou que a aquisição da BRF transformaria a Marfrig em um negócio de proteínas mais completo, fazendo frente à JBS. Segundo ele, a Marfrig poderá aproveitar as negociações para oferecer mais produtos para o mesmo comprador. “Quando vende à China, é quase exclusivamente de bovinos. Se a BRF for adquirida, poderá oferecer também os processados de suínos e frangos, além de vender ao mercado halal que a BRF já acessa tão bem”, acrescentou. Martins estimou que a aquisição pode ocorrer em até 24 meses, aproveitando que a maior parte da dívida da Marfrig está posicionada para depois de 2026. O analista Fabiano Vaz, da Nord Research, ponderou que, apesar do recuo das margens da Marfrig nos EUA — reflexo do ciclo pecuário no país — e dos resultados ainda ruins na BRF, pode ser um bom momento para a aquisição. “Quando a gente olha em termos de múltiplos, faz sentido”, disse, em referência à relação entre preço da ação, resultado e dividendos. A venda de ativos da Marfrig para a Minerva mitiga parte do problema no mercado americano, na visão de Barbara Mattos, analista do setor de proteínas da Guide Investimentos. “Melhorou a liquidez e a capacidade de pagamento de dívidas, que, neste momento, concentram-se em linhas de capital de giro”, disse. O alto endividamento da Marfrig é o principal ponto de atenção hoje, concorda Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Mas a venda de plantas para a Minerva e a tendência de queda nos juros podem aliviar um pouco a situação financeira da empresa. Uma BRF mais barata — a companhia chegou a valer R$ 6 bilhões em março, menor patamar em mais de 10 anos — também gera uma boa oportunidade de compra para a Marfrig. Hoje, a dona da Sadia vale R$ 16,75 bilhões, mas já chegou a valer R$ 62,88 bilhões em agosto de 2015. “A BRF faz parte do grupo de empresas, assim como varejistas, que o mercado vai esperar uma recuperação se materializar para voltar a ter interesse nas ações. Agora, talvez faça sentido acelerar a compra”, disse Cruz.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Leilão do Lote 2 de rodovias do Paraná recebeu apenas uma proposta, segundo fontes
A concessão, que deverá gerar R$ 10,8 bilhões de investimentos, será leiloada na sexta-feira (29)
O leilão do Lote 2 de rodovias do Paraná, marcado para esta sexta-feira (29), recebeu apenas uma oferta, que, segundo fontes, foi da EPR Participações, empresa formada por Equipav e Perfin. A Ecorodovias chegou a ir até a sede da B3, no período de entrega de propostas, que aconteceu na segunda-feira (25). Porém, a empresa acabou não entregando oferta, afirmam pessoas do setor. Procurada, a EPR afirmou que "tem como disciplina avaliar as oportunidades do setor, respeitando seu modelo de negócios, que prevê estudo criterioso de cada projeto e estruturação financeira". A Ecorodovias preferiu não se manifestar. O Lote 2 de rodovias do Paraná, que deverá gerar R$ 10,8 bilhões de investimentos, vinha sendo considerado um dos mais atrativos entre os seis blocos que estão sendo estruturados e leiloados pelo governo federal, em parceria com o Estado. O contrato inclui um trecho bastante movimentado, que conecta a capital Curitiba à região portuária de Paranaguá. Além desse trecho, o bloco também comtempla estradas no Norte do Estado. Ao todo, o Lote 2 contempla 605 km de estradas, das quais 350 km serão duplicadas. Além disso, estão previstos 138 km de faixas adicionais, 73 km de vias marginais e 72 km de ciclovias. Há cerca de um mês, no fim de agosto, o Lote 1 de rodovias do Estado foi arrematado pelo Pátria, que fez uma oferta de desconto de 18,25% sobre o valor da tarifa de pedágio. Neste leilão, a concorrência se deu entre Pátria e a EPR.
VALOR ECONÔMICO
Plantio de soja do Paraná é o mais acelerado em 5 anos, diz Deral
O plantio de soja do Paraná havia atingido 16% da área estimada para a cultura no ciclo 2023/24 até segunda-feira, salto de dez pontos percentuais em relação à semana anterior, o que colocou o trabalho na lavoura como o mais acelerado em cinco anos, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) publicados na terça-feira
O ritmo de plantio de soja do Paraná, tradicionalmente o segundo produtor do Brasil após o Mato Grosso, só fica atrás dos 18% registrados em 2018 nesta época, considerando levantamentos dos últimos anos, conforme o departamento do governo do Estado.
REUTERS
Antaq avisa que Concessão do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá tem data para consulta pública
Projeto inédito no Brasil foi aprovado pela autarquia e receberá contribuições, subsídios e sugestões entre 09 de outubro e 22 de novembro através da internet. A concessão abrangerá a ampliação, manutenção e exploração do canal de acesso aquaviário pelo prazo de 25 anos
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) informou na terça-feira (26) que realizará consulta e audiência públicas sobre a concessão do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá entre 09 de outubro e 22 de novembro. A intenção é obter contribuições, subsídios e sugestões para o aprimoramento dos documentos técnicos e jurídicos relativos à realização de certame licitatório para a concessão do acesso aquaviário. A concessão abrangerá a ampliação, manutenção e exploração do canal de acesso aquaviário pelo prazo de 25 anos. Entre as principais melhorias previstas no projeto estão aprofundamento, ampliação e alargamento do canal, o alargamento da bacia de evolução e o aprofundamento da área de fundeio nº 6. Com isso, a previsão é passar para 13,3 metros ainda na fase de implantação e chegar a 15,5 metros após a concessão, o que viabiliza atração de navios maiores. Na modelagem proposta – concebida pelo Ministério de Portos e Aeroportos, Portos do Paraná, Aantaq e demais envolvidos – o futuro concessionário executará todos os investimentos necessários para atingir a meta estabelecida, incluído serviços de dragagem, derrocagem, sinalização náutica, batimetria, programas e monitoramentos ambientais, dentre outros. No aviso divulgado pela Antaq, os documentos técnicos e jurídicos estarão disponíveis para consulta a partir do dia 09 de outubro, e as contribuições poderão ser dirigidas à agência até às 23h59 do dia 22 de novembro de 2023, exclusivamente por meio e na forma do formulário eletrônico disponível no endereço indicado.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
IPCA-15 sobe abaixo do esperado, mas pressão de serviços preocupa
Prévia da inflação tem alta de 0,35% em setembro, com quarta queda seguida no preço dos alimentos e disseminação menor de aumentos
A prévia da inflação de setembro subiu menos que o esperado, mas trouxe notícias negativas. Apesar do índice de difusão menor e da deflação de alimentos pelo quarto mês seguido, o indicador mostrou resiliência nos serviços, atenuando o entusiasmo com o ritmo de queda da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) - considerado a prévia da inflação oficial no país - subiu 0,35% em setembro, após alta de 0,28% em agosto, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da mediana das 36 projeções de consultorias e instituições financeiras reunidas pelo Valor Data, de alta de 0,38% em setembro. Com o dado de setembro, o IPCA-15 acumula alta de 5% em 12 meses. Até agosto, o resultado em 12 meses era de 4,24%. A leitura em 12 meses ficou abaixo da mediana das 36 estimativas coletadas pelo Valor Data, que era de 5,03%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central para 2023 é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima. Descompressão menor que a esperada em serviços é frustrante” — Fábio Romão O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos. O indicador abrange nove regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia. Em setembro, a prévia da inflação se espalhou menos pelos itens que compõem o IPCA-15. O Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento de preços, caiu para 41,7% neste mês, ante 51% na prévia de agosto. Trata-se do menor percentual da série histórica do Valor Data, iniciada em fevereiro de 2012. Das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA-15, sete tiveram desaceleração na passagem entre agosto e setembro. Foram observadas taxas menores em alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Por outro lado, houve taxas maiores em transportes e vestuário. A média dos cinco núcleos do IPCA-15 monitorados pelo Banco Central desacelerou para 0,27% em setembro, de 0,34% em agosto, segundo cálculos da MCM Consultores. No IPCA15 em 12 meses, a média dos cinco núcleos também recuou, de 5,30% para 5,10%. Em setembro, o preço da gasolina foi o subitem de maior influência na alta do índice. O combustível subiu 5,18% e respondeu por 0,25 ponto percentual (ou mais de 71%) da alta de 0,35% do IPCA.
VALOR ECONÔMICO
Dólar à vista sobe ante real na esteira do exterior
O dólar à vista fechou a terça-feira em alta ante o real, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também subia, na esteira do avanço dos rendimentos dos Treasuries em meio à percepção de que o Federal Reserve manterá a taxa de juros mais elevada por mais tempo
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9895 reais na venda, em alta de 0,46%. Na B3, às 17:38 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,28%, a 4,9860 reais. Pela manhã, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, ainda em meio ao processo de ajustes de posições de investidores à perspectiva de que a política monetária nos EUA seguirá restritiva. A perspectiva de juros mais altos nos EUA impulsionava o dólar ante divisas fortes e ante moedas de países emergentes ou exportadores de commodities, incluindo o real. “O que está pegando hoje (terça-feira) no mercado brasileiro é efetivamente o exterior, é a questão de o Fed aumentar mais os juros”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. “A China também está entrando novamente nesta zona de atenção, o que acaba prejudicando as moedas commodities como o real”, acrescentou. No Brasil, a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, publicada no início do dia, trazia certo viés de queda para o dólar, por ter passado indicações de que a autoridade monetária não terá espaço para acelerar o ritmo de cortes da taxa básica Selic, hoje em 12,75% ao ano. No entanto, o fator externo prevaleceu e conduziu as cotações para o território positivo. À tarde, com a influência externa preponderando, o dólar à vista marcou a máxima de 4,9945 reais (+0,56%) às 16h36. Após se aproximar dos 5 reais, a moeda à vista perdeu um pouco de força e fechou um pouco abaixo desta cotação. No exterior, o dólar seguia em alta no fim da tarde.
REUTERS
Ibovespa tem menor fechamento desde junho em dia de queda em NY
No setor de proteínas, a BRF ON subiu 2,79%, a 9,96 reais. De pano de fundo, a Marfrig alcançou 40% de participação na companhia. MARFRIG ON avançou 0,29%
O Ibovespa fechou em queda de mais de 1% na terça-feira, no menor fechamento em mais de três meses, influenciado pelas perdas em Wall Street, já que a perspectiva de uma política monetária restritiva por mais tempo nos Estados Unidos ainda pesava nos índices acionários, enquanto, no Brasil, investidores digeriram a ata do Copom e novos dados de inflação. Entre as ações, Vale e Petrobras foram as maiores contribuições negativas ao índice, enquanto Eletrobras e BRF ficaram na ponta contrária. Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 1,49%, a 114.193,43 pontos, quarta queda seguida e menor patamar desde 5 de junho. O volume financeiro da sessão somou 23,1 bilhões de reais. "Vejo o mercado acionário como um todo afetado. Aversão ao risco total", disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Corretora, citando expectativa de potencial novo aumento de juros nos EUA neste ano, impasse sobre Orçamento no Congresso norte-americano, dificuldades enfrentadas pelo setor imobiliário na China e a questão fiscal brasileira. Em Nova York, os três principais índices acionários fecharam no vermelho com quedas superiores a 1%, à medida que os títulos de dez anos do governo norte-americano se mantiveram ao redor das máximas em anos depois que o Federal Reserve indicou potencial alta de juros ainda em 2023. Localmente, o Banco Central defendeu uma "atuação firme" para reduzir as expectativas de inflação, conforme a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã. Analistas do Citi disseram, em relatório a clientes que a ata "reforça o ritmo de cortes (nos juros) de 50bps à frente". Além disso, também pela manhã, saiu a inflação medida pelo IPCA-15, que subiu 0,35% em setembro, pressionada pelo aumento dos preços da gasolina, com a taxa em 12 meses chegando a 5,0%. Projeções compiladas pela Reuters apontavam alta de 0,38% no mês e avanço de 5,01% em 12 meses. Com o desempenho desta terça-feira, o Ibovespa acumula quedas de 1,57% na semana e de 1,34% no mês.
REUTERS
Copom concorda unanimemente com expectativa de cortes de 0,50 ponto nas próximas reuniões
Colegiado votou a dizer que considera “pouco provável” cortar mais de 0,5 ponto “já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve, em ata divulgada na terça-feira, sua sinalização de fazer cortes de juros num ritmo de 0,5 ponto percentual por reunião, sem alteração em relação ao comunicado na versão anterior do documento, de agosto. “Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse o Copom na ata, que detalha as discussões que levou ao corte de juro de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano em reunião na semana passada. O Copom votou a dizer que considera “pouco provável” cortar mais de 0,5 ponto “já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”. “Tal confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”, basicamente repetindo o que havia dito em agosto. Também não houve modificação na sinalização do comitê para o tamanho do ciclo de afrouxamento monetário. “Enfatizou-se que a extensão do ciclo ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos', disse a ata, também reproduzindo a versão de agosto do documento. “O comitê mantém seu firme compromisso com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e reforça que a extensão do ciclo refletirá o mandato legal do Banco Central.”
VALOR ECONÔMICO
Após 12 anos, Brasil volta a estar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo
País ganhou cinco posições e passou a ocupar o 49º lugar, à frente de todos os latino americanos
Após 12 anos, o Brasil volta a figurar no ranking das 50 economias mais inovadoras do mundo. O país ganhou cinco posições no IGI (Índice Global de Inovação), na comparação com o ano passado, e agora ocupa o 49º lugar entre 132 países, passando a ser o primeiro colocado da América Latina. Os dados serão divulgados nesta quarta-feira (27), na abertura do Congresso Internacional de Inovação da Indústria, realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em São Paulo. Entre os países mais bem colocados no índice estão Suiça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura e Finlândia. Desde 2007, a classificação é divulgada anualmente pela OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual, ou WIPO, na sigla em inglês), em parceria com o Instituto Portulans e o apoio de parceiros internacionais. Apesar de ter avançado nos três últimos levantamentos, o desempenho do país é considerado abaixo do seu potencial. A melhor posição já registrada pelo Brasil na lista foi em 2011, quando ocupou o 47º lugar. Depois do Brasil, aparecem no ranking países como Chile (52º), México (58º), Uruguai (63º) e Argentina (73º). Na comparação com os membros do Brics, antes do recente anúncio de incorporação de novos países ao grupo, o Brasil aparece em terceiro lugar, depois de China (12º) e Índia (40º), mas à frente de Rússia (51º) e África do Sul (59º). Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou que o governo vai apresentar uma proposta de política industrial para ser discutida pelo CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável). Ao longo do mandato de Lula, a previsão do governo federal é de investir R$ 106,1 bilhões para impulsionar a nova política industrial do Brasil. O anúncio foi feito durante a 17ª reunião do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial). O principal financiador da política será o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Folha de São Paulo
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