Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 448 |29 de agosto de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Semana começa com fraco movimento de negócios no mercado do boi gordo
Início da semana marcado por poucos negócios nas praças brasileiras, com a grande maioria dos frigoríficos fora das compras de boiadas gordas, aguardando o resultado das vendas de carne no final de semana para definir os preços que serão ofertados, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário
De acordo com apuração da Scot Consultoria, as cotações de todas as categorias de bovinos para abate não mudaram na segunda-feira (28/8) nas regiões pecuárias de São Paulo, entre outras praças brasileiras. Segundo a Scot, o boi “comum” paulista segue negociado em R$ 205/@, a vaca gorda em R$ 185/@ e a novilha gorda em 197/@ (preços brutos e a prazo). O “boi-China” (base SP) está valendo R$ 210/@ (preço bruto e a prazo), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal destinado ao mercado doméstico. De acordo com dados levantados pela S&P Global Commodity Insights, em âmbito nacional, os poucos referenciais captados pela consultoria na segunda-feira indicaram novas quedas nos preços do boi gordo. Nas praças de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, os preços seguem sem sustentar pisos diante da grande liquidação de animais prontos para abate, informa a S&P Global. Segundo levantamento da S&P Global, as escalas de abates seguem compostas por animais provindos de confinamento próprio ou negociações com boiteis, reduzindo a necessidade em efetivar grandes volumes de compras no balcão. “A fraca demanda pelo animal terminado deve condicionar uma nova rodada de baixas no mercado spot nesta última semana de agosto”, aposta a S&P Global. Na B3, os preços dos contratos futuros do boi gordo também seguem em queda, rompendo os R$ 200/@ para os vencimentos para agosto e setembro de 2023, informa a consultoria. No curto prazo, reforça a S&P Global, “o mercado não parece possuir fundamentos capazes de cessar os movimentos de quedas nos preços da arroba”. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 197/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 204/@ (prazo) vaca a R$ 189/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 189/@ (prazo) vaca a R$ 172/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 187/@ (à vista) vaca a R$ 172/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 187/@ (à vista) vaca a R$ 170/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 190/@ (prazo) vaca R$ 180/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 225/@ (à vista) vaca a R$ 204/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 204/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 172/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 182/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 182/@ (à vista) vaca a R$ 163/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Suínos: cotações em queda para o animal vivo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve baixa de 1,74%, com preço médio de R$ 113,00, enquanto a carcaça especial ficou estável, custando R$ 8,80/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (25), o preço não mudou apenas no Paraná, fixado em R$ 5,92/kg. Houve queda de 0,31% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,37/kg, baixa de 0,85% no Rio Grande do Sul, custando R$ 5,86/kg, retração de 0,34% em Santa Catarina, atingindo R$ 5,86/kg, e de 0,98% em São Paulo, fechando em R$ 6,07/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços do mercado do frango sobem em SC. Estáveis no PR
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço ficou estável em R$ 4,48/kg, e houve aumento de 1,60% em Santa Catarina, atingindo R$ 4,45/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (25), a ave congelada baixou 2,47%, atingindo R$ 6,32/kg, enquanto o frango resfriado recuou 0,16%, fechando em R$ 6,31/kg.
Cepea/Esalq
Derivados de madeira desequilibram as contas na avicultura do Paraná
Levantamento do custo de produção realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR mostra que gasto com aquecimento das granjas onera o bolso do produtor
O aquecimento das granjas tem pesado no bolso do avicultor paranaense, segundo levantamento dos custos de produção realizado em maio pelo Sistema FAEP/SENAR-PR. Os preços dos derivados de madeira, que incluem lenha, pellet, briquet, maravalha e cavaco, tiveram a maior alta deste ano, chegando a mais de 25% em algumas regiões, como Sudoeste e Campos Gerais, reflexo de um cenário de desequilíbrio. O valor da madeira vinha caindo desde 2012, o que causou desestímulo ao plantio de espécies de árvores utilizadas para o aquecimento, principalmente a lenha. Isso levou à redução da oferta nos últimos anos, elevando os preços. A alta demanda pelas indústrias também contribuiu para a elevação das cotações da lenha. Até mesmo fatores extraordinários acabaram influenciando, como a guerra na Ucrânia, que vem causando aumento pela procura de lenha em meio às ameaças à infraestrutura energética do país. “O aquecimento é o nosso calcanhar de Aquiles”, define Carlos Eduardo Maia, avicultor em São João do Caiuá, no Norte do Paraná. “Já até ouvi produtor dizer que seria melhor não alojar aves no inverno com o preço que está a madeira”, complementa o produtor, que está à frente da Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec) de Santo Inácio e faz parte da Comissão Técnica (CT) de Avicultura da FAEP. Na avaliação de Maia, é preciso buscar eficiência na gestão do negócio para se manter na atividade, como antecipar a compra de madeira em grande escala, reutilizar recursos e investir em energia fotovoltaica. A diversificação de atividades dentro da propriedade é outra aposta para reduzir os custos e equilibrar as contas. “Uma atividade ajuda o desenvolvimento da outra em momentos ruins”, aponta Maia, que também investe em gado de corte, mandiocultura e plantio de eucalipto em sistema de integração. No caso do produtor, o eucalipto faz sombreamento para o gado e também é extraído para virar a lenha que promove o aquecimento para as 600 mil aves alojadas em 14 aviários. Como a propriedade ainda não é autossuficiente em lenha, o produtor compra floresta em pé de vizinhos parceiros. A cama de aviário faz a adubação das pastagens e da lavoura de mandioca e o excedente, comercializado. Implementos e mão de obra da propriedade também são compartilhados entre os manejos das atividades. O incentivo ao plantio de floresta é uma demanda discutida na Cadec da Santo Inácio. Com o resultado do levantamento dos custos deste ano, os produtores terão argumentos sólidos para debater com a indústria. “A ideia é que a indústria ofereça alguma forma de incentivo ao produtor para o plantio de floresta”, adianta. “Algumas indústrias têm exigido manejos específicos que demandam um maquinário mais caro. Tudo isso vai encarecendo o nosso custo de produção”, justifica.
FAEP/SENAR-PR
CARNES
Na Expointer, ABPA e ApexBrasil assinam convênio para fortalecer exportações
Convênio reforça estratégias internacional da avicultura e da suinocultura do Brasil
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, assinarão um novo convênio para o projeto setorial de promoção das exportações da avicultura e da suinocultura do Brasil. A assinatura acontecerá no dia 1º de setembro (sexta-feira), às 14h00, durante a Expointer 2023, em Esteio (RS). O convênio que será assinado terá validade de dois anos, até 2025, e contará com diversas linhas estratégicas para o fortalecimento do comércio internacional da proteína animal do Brasil. São ações que incluem mentoria técnica e apoio para campanhas de imagem, organização de eventos e participação em feiras de diversos mercados-alvo para os setores exportadores de carne de frango, carne suína, carne de pato, ovos e material genético avícola. “As iniciativas envolvem temáticas relacionadas à sustentabilidade, qualidade dos produtos e sanidade de produção, com projeções de mais de US$ 4 bilhões em novos negócios impulsionados pelas ações do convênio”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin, baseado em dados apoiados em convênios anteriormente firmados com a ApexBrasil. A assinatura acontecerá no auditório do estande do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, localizado no Pavilhão Internacional da Expointer, em Esteio (RS).
ABPA
EMPRESAS
Minerva compra 16 plantas da Marfrig por R$ 7,5 bi
Companhias consolidam perfil de commodity, de um lado, e processados, de outro
Em sua maior transação, a Minerva acaba de fechar a compra de 16 plantas de abate e desossa da Marfrig na América do Sul e um centro de distribuição por R$ 7,5 bilhões. São 11 plantas no Brasil, três no Uruguai, uma na Argentina e uma no Chile, mercado de estreia para a companhia de Fernando Queiroz. O negócio é estratégico para ambas. Por um lado, a Marfrig segue sua consolidação como empresa de marcas, de produto final de maior valor agregado (e, de quebra, reduz a alavancagem), enquanto a Minerva banca a vocação de empresa de commodity. A Minerva, que já foi fornecedora da BRF, formaliza contratos de fornecimento de matéria-prima para processamento com o grupo Marfrig em alguns desses mercados. “As companhias reforçam seus focos. A gente aplica nossa diversificação geográfica, de países e também estados, passando de 47% para 52% Brasil em bovino. Em cordeiro, que era uma operação concentrada na Austrália, agora 25% fica no Chile”, diz Queiroz ao Pipeline. Segundo Queiroz, essa conversa deve ter uns 15 anos. “Sempre achamos que fazia sentido e houve um amadurecimento das companhias nesses anos, nas estratégias de cada uma e nas conversas. A gente não tem sobreposição agora, é ganha-ganha”, diz. Já a Marfrig ainda mantém 58% da receita da América do Sul, cerca de R$ 16 bilhões, após a venda e 10% de margem Ebitda, considerando os dados do último ano como referência. Com 16 plantas, a Minerva dá um salto de 44% em capacidade de abate com a aquisição, maior pure player da região e com o maior número de plantas certificadas para exportação à China. São quase 13 mil cabeças por dia de capacidade de abate adicional em bovinos e 6,5 mil em ovinos. A estimativa é que os ativos geram receita de R$ 18 bilhões e um Ebitda de R$ 1,5 bilhão, na conta que considera a média atual por abate da Minerva. A venda vai reduzir em uma vez a alavancagem da Marfrig de 4,08x para 3,12x, isso sem BRF. “A redução de alavancagem é um efeito secundário do processo de consolidação de planejamento estratégico”, afirma Rui Mendonça, CEO da Marfrig. “Decidimos concentrar nossa operação em complexos industriais e unidades independentes de processados e alienar as unidades de abate sem integração, que buscavam a venda de carne in natura”, diz Mendonça. “É mais uma etapa dessa consolidação no tipo de produto que a gente entende ser mais rentável e em segmentos de crescimento mundial, como o hambúrguer.” O CEO destaca que essa trajetória da Marfrig para companhia de marcas e processados tem sido intensa nos últimos anos. Em 2018, a companhia comprou a National Beef, com a maior planta de hambúrgueres do mundo, em Ohio, nos anos seguintes comprou a Quick Foods, da Argentina, das mãos da BRF, assim como uma planta de processados em Várzea Grande, depois complementada com um frigorífico da própria Minerva. Várzea Grande é um exemplo de complexo operacional ao qual Mendonça se refere, assim como Promissão, Tacuarembó (Uruguai) e São Jorge (Argentina) - complexos em que a Marfrig investiu cerca de R$ 8 bilhões nos últimos anos. “Essa transição interna de matéria-prima nos permite otimizar a operação, com custos de produção de cada tonelada de produto muito mais competitivos”, diz o executivo. A Marfrig já recebeu hoje R$ 1,5 bilhão e os R$ 6 bilhões serão quitados após aprovações regulatórias. A Minerva tem uma linha de crédito do J.P. Morgan garantida por 18 meses e depois pode substituir por dívida no mercado de capitais, como bond, debênture ou CRA. Mas o CFO Edison Ticle explica que o impacto no endividamento, que a princípio eleva a alavancagem a 3,2 vezes, é mais suave do que a cifra faz parecer. "É a 20a aquisição que eu e Fernando fazemos juntos aqui na Minerva e, na nossa experiência, nos primeiros 18 meses conseguimos entre 1,5 a 2 pontos de sinergia na margem Ebitda combinada. E esses ativos já entram gerando caixa livre”, destaca Ticle, o que chegaria a uma alavancagem muito semelhante à atual em um ano. “Ficamos com as plantas e os funcionários, sem o administrativo. É plug and play”, diz. O custo financeiro da dívida deve ficar em torno de R$ 800 milhões/ano, com capex de manutenção na cada de R$ 300 milhões. “Se tirarmos isso do Ebitda das plantas, ainda sobre R$ 400 milhões no caixa, sem contar sinergias. Por isso a gente tem conforto para dar esse passo”, calcula. A Minerva, que tem uma política de disponibilidade financeira alta, tinha fechado o trimestre com R$ 6 bilhões em caixa.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Mesmo em ano de seca, clube do bilhão ganha novos sócios no Paraná
Explosão no número de municípios com Valor Bruto de Produção Agropecuária acima de R$ 1 bilhão em 2022 tem lastro no aumento no preço das commodities e crescimento da produção
O grupo tem ganhado novos membros de forma acelerada. Até 2020, 14 cidades se enquadravam nessa categoria, número que saltou para 25 em 2021 e 34 em 2022. Ao que tudo indica, nos próximos anos, essa entrada de novos integrantes na confraria deve seguir em vigor. Afinal, 22 cidades faturam anualmente acima de R$ 800 milhões com o agro. A expansão de municípios com o título de VBP bilionário é, em boa parte, explicada pela diversificação das atividades agropecuárias no Paraná, o que colabora a enfrentar momentos de crise. Mesmo com a quebra de 43% na soja na safra 2021/22, o desempenho da pecuária manteve o ritmo e segurou o rombo causado pela seca. A estratégia de ser competitivo em diversas culturas serviu de amortecedor para o agronegócio paranaense em 2022, como mostram os dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). “A pecuária é como se fosse um colchão na nossa agropecuária, pois sempre temos uma produção, no mínimo, constante. A cadeia ganhou participação nos últimos anos e se sustenta. E teve maior participação no VBP de 2022, com 51% do total”, explica Larissa Nahirny Alves, economista do Deral. Não à toa, os dois maiores VBPs do Paraná são de locais com pecuárias fortes. Toledo (R$ 4,3 bi) tem o maior rebanho de suínos do país, sendo que, em 2022, a atividade de corte, sozinha, movimentou R$ 1,3 bilhão no município. O segundo colocado na lista, Castro, também carrega um título relacionado à pecuária: Capital Nacional do Leite. Eduardo Medeiros, presidente do sindicato rural do município, detalha que a atividade leiteira garante, de forma orgânica, um crescimento médio de 5% ao ano. Mesmo com a pecuária funcionando como um amortecedor, em termos gerais, o VBP do Paraná cresceu 6% nominalmente, totalizando R$ 191,2 bilhões. Porém, em valores reais, com correção da inflação, o faturamento fechou em queda de 5%. O aumento nas cotações (média de +21% entre as 55 principais culturas) compensou, em parte, as perdas, que, ainda assim, foram estimadas em R$ 31,1 bilhões. O cenário de preços em alta fica mais evidente analisando as exportações. Em 2022, o volume de negócio com o mercado internacional, em toneladas, caiu 14%, especialmente em virtude da quebra da safra de soja. Porém, o total, em dólares, subiu 11%, passando de US$ 15,2 bilhões em 2021 para US$ 16,8 bilhões em 2022. “Esse resultado é explicado em maior medida pela valorização internacional dos preços, haja vista que houve uma valorização do real frente ao dólar no período”, lembra Larissa Nahirny Alves, do Deral. Entre os nove recém-chegados no clube do bilhão, General Carneiro (+38,1%), no Centro-Sul; Astorga (+20,1%), no Norte; e Pato Branco (+18,8%), no Sudoeste, tiveram maiores taxas de crescimento em 2022 na comparação com 2021. General Carneiro, por exemplo, teve um crescimento vertiginoso, saindo de um VBP de R$ 392 milhões em 2020 para R$ 1,04 bilhão em 2022. Segundo o prefeito do município, Joel Ricardo Martins Ferreira, um dos fatores para esse salto exponencial envolve a indústria madeireira instalada no local, que está colhendo os frutos de investimentos feitos no passado. Em Astorga, o VBP alcançou R$ 1,17 bilhão tendo a avicultura como carro-chefe, que movimentou R$ 662,13 milhões, seguido pela soja (R$ 145,95 mi). A presença de diversas cooperativas de crédito, uma participação efetiva dos produtores junto ao sindicato e a busca constante por qualificações são alguns dos diferenciais competitivos do local. Completando o pódio de maiores crescimentos dos novos sócios bilionários, Pato Branco elevou em 18,9% o faturamento de 2022 no comparativo com 2021.
FAEP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fica estável em meio a movimentos técnicos no Brasil
O dólar à vista voltou a fechar estável ante o real na segunda-feira, em meio a movimentos técnicos de compra e venda de moeda em níveis específicos, enquanto no exterior a divisa norte-americana demonstrou volatilidade ao longo da sessão.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8755 reais na venda, com leve variação positiva de 0,01%. Na sexta-feira, a moeda já havia variado apenas 0,09% em baixa. Na B3, às 17:27 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento operava estável, a 4,8790 reais. No início da sessão, às 9h06, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 4,8640 reais (-0,23%), com investidores reagindo ao anúncio de estímulos econômicos na China. O país asiático reduziu pela metade um imposto sobre as negociações de ações, numa tentativa de impulsionar o mercado de capitais. “Depois que o dólar ficou barato, apareceu importador comprando e tesourarias (de instituições financeiras) recompondo posições (compradas) no mercado futuro”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. Estes movimentos técnicos acabaram por fazer o dólar fechar estável, enquanto no exterior a moeda norte-americana sustentava, no fim da tarde, leves perdas ante divisas fortes e sinais mistos ante as demais moedas, em meio às dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve na política monetária. Em geral, o mercado continuava repercutindo a fala da semana passada do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, em que disse que o banco central pode precisar elevar ainda mais os juros para garantir que a inflação seja contida. Na ocasião, ele também citou os progressos alcançados até agora e os riscos decorrentes da força surpreendente da economia dos EUA.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta de 1,11% puxado por bancos
A MINERVA ON fechou em alta de 4,21%, a 10,9 reais, reagindo após recuar 6,6% no acumulado dos últimos três pregões. No setor, MARFRIG ON avançou 3,54%
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, acelerando os ganhos na parte da tarde puxado principalmente pelas ações de bancos, enquanto Natura&Co também ocupou os holofotes após anunciar que avalia "alternativas estratégicas" para a rede de lojas The Body Shop (TBS), incluindo potencial venda. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,11%, a 117.120,98 pontos. O volume financeiro somou 17,6 bilhões de reais. Wall Street corroborou a trajetória mais positiva na bolsa paulista, com o S&P 500 avançando 0,63% no primeiro pregão de uma semana que reserva uma bateria de dados econômicos relevantes nos Estados Unidos, incluindo dados de preços ao consumidor e o relatório do mercado de trabalho. Notícias da China também repercutiram bem, com o governo do país reduzindo pela metade um imposto sobre as negociações de ações a partir desta segunda-feira, na mais recente tentativa de "revigorar o mercado de capitais e aumentar a confiança dos investidores". No cenário doméstico, a pauta fiscal também continuou sob os holofotes, conforme se aproxima o prazo para o governo enviar a proposta orçamentária ao Congresso, no próximo dia 31, particularmente medidas de aumento de arrecadação para cumprir a sua meta de déficit zero. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda medida provisória que prevê cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos exclusivos dos chamados "super-ricos" e também enviou ao Congresso projeto de lei que tributa o capital de residentes brasileiros aplicado em paraísos fiscais.
REUTERS
Focus: Expectativas de inflação ficam praticamente inalteradas após IPCA-15
As expectativas do mercado para a inflação ao longo deste ano e dos próximos ficaram praticamente inalteradas mesmo após uma surpresa para cima na leitura de agosto do IPCA-15, mostrou na segunda-feira o boletim semanal Focus do Banco Central
A sondagem, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os economistas seguem prevendo alta de 4,90% do IPCA em 2023. Para o ano que vem, houve ajuste de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,87%, enquanto, para 2025 e 2026, ambos os prognósticos de inflação permaneceram inalterados em 3,50%. Na sexta-feira, dados haviam mostrado que o IPCA-15 subiu mais do que o esperado em agosto sob pressão dos custos da energia elétrica, com a taxa em 12 meses voltando a superar os 4%. Em um Focus sem grandes alterações, outro destaque ficou para a melhora da estimativa de crescimento econômico do Brasil deste ano, a 2,31%, contra 2,29% na pesquisa anterior. Para os próximos três anos, as projeções foram mantidas em expansões de 1,33%, 1,90% e 2,00%, respectivamente. Além disso, o mercado elevou sua projeção para a taxa de câmbio ao final deste ano, passando a calcular o dólar a 4,98 reais, contra 4,95 reais previstos na semana anterior. O Focus segue mostrando que a taxa básica de juros Selic deve terminar este ano a 11,75%, depois de o BC tê-la cortado em agosto para o nível atual de 13,25%. Para 2024 também segue a projeção de juros a 9,0%.
REUTERS
IPCA-15 foi "mais ou menos" o que BC esperava e núcleo de serviços não veio ruim, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que a alta do IPCA-15 em agosto indica "mais ou menos" a trajetória que o Banco Central esperava para a inflação, afirmando ainda que o núcleo dos preços de serviços, que está sendo acompanhado de perto pela autoridade monetária, "até que não veio ruim"
Falando em evento da Warren Investimentos, Campos Neto ponderou, no entanto que outros componentes do índice de preços vieram acima do esperado. Na sexta-feira, dados mostraram que o IPCA-15 subiu mais do que o esperado pelo mercado em agosto sob pressão dos custos da energia elétrica, com a taxa em 12 meses voltando a superar os 4%.
REUTERS
Estoque de crédito no Brasil cai 0,2% em julho; concessões recuam 5,4%
As concessões de empréstimos no Brasil recuaram 5,4% em julho na comparação com o mês anterior, informou o Banco Central na segunda-feira, com o estoque total de crédito caindo 0,2% no período, a 5,405 trilhões de reais
No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, tiveram queda de 9,3% em relação a junho. Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve avanço de 30,4% no período. Em julho, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 5,0%, contra 4,9% no mês anterior. Já as taxas bancárias médias recuaram no mês passado. Os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 44,3%, um recuo de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior. Nos recursos direcionados, houve baixa de 0,4 ponto no mês, a 11,6%. O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, recuou para 33,0 pontos percentuais nos recursos livres, contra 33,1 pontos no mês anterior.
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