Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 45| 13 de janeiro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
arroba do boi gordo se mantém estável, em patamar alto, na maioria das praças brasileiras
Na quarta-feira, 12 de janeiro, os preços do boi gordo registraram estabilidade na maior parte das praças brasileiras
Na avaliação da IHS, a oferta escassa de boiadas gordas e o ritmo mais forte das exportações brasileiras de carne bovina devem limitar maiores recuos nos preços da arroba, ao menos no curtíssimo prazo. Segundo a Scot Consultoria, nesta quarta-feira as indústrias frigoríficas do Estado de São Paulo abriram as compras de boiadas terminadas ofertando preços mais baixos. Para o boi gordo e para novilha, houve queda de R$ 1/@ nas cotações, enquanto a vaca terminada teve desvalorização de R$ 2/@, na comparação com o dia anterior. Com isso, no mercado paulista, boi, vaca e novilha estão apregoados em R$ 337/@, R$ 308/@ e R$ 326/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). De acordo com a IHS, os lotes terminados a pasto só devem chegar ao mercado em maiores volumes a partir de meados de fevereiro. Há, porém, uma quantidade maior de vacas ofertadas, devido ao processo natural de descarte após o término da estação de monta. Por sua vez, a venda da carne bovina brasileira no mercado internacional garante margens mais atrativas às indústrias, contribuindo para equilibrar as operações no mercado doméstico, cuja demanda segue enfraquecida pelo baixo poder aquisitivo da população. No atacado, os preços dos cortes menos nobres subiram nesta quarta-feira, puxado pelo aumento do consumo, informa a consultoria. Houve registro de cotações positivas para os cortes de dianteiros e ponta de agulha, porém os cortes de traseiro tiveram queda. Porém, relata a IHS, os altos preços da carne bovina devem direcionar a demanda para as proteínas substitutas, como o frango e a carne suína, que registraram novos ajustes negativos nesta quarta-feira. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 296/@ (à vista) SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 310/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca a R$ 307/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 298/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 310/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 333/@ (à vista) vaca a R$ 315/@ (à vista); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 288/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 302/@ (prazo) vaca a R$ 290/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 291/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 296/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista).
PORTAL DBO
Abate de bovinos no Mato Grosso atinge em 2021 o menor patamar em cinco anos
Dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) mostram recuo de 10,2% nos abates mato-grossenses do ano passado, perfazendo um total de 4,71 milhões de cabeças
Em 2021, o Mato Grosso, responsável pelo maior rebanho de corte do País, registrou o menor volume de abates de bovinos em cinco anos, perfazendo um total de 4,71 milhões de cabeças, 10,23% abaixo da quantidade registrada em 2020, de 5,25 milhões de cabeças, segundo informa o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). Uma das justificativas para o recuo nos abates mato-grossenses é a menor participação de fêmeas nas matanças totais, um reflexo do forte movimento de retenção de matrizes iniciado a partir de 2019 e puxado pela maior lucratividade na atividade de cria/recria. Além disso, no segundo semestre do ano passado, a cadeia pecuária brasileira (não só no Mato Grosso) foi prejudicada pelo prolongamento demasiado do embargo da China à carne bovina brasileira, iniciado em 4 de setembro e encerrado somente na segunda quinzena de dezembro. Segundo os dados do Indea-MT, em 2021, a participação de fêmeas (vacas e novilhas) no total abatido no Mato Grosso foi de 37,65%, o que representou retração de 1,35 ponto percentual sobre a taxa de 2020 (39%) e queda de 5,35 em relação ao percentual de 2019 (43%). Em dezembro último, porém, os abates de bovinos do Mato Grosso atingiram 448,25 mil cabeças, o segundo maior resultado do ano para a pecuária mato-grossense. Na comparação com o desempenho registrado em novembro/21, os abates de dezembro/21 ficaram praticamente estáveis, mas cresceram 12,62% na comparação com dezembro/20, segundo o Indea-MT. Na estratificação por sexo, foram 311,42 mil machos abatidos em dezembro/21 (5,34% a menos do que em novembro/21) e 136,83 mil fêmeas (14,78% a mais do que em novembro/21). Com isso, a participação de fêmeas no abate total em dezembro/21 ficou em 30,52%.
INDEA-MT
SUÍNOS
Suínos: preços cedem pelo segundo dia seguido na quarta
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 95,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial baixou, pelo menos, 1,25%, custando R$ 7,90 o quilo/R$ 8,20 o quilo
No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (11), houve queda de 6,36% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 5,01/kg, baixa de 3,42% em santa Catarina, alcançando R$ 4,80/kg, recuo de 3,24% no Paraná, atingindo R$ 4,78/kg, desvalorização de 2,11% em Minas Gerais, custando R$ 5,58/kg, e de 0,72% em São Paulo, fechando em R$ 5,49/kg.
Cepea/Esalq
Hungria relata peste suína africana em nove javalis
A Hungria relatou surtos de peste suína africana (PSA) em nove javalis em todo o país na semana passada, informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) na terça-feira.
Quatro javalis foram encontrados mortos e os outros mortos, disse a OIE em um relatório, citando autoridades húngaras. A Letônia e a Itália também relataram surtos da doença mortal do porco em javalis nos últimos dias.
REUTERS
Letônia relata peste suína africana em 19 javalis
A Letônia registrou 19 casos de peste suína africana (PSA) em javalis em todo o país na semana passada, informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) nesta terça-feira.
Seis javalis foram encontrados mortos e os outros mortos, disse a OIE em um relatório, citando autoridades letãs. O relatório vem menos de uma semana depois que a Itália disse que havia encontrado um surto da doença mortal do suíno na parte norte do país.
REUTERS
FRANGOS
Frango: Preços estáveis na quarta
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,36%, valendo R$ 5,48/kg.
Na cotação do animal vivo, o Paraná registrou R$ 5,09/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na quarta-feira (12). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (11), a ave congelada ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango congelado teve leve baixa de 0,82%, fechando em R$ 6,06/kg. Cepea/Esalq
CARNES
Quebra de safra do Brasil prolongará repasse de custos para carnes
As safras recordes de soja e milho que se desenhavam para o verão de 2021/22 eram a chance de um alívio aos custos da indústria de carnes do Brasil, mas a seca na região Sul frustrou as perspectivas de colheita e deve prolongar os repasses dos preços mais altos ao consumidor
O salto de mais de 10% neste início de ano na cotação do milho, principal matéria-prima da ração, afastou do mercado aqueles compradores que tinham estoques, como é o caso da Aurora Coop, terceira maior produtora de aves e suínos no Brasil, onde as compras de milho estão temporariamente paralisadas. Mas, pelo menos neste início do ano e até a entrada da segunda safra, não se espera alívio nos custos, que vêm elevados desde a temporada passada após perdas na produção por seca e geadas, e com impacto importante nos índices inflacionários. “O milho vai continuar caro, mas não comporta mais processos especulativos por acharem que vai faltar ou não”, disse o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. O executivo da associação que reúne empresas como JBS, BRF e Aurora, ressaltou que o setor tem opção de importar o cereal, como fez em 2021. “Então o que a gente vê é a necessidade de empresas continuarem os repasses de custos”, acrescentou Santin, em entrevista à Reuters. A alternativa para empresas como a Aurora, com forte atuação no Sul do Brasil, será buscar o milho no Centro-Oeste ou a importação do grão da Argentina ou Paraguai. “Não acredito que vá faltar, mas será um produto caro, sem dúvida… Entramos em 2022 com custo mais elevado do que se esperava, sem dúvida”, disse o Vice-Presidente de Agronegócios da Aurora, Marcos Antonio Zordan. “De 15 dias pra cá, o milho já mudou por conta da estiagem. Chegava na indústria a 84 reais por saca e agora já está custando no produtor 94 reais”, disse. Ele comentou que o cenário deve melhorar somente no segundo semestre, com a colheita da “safrinha”. Segundo o Vice-Presidente de Agronegócio da Aurora, a cooperativa ainda consegue ficar fora do mercado à espera de melhores oportunidades de negociação por 45 dias, mas o ideal é que nas próximas duas semanas voltem a girar compras para evitar risco de escassez para a operação. Na terça-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez uma forte redução em sua projeção para a produção nacional de milho, agora estimada em 112,9 milhões de toneladas, versus 117,2 milhões na previsão anterior. Entretanto, para a safra de verão –cuja oferta atende parte da demanda da indústria de carnes no primeiro semestre– a previsão da Conab para o cereal caiu de 29 milhões de toneladas para 24,8 milhões. Além do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, áreas de Mato Grosso do Sul sofrem com calor intenso e falta de chuvas causados pela La Niña, assim como algumas regiões dos vizinhos Argentina e Paraguai. O Presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse, por sua vez, que a indústria de aves e suínos procurou antecipar compras de grãos, reduzindo a dependência de negociações no mercado spot (à vista) e também inseriu cereais de inverno em suas programações de compra para alimentação animal, como o trigo. Além disso, as empresas do setor continuam olhando para importação como uma forma de complementar a oferta. Santin também descartou a hipótese de ajuste na produção de aves para controle de margens, pois vê demanda aquecida devido à substituição de proteínas de valor mais alto pelas mais acessíveis, como frango e ovo.
REUTERS
Tereza Cristina se reúne com auditores fiscais agropecuários
Segundo sindicato, Ministra da Agricultura se comprometeu a levar os pleitos da carreira a outras instâncias de Governo
A Ministra da agricultura, Tereza Cristina, recebeu na noite de 11/01 representantes do sindicato nacional dos auditores fiscais agropecuários (Anffa Sindical) para ouvir as reivindicações da categoria após a paralisação parcial das atividades não essenciais do setor. Em operação padrão desde o último dia 28 após terem sido excluídos do orçamento federal de 2022, os servidores reivindicam a contratação de novos profissionais e a reestruturação da carreira. "A Ministra Tereza Cristina, como em outras oportunidades, mostrou-se sensível à exposição do Anffa e reconheceu as dificuldades enfrentadas pela carreira e também as respostas que os auditores fiscais federais agropecuários deram durante a pandemia, mantendo as atividades ininterruptas", afirma o sindicato em nota. Também participaram do encontro o Ministro-Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes. SAIBA MAIS Na semana passada, a operação padrão chegou a afetar o desembarque de trigo no porto de Santos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), a carga de um dos navios atracados não foi liberada em função da operação dos fiscais afetando o descarregamento de outra embarcação.
GLOBO RURAL
EMPRESAS
Lar Cooperativa tem alta de 56% no faturamento em 2021
A Lar Cooperativa Industrial, processadora de frangos e suínos entre outras atividades, teve uma alta de 56,2% no faturamento em 2021, disse o Presidente da companhia Irineo da Costa Rodrigues, em programa de rádio da cooperativa na quarta-feira (12)
O executivo não detalhou os resultados, mas disse que também houve um leve aumento no lucro da cooperativa com sede em Medianeira (PR) em relação ao registrado em 2020. “[O lucro] não acompanhou o crescimento do faturamento, mas é superior ao resultado do ano anterior, o que, pelas dificuldades do ano com covid e aumento de custos para a pecuária, é um resultando que também nos surpreendeu. É um resultado excepcional e o associado vai participar dessas sobras conforme tem participado em anos anteriores”, disse Rodrigues. Em 2020, a Lar teve um faturamento da controladora (receita bruta e ingressos) de R$ 10,78 bilhões e um lucro líquido de R$ 717,8 milhões, segundo as demonstrações financeiras no site da companhia.
CARNETEC
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Ministra visita produtores rurais afetados pela estiagem no RS e em SC para definir medidas de socorro
Nesta quinta-feira a Ministra e técnicos do Mapa estarão em Cascavel (PR) e Pato Branco (PR). Mapa criou comitê de monitoramento para avaliar perdas e apoio aos produtores
A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, iniciou viagem na quarta-feira (12), pelas áreas do centro-sul do país atingidas pela estiagem. Pela manhã, a ministra esteve em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul; e no período da tarde, em Chapecó, em Santa Catarina. A equipe de técnicos do Ministério, da Conab, Embrapa e representantes do Banco Central, Banco do Brasil e do Ministério da Economia integram a comitiva. “Viemos ver de perto, conversar com os produtores e lideranças dos estados para realizar o levantamento in loco e levar para Brasília as informações necessárias que nos ajudarão a definir ações de curto, médio e longo prazo. É preciso pensarmos também na safra de inverno, saber sua viabilidade e avaliar a possibilidade de outras culturas mais seguras como alternativa”, declarou Tereza Cristina. Conforme dados da Emater/RS, em decorrência da estiagem no Rio Grande do Sul, os produtores tiveram dificuldade em realizar a semeadura da soja, já que, no fim do ano passado, o plantio alcançou 93% da área. Em Santa Catarina, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), a região oeste do estado apresentou de 20% a 40% da média histórica de chuvas para o mês de dezembro. E as chuvas dos meses de setembro e outubro não foram suficientes para recuperar os aquíferos, sendo o armazenamento de água no solo insuficiente para manter os mananciais em condições adequadas. O Presidente da Embrapa, Celso Moretti, que integra a comitiva, disse que pesquisas já mostram que é possível a diversificação de lavouras de segunda safra, com a adoção de culturas de cereais de inverno, como trigo, triticale, canola, centeio, aveia e cevada, como forma de recuperar as perdas com outras culturas, além da adoção de tecnologias, como construção de barraginhas para reserva e conservação de água nas propriedades durante os períodos de estiagem. Embrapa Trigo e Embrapa Suínos e Aves têm estudos que mostram que o milho pode muito bem ser substituído, principalmente pelo trigo e pelo triticale, sem afetar a qualidade nutricional na composição de ração para suínos e aves. A Ministra reforçou que as vistorias da Conab foram antecipadas em uma semana para um levantamento atualizado sobre a intensidade e amplitude do impacto na produção agrícola, dimensionando os níveis de perdas por cultura e região. A ideia é dar mais celeridade ao processo de perícia e liberação das lavouras atingidas. “O que não podemos é ter gente saindo da produção. Nós temos a preocupação de resolver a tempo para minimizar. Resolver tudo não vamos conseguir fazer, mas podemos dar alguns caminhos se fizermos rápido e agora”, ressaltou a Ministra. O Secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Bastos, destacou o papel preponderante do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e da contratação de seguro rural por parte dos produtores rurais. "Nós temos um desafio grande na Secretaria de Política Agrícola. A primeira emergência que tomamos foi exatamente tomar par da situação. Checar a situação do seguro, checar como as instituições financeiras estavam recebendo algum pedido de renegociação. Estamos trabalhando com Governo Federal para dar algum tipo de conforto neste primeiro momento", disse, acrescentando "que o produtor rural necessita contratar mitigadores de risco climático, como o seguro rural, visto que as adversidades climáticas, como seca, chuvas excessivas, geadas e granizos são cíclicas e ocorrem em diferentes regiões e culturas todos os anos, inclusive em anos com safras recordes". Em relação às principais culturas afetadas, no Rio Grande do Sul, a área de cultura de soja está 41% segurada e a de milho, 55%. Em Santa Catarina, o panorama é de 31% de cobertura para a soja e de 42% para o milho. De acordo com a ministra, a meta é ampliar os recursos de subvenção do seguro rural no próximo Plano Safra, o que permitirá ampliar o número de produtores rurais atendidos. Em relação ao crédito rural, o Mapa estuda o apoio de crédito adicional aos produtores dos municípios em que o estado de emergência foi reconhecido pelo Governo Federal. Já há possibilidade de apoio sem necessidade de autorização do Banco Central, inclusive em relação às dívidas referentes a operações de crédito de investimento contratadas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme previsto no Manual de Crédito Rural (MCR).
MAPA
No Paraná, seca teve impacto maior nas regiões Oeste e noroeste, aponta comitiva do Mapa
Reuniões conduzidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Conab, estão percorrendo o Estado para avaliar as atividades mais afetadas pela estiagem
Ocorreu nesta terça-feira (11) o segundo dia de reuniões da comitiva formada por integrantes do Mapa e da Conab e acompanhada pela FAEP. Ao longo do dia, foram visitadas as regiões Norte, Noroeste e Oeste. O grupo percorre o interior do Paraná até a próxima sexta-feira (14). De acordo com dados apresentados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, o núcleo de Maringá (que abrange 31 municípios) houve quebra de 48% na safra 2021/22 de soja. A cana-de-açúcar tem queda estimada entre 15% e 20%. Na laranja, a perda foi entre 30% e 40%, enquanto no café a estimativa é de 60% em relação à produtividade do ano passado. Segundo o representante da Cocamar presente na reunião, além de uma perda estimada de 50% na produtividade dos pomares de laranja, a florada já foi impactada pela estiagem, o que deve representar prejuízos também na próxima safra da fruta. Na opinião do presidente do sindicato rural de Maringá José Borghi, as perdas no campo são bem maiores que as apresentadas durante o encontro, no que se refere à soja. “A situação é trágica. Na lavoura que eu tenho em Monte Castelo perda total, em Maringá 80% e em Campo Mourão acredito que terei perdas de 50%. O que precisamos agora é o amparo de seguro e processo de negociação, para não parar a atividade”, avalia. Outra reunião foi realizada em uma unidade da Cocamar em Umuarama, no Noroeste, e congregou produtores rurais, representantes da sociedade rural, da Seab, da Cocamar, além de representantes de três empresas de assistência técnica e também o prefeito do município, Hermes Pimentel. O evento foi organizado pelo Sindicato Rural do município. Segundo relatos do Deral, as perdas da safra 2021/22 na produtividade da soja na região são de 65%, o milho verão teve quebra de 78%, cana-de-açúcar entre 25% e 30% e as pastagens desapareceram, impactando negativamente as pecuárias de leite e corte, que sofreram perdas da ordem de 20% cada. De modo geral, os participantes da reunião apesentaram preocupação em relação ao seguro rural, principalmente em relação a um suposto direcionamento das perícias em desfavor do produtor e a ausência de cobertura para algumas atividades nesta região, como seguro para o sorgo, por exemplo. Outra demanda foi a disponibilidade de linhas de seguro para atividades em solo do tipo 1 (mais arenoso). A região Oeste foi a mais prejudicada pela estiagem, conforme informações apuradas pela comitiva. De acordo com a C-Vale, a região foi impactada pela seca, comprometendo 75% da produtividade da soja. Só no município de Palotina a quebra da oleaginosa foi de 90%, o resultado de uma combinação de pouca água e temperaturas bastante elevadas. Conforme Zabott, a aquicultura também vem sofrendo com a seca. “Para a piscicultura temos crise da água, não temos como fazer renovação, então tem que fazer uma aeração muito pesada para manter a ambiência, desta forma o custo da energia é muito alto, e pode inviabilizar a produção”, declarou. Assim como em outras regiões, a agilidade das empresas seguradoras foi uma das principais demandas dos participantes, bem como produtos que cubram outras culturas e outros tipos de solo. O endividamento dos produtores também foi motivo de preocupação.
MAPA
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em baixa de 0,79%, a R$ 5,5358
O dólar voltou a cair na quarta-feira, fechando no menor patamar em quase dois meses ante o real, com as operações locais novamente repercutindo o forte ajuste de baixa na moeda norte-americana no exterior, diante da percepção de que os Estados Unidos não serão ainda mais agressivos no processo de normalização de sua política monetária do que o esperado
O dólar à vista fechou em queda de 0,79%, a 5,5358 reais na venda, menor nível desde 17 de novembro passado (5,5264 reais). Ao longo do dia, a cotação variou entre 5,602 reais (+0,39%) e 5,5292 reais (-0,91%). Na B3, às 17:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,60%, a 5,5600 reais. No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas tombava 0,7%, maior recuo desde o fim de novembro e para o menor patamar em dois meses.
REUTERS
Ibovespa zera as perdas do ano e retoma o patamar dos 105 mil pontos
Sessão de ganhos firmes em setores que foram duramente penalizados nos primeiros dias de 2022
O Ibovespa aproveitou o dia de maior tranquilidade no mercado local de renda fixa e estendeu a recuperação iniciada no pregão de ontem. Em sessão de ganhos firmes em setores que foram duramente penalizados nos primeiros dias de 2022, o índice encerrou em alta firme e retomou o patamar dos 105 mil pontos, zerando as perdas acumuladas no ano. Após ajustes, o Ibovespa encerrou a sessão em alta de 1,84%, aos 105.685,66 pontos. Assim, no ano, a variação positiva é de 0,82%. Mesmo com os dois dias consecutivos de ganhos, do ponto de vista da análise técnica, profissionais apontam que o Ibovespa permanece preso na faixa que se estende dos 102 mil pontos aos 109,4 mil pontos. O dia foi marcado por uma maior disposição dos investidores globais à tomada de risco. Analistas apontam que os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, ainda que elevados, já vinham sendo devidamente precificados pelos investidores. Os riscos, portanto, seriam surpresas ainda mais negativas na leitura do indicador, o que não ocorreu. O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em dezembro em relação a novembro, ante estimativa de consenso dos agentes consultados pelo "The Wall Street Journal" de 0,4% para o mês. O que se observou, neste contexto, foi um dia de menor pressão altista nos rendimentos dos Treasuries, o que também se refletiu no fechamento da curva de juros no mercado local. Assim, setores ligados à atividade doméstica e particularmente sensíveis à dinâmica do mercado de renda fixa despontaram como os melhores da sessão. Ações de shoppings centers, que vinham sofrendo com perdas expressivas no ano, lideraram os ganhos diários. O Economista-Chefe de América Latina da Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia, espera um aumento expressivo da volatilidade no mercado acionário brasileiro, que, em sua visão, deve permanecer pressionado no curto prazo. "O upside da moeda local não parece atraente para as ações em relação aos rendimentos de renda fixa do governo, e o risco cambial do real parece mais inclinado para o lado negativo. Mais importante ainda, a eleição presidencial de outubro está se aproximando rapidamente e o mercado de ações geralmente tem um desempenho ruim nos meses anteriores. As perspectivas para o fim do segundo semestre parecem muito melhores", afirma.
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