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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 466 DE 25 DE SETEMBRO DE 2023

prcarne

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 466|25 de setembro de 2023


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Desde o início de set/23, boi ‘comum’ e ‘boi-China’ acumulam alta de R$ 25/@

Com maior dificuldade de aquisição, os frigoríficos instalados no Estado de São Paulo iniciaram a sexta-feira (22/9) ofertando R$ 5/@ a mais pelo boi gordo “comum” (destinado ao mercado interno) e pelo “boi-China”, informou a Scot Consultoria


O macho terminado vale R$ 220/@ no mercado paulista, enquanto o animal com padrão-exportação é negociado por R$ 225 (preços brutos e a prazo), apurou a Scot. As cotações da vaca e da novilha gordas seguiram estáveis na sexta-feira, cotadas em R$ 190/@ e R$ 205/@ em São Paulo, no prazo, valor bruto. Segundo o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot, em São Paulo, desde o início de setembro/23, a arroba do boi gordo “comum” acumula aumento de R$ 25/@, a mesma valorização registrada para o “boi-China”. A novilha paulista também subiu bem desde o começo do mês – avanço de R$ 13/@. “O mercado do boi gordo está dando sinais de novas altas em curto prazo, com uma oferta de bovinos reduzida e o ímpeto do comprador ávido, puxado por uma melhora na exportação e no consumo doméstico”, justifica Fabbri. “A perspectiva de crescimento da economia e a redução da taxa básica de juros podem favorecer o consumo doméstico de carne bovina”, afirma Fabbri. Segundo ao analista da Scot, o último trimestre do ano tende a ser de boa demanda doméstica por carne bovina, pois o período é marcado pela geração de empregos temporários, pagamento de décimo terceiro salário, além das festas de final de ano – o que resulta na corrida dos brasileiros pelos tradicionais e indispensáveis cortes de churrasco. No entanto, o analista cita alguns pontos de atenção, que podem atrapalhar eventuais avanços nos preços da arroba do boi gordo nos próximos meses do ano. “Os casos de gripe aviária no País, que podem, momentaneamente, levar à suspensão da exportação de carne de aves por alguns países”, afirma ele. Além disso, Fabbri destaca dois outros fatores que podem prejudicar o processo de recuperação da arroba: a oferta de boiadas de segundo giro de confinamento e os contratos previamente realizados entre compradores e vendedores, o que pode diminuir a necessidade de compra de boiadas. Na avaliação da S&P Global Commodity Insights, os movimentos de recuperação dos preços da arroba bovina não devem se extinguir no curto prazo. “A relação de baixa disponibilidade de animais prontos para abate deve continuar impulsionando as cotações, já que as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros permanecem encurtadas”, afirma a S&P Global. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 197/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 199/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 182/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 163/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 180/@ (à vista) vaca a R$ 163/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 175/@ (à vista) vaca a R$ 161/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 207/@ (prazo) vaca R$ 187/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 201/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 182/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 187/@ (à vista) vaca a R$ 172/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista).

S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO


Deputado quer proibir carne cultivada em laboratório no Brasil

Tião Medeiro (PP-PR) diz que pecuária será destruída pela 'carne do futuro'; entidades acusam projeto de censura à pesquisa

O deputado federal Tião Medeiros (PP-PR) protocolou na Câmara um projeto para proibir qualquer tipo de ação que envolva pesquisa, produção e comercialização de carne cultivada no Brasil. De acordo com o parlamentar, a medida é necessária para "proteger a indústria pecuária nacional". Considerado o "alimento do futuro", a proteína cultivada é desenvolvida por 156 empresas no mundo, e recebeu, até o ano passado, investimento total de US$ 2,8 bilhões —valor que deve ultrapassar os US$ 20 bilhões em 2030, de acordo com o The Good Food Institute (GFI). Nesta técnica, atualmente em desenvolvimento pelas grandes companhias do setor e pela Embrapa, a carne é obtida por multiplicação celular, em laboratório, e não envolve animais abatidos. A JBS, por exemplo, já investiu mais de US$ 100 milhões no desenvolvimento de proteína cultivada no Brasil e na Espanha. Na semana, a companhia anunciou a criação de um centro de pesquisa direcionado em Florianópolis (SC) e vai investir US$ 22 milhões na unidade até o ano que vem. Recentemente, a Upside Foods e a Good Meat receberam aprovação do órgão de regulação sanitária dos Estados Unidos, o FDA, e do Departamento de Agricultura para avançarem com a comercialização de proteína cultivada. Para o deputado Tião Medeiros, no entanto, países com grandes rebanhos de gado, como o Brasil, estão ameaçados pelo desenvolvimento da carne cultivada em laboratório. Medeiros afirma que a pecuária, considerada por ele como um dos pilares econômicos do país, será desestabilizada pela nova indústria. Empregos, exportações e a arrecadação com tributos cairão, de acordo com o parlamentar. Entram na conta do deputado as empresas familiares, que supostamente serão quebradas, e até o churrasco brasileiro, símbolo da "cultura e da identidade nacional". O Good Food Institute, entidade que promove alternativas a proteínas animais, afirma que a proposta do deputado é uma tentativa de "frear a inovação através de argumentos infundados e que contrariam a própria ciência". A proteína cultivada, diz o GFI, é uma diversificação do agronegócio e não sua substituição. A Embrapa, companhia pública vinculada ao Ministério da Agricultura, lidera estudos públicos para o desenvolvimento de carne de frango cultivada em laboratório. De acordo com o órgão, é somente através de pesquisa e inovação que a sociedade poderá mitigar os problemas da fome e da demanda crescente por alimento nos próximos anos.

FOLHA DE SÃO PAULO


SUÍNOS


Mercado dos suínos encerra a semana com estabilidade nos preços

Na sexta-feira (22), o valor da carcaça suína especial apresentou estabilidade em São Paulo e está cotado em R$ 9,70/kg, conforme a Scot Consultoria. Os valores para o suíno CIF não tiveram alterações e estão em R$ 128,00/@


O preço do animal vivo em Minas Gerais está cotado em R$ 6,86/kg e teve queda de 0,15%, conforme foi divulgado pelo Cepea/Esalq referente às informações da última quinta-feira (21). Já no Paraná ficou precificado em R$ 6,41/kg e seguiu estável. O preço do animal vivo no estado de São Paulo está próximo de R$ 6,74/kg e apresentou estabilidade%. Em Santa Catarina, o preço do animal vivo teve queda de 0,32% e está ao redor de R$ 6,26/kg. Já no Rio Grande do Sul, o preço do suíno permaneceu com estabilidade e está cotado em torno de R$ 6,17/kg.

CEPEA/ESALQ


FRANGOS


Cotação do frango vivo registra alta de 0,22% no Paraná

Na sexta-feira (22), a cotação do frango vivo no Paraná apresentou alta de 0,22% e está em R$ 4,48/kg.


A cotação do frango vivo no estado de Santa Catarina seguiu estável e está precificado em R$ 4,28/kg, conforme divulgado pelo Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). Em São Paulo, a cotação do frango vivo está sem referência. O preço do frango no atacado no estado de São Paulo registrou queda de 0,45%, em que o valor está próximo de R$ 6,67 por kg. A Scot Consultoria reportou que a cotação para o frango na granja na praça paulista não teve reajuste e seguiu estável em R$ 5,00 por kg. No último levantamento realizado pelo Cepea da quinta-feira (21), o preço do frango congelado seguiu estável e está cotado em R$ 7,22/kg. Já a cotação do frango resfriado não teve alteração e está sendo negociado em R$ 7,27/kg.

Cepea/Esalq


Preço da carne de frango sobe com demanda externa aquecida

Exportações têm reduzido a disponibilidade interna de produtos avícolas, diz Cepea


Quilo do frango inteiro resfriado aumentou 11,5% em 30 dias no mercado paulista, diz Cepea. Os valores médios da carne de frango estão em alta em setembro frente aos de agosto. Segundo indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o quilo do frango inteiro resfriado no Estado de São Paulo estava cotado a R$ 7,27 nesta quinta-feira (21/9), o que representa uma alta de 11,5% em relação aos 30 dias anteriores. De acordo com levantamento do Cepea, esse cenário é resultado da demanda externa aquecida, que tem reduzido a disponibilidade interna de produtos avícolas e permitido que vendedores elevem os preços pedidos. Esse contexto também diminuiu a competitividade da carne de frango frente às principais substitutas: bovina e suína. Isso porque a primeira vem se desvalorizando neste mês, enquanto o preço médio da segunda também subiu, mas em menor intensidade que o da carne de frango.

Cepea/Esalq


Brasil tem 109 focos de gripe aviária, nenhum em ave comercial

O Brasil tinha 109 focos de influenza aviária de alta patogenicidade confirmados até a noite de domingo (24), nenhum deles em ave do setor produtivo, segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)


Entre os casos confirmados até agora, 106 foram em aves silvestres e três em aves domésticas, de subsistência. Seis investigações de casos suspeitos da doença estavam em andamento. Desde a confirmação do primeiro caso em 15 de maio, 1.900 investigações de casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves foram realizadas no país. Entre estas, 493 com coletas de amostras. Os focos registrados até agora foram em São Paulo (32 em aves silvestres), Espírito Santo (28 em aves silvestres e 1 em ave de subsistência), Rio de Janeiro (18 em aves silvestres), Paraná (12 em aves silvestres), Santa Catarina (11 em aves silvestres e 1 em ave de subsistência), Bahia (4 em aves silvestres), Rio Grande do Sul (1 em ave silvestre) e Mato Grosso do Sul (1 em ave doméstica). O Brasil continua considerado livre de influenza aviária de alta patogenicidade, segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já que não possui caso confirmado da doença em ave do setor produtivo.

CARNETEC


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Governo apresenta proposta de lei orçamentária com receita de R$ 65,9 bilhões para 2024

Secretaria da Fazenda realizou audiência pública da PLOA 2024, ocasião em que foram apresentadas propostas, características, definições e metas orçamentárias, levando-se em consideração o atual cenário econômico


O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefa), apresentou na sexta-feira (22), em audiência pública online, a Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024, que prevê receitas totais de R$ 65,9 bilhões para o Orçamento Fiscal e o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). A apresentação foi conduzida pelo chefe do Departamento de Normas e Consolidação Orçamentária da Sefa, Rafael Deslandes, com participação do diretor-adjunto de Orçamento Estadual, Pedro Lobato. O documento agora seguirá para a Assembleia Legislativa, onde será analisado e votado até dezembro. No âmbito das receitas, a maior parte do volume total de R$ 65,9 bilhões virá de tributos, que somam R$ 52,8 bilhões. Destaque para o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), responsável por R$ 44,3 bilhões. Além disso, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) contribuirá com R$ 6,5 bilhões, o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) com R$ 1,2 bilhão, e o Fundo de Combate à Pobreza com R$ 779 milhões. No que diz respeito às despesas orçamentárias totais, o Estado prevê R$ 65,9 bilhões, o que resulta em equilíbrio fiscal. Dentre as despesas, R$ 14,7 bilhões se referem ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e R$ 3,3 bilhões à dívida pública estadual. No âmbito do Orçamento Fiscal, que exclui o RPPS, as despesas correntes estão estimadas em R$ 59,1 bilhões, enquanto as despesas de capital atingirão R$ 5,9 bilhões. As despesas correntes englobam custos regulares de funcionamento do governo, como salários e serviços públicos, enquanto as despesas de capital incluem investimentos em infraestrutura e ativos de longo prazo. Os gastos com pessoal e encargos sociais estão estimados em R$ 37,2 bilhões, enquanto os investimentos em diversas áreas somam R$ 3,9 bilhões. Educação lidera na distribuição das despesas, com R$ 14,2 bilhões, seguida por Saúde (R$ 8 bilhões), Segurança Pública (R$ 6,8 bilhões), Administração (R$ 1,8 bilhão), Transporte (R$ 1,5 bilhão) e Agricultura (R$ 1,1 bilhão). Os demais poderes do Estado também recebem parcelas das receitas, com o Poder Judiciário obtendo R$ 3,4 bilhões, o Poder Legislativo R$ 1,8 bilhão, o Ministério Público R$ 1,5 bilhão, e a Defensoria Pública R$ 100 milhões.

Agência Estadual de Notícias


PIB do Paraná cresce 8,6% no primeiro semestre, mais que o dobro da média nacional

A taxa de crescimento do PIB estadual nos primeiros seis meses de 2023 refletiu principalmente a ampliação do setor primário (agricultura), impulsionado pela safra recorde de verão, em especial de soja. O PIB nacional cresceu 3,7% no mesmo período


O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu, em termos reais, 8,66% no primeiro semestre de 2023, na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, atingindo a cifra de R$ 372 bilhões. O resultado foi divulgado na quinta-feira (21) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Com um avanço expressivo nos primeiros três meses do ano, o resultado também se repetiu no segundo trimestre (abril a junho), com aumento de 8,16% do PIB em comparação ao mesmo período do ano passado. Já no confronto com o trimestre imediatamente anterior, a expansão real atingiu 1,69%, considerando a inflação do período – no País, a variação foi de 0,9% no mesmo cenário. A taxa de crescimento do PIB estadual nos primeiros seis meses de 2023 refletiu principalmente a ampliação do setor primário (agricultura), impulsionado pela safra recorde de verão, em especial de soja. Segundo o Ipardes, a agropecuária registrou elevação real de 37,28% entre janeiro a junho deste ano, levando a um acumulado de 28,44% nos últimos 12 meses. O Estado também tem batido recordes na produção de proteína animal, se consolidando como o maior produtor nacional de frango, peixe e mel, além de ocupar o segundo lugar na suinocultura e na cadeia leiteira. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidas 1,07 bilhão de unidades de frango no primeiro semestre no Paraná, o maior registro da história em volume. O levantamento também apontou 5,9 milhões de unidades de suínos abatidas ao longo dos seis primeiros meses do ano, maior volume da série. Os setores da indústria e de serviços também avançaram de forma expressiva, com variações de 4,82% e 5,65% na primeira metade de 2023, respectivamente. Os resultados observados em todas as grandes atividades econômicas indicam um movimento abrangente de crescimento da economia paranaense, que deve resultar em uma expansão relevante do PIB no ano. No acumulado de um ano a evolução da indústria chega a 3,37% e do setor de serviços, 3,90%. Em valores monetários, o PIB paranaense somou R$ 176,4 bilhões no segundo trimestre e R$ 372 bilhões no acumulado de seis meses. Este valor faz com que a participação do Paraná represente 6,65% do PIB nacional, que atingiu R$ 5,2 trilhões no período. No acumulado dos últimos quatro trimestres, a economia do Estado avançou 5,74% em relação aos quatro trimestres anteriores, somando R$ 680,6 bilhões no período.

Agência Estadual de Notícias


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar fecha dia perto da estabilidade, mas sobe 1,26% na semana

O dólar à vista fechou a sexta-feira perto da estabilidade ante o real, com leve viés de baixa, em um dia de correção após o forte avanço da véspera e sob influência do otimismo com a economia da China e de dados ruins da atividade das empresas nos Estados Unidos


O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9328 reais na venda, em baixa de 0,06%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 1,26%. Na B3, às 17:24 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,08%, a 4,9375 reais. Na quinta-feira, o dólar à vista avançou mais de 1% ante o real, na terceira sessão consecutiva de ganhos, com investidores repercutindo sinalização dura com a inflação do Federal Reserve e a perspectiva de juros altos por mais tempo nos EUA. Na sexta-feira, o dólar sustentou perdas maiores ante o real no período da manhã, com alguns investidores realizando os lucros mais recentes. Além disso, as notícias que vieram da China foram positivas. Os contratos futuros de minério de ferro -- importante produto de exportação brasileiro -- subiram, em meio a relatos de medidas de apoio da China às empresas. “Os incentivos na China influenciaram o câmbio de novo. Essa história beneficiou as commodities, que por sua vez beneficiam moedas ligadas a commodities, como o real brasileiro”, pontuou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. Nos EUA, dados da atividade industrial divulgados pela manhã pesaram sobre o dólar, o que também se refletiu nas cotações no Brasil. A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto preliminar para os EUA, que acompanha os setores industrial e de serviços, caiu para 50,1 em setembro, em comparação com leitura final de 50,2 em agosto. O resultado de setembro ficou ligeiramente acima do nível 50 que separa expansão e contração.

REUTERS


Ibovespa fecha quase estável, mas tem pior semana desde março

O Ibovespa fechou perto da estabilidade na sexta-feira, em movimento de certa acomodação do índice após queda de mais de 2% na véspera em razão de perspectivas mais duras para a taxa de juros nos Estados Unidos, o levou o índice a registrar sua pior semana desde março


Índice acionário de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,12%, a 116.008,64 pontos. O volume financeiro da sessão somou 17,8 bilhões de reais. Na semana, o índice teve queda de 2,32%, a maior desde a semana encerrada em 24 de março. A sexta-feira mais morna no mercado veio após o Ibovespa acompanhar uma aversão ao risco global na quinta-feira, um dia depois de o Federal Reserve sinalizar uma política monetária restritiva por mais tempo nos EUA, enquanto, no Brasil, o Banco Central esfriou expectativas mais otimistas de uma eventual aceleração no ritmo de cortes da Selic à frente. "Quando se tem esse movimento grande para baixo em um dia, a tendência é no dia seguinte mostrar alguma acomodação", disse o economista-chefe do Banco ABC, Daniel Xavier. "Em ambos os casos foram desfechos mais 'hawkish', mais conservadores, disse Xavier. Em Wall Street, os três principais índices acionários fecharam levemente no vermelho na sexta-feira, sendo que o S&P 500 caiu 0,23%, também tendo registrado a pior semana desde março. Investidores ainda seguiam atentos à cena fiscal brasileira, diante de incertezas sobre a capacidade do governo de cumprir a meta de déficit zero em 2024.

REUTERS


Governo melhora projeção de déficit fiscal em 2023 para R$141,4 bi, mas bloqueio de verba aumenta

Os ministérios do Planejamento e da Fazenda projetaram na sexta-feira que o governo central fechará 2023 com déficit primário de 141,4 bilhões de reais, resultado um pouco melhor do que o rombo de 145,4 bilhões de reais previsto em julho, refletindo uma visão mais otimista para ganhos com royalties e receitas previdenciárias que compensariam perdas esperadas na arrecadação tributária


Apesar da melhora no dado, o relatório bimestral de receitas e despesas divulgado pelas pastas aponta que o governo precisará ampliar em cerca de 600 milhões de reais o bloqueio de verbas de ministérios para respeitar regras fiscais. Pelos cálculos da equipe econômica, o Orçamento está com um excesso de despesas de em relação ao limite de gastos de 2023 -- que manteve este ano a trava da regra do teto mesmo após a aprovação do novo arcabouço fiscal -- de 3,8 bilhões de reais. Em julho, a previsão de gasto que extrapolava o teto já tinha levado a uma restrição de 3,2 bilhões de reais. A nova projeção para o déficit primário do governo federal equivale a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,4% do PIB da estimativa anterior. Os dados mostram que a redução de 3,9 bilhões de reais na expectativa para o déficit foi impulsionada por uma elevação de 5,3 bilhões de reais na previsão de receita líquida, já descontadas as transferências a governos regionais, a 1,915 trilhão de reais. O movimento foi motivado por uma previsão de 5,2 bilhões de reais a mais para os ganhos com royalties e 5,4 bilhões de reais com as receitas líquida do INSS. Os dois fatores compensaram a previsão de uma arrecadação tributária no ano 4,8 bilhões de reais abaixo do valor estimado em julho. O secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, afirmou que o novo cenário para royalties reflete uma perspectiva de cotação mais alta do barril de petróleo. No caso das receitas da Previdência, o ganho é fruto de um aumento da massa salarial no país. A secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Varga, acrescentou que a baixa na arrecadação federal verificada nos últimos meses veio em linha com o esperado, sendo fruto também de gestão de empresas no uso de créditos tributários. "É uma dinâmica que não preocupa, está em linha com o que é esperado", disse. Do lado da despesa, houve uma elevação de 1,3 bilhão de reais na previsão para o ano, a 2,056 trilhões de reais, com economia em gastos com pessoal e subsídios.

REUTERS


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