Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 444 |23 de agosto de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços da arroba continuam enfraquecidos
A terça-feira (22/8) registrou negociações limitadas no mercado físico do boi gordo diante do fraco apetite comprador por parte das indústrias, informou a S&P Global Commodity Insights
“Com escalas de abate minimamente acomodadas e operações que atendem aos compromissos de curtíssimo prazo, a maior parte dos compradores de gado ficou ausente dos negócios”, ressaltou a consultoria. “O clima seco, temperaturas elevadas no interior do País e condições de preços que impactam negativamente as margens de produção forçam os pecuaristas a permanecerem liquidando os seus lotes remanescentes, de modo a evitar maiores prejuízos diante da grande incerteza no mercado”, destacou a S&P Global. Na avaliação da consultoria, o enfraquecimento da demanda doméstica pela carne bovina é o principal responsável pelos recuos nos preços do boi gordo, mesmo diante de um volume de animais mais enxutos nas principais regiões produtoras do país. “Essa oferta acima da necessidade de compra das indústrias deve se manter como pano de fundo do cenário atual, condicionando novas rodadas de cotações mínimas nas semanas vindouras”, disseram os analistas da S&P Global. Nas praças paulistas, os frigoríficos permaneceram fora das compras de boiadas gordas na terça-feira, disse a Scot Consultoria. Os preços de todas as categorias de bovinos destinados ao abate ficaram estáveis na comparação diária, com ofertas de compra abaixo da referência, informou. Segundo a Scot, a arroba do boi gordo paulista está em R$ 210, a da vaca em R$ 195 e a da novilha em R$ 206 (preços brutos e a prazo). Em São Paulo, o “boi-China” está cotado em R$ 220/@ (preço bruto e a prazo), perfazendo um ágio de R$ 10/@ sobre o animal negociado no mercado interno. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 202/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 209/@ (prazo) vaca a R$ 189/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 172/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 195/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 170/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca R$ 197/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 225/@ (à vista) vaca a R$ 204/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo) PA-Paragominas: boi a R$ 204/@ (prazo); vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 185/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 172/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Preços caem nos supermercados de SP, com destaque para carne bovina
Menor custo de engorda do boi de corte, com a redução do preço da ração animal no início deste ano produziu efeito direto sobre o preço das demais proteínas animais
Os preços da carne bovina caíram 10% nos supermercados paulistas desde janeiro e, especificamente, 3,5% em julho, segundo levantamento feito pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fipe. Foi a maior redução da categoria chamada semielaborada, que registrou baixa de 3,56% em julho, o segundo mês consecutivo. O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), que mede a cesta completa de produtos, caiu 1% no mês. Com o resultado de julho, a inflação acumulada no ano ficou em 0,60%, menor índice desde 2018, e segundo menor resultado desde 2007. “A redução no preço da carne bovina é resultado, sobretudo, do menor custo de engorda do boi de corte. A redução do preço da ração animal no início deste ano produziu efeito direto sobre o preço das demais proteínas animais”, afirma a Apas, em nota. Ainda na categoria semielaborada, a carne suína deflacionou 2,7% em julho e acumula queda de 5,64% no ano. Já o quilo do frango ao consumidor paulista recuou 5,48% em julho, com redução de 20,6% no ano. O preço dos pescados também apresentou redução no mês passado, de 0,87%. Com isso, a alta acumulada no ano desacelerou para 0,36%.
GLOBO RURAL
SUÍNOS
Suínos: quedas nas cotações. Indústrias retraídas nas compras
De acordo com a Scot Consultoria, o valor da carcaça especial teve queda de 1,12%/1,09% frente ao dia anterior e está precificada em R$ 8,80/R$ 9,10 por kg. Assim como os preços para o suíno CIF estão cotados em R$ 112,00/@ e R$ 115,00/@, baixa de 1,75% e 1,71%, respectivamente
A Scot informou que a semana começou com queda de referência em São Paulo. O relato é de que há estoques nas indústrias e dificuldade no escoamento da produção. Com isso, houve menor apetite pelos compradores no atacado ou nas granjas. “Em curto prazo, há espaço para vermos quedas nos próximos dias, dado o período do mês e os estoques vigentes, reduzindo o apetite dos mercados em reportem seus estoques”, disse o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri. O preço do animal vivo em Minas Gerais está em R$ 6,55/kg, queda de 1,50%, conforme foi divulgado pelo Cepea/Esalq referente às informações da última segunda-feira (21). Já no estado do Paraná o preço ficou em R$ 6,09/kg, com baixa de 1,93%. O preço do animal vivo em São Paulo está em R$ 6,46/kg, recuo de 1,27%. Em Santa Catarina, o animal vivo teve queda de 1,17% e está em R$ 5,93/kg. No Rio Grande do Sul, o preço do suíno teve baixa de 1,50% e está cotado em R$ 5,93/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Mercado do frango em São Paulo com estabilidade
De acordo com a Scot Consultoria, o mercado iniciou a semana com vendas pouco volumosas e a ponta compradora procurando abastecer-se com o mínimo possível para atender à demanda vigente. A Scot Consultoria informou que os preços para o frango na granja seguem estáveis em R$ 5,00/kg e o frango no atacado paulista está em R$ 6,10/kg, com baixa de 0,31%
Nas granjas, persiste a estabilidade, disse a Scot. “Com o produtor independente remunerado em R$5,00/kg nesse início de semana, no interior de São Paulo. Há um cenário equilibrado entre a oferta vigente e a necessidade da ponta compradora”, destacou o analista de Mercado, Felipe Fabbri. A referência para o frango vivo em Santa Catarina teve avanço de 8,87% e está em R$ 4,42/kg. conforme divulgado pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). No Paraná, a cotação do frango vivo está estável em R$ 4,50/kg. Em São Paulo, a cotação do frango vivo está sem referência. No último levantamento realizado pelo Cepea na segunda-feira (21), o preço do frango congelado apresentou queda de 1,66% e está em R$ 6,52/kg. Já o frango resfriado registrou recuo de 2,45% e está sendo negociado em R$ 6,37/kg.
Cepea/Esalq
INTERNACIONAL
China vem substituindo importações de carne bovina
De acordo com o boletim Gain Report, divulgado pelos adidos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China deverá produzir 7,7 milhões de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça no ano de 2024
Em 2023, a previsão é de uma produção de 7,5 milhões de toneladas. Para atingir essa produção, a China deverá realizar o abate de aproximadamente 51,8 milhões de bovinos em 2024, em comparação com a expectativa de abate de 50,3 milhões de animais neste ano. Quanto às importações, o país asiático estima adquirir cerca de 3,320 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, enquanto para 2023, espera-se importações na ordem de 3,5 milhões de toneladas. No que se refere ao consumo interno, a projeção é de um consumo de aproximadamente 10,999 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, contrastando com a estimativa de uma demanda de 10,980 milhões de toneladas para o ano de 2023.
GAIN REPORT/USDA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Leilão do Lote 1 de rodovias do Paraná recebe duas ofertas, do Pátria e da Equipav e Perfin, dizem fontes
A concessão prevê R$ 7,9 bilhões de investimentos ao longo dos 30 anos de duração, além de outros R$ 5,2 bilhões de custos operacionais
O leilão do Lote 1 de rodovias do Paraná, marcado para esta sexta-feira (25), deverá ter uma disputa entre dois grupos: a gestora de investimentos Pátria, em consórcio com grupos locais; e a EPR, empresa formada pela Equipav e pela gestora Perfin, segundo fontes de mercado. A concessão prevê R$ 7,9 bilhões de investimentos ao longo dos 30 anos de duração, além de outros R$ 5,2 bilhões de custos operacionais. O trecho licitado contempla 473 km de estradas federais (BR-277/373/376/476) e estaduais (PR418/423/427). Trata-se de um conjunto de rodovias que parte de Curitiba em direção ao interior do Estado, passando pela cidade de Ponta Grossa. As propostas foram entregues na segunda-feira (21). Na concorrência, que será realizada na sede da B3, em São Paulo, vencerá o grupo que oferecer a menor tarifa de pedágio. Para coibir ofertas “aventureiras”, o governo federal incluiu um mecanismo de aportes, que devem crescer à medida que o deságio aumenta. O desembolso será progressivo. Até 18%, não há necessidade de aporte. Caso o interessado ofereça de 19% a 23% de deságio na tarifa, terá que pagar R$ 100 milhões a cada ponto percentual de desconto. O valor vai crescendo — entre 24% e 30%, sobe para R$ 120 milhões e, a partir de 31%, R$ 150 milhões por ponto percentual. Procurados, o Pátria disse que não comentaria, e a EPR ainda não se manifestou a respeito do tema.
VALOR ECONÔMICO
Associação de auxílio a haitianos pede R$ 20 milhões de indenização à C. Vale após explosões
A C. Vale informa que até o momento não foi notificada sobre a ação e reforça seu compromisso com o cumprimento das normas e legislação trabalhista
A Associação para a Solidariedade dos Haitianos no Brasil (ASHBRA) protocolou na segunda-feira (21/08) uma ação civil pública pedindo uma indenização de R$ 20 milhões à C. Vale, por danos morais coletivos devido às mortes nas explosões na unidade de grãos da cooperativa, em Palotina (PR). A ação corre no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em Assis Chateaubriand (PR), que possui um posto de atendimento em Palotina. A ASHBRA tem sede em Curitiba (PR) e é presidida pela haitiana Laurette Bernadin Louis, que é fisioterapeuta. A entidade foi criada em 2014, com o objetivo de prestar auxílio material, social e humanitário aos migrantes haitianos que chegam ao país. Conforme o texto do processo, a ação visa à tutela de interesses difusos e coletivos, com o intuito de impedir que a cooperativa viole as normas, “causando prejuízos futuros aos seus empregados”. Paulo Roberto Pegoraro Junior, advogado da associação, disse que somente o fato de a cooperativa estar na condição de empregadora traz um contexto de responsabilidade. Além da reparação do dano moral coletivo, a ação pede a indenização como medida exemplificativa e punitiva. Dessa maneira, o valor deve ser direcionado a um fundo social de caráter coletivo, conforme determinação da Justiça. A C. Vale informou, por meio de nota, que não foi notificada, até o presente momento, do ajuizamento da ação civil pública. A cooperativa reforça que está cooperando ativamente com as investigações e diante de todos os órgãos responsáveis, incluindo o Ministério Público do Trabalho. A empresa reforça seu compromisso pelo cumprimento das normas e legislação trabalhista e destaca que está agindo de forma proativa no apoio integral às famílias das vítimas da explosão, disponibilizando serviços de assistência social, psicológica, médica e financeira. A cooperativa afirma que “eventual manifestação sobre ações judiciais serão realizadas no bojo processual, em atenção aos princípios da legalidade e do contraditório”. No dia 7 de agosto, a Justiça do Trabalho determinou que a C. Vale realizasse imediatamente o pagamento das verbas rescisórias de todos os trabalhadores vitimados pela explosão. Sobre essa determinação, a cooperativa informou que os valores correspondentes aos salários e verbas rescisórias dos trabalhadores avulsos envolvidos na explosão do dia 26 de julho, em sua unidade de grãos de Palotina, já haviam sido depositados na conta do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral antes de a cooperativa ser intimada judicialmente, seguindo cronograma de pagamento mantido com a entidade.
GLOBO RURAL
Colheita do milho avança no Paraná após semana de clima seco, indica Deral
Maior parte das regiões paranaenses apresentam boas produtividades
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou seu relatório semanal trazendo as condições de tempo e cultivo para as principais culturas do estado. De acordo com o levantamento, a colheita da segunda safra de milho saiu dos 34% registrados na semana passada para 48% do total. Do restante ainda em campo, 97% das lavouras estão em maturação e 3% ainda em frutificação. As regiões mais adiantadas na colheita são Guarapuava, Irati e Pato Branco (100%), Francisco Beltrão (96%), União da Vitória (95%), Ponta Grossa (85%), Toledo (82%), Pitanga (75%) e Cascavel (61%). Os técnicos do Deral ainda classificam 80% das lavouras como em boas condições, 18% das lavouras em médias e 2% em ruins, com queda de 1 ponto percentual no patamar de melhores avaliações. Detalhando as regiões paranaenses, o Deral indica que as condições climáticas favoráveis da semana anterior permitiram avanço significativo da colheita na região Norte, onde a produção colhida tem apresentado bons rendimentos e qualidade. Outra região que se aproveitou de uma semana de estiagem para entrar na fase final de colheita foram as Noroeste, Sudoeste, Oeste e Centro-Oeste. Nas duas últimas, as produtividades vêm se mantendo dentro das estimativas. Por outro lado, a região Sul apresenta diminuição nas produtividades médias com a colheita adentrando as áreas de plantio mais tardio.
SEAB-PR/DERAL
Resultado final do VBP de 2022 mostra que pecuária representa 51% da economia rural do Paraná
O VBP total do Paraná teve um incremento de aproximadamente R$ 500 milhões em relação ao divulgado no relatório preliminar em junho (R$ 191,2 bilhões) e fechou em R$ 191,7 bilhões. Pecuária representou 51% do faturamento do setor.
Os setores pecuário e de produtos florestais ampliaram a participação no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária paranaense em 2022, que teve os números finais divulgados na terça-feira (22) pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Enquanto a pecuária subiu de 48% para 51% comparado com o ano anterior, a produção florestal foi de 3% para 5%. Prejudicada pelas geadas e estiagem, a agricultura passou de 49% para 44%. Após ajustes pontuais realizados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), o VBP total do Paraná teve um incremento de aproximadamente R$ 500 milhões em relação ao divulgado no relatório preliminar em junho (R$ 191,2 bilhões) e fechou em R$ 191.723.099.716,51. As pesquisas têm mostrado desenvolvimento muito bom da safra de grãos 2023/24, o que projeta recuperação do setor agrícola no VBP deste ano. Em 2022 os grãos tiveram um valor bruto de R$ 76,1 bilhões. Até agora, pelo levantamento dos técnicos do Deral, a projeção para 2023 é de R$ 90 bilhões. A técnica do Deral responsável pelo levantamento do VBP, Larissa Nahirny, disse que o relatório final confirma o destaque da pecuária paranaense. "Essa é uma tendência que vínhamos observando há algum tempo. Em 2022 houve um aumento considerável, com destaque para o leite bovino, que saiu de R$ 9 bilhões para R$ 11,4 bilhões", disse. Em produtos florestais, Larissa destacou o segmento de papel e celulose. O VBP de 2021 tinha apontado R$ 896,3 milhões. No relatório divulgado agora houve aumento nominal de 118% e real de 96%, ultrapassando R$ 1,9 bilhão. Os produtos de serraria e laminados tiveram expressivo ajuste nominal de 56% (41% real), subindo de R$ 3,5 bilhões para R$ 5,5 bilhões.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em queda de 0,84%, a R$4,9372 na venda
O dólar fechou em queda acentuada frente ao real na terça-feira, pressionado por cenário internacional mais favorável a ativos de risco em sessão sem grandes catalisadores, tendo como pano de fundo novas declarações de autoridades do Banco Central sobre a política monetária.
O dólar caiu 0,84%, a 4,9372 reais na venda, recuo mais acentuado desde 24 de julho (-0,98%). No entanto, a divisa ainda acumula alta de 4,40% até agora em agosto.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta puxada por Vale e expectativa sobre arcabouço fiscal
O Ibovespa fechou em alta na terça-feira, puxado principalmente pelo avanço de mais de 2% das ações da Vale em dia de avanço dos futuros do minério de ferro, assim como suporte pelas expectativas de uma definição envolvendo o novo arcabouço fiscal do país
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,54 %, a 116.196,52 pontos, de acordo com dados preliminares. Apesar do desempenho, ainda contabiliza perda de 4,7% em agosto. O volume financeiro nesta terça-feira somava 18,14 bilhões de reais.
REUTERS
Câmara aprova novo arcabouço fiscal e texto segue para sanção presidencial
Despesas do Fundeb e do Fundo Constitucional do DF são excluídas de marco fiscal
A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira o projeto de lei do novo arcabouço fiscal do país, que estabelece regras sobre o quanto o governo federal poderá gastar nos próximos anos. Com isso, o texto será encaminhado para sanção presidencial a tempo de permitir que o Executivo envie na próxima semana a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 já sabendo quais serão as normas a serem seguidas. Os deputados decidiram deixar as despesas do Fundo de Valorização da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Constitucional do Distrito Federal de fora do novo arcabouço, mas incluíram as da ciência e tecnologia. Os deputados analisaram apenas as modificações feitas pelos senadores no texto, sem possibilidade de incluir novas mudanças. A exclusão do Fundeb e do Fundo do Distrito Federal teve amplo apoio, aprovada por 379 votos a 64, mas a principal demanda do governo sequer chegou a ser votada e acabou rejeitada por acordo entre os partidos. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pedia a aprovação de emenda do Senado que a autorizava a incluir cerca de R$ 32 bilhões na LOA de 2024 como “despesas condicionadas”, o que evitaria a necessidade de propor cortes agora. O projeto do arcabouço limita o crescimento das despesas do governo federal à inflação do ano anterior mais 70% do incremento das receitas. Os deputados, contudo, mudaram a data de aferição da inflação em relação aos planos iniciais do governo, para que o cálculo seja feito com base no aumento dos preços acumulado nos 12 meses até junho. Isso, porém, criou problema para o Executivo neste ano, porque a inflação nos 12 meses até junho foi de 3,16%, mas no acumulado do ano deve ficar em torno de 5%. Para “corrigir” isso, os parlamentares permitiram que, apenas neste primeiro ano, o governo eleve as despesas para 2024 com base na inflação estimada em dezembro. No Senado, o governo conseguiu aprovar emenda para que a LOA seja enviada já com esse adicional de R$ 32 bilhões, o que exigiria cortes se a inflação em dezembro for menor do que a esperada hoje. A Câmara rejeitou essa proposta com o argumento de que, ao incluí-la no arcabouço, poderia se abrir uma brecha permanente. Governistas defenderam que as despesas condicionadas sejam liberadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. “O governo poderá apresentar sua proposta orçamentária com essa previsão de despesa condicionada, que nós não queríamos, mas aceitamos pela LDO”, afirmou o relator do arcabouço, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA). O Executivo enviou em agosto mensagem modificativa à LDO com essa solicitação. Segundo o relator da LDO, deputado Danilo Forte (UniãoCE), não haverá tempo de votar a LDO até 31 de agosto, mas que a mensagem é suficiente para dar o aval. A aprovação do arcabouço foi celebrada por petistas e governistas, mas o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) questionou em plenário a “sabotagem” ao arcabouço com a rejeição de matérias que serão necessárias para aumentar as receitas e permitir a expansão das despesas. A pressão do Centrão fez com que o governo desistisse, momentaneamente, da tributação de investimentos de brasileiros no exterior, que será tratada num futuro projeto de lei.
VALOR ECONÔMICO
Arrecadação federal tem queda real de 4,20% em julho e fica abaixo do esperado
A arrecadação do governo federal teve queda real de 4,20% em julho sobre o mesmo mês do ano anterior, a 201,829 bilhões de reais, informou a Receita Federal na terça-feira
O dado veio abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, que apontava para arrecadação de 203,558 bilhões de reais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou na semana passada que a arrecadação havia despencado em todo o país em julho, citando também os tributos estaduais. Na ocasião, ele citou essa redução como um sinal de que o Brasil teria um problema grave se o Banco Central tivesse demorado ainda mais para iniciar o ciclo de cortes na taxa básica de juros. Após sinais firmes de que a alta dos preços ao consumidor está esfriando, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu no início deste mês cortar a Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano, indicando que fará novos cortes na mesma magnitude nos próximos meses. A arrecadação administrada pela Receita, que engloba a coleta de impostos de competência da União, teve decréscimo real de 0,74% em julho sobre o mesmo mês de 2022, a 187,1 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a julho de 2023, no entanto, houve alta ajustada pelo IPCA de 1,24%, informou o órgão. Já as receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, tiveram queda real bem mais acentuada no mês passado, de 33,65%, a 14,7 bilhões de reais. No período de janeiro a julho deste ano, a queda foi de 23,25%, a 85,9 bilhões de reais. Apenas a arrecadação advinda de royalties despencou 32,40% em termos reais, a 47,5 bilhões de reais. De acordo com a Receita, o resultado da arrecadação de julho foi influenciado ainda por alterações na legislação tributária e por pagamentos atípicos, especialmente de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), tanto em 2022 quanto em 2023. No mês passado, ambos os tributos renderam uma arrecadação de 47 bilhões de reais, queda real de 14,90% sobre julho de 2022, sob o impacto de um recolhimento atípico de 4 bilhões de reais no ano passado. No acumulado de janeiro a julho deste ano, a arrecadação total teve queda ajustada pela inflação de 0,39% na comparação com o mesmo período de 2022, a 1,345 trilhão de reais.
Reuters
Produção agroindustrial cai 1,2% no semestre
A produção agroindustrial no Brasil registrou uma queda de 1,2% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a pesquisa mensal sobre a agroindústria realizada pela FGV Agro
A análise da instituição aponta que essa redução no Índice de Produção Agroindustrial, conhecido como PIM Agro, nos primeiros seis meses do ano se deve, em grande parte, à diminuição de 5,2% no segmento de produtos não alimentícios, que engloba insumos agropecuários, produtos têxteis e produtos florestais. Por outro lado, o segmento de produtos alimentícios e bebidas apresentou um desempenho 2,2% superior no mesmo período comparativo. No âmbito dos produtos não alimentícios, a queda no indicador foi liderada pelo declínio nos insumos agropecuários (17,2%), produtos têxteis (5,1%) e produtos florestais (4,1%), que foram parcialmente compensados pelo aumento de 12% no setor de biocombustíveis e de 2,6% no segmento de fumo. A FGV ressalta que o desempenho econômico do Brasil no segundo trimestre de 2023 foi inferior ao dos primeiros três meses do ano, que foi favorecido principalmente pelo bom resultado do setor agropecuário nacional. A produção agroindustrial, especialmente a de produtos não alimentícios, segue a mesma tendência da economia brasileira e ainda não conseguiu iniciar um período de crescimento, conforme indicado na pesquisa divulgada pela FGV nesta segunda-feira, 21. A FGV Agro observa que, apesar da retração na atividade da agroindústria, o segmento de alimentos e bebidas apresenta uma "maior resiliência" do que a indústria de transformação e a indústria em geral, que tiveram quedas de 1,3% e 0,3% no mesmo período, respectivamente. Em junho, o PIM Agro registrou uma redução de 1,2% em relação a maio e de 1,1% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, conforme os dados da FGV. A instituição observa que a diminuição na produção da agroindústria no mês foi ligeiramente menos acentuada do que a queda de 1,5% observada na Indústria de Transformação, utilizando a mesma base de comparação.
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