Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 422 |24 de julho de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo passou por uma semana de baixa liquidez nos negócios
“A pressão de baixa se intensificou; os recuos nas cotações do boi gordo iniciaram em São Paulo, na semana passada, e se alastraram para o restante das praças pecuárias”, relata a engenheira agrônoma Jéssica Olivier, analista de mercado da Scot Consultoria
Segundo ela, com o escoamento de carne bovina abaixo do esperado, as indústrias frigoríficas brasileiras estão reduzindo o número de bovinos abatidos diariamente e, na sexta-feira (21/7), grande parte das unidades de abate optou por ficar fora das compras. As escalas de abate estão confortáveis para as indústrias do País, ressalta Jéssica. “Os frigoríficos estão remanejando o gado a ser abatido, pois a venda de carne pelos atacadistas é mínima”, reforça ela, acrescentando: “O escoamento (da carne bovina) tem sido praticamente nulo em São Paulo”. Em meio à inexpressividade do mercado interno, a exportação de carne bovina in natura também não vai muito bem, sobretudo no que diz respeito ao faturamento. Nos dez primeiros dias úteis de julho/23, o volume diário embarcado e o preço pago por tonelada caíram 3,72% e 26,2%, respectivamente, frente às médias de julho/22, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Com isso, o faturamento diário das exportações recuou 29% em relação à receita obtida na média de julho ano passado. No período de dez dias deste mês, foram exportadas 76,63 mil toneladas, resultando em faturamento de US$ 370,24 milhões. Segundo apuração da Agrifatto, os exportadores brasileiros de carne bovina estão tentando sustentar os preços de venda da tonelada para os importadores chineses, que apresentaram melhora nas últimas duas semanas, após passarem por um período prolongado de correções para baixo. “Além da oferta excedente no Brasil, destaca-se o fato de que o preço do boi gordo na China já passou por desvalorização de 10% em 2023, puxado pela forte queda nas cotações da carne suína no país, principal proteína animal consumida no gigante asiático”, afirmam os analistas da Agrifatto. No interior de São Paulo, o boi gordo paulista seguiu valendo R$ 240/@ nesta sexta-feira, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 212/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo), segundo a Scot. A cotação do “boi-China” paulista está em R$ 250/@, no bruto, valor a prazo – portanto, com ágio de R$ 10/@ sobre o animal macho “comum”. Segundo a S&P Global, a região com maior especulação baixista vem sendo o Mato Grosso, onde a estabilidade de preços deu lugar a novos recuos fundamentados por um ambiente de fraca demanda por animais terminados. Na sexta-feira, o mercado atacadista de carne bovina também registrou retração nos preços dos principais cortes. “Em reflexo de estoques elevados, tanto nos entrepostos como na distribuição ao consumidor final, os preços dos cortes bovinos registraram o primeiro recuo após duas semanas de estabilidade, indicando que o consumo pode ser mais apático que o esperado”, observa a S&P Global. Na avaliação da consultoria, muitos agentes do setor da carne bovina começam a rever suas estratégias para a última metade do ano, diante de um ambiente de negócios que não esbanja perspectivas positivas. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 227/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 238/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 212/@ (à vista) vaca a R$ 185/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 231/@ (prazo); vaca R$ 207/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 264/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 207/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 197/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 209/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 297/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Preços de suínos caem no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu, pelo menos, 0,79%, chegando a R$ 125,00/R$ 128,00, enquanto a carcaça especial cedeu ao menos 1,06%, custando R$ 9,30/kg/R$ 9,80/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (20), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 6,09/kg) e em São Paulo (R$ 6,83/kg). Foram registradas quedas de 1,44% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,86/kg, recuo de 0,16% no Paraná, alcançando R$ 6,41/kg, e de 0,32% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,21/kg.
Cepea/Esalq
Levantamento de custos da FAEP revela alívio à suinocultura
Sinais como aumento da produção, maior volume de abates e maior número de fêmeas nas granjas indicam que o pior momento da atividade pode ter ficado para trás
Sinais como o aumento na produção, maior peso registrado nos abates e maior número de fêmeas nas granjas indicam que a cadeia está passando por um rearranjo produtivo. Essa percepção surgiu durante o levantamento de custos de produção da suinocultura paranaense, realizados em maio desse ano pelo Sistema FAEP/SENAR-PR. Para o levantamento de custos de produção da suinocultura estadual, quatro modalidades foram analisadas: Unidade Produtora de Desmamados (UPD), Unidade Produtora de Leitões (UPL), Crechário (UC) e Unidade Produtora de Terminados (UPT). Pela primeira vez, o trabalho foi realizado apenas com produtores que integram as Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs), instâncias de discussão entre agroindústrias integradoras e produtores integrados. Ao todo, foram levantados dados de quatro diferentes Cadecs nas três principais regiões produtoras de suínos no Estado: Sudoeste, Oeste e Campos Gerais. Apesar do cenário preocupante nos modais, alguns sinais de recuperação da atividade são evidentes, como o maior número de fêmeas alojadas nas granjas, aumento nos dias de lactação e retomada no peso de abate padrão. Além disso, embora todas regiões e modalidades analisadas no levantamento de custo realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR apresentem prejuízo sobre o custo total (que soma ao custo operacional a remuneração sobre o capital investido), houve uma melhora generalizada nos saldos dos custos produtivos. “As margens da atividade estão cada vez menores e, assim como em outras áreas, para alcançar a rentabilidade é essencial ter escala e, dessa forma, redução dos custos fixos de produção. As agroindústrias e cooperativas têm uma visão de longo prazo e há uma redução do plantel mundial. Alguém terá que suprir futuramente este déficit e sairá na frente quem estiver preparado”, destaca a presidente da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura da FAEP, Deborah de Geus. De acordo com o painel realizado com os produtores que participam da mesma integração que Fávero, o saldo sobre o custo operacional aumentou 112,3% entre maio de 2023 e novembro de 2022 (data do levantamento anterior). Isso indica que no curto e no médio prazo, esses produtores terão dificuldades para se manter na atividade. Apesar de conseguir arcar com os custos variáveis, não terão condições de renovar a infraestrutura e realizar melhorias. Isso porque, enquanto o produtor recebe R$ 40,89 por leitão, o custo total chegou a R$ 62,27 por animal. A mão de obra, mais uma vez, esteve no topo da lista de gastos que mais sofreram aumento. Entre as UPDs analisadas na região Oeste, esse item subiu de R$ 16,92, em novembro do ano passado, para R$ 20,14 em maio desse ano. As despesas com energia e combustíveis vieram em seguida, com alta de 31%. Na modalidade Crechário, os R$ 10,50 por cabeça pagos ao produtor não cobrem os custos variáveis, desembolsos como energia, mão de obra, alimentação, entre outros, para produzir um lote. Esse sistema apresentou um saldo variável negativo de R$ 6,28, o que significa um prejuízo total de R$ 16,41 por leitão. Também nessa fase produtiva mão de obra e energia são os principais gastos. Também no sistema de terminação (UPT), o valor pago pelos animais não cobre os custos de produção. Nessa modalidade, os produtores integrados que participaram do painel na região Oeste amargam prejuízo de R$ 35,05 por suíno terminado. O valor recebido não cobre os custos operacionais, colocando esses suinocultores em situação difícil, sem saber se conseguirão se manter na atividade.
FAEP
FRANGOS
Estabilidade no mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,19%, valendo R$ 5,12/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,21/kg, da mesma maneira que no Paraná, com valor de R$ 4,39/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (20), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado não tiveram alteração no preço, valendo, ambos, R$ 5,79/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Baixa liquidez e oferta elevada pressionam valor do vivo
O preço do frango vivo comercializado no estado de São Paulo tem média de R$ 4,42/kg nesta parcial de julho, leve retração de 0,4% frente a junho
De acordo com o Cepea, este movimento de baixa liquidez, sobretudo nesta segunda quinzena do mês – período em que a demanda pela carne avícola tipicamente diminui – e de oferta elevada tem pressionado os valores pagos pelo animal vivo. Nesse cenário de desvalorização do vivo, o poder de compra do avicultor paulista frente aos principais insumos da atividade (milho e farelo de soja) registra seu segundo mês consecutivo de queda, conforme dados levantados pelo Cepea.
Cepea
Mais três Estados decretam emergência zoossanitária para gripe aviária
Depois de Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia adotam a recomendação do Ministério da Agricultura
Depois de Santa Catarina, os Estados do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e da Bahia também decretaram estado de emergência zoossanitária devido aos focos de gripe aviária em aves silvestres e do registro de casos em criação de subsistência no país. A medida segue a recomendação do Ministério da Agricultura que, na quinta-feira, orientou todos os Estados da Federação a adotarem a emergência zoossanitária. A Pasta já havia declarado emergência zoossanitária em todo o país em 22 de maio. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, postou em redes sociais, na quinta-feira, a adoção da medida. Além do registro de focos em aves silvestres, o Estado teve o primeiro foco da doença em criação de subsistência, na cidade de Serra. Segundo Casagrande, o decreto tem duração de 180 dias. O governo da Bahia publicou o decreto de estado de emergência no Diário Oficial deste sábado, 22, e informou em comunicado que a medida foi resultado de um acordo nacional entre o Ministério da Agricultura e os 27 governadores de Estado, com o intuito de controlar a transmissão da enfermidade no país. No comunicado, o governador baiano Jerônimo Rodrigues disse que o decreto é um pacto coletivo que visa ações preventivas para o controle da doença, e minimizando seus efeitos na economia regional e nas relações com o comércio internacional. A Bahia já registrou focos em aves silvestres. Em Mato Grosso do Sul, o decreto de estado de emergência zoossanitária foi publicado no Diário Oficial do Estado ontem, 21. Em comunicado, o governo estadual destacou que a medida foi tomada mesmo sem Mato Grosso do Sul ter registrado casos de influenza aviária, nem em aves silvestres ou de criações domésticas, até agora. Segundo comunicado do governo, serão tomadas novas medidas para proteger os aviários do Estado. Na nota, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou que Mato Grosso do Sul já havia decretado estado de alerta para a influenza aviária em junho, quando houve confirmação de casos nos países vizinhos. Conforme a última atualização do Ministério da Agricultura, foram registrados até agora 67 focos de gripe aviária no país, 65 em aves silvestres e dois em aves de criação de subsistência nas cidades de Serra (ES) e Maracajá (SC). Não há registro de casos em plantéis comerciais, por isso o Brasil mantém o status de livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
GLOBO RURAL
Gripe aviária: 67 casos com mais dois casos da doença em Itanhaém (SP)
Governo federal defende que todos os Estados brasileiros adotem o status de emergência zoossanitária
Mais dois casos de gripe aviária foram confirmados em aves silvestres no Estado de São Paulo. Em Itanhaém, no litoral paulista, dois trinta-réis-de-bando foram positivados para a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na tarde de quinta-feira (20/07) e na manhã da sexta-feira (21/07). As informações são da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA). A partir dos novos casos, o Estado de São Paulo passa a ter aves silvestres positivadas para a doença nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, Guarujá, Santos, São Sebastião, São Paulo, Praia Grande e agora em Itanhaém. Até quinta-feira, o governo federal confirmava 67 casos da doença no Brasil. O Ministério da Agricultura orientou, na quinta-feira (20/7), que todos os Estados brasileiros adotem o status de emergência zoossanitária, para que as medidas de combate à gripe aviária de alta patogenicidade sejam efetivadas. A Pasta declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em 22 de maio.
GLOBO RURAL
CARNES
Consumo brasileiro de carne bovina deve crescer 4,8% até 2033
O consumo doméstico de carne bovina é estimado em 6,6 milhões de toneladas em 2033, em relação a 6,3 milhões de toneladas em 2023
As exportações brasileiras de carne bovina são estimadas em 3,7 milhões em 2033, alta de 2,6% ao ano. a demanda por carne bovina deve aumentar 0,4% ao ano, segundo estimativas divulgadas em estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Já o consumo de carne de frango no Brasil deve crescer a uma taxa anual de 2,2% até 2033, mesmo ritmo estimado para o consumo de carne suína no país nos próximos anos. O consumo total de carne de frango no Brasil deverá chegar a 12,9 milhões de toneladas em 2033, comparado a 10,4 milhões estimados em 2023, segundo o mais recente estudo Projeções do Agronegócio divulgado pelo Mapa na semana passada. A demanda doméstica total por carne suína deverá subir para 5,1 milhões de toneladas em dez anos, ante 4,1 milhões atualmente. Já o consumo doméstico de carne bovina é estimado em 6,6 milhões de toneladas em 2033, em relação a 6,3 milhões de toneladas em 2023. A produção total de carnes do Brasil em 2033 deve somar 36,2 milhões de toneladas, das quais 19,5 milhões de carne de frango, 10,2 milhões de carne bovina e 6,5 milhões de carne suína. Em 2023, a produção total de carnes do Brasil é estimada em 29,6 milhões de toneladas (15,2 milhões de carne de frango, 9,1 milhões de carne bovina e 5,3 milhões de carne suína). “Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados. As exportações representam a variável mais relevante no crescimento das carnes”, disse o Mapa no estudo. As exportações de carne de frango devem crescer 2,8% ao ano chegando a 6,4 milhões de toneladas em 2033. Os embarques de carne suína devem aumentar 2,9% ao ano para um total de 1,6 milhão de toneladas em uma década. As exportações brasileiras de carne bovina são estimadas em 3,7 milhões em 2033, alta de 2,6% ao ano. “As exportações brasileiras de carnes ao final do período das projeções devem chegar a 11,7 milhões de toneladas, um aumento, portanto, de 30,8% em relação ao ano inicial, que foi de 9 milhões de toneladas exportadas. Os maiores acréscimos nas exportações de carnes devem ocorrer em carne suína (33,5%), carne bovina (29,7%) e carne de frango (30,9%)”, disse o Mapa.
CARNETEC
EMPRESAS
Cocamar avança para ingressar no mercado de carnes especiais
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial começa a operar, no modelo de terceirização, uma parceria com o frigorífico Frigomendes, de Nova Londrina, região noroeste do Paraná, para onde passa a destinar os animais produzidos pelos cooperados participantes do seu programa de carne precoce
Inicialmente, a unidade deve fazer o abate de 160 cabeças por semana. Com isso, nos próximos meses, o próximo passo é ingressar no mercado consumidor com cortes especiais em embalagens com a marca Cocamar. A atuação da cooperativa no segmento de carne atende a uma demanda de pecuaristas cooperados que investem em modernas tecnologias para a produção de carne de qualidade e não vinham obtendo uma remuneração adequada por esse diferencial. Vários deles implementam, em suas propriedades, o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), com o incentivo e o apoio técnico da Cocamar. Conforme explica o gerente de Proteína Animal, Everson Souza, “a tendência é de um crescimento gradativo do número de animais abatidos, à medida que o programa for se desenvolvendo”, menciona. O programa inclui animais derivados de cruzamento de angus com nelore e os nelore precoce. Produtores que atendem aos requisitos como acabamento uniforme de gordura, idade, faixa de peso e outros critérios, têm direito a um valor adicional pela arroba.
Assessoria de Imprensa Cocamar
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Novos armazéns aumentam capacidade estática no Porto de Paranaguá
A movimentação de açúcar ensacado e carga geral contará com novos espaços para armazenagem no Porto de Paranaguá, litoral do Paraná. O Grupo FTSpar, presente há mais de 35 anos no setor portuário, passou a administrar uma área com 23 mil metros quadrados, sendo 5 mil metros quadrados de área construída, com capacidade estática de 18 mil toneladas.
Contando com a estrutura do Porto Ponta do Félix em Antonina, também administrado pelo Grupo, o objetivo é chegar a 150 mil toneladas de capacidade estática. “Da capacidade estática total de 150.000 toneladas, temos 75.000 toneladas dentro de zona primária alfandegada e 75.000 toneladas em Recinto Alfandegado e Armazém Geral, para que as Usinas fora do estado do Paraná possam usufruir de seus regimes fiscais”, explicou Valdecio Bombonatto, diretor-presidente do Grupo FTSpar. O Grupo também investe em equipamento mecanizado de terra, guindaste móvel MHC - Mobile Harbor Crane, para otimizar as operações e aumentar a produtividade diária de embarque. A FORTEPAR iniciou as atividades com recorde de produtividade no embarque de 25 mil toneladas de açúcar em sacas com destino ao Sul da África, entre os dias 03 e 10 de junho. Nesta primeira operação, em apenas 12 horas foram carregadas 3.003 toneladas de açúcar ensacado, movimentação 70% maior do que a produtividade (prancha mínima) exigida pelo Porto, que é de 3.500 toneladas em 24 horas. “Com os novos equipamentos contaremos com preferência de atracação para os navios junto a Autoridade Portuária”, lembra Bombonatto. O Brasil está entre os maiores exportadores de açúcar do mundo, sendo responsável por mais de 45% do total do produto comercializado. Para Pietro Costantino, diretor comercial da Timbro Trading, que deve movimentar cerca de 500 mil toneladas de açúcar ensacado na safra atual 2023/24, a armazenagem está entre as preocupações. Como o açúcar brasileiro se tornou competitivo, principalmente no Oeste Africano, a demanda veio mais forte do que nos anos anteriores e se tornou uma oportunidade para os players do mercado, porém virou um desafio o escoamento devido ao gargalo logístico em terminais.
FORTEPAR
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista volta a cair com fluxo de recursos
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7797 reais na venda, com baixa de 0,45%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,33%
Na B3, às 17:15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,46%, a 4,7855 reais. Com a moeda na faixa dos 4,82 reais, no entanto, exportadores aproveitaram para vender divisas, o que pesou sobre as cotações. Além disso, conforme um profissional ouvido pela Reuters, investidores estrangeiros internalizaram recursos, o que reforçou o viés negativo para a moeda norte-americana. “O Brasil ainda mantém um carrego elevado de juros, que tende a manter o fluxo positivo de dólares. Temos visto uma boa entrada de fluxo investidor estrangeiro há alguns dias, porque o carrego do real ainda é muito bom”, comentou Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank. A sexta-feira foi de agenda esvaziada no exterior e no Brasil, o que deixou os mercados sem fatos novos para operar. Por aqui, o Ministério do Planejamento e Orçamento e o Ministério da Fazenda divulgaram o relatório bimestral de receitas e despesas, com as novas projeções para a área fiscal em 2023. O governo passou a projetar déficit primário de 145,4 bilhões de reais este ano, o equivalente a 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), resultado pior que os 136,2 bilhões de rombo previstos em maio. Apesar do resultado, o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, pontuou durante entrevista coletiva sobre os números que a meta fiscal autorizada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 é de um déficit de 238 bilhões de reais e que o governo se mantém abaixo dela. No exterior, no fim da tarde o dólar se mantinha em alta ante as moedas fortes e em relação à maior parte das divisas de países exportadores de commodities ou emergentes. O real brasileiro era uma exceção.
REUTERS
Ibovespa fecha acima de 120 mil pela 1ª vez no mês
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,81%, a 120.216,77 pontos, tendo chegado a 120.372,77 pontos na máxima do dia. Com tal desempenho, assegurou um ganho de 2,13% na semana, passando a mostrar avanço de 1,8% no mês
O volume financeiro, influenciado pelo exercício de opções, alcançou 24,2 bilhões de reais.
Diante da agenda fraca de divulgações, a performance das ações foi apoiada pelo alívio na curva de juros, bem como refletiu movimentações técnicas relacionadas ao vencimento de opções e expectativas para a próxima semana, quando será conhecida nova decisão de política monetária nos Estados Unidos. A expectativa é de que o Federal Reserve anuncie na quarta-feira um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros, atualmente na faixa de 5% a 5,25%. No Brasil, a safra de balanços ganha fôlego na próxima semana, com a agenda incluindo companhias como Vale, Santander Brasil, Usiminas, Telefônica Brasil, Carrefour Brasil e Gol. De acordo com estrategistas da XP Investimentos, embora os mercados tenham começado a precificar um cenário mais positivo durante o segundo trimestre, as perspectivas para a temporada de resultados são divergentes. "Com base nas empresas cobertas pela XP, espera-se uma contração agregada de aproximadamente 35% nos lucros por ação na comparação anual, -23% nos lucros operacionais e -3% na receita", afirmaram em relatório enviado a clientes e assinado por Fernando Ferreira e Jennie Li. Também estará no radar na terça-feira o IPCA-15 de julho, que pode ajudar a calibrar as últimas apostas para a decisão do Comitê de Política Monetária no dia 2 de agosto, visto que não há consenso sobre um corte de 0,25 ponto ou 0,50 ponto percentual na Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Apesar da acomodação do Ibovespa em julho, uma vez que até a véspera o índice mostrava estabilidade no acumulado do mês, a alta de 15,9% no segundo trimestre refletiu em especial apostas relacionadas ao começo de um ciclo de queda dos juros. Pablo Riveroll, diretor de renda variável da Schroders para Brasil e América Latina, afirma estar muito animado com o país, bastante "overweight" em Brasil em fundos de mercados emergentes e de América Latina e também bastante positivo em fundos locais, posicionado para uma melhora do mercado. Riveroll também destacou a melhora nas perspectivas fiscais do país como mais um componente positivo, o que gerou bastante confiança, principalmente em um momento de valuations atrativos. Em termos relativos, a Schroders já considerava o Brasil uma das melhores alternativas entre mercados emergentes.
REUTERS
Dívida pública federal cresce 2,95% em junho, a R$6,191 tri
A dívida pública federal do Brasil cresceu 2,95% em junho em relação ao mês anterior, a 6,191 trilhões de reais, divulgou o Tesouro Nacional na sexta-feira. No mesmo período, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 3,3%, a 5,957 trilhões de reais.
REUTERS
Governo indica bloqueio de R$ 1,5 bilhão do Orçamento
Previsão de déficit primário sobe de R$ 136,2 bi para R$ 145,4 bilhões
A possibilidade de estouro no teto federal de gastos fez o governo contingenciar (bloquear temporariamente) mais R$ 1,5 bilhão do Orçamento Geral da União de 2023, anunciaram, há pouco, os Ministérios do Planejamento e da Fazenda. O valor consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento, publicado a cada dois meses. Em maio, a equipe econômica havia contingenciado R$ 1,7 bilhão, o que eleva o total bloqueado este ano para R$ 3,2 bilhões, valor considerado baixo diante do valor total das despesas primárias, estimadas em R$ 1,948 trilhão para este ano. Até o dia 31, o governo precisará editar um decreto detalhando a distribuição do novo contingenciamento entre os ministérios. O bloqueio ocorre porque a estimativa de despesas primárias acima do teto de gastos aumentou no mesmo montante (R$ 1,5 bilhão). Apesar da Emenda Constitucional da Transição, aprovada no fim do ano passado, na prática abolir as metas fiscais para 2023, o teto de gastos só deixará de valer quando o novo arcabouço fiscal foi aprovado pelo Congresso. Segundo a secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Varga, as projeções de receita devem melhorar nos próximos relatórios com a incorporação de medidas aprovadas, ou a serem aprovadas pelo Congresso, como o projeto que muda o sistema de votações no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e o novo arcabouço fiscal. O relatório também aumentou a estimativa de déficit primário em R$ 9,2 bilhões. O valor passará de R$ 136,2 bilhões para R$ 145,4 bilhões. O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública. O secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Paulo Bijos, ressaltou que o déficit previsto continua abaixo da meta de R$ 238 bilhões para o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023. O principal motivo para a revisão do déficit primário foi a queda da arrecadação da Previdência Social, provocada pelo menor crescimento da massa salarial decorrente dos juros altos. No início do ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha estimado que o déficit fecharia 2023 em torno de R$ 100 bilhões. A previsão para as receitas primárias totais da União foi reduzida em R$ 800 milhões. A Previdência Social teve queda de R$ 9,3 bilhões na arrecadação. No entanto, essa diminuição foi parcialmente compensada pela elevação da receita com tributos associados ao lucro – Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – e por depósitos judiciais da Caixa Econômica Federal. Em relação às despesas obrigatórias, que não podem ser contingenciadas, a estimativa foi elevada em R$ 7,2 bilhões. Desse total, R$ 4,6 bilhões corresponde aos repasses a estados por causa do acordo fechado com o Supremo Tribunal Federal (STF) para a compensação da queda do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. Também houve aumento de R$ 2,4 bilhões na estimativa com benefícios da Previdência Social e R$ 1,2 bilhão em subsídios e subvenções. Em contrapartida, a previsão de gasto com o funcionalismo público caiu R$ 1,9 bilhão por causa da diminuição do pagamento de precatórios (gastos determinados por sentença judicial definitiva).
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