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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 46 DE 14 DE JANEIRO DE 2022

Atualizado: 23 de mai. de 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 46| 14 de janeiro de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Na quinta-feira, os preços do boi gordo registraram estabilidade nas principais regiões do País.

Pelos números da Scot Consultoria, após recuarem ontem (12/1), os preços dos animais prontos para abater ficaram estabilizados em São Paulo. Segundo a consultoria, cotações do boi gordo estáveis em 22 das 32 praças pecuárias monitoradas


Após recuarem (12/1), na quinta-feira (13/1) os preços estiveram estáveis na comparação diária. Boi, vaca e novilha gordos ficaram apregoados em R$337,00/@, R$308,00/@ e R$326,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Na região de Goiânia-GO, a dificuldade de escoamento da carne bovina pressionou os preços para baixo. No comparativo diário a cotação do boi e novilha gordos caiu R$2,00/@ e R$1,00/@, respectivamente. Em Santa Catarina, mesmo cenário de demanda fraca por carne bovina pressionando o preço do boi gordo negativamente, com queda de R$1,00/@ na comparação diária. A cotação das fêmeas ficou estável. Dessa maneira, boi, vaca e novilha gordos seguem apregoados em R$ 337/@, R$ 308/@ e R$ 326/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), de acordo com apuração da Scot. Em grande parte das regiões cobertas pela consultoria IHS Markit, observou-se melhoras nas ofertas de animais prontos para o abate e avanço nas escalas das indústrias, hoje entre 7 e 10 dias. Porém, relata a IHS, as indústrias irão continuar testando novos negócios a valores abaixo das máximas, visando proteger as suas apertadas margens operacionais. Na avaliação da consultoria, os preços da carne bovina no atacado brasileiro continuam em patamares elevados, o que contribui para o avanço nas vendas de proteínas substitutas, como frango e suínos. Portanto, sofrem mais as indústrias que atuam somente no mercado interno, sem alcançar clientes internacionais. As condições climáticas também contribuem para alguns repiques no mercado do boi gordo, acrescenta a IHS. “Os períodos de longas secas no Sul reduziram drasticamente a oferta de animais, impulsionando os preços do boi gordo nas praças do Rio Grande do Sul para R$ 340/@”, informa a IHS. Por sua vez, em regiões do Tocantins e Rondônia, os pastos encharcados forçam os pecuaristas a liquidar estoques remanescentes, evitando a perda de peso do animal devido ao estresse e problemas com manejo no campo, acrescentam os analistas da IHS. Em Araguaína, no TO, por exemplo, os preços do boi gordo recuaram para R$ 300/@, relata a consultoria. No mercado atacado, a demanda por cortes de carne bovina menos nobre segue aquecida, estimulando reajustes positivos. Porém, no geral, as vendas internas de carne bovina seguem lentas, devido ao baixo poder aquisitivo da população brasileira e, como já mencionado, às baixas nos preços das carnes concorrentes. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 291/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 310/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca a R$ 307/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 298/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 310/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 340/@ (à vista) vaca a R$ 320/@ (à vista); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 288/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 288/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 291/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 296/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista).

PORTAL DBO


Boi/Cepea: Arroba é negociada acima de R$ 330 neste início de ano

Os preços médios da arroba bovina negociada em São Paulo estão se mantendo acima dos R$ 330 desde o início deste ano, atingindo recorde nominal diário no dia 5, quando fechou a R$ 345,25


Segundo pesquisadores do Cepea, a retomada dos envios de carne bovina à China vem sustentando os valores da arroba. Além da demanda mais aquecida por novos lotes para abate por parte de frigoríficos, a oferta de animais segue baixa. Em Minas Gerais e em partes de Goiás, especificamente, pesquisadores do Cepea indicam que as frequentes chuvas nestas últimas semanas causaram enchentes e dificuldades em carregar gado, tendo em vista que algumas estradas ficaram interrompidas. Houve relatos, também, de cancelamento de leilões em determinadas cidades do estado mineiro.

Cepea


SUÍNOS


Suínos: após dois dias de quedas, estabilidade na quinta-feira

Após uma terça e quarta-feira de quedas bruscas, os recuos no mercado de suínos diminuíram, com a maioria das cotações estáveis. A oferta elevada de animais e a demanda doméstica enfraquecida têm derrubado as cotações no mercado independente de todas as regiões acompanhadas pelo Cepea


Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 95,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial baixou, pelo menos, 1,27%, custando R$ 7,80 o quilo/R$ 8,20 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (12), houve queda somente em Santa Catarina, na ordem de 3,96%, chegando a R$ 4,61/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais, custando R$ 5,68/kg, R$ 4,78/kg no Paraná, R$ 5,01/kg no Rio Grande do Sul e R$ 5,49/kg em São Paulo.

Cepea/Esalq


Suinocultura independente: preços seguem em queda em cenário de excesso de oferta

As quedas bruscas nos preços do suíno comercializado no mercado independente continuam, com algumas exceções de estabilidade, mas ainda em preços aquém dos custos de produção. Lideranças apontam que há suinocultores, inclusive, que estão vendendo até matrizes na intenção de sair da atividade


No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 06/01/2022 a 12/01/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 8,13%, fechando a semana em R$ 5,20. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 5,09", informou o Lapesui. Na quinta-feira (13), a Bolsa de Suínos realizada pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) ficou com preço estável em R$ 5,60/kg vivo, com acordo entre produtores e frigoríficos. No mercado mineiro, o preço ficou estável em R$ 5,60/kg vivo, de acordo com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), entretanto, não houve acordo entre frigoríficos e produtores. Segundo o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles, "as granjas mineiras do estado de Minas abaixaram seus pesos e idades. Em Santa Catarina, o preço cedeu de R$ 5,63/kg vivo para R$ 5,08/kg vivo, conforme informa o Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi. "A situação está feia, teve produtor que chegou a comercializar um número grande de animais a R$ 4,10/kg, então imagina o desespero. Tem bastante gente com propensão a sair da atividade. Está desesperador o que estamos vivendo, e sem perspectiva a curto prazo para melhorar o cenário", disse.

AGROLINK


Suínos/Cepea: Embarques seguem firmes, mas preço interno cai

As exportações brasileiras de carne suína encerraram 2021 em volumes elevados e seguem registrando bom desempenho neste começo de 2022


Pesquisadores do Cepea indicam que, mesmo diante do bom desempenho dos embarques, os preços do suíno apresentam forte queda nestas primeiras semanas de janeiro. A oferta elevada de animais e a demanda doméstica enfraquecida têm derrubado as cotações no mercado independente de todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Do lado da oferta, as vendas abaixo das expectativas em dezembro fizeram com que produtores iniciassem janeiro com lotes de animais para abates represados. Na ponta final, o consumo tipicamente reduzido de janeiro se somou ao baixo poder de compra da população, reforçando o movimento de queda nos preços.

Cepea


FRANGOS


Frango: preços estáveis ou com altas na quinta

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 5,48/kg

Na cotação do animal vivo, o Paraná registrou R$ 5,09/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na quinta-feira (13). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (12), a ave congelada teve alta de 1,15%, chegando a R$ 6,17/kg, enquanto o frango congelado subiu 0,50%, fechando em R$ 6,09/kg.

Cepea/Esalq


EMPRESAS


BRF faz acordo com sauditas para criar empresa de carne de frango; ações sobem mais de 3%

A BRF informou na quinta-feira a assinatura de memorando de entendimentos com o fundo de investimentos soberano da Arábia Saudita para a criação de uma joint venture que atuará na cadeia completa de produção de frangos no país do Oriente Médio, em acordo que contempla investimentos de cerca de 350 milhões de dólares


Segundo a BRF, a nova empresa, na qual a brasileira terá 70% de participação, promoverá a venda de produtos frescos, congelados e processados na Arábia Saudita. O fundo será dono do restante da companhia. As ações da BRF subiam mais de 3% na quinta-feira, sendo uma das maiores altas do Ibovespa, que operava praticamente estável por volta das 11h30. O memorando, não-vinculante, "reforça o compromisso da companhia com seu plano estratégico e com a Visão 2030 da Arábia Saudita, em particular com a segurança alimentar na região do Golfo", disse a BRF. Além disso, o acordo salienta o importante mercado de produtos halal, preparados de acordo com requisitos muçulmanos. O Brasil é o maior fornecedor de carne halal do mundo, vendendo frango e carne bovina nos lucrativos mercados islâmicos. A Arábia Saudita é o quarto maior cliente para a carne de frango do Brasil, tendo importado 353,5 mil toneladas em 2021, segundo dados comerciais compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes produtores e exportadores brasileiros. O volume representa uma queda de 24,4% em relação ao ano anterior, pois os sauditas estão tentando reduzir as importações e aumentar a produção local de produtos de frango.

Reuters


INTERNACIONAL


Abate de suínos nos EUA atinge mínima de cinco meses à medida que Omicron se espalha

Os contratos futuros de suínos magros da Bolsa Mercantil de Chicago subiram com as compras mais baratas na quarta-feira, disseram traders, embora o abate de suínos nos Estados Unidos tenha caído para seu nível mais baixo desde agosto, com o aumento de casos da variante de coronavírus Omicron atingindo frigoríficos


Os contratos futuros de gado vivo e gado para engorda caíram, pois os comerciantes continuam preocupados que a variante altamente contagiosa esteja causando mais escassez de pessoal, limitando o abate de gado. As hospitalizações por COVID-19 nos Estados Unidos aumentaram cerca de 33% e as mortes aumentaram cerca de 40% em relação à semana anterior, disse o chefe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA na quarta-feira. Os frigoríficos, um epicentro inicial da pandemia em 2020, está entre os setores afetados pelo aumento de casos. Os processadores abateram cerca de 433.000 suínos na quarta-feira, uma baixa de cinco meses que caiu 12% em relação ao ano passado, disse o Departamento de Agricultura dos EUA. Os processadores abateram cerca de 114.000 cabeças de gado, uma queda de cerca de 3% em relação ao ano passado, disse à agência. Os suínos magros de fevereiro da CME terminaram em 1 centavo a 78,850 centavos de dólar por libra-peso em uma recuperação de uma baixa de um mês alcançada na terça-feira, que foi o terceiro dia consecutivo de perdas. O USDA, em um relatório mensal de safra, reduziu suas estimativas de produção de carne suína nos EUA para 2021 e 2022 devido a um ritmo mais lento de abate. A oferta de suínos nos EUA diminuiu no ano passado e os abatedouros foram forçados a diminuir a velocidade das linhas. O USDA reduziu sua previsão de produção de carne suína em 2022 em 0,3% em relação a dezembro, para 27,53 bilhões de libras. “O abate de suínos mais lento no segundo semestre do ano mais do que compensa as expectativas de abate mais altas no primeiro e no segundo trimestres”, disse o USDA. Os contratos futuros de gado vivo da CME para fevereiro caíram 1,100 centavos a 136,575 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos futuros de gado para engorda de março terminaram 1,325 centavos mais fracos, a 165,025 centavos de dólar por libra-peso.

Reuters


Na Austrália, falta de mão de obra prejudica produção e distribuição de frango

O maior produtor de frango do país alertou que sua operação foi afetada pelo número de funcionários doentes com a variante ômicron da covid-19

As ações do Inghams Group caíram acentuadamente na terça-feira, depois que o maior produtor de frango da Austrália alertou que sua produção e distribuição foram afetadas pelo número de funcionários doentes com a variante ômicron da covid-19. As ações caíram cerca de 8,5% nas negociações da manhã, depois que a Inghams disse que não poderia estimar o efeito da interrupção em seu desempenho financeiro. A Inghams fornece para os principais supermercados e lojas de fast-food da Austrália, incluindo as franquias KFC, McDonald’s e Subway. A empresa disse que algumas unidades permanecem operando, mas o número de funcionários foi significativamente menor do que o normal, com muitos trabalhadores forçados a se isolar em casa de acordo com as regras para retardar a propagação do vírus. “Isso interrompeu a capacidade de produção e distribuição e teve efeito negativo nas vendas”, disse Inghams em comunicado à Australian Securities Exchange. O cliente de Inghams, Woolworths Group., que opera a maior rede de supermercados da Austrália, escreveu na semana passada aos clientes pedindo desculpas pelas prateleiras vazias em meio à interrupção causada pela covid-19. A Coles Group Ltd., outra rede de supermercados que vende produtos da Inghams, limitou a quantidade de frango e alguns outros produtos de carne que os clientes podem comprar de cada vez. O Presidente-Executivo da Inghams, Andrew Reeves, disse que as mudanças planejadas nas regras de isolamento devem ajudar a companhia a aliviar a escassez de pessoal, que está criando “ineficiência operacional significativa.” “À medida que as condições operacionais começarem a se estabilizar, esperamos que nossa capacidade de produção se recupere de forma relativamente rápida para atender à demanda de clientes e consumidores”, disse Reeves.

Dow Jones Newswires


Preços da carne suína podem alimentar a inflação ao consumidor da China

Potencial recuperação nos preços da carne suína chinesa no final deste ano deve levantar a tampa da inflação ao consumidor, complicando os esforços do banco central para estimular a economia


Após uma venda brutal no ano passado, os preços da carne suína entrarão gradualmente em um novo ciclo de aumentos em 2022, de acordo com um relatório do China Securities Journal, apoiado pelo Estado. Junto com o efeito de aumentos anteriores nos preços das commodities sendo repassados aos bens de consumo, a carne suína mais cara provavelmente elevará o índice de preços ao consumidor da China em 2022, segundo o relatório. A inflação ao consumidor da China foi moderada ao longo do último ano, em grande parte devido ao efeito desproporcional da queda dos custos da carne suína, mas isso pode mudar em breve à medida que o estoque de suínos diminuir. A inflação mais rápida ao consumidor restringiria a capacidade do Banco Popular da China de adicionar mais estímulos, se necessário, no final do ano, para apoiar a economia. Os preços dos suínos começarão a subir a partir do segundo trimestre, já que a oferta de suínos vivos deve cair, de acordo com a Huatai Futures. Os agricultores aumentarão o abate antes do Ano Novo Lunar, uma temporada de pico de consumo, e uma reserva de carne congelada importada também será enviada, disse a corretora chinesa. O número de porcas caiu em novembro em relação a outubro para um quinto declínio mensal consecutivo, de acordo com dados da Shanghai JC Intelligence Co. Mesmo que os preços no atacado não subam do nível atual, com o passar do ano, o efeito dos preços mais altos no início de 2021 desaparecerá do índice de preços ao consumidor, o que significa que a carne suína deixará de influenciar a inflação ao consumidor. Sem a queda de 37% nos preços da carne suína em dezembro, os preços ao consumidor teriam subido 2,3%.

Bloomberg


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Ministério da Agricultura e Estado avaliam efeitos da estiagem

Relatório atualizado do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, estima prejuízo prévio de R$ 25,6 bilhões na safra de grãos do Paraná em 2021/22, em razão da estiagem que atinge o Estado de forma severa desde 2019

O novo levantamento foi entregue na quinta-feira (13) à Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que visitou o Oeste paranaense para acompanhar a situação dos produtores afetados pela crise hídrica. Durante a semana, a ministra também esteve em Santo Ângelo (RS) e Chapecó (SC), e deve ir ainda ao Mato Grosso do Sul. Os quatro estados são os que mais sofrem com a estiagem. “Viemos para conversar com os estados, com os produtores rurais, para ter uma avaliação mais precisa, para saber as ações que podemos tomar no governo federal para dar resposta a essas perdas”, afirmou Tereza Cristina. “Temos as mais variadas situações, com problemas de abastecimento humano em alguns locais e de irrigação em outros nessa faixa que vai do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso do Sul”, disse ela. “Ainda não temos uma estimativa fechada das perdas nesses estados e como ela vai se refletir na safra do País. O Paraná é o mais impactado, porque a estiagem chega a regiões que nunca sofreram com isso antes. O Estado tinha perdas mais pontuais e o que vemos agora é uma situação mais generalizada”, acrescentou. Com o diagnóstico mais preciso dos estados, o Ministério da Agricultura vai avaliar as medidas que devem ser tomadas junto aos produtores rurais. A primeira delas seria agilizar a liberação das áreas para o plantio da safrinha, que poderia mitigar as perdas dessa primeira etapa. Outras iniciativas seriam a liberação de crédito para custear as novas lavouras e dar mais celeridade para o pagamento do seguro rural. “Estão comigo não só o time do Ministério da Agricultura, como também a Conab, a Embrapa, o Banco Central e o Banco do Brasil. Trouxemos os técnicos para fazer essa avaliação, chegar em Brasília e encaminhar as ações que podem ser tomadas. Não há um modelo pronto do que o governo federal possa fazer, mas temos que dar agilidade para as medidas que já são previstas para a área”, afirmou a Ministra. A região Oeste é a mais atingida pela quebra de safra no Paraná, com redução prevista de 71% na colheita de soja, de 65% na de milho e de 60% na primeira safra de feijão, podendo somar R$ 8,1 bilhões de prejuízo. A queda, porém, abrange todas as regiões, com perda média estimada de 39% na lavoura de soja, 36% no milho e 30% no feijão. A cultura de soja, que tem a maior área plantada do Estado, é a que deve amargar os maiores prejuízos. Com produção inicial prevista em cerca de 21 milhões de toneladas, os números parciais do Deral mostram que a colheita não deve passar de 12,8 milhões de toneladas. São quase 8,2 milhões de toneladas a menos, fazendo com que os produtores deixem de receber R$ 23 bilhões. Na produção de milho, das 4,3 milhões de toneladas inicialmente previstas, aproximadamente 2,7 milhões de toneladas devem ser colhidas – redução de 1,5 milhão de toneladas e prejuízo de R$ 2,2 bilhões. Já a lavoura de feijão, cuja estimativa inicial era de 275,8 mil toneladas, deve ter redução de 83,9 mil toneladas e passar para 191,9 mil de toneladas, perdendo R$ 361,8 milhões. Este novo relatório do Deral é ainda mais pessimista que o divulgado na semana passada, que previa prejuízo de R$ 24 bilhões na safra estadual. Se a tendência prosseguir, as perdas podem ser ainda maiores. Técnicos da Secretaria e do Ministério da Agricultura percorrem o Estado para levantar o diagnóstico da produção. A previsão é que a falta de chuvas prejudique não apenas a produção de grãos, mas deve atingir também outras culturas, entre elas o tabaco, laranja, pastagem, cana-de-açúcar e hortaliças.

Secretaria de Agricultura do PR


Não há 'solução mágica' para combater efeitos da seca, diz ministra NO PARANÁ

Na quinta, Tereza Cristina visitou áreas afetadas pela estiagem no Paraná; 'não vim com solução mágica nem trazer financiamento novo', afirmou


A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou hoje no Paraná que não tem uma "solução mágica" para os problemas que a estiagem tem causado aos produtores locais, mas que vai trabalhar na construção das medidas possíveis com demais órgãos do governo federal. Em reunião no Sindicato Rural de Cascavel (PR) no início da tarde, ela disse que a preocupação imediata é oferecer as condições ideais para o plantio da safrinha na região na época adequada e garantir o abastecimento de milho e farelo de soja para as agroindústrias locais. "Não vim com nenhuma solução mágica, nem trazer financiamento novo. Vim para olhar, para sentir junto e para motivar ainda mais nossa equipe para trabalhar e trazer decisões, ações e soluções daquilo que a gente pode fazer", afirmou no encontro com lideranças, políticos e agricultores. "Estamos aqui para achar soluções ou encaminhar soluções com agilidade para poder plantar na época certa a safrinha. Vamos trabalhar para ter milho, que sofra menos o estresse hídrico". Tereza Cristina destacou que a Pasta pediu, ainda em dezembro, a prorrogação da isenção do PIS e Cofins para o milho importado até 3 de março. "Temos que pensar como vamos manter a nossa agroindústria de pé, como vamos ter milho, farelo de soja, óleo, para manter essa indústria vibrante". Em relação à oferta de novos recursos financeiros aos produtores, a Ministra salientou que é preciso ter "calma e equilíbrio" no levantamento das perdas e que o foco está em resolver o problema imediato. A ministra disse que deverá ter ações imediatas, com efeitos de médio e de longo prazos, como incrementos na política de seguro rural. "Todo mundo perde quando o agro perde (...) Mas não podemos desanimar. É um problema, é triste, mas temos que nos antecipar nas ações para seguir de maneira menos pior", pontuou. "Nas crises é que surgem, às vezes, as grandes soluções". A Ministra informou que deverá visitar as regiões de Minas Gerais atingidas pelas chuvas nas próximas semanas. "Tenho conversado com São Pedro toda noite. Vamos ver se ele manda chuva agora para compensar o que ele tirou da gente e jogou lá para Minas Gerais. Vamos ter que ir para lá também, os pequenos produtores estão sofrendo muito. Na semana que vem vamos ver a destruição que a água causou em Minas Gerais, Bahia e agora um pouco no Tocantins", relatou. A comitiva da Ministra, que tem integrantes da Conab, Embrapa, Banco Central, Banco do Brasil e Ministério da Economia, seguiu para Naviraí (MS) na quinta-feira.

VALOR ECONÔMICO


Copel avalia aquisição da Rio Energy e pode pagar até R$ 5 bilhões

Interessada em expandir a participação das fontes eólica e solar para 25% do seu portfólio de geração de energia nos próximos anos, a Copel avalia a compra da Rio Energy, que está à venda por R$ 5 bilhões, disseram ao Broadcast Energia fontes próximas à empresa


Outro ativo de geração renovável disponível no mercado e que a estatal paranaense teria avaliado é a Ibitu Energia (antiga Queiroz Galvão Energia), que hoje está sob gestão da norte-americana Castlelake. “São dois ativos grandes, que podem agregar [à empresa] projetos de solar e eólica, e a aquisição de um deles colocaria a empresa em outro patamar, em termos de geração de energia”, disse uma das fontes. Hoje, uma das alternativas colocadas à mesa seria a Copel fazer uma oferta pela Rio Energy, que no ano passado desistiu de abrir capital na Bolsa. Conforme apurou o Broadcast Energia, essa transação poderia acontecer com a participação de um parceiro. Caso a operação de fato ocorra, a estatal paranaense acessaria um portfólio de aproximadamente 1,1 gigawatt (GW) em projetos em operação comercial ou em implantação na Bahia e no Ceará. De acordo com as fontes, o valor pedido pela Denham Capital pela empresa é de aproximadamente R$ 5 bilhões. Segundo outra fonte a par das negociações, além da Copel, os ativos têm atraído empresas tradicionais do setor elétrico, fundos de investimentos, grupos chineses e empresas da área de petróleo e gás, como a Equinor. De acordo com uma terceira pessoa com conhecimento das operações, a venda da Ibitu é considerada um pouco mais complexa, uma vez que a empresa é parte da Queiroz Galvão, em recuperação judicial. Contudo, dado o apetite de investidores por ativos de geração eólica e solar, há grandes chances de a venda da companhia ocorrer nos próximos meses. “Ela tem a questão creditícia, uma dívida na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e outras coisas. Mas, se tudo correr bem, essa operação fecha no primeiro semestre”. Procuradas, Rio Energy e Equinor disseram que não comentam processos comerciais ou negociações. Já a Copel disse que avalia todas as oportunidades do mercado, mas evitou comentar este processo.

O ESTADO DE SÃO PAULO


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar à vista fecha em queda de 0,13%, a R$5,5286

O dólar registrou leve baixa na quinta-feira, suficiente para renovar seu menor patamar de fechamento em quase dois meses, ainda em meio a um ambiente de correção global na divisa norte-americana como fruto dos debates sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos


O dólar à vista caiu 0,13%, a 5,5286 reais na venda, menor valor desde 17 de novembro do ano passado (5,5264 reais). Durante o pregão, o dólar oscilou entre 5,556 reais (+0,36%) e 5,5014 reais (-0,62%). A queda desta sessão foi a terceira consecutiva, mais longa série do tipo desde dezembro passado. Na sequência atual, a cotação acumula recuo de 2,53%. Lá fora, o índice do dólar frente a uma cesta de divisas fortes perdia 0,22%, renovando mínimas em dois meses.

Reuters


Sem impulso externo, Ibovespa não consegue manter sequência de altas

Após dois dias de ganhos firmes para as ações locais, os investidores demonstraram maior cautela diante do cenário ainda incerto para a sequência do ano e realizaram lucros em papéis que tiveram bons desempenhos nas últimas sessões


Com o dia de menor demanda por risco nas bolsas de Nova York e sem catalisadores positivos no cenário local, o Ibovespa não encontrou forças para enfileirar o terceiro pregão consecutivo de ganhos expressivos. Após oscilar próximo da estabilidade ao longo de toda a sessão, a referência do mercado acionário local fechou o dia em ligeira queda. O índice terminou em queda de 0,15%, aos 105.529,50 pontos. O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 20,92 bilhões, ante média diária anual de R$ 23,5 bilhões observada no ano passado. "O crescimento econômico de 2022 e dos anos seguintes será fortemente impactado pelas decisões tomadas nos próximos meses, e quanto mais irresponsáveis e sem lastro econômico forem essas decisões, piores serão os resultados no médio prazo. Desta forma, a evolução do processo inflacionário e da corrida eleitoral serão cruciais para o desempenho dos ativos domésticos nos próximos meses", afirma a equipe de gestão da Ibiúna Investimentos, em relatório mensal. Ontem, as ações ligadas à tecnologia, que avançaram nos últimos dias na esteira da queda nas taxas dos juros futuros, voltaram a recuar. Setor de destaque da bolsa em 2021, os frigoríficos voltaram a registrar bom desempenho na quinta-feira e encabeçaram o ranking de retornos positivos do dia. Marfrig ON avançou 5,18%, Minerva ON subiu 3,06%, JBS ON teve alta de 1,73% e BRF ON subiu 0,71%.

VALOR ECONÔMICO


Citi piora estimativas para PIB do Brasil e vê contração de 0,3% em 2022

O Citi piorou suas projeções para a atividade econômica brasileira, esperando agora que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha avançado 4,4% em 2021 e recue 0,3% em 2022, ante estimativas anteriores de crescimento de 4,5% e 0,3%, respectivamente


As projeções mais pessimistas vieram na esteira de dados do setor de serviço divulgados mais cedo na quinta-feira, que, embora mais fortes do que o esperado, "não evitam um rebaixamento em nossas previsões para o PIB", disse o Citi em relatório. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados no Brasil saltou 2,4% em novembro na comparação com outubro, maior taxa de crescimento desde fevereiro de 2021 (+4,0%). "O aumento geral foi amplo, levando o indicador de volta ao nível de agosto de 2021, mas ainda indica um carregamento estatístico negativo de 0,3% para quarto trimestre" em relação aos três meses anteriores, afirmou o Citi. Segundo o credor norte-americano, isso se soma a uma performance pior do que o esperado da produção industrial, que teve em novembro queda de 0,2%, o que indica contração de 0,2% do PIB nos últimos três meses do ano passado. Para este ano, a estimativa de retração econômica é justificada pela perspectiva de aperto monetário --com a taxa Selic devendo chegar a 12,25% ao ano-- e pela disseminação da variante Ômicron do coronavírus, afirmou o Citi, citando ainda o carregamento estatístico negativo vindo do último trimestre de 2021. A taxa Selic está em 9,25%.

Reuters


Governo mantém projeção para valor da produção no campo em 2022

Segundo o Ministério da Agricultura, VBP da agropecuária deverá ser de R$ 1,16 trilhão neste ano, montante recorde e 2,9% superior ao de 2021. Para a pecuária, a estimativa é de R$ 344,7 bilhões, queda de 4,4% em relação aos R$ 360,8 bilhões alcançados no ano anterior


O valor bruto da produção (VBP) agropecuária deverá alcançar R$ 1,16 trilhão neste ano, segundo a nova projeção do Ministério da Agricultura, divulgada ontem (13/1). O montante é similar ao da estimativa que a Pasta apresentou em dezembro. No relatório, o ministério apresentou os dados fechados sobre o VBP do ano passado, que chegou a R$ 1,12 trilhão, um crescimento de 10,1% na comparação com o resultado de 2020 quando foi de R$ 1,025 trilhão. O resultado ficou um pouco acima do que estava na projeção divulgada no mês passado (R$ 1,11 trilhão). Caso se confirme, o valor da produção estimado para este ano será 2,9% superior ao de 2021. "Tem havido problemas de falta de chuvas no Sul do país, atingindo Paraná e Rio Grande do Sul, mas os cálculos sobre os impactos ainda não são conclusivos. O clima tem se mostrado favorável no resto do país, e as culturas de verão não têm tido problemas de atraso em sua implantação", diz nota técnica do ministério. "Também não devemos ter problemas de abastecimento interno e externo, pois, como mencionado, as previsões são de safra elevada de grãos e oferta satisfatória de carnes". Na avaliação do ministério, as lavouras continuarão respondendo pela maior parte do VBP em 2022. A estimativa é que a agricultura alcance desempenho de R$ 817 bilhões, 6,3% a mais que os R$ 768,4 bilhões de 2021. Para a pecuária, a estimativa é de R$ 344,7 bilhões, queda de 4,4% em relação aos R$ 360,8 bilhões alcançados no ano anterior. Mesmo assim, alguns produtos devem diminuir em relação a 2021. O principal é a soja, que pode cair 2,9%, para R$ 355,5 bilhões neste ano. Arroz (-17,9%), feijão (-4,1%) e trigo (-7,2%) também devem recuar. Por outro lado, algodão (28,5%), cana-de-açúcar (12,7%) e milho (17,3%) devem melhorar os seus desempenhos. Na pecuária, apenas o leite tem previsão de alta nos resultados, de 1,8%. Bovinos (-1,7%), suínos (-8,1%), aves (-10%) e ovos (-5,4%) devem cair. Em 2021, o VBP cresceu 10,1% na comparação com o resultado do ano anterior, quando ficou em R$ 1,025 trilhão. Na análise da Secretaria de Política Agrícola do ministério, as lavouras somaram R$ 768,4 bilhões, o equivalente a 68% do VBP e crescimento de 12,7% na comparação com 2020. Já a pecuária registrou desempenho de R$ 360,8 bilhões (32% do VBP) e alta de 4,9%. O resultado recorde ocorreu "mesmo diante da falta de chuvas, seca e geadas em regiões produtoras", informou o ministério. A soja respondeu por 32,4% do resultado total, com mais de R$ 366 bilhões. Na lista de produtos com melhores resultados também estão milho (R$ 125,2 bilhões), algodão (R$ 27,6 bilhões), arroz (R$ 20,2 bilhões), cacau (R$ 4,2 bilhões), café (R$ 42,6 bilhões), trigo (R$ 12,5 bilhões), carne bovina (R$ 150,9 bilhões), carne de frango (R$ 108,9 bilhões) e leite (R$ 51,8 bilhões). Mato Grosso liderou o VBP, com R$ 193 bilhões, ou 17,1% do total, seguido por Paraná (12,8%), São Paulo (11,3%) e Rio Grande do Sul (10,8%). A região Centro-Oeste concentra um terço do VBP do país, com R$ 365,8 bilhões, ou 32,8% de participação. O Sul somou R$ 314 bilhões.

VALOR ECONÔMICO


Exportações do agronegócio batem recorde em dezembro e no ano de 2021

Apesar do recorde nas exportações, as vendas externas de produtos do agronegócio representaram 43% das exportações brasileiras em 2021, participação 5,1 pontos percentuais inferior à verificada em 2020


As exportações do agronegócio alcançaram valores recordes para o mês de dezembro passado e também para o ano de 2021. Foram US$ 9,88 bilhões, valor recorde para os meses de dezembro: 36,5% superior aos US$ 7,24 bilhões de 2020. Em 2021, o total exportado com o agronegócio resultou em US$ 120,59 bilhões, alta de 19,7%, em relação ao ano anterior, conforme dados divulgados na quinta-feira (13) pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O mês de dezembro de 2021 teve desempenho favorável devido ao forte aumento dos preços dos produtos exportados (22,5%) e, também, da expansão do volume destas exportações (11,4%). Além dos preços elevados, houve recorde no volume exportado pelo Brasil no agronegócio (15,62 milhões de toneladas). De acordo com os analistas da SCRI, os destaques foram para soja em grãos (2,71 milhões de toneladas; +889,5%); farelo de soja (1,72 milhão de toneladas; +82%); celulose (1,64 milhão de toneladas; +28,8%); e carnes (667 mil toneladas; +3,3%). As exportações do agronegócio brasileiro somaram valor recorde em 2021: US$ 120,59 bilhões (+19,7%). Somente os meses de janeiro e fevereiro deste ano não registraram recordes, explicados pela forte queda da quantidade exportada de soja em grão nesses meses, em virtude do baixo estoque de passagem em 2020, e do atraso no plantio da safra 2020/2021 (seca), com posterior atraso nas áreas de colheita em decorrência das chuvas. O crescimento das exportações brasileiras do agronegócio ocorreu em função do aumento do índice de preços dos produtos (+21,2%), enquanto o volume embarcado se reduziu (-1,2%), conforme nota publicada pela secretaria.

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