Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 1 | nº 40| 06 de janeiro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Frigoríficos reforçam interesse pela boiada gorda, elevando os preços da arroba neste início de janeiro
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, o preço pago pela arroba do boi gordo subiu R$ 2 nesta quarta-feira, em relação ao valor apurado no dia anterior.
Por sua vez, as cotações das fêmeas (vaca e novilhas gordas) seguem estáveis. Dessa maneira, em São Paulo, a arroba do boi, vaca e novilha gordos está sendo negociada por R$ 335, R$ 310 e R$ 325, respectivamente, (preços brutos e a prazo), de acordo com levantamento da Scot.
“As maiores ofertas de boiada de pasto só devem surgir no mercado no final do primeiro trimestre de 2022”, relata a consultoria IHS, que acrescenta: “O atraso na estação de monta também oferece suporte adicional por retardar o descarte de fêmeas, típico do período”.
Entre as principais praças pecuárias, destaque para as valorizações nos preços do boi gordo registradas no Mato Grosso e Minas Gerais. No mercado mato-grossense, novos negócios envolvendo lotes de machos terminados foram efetivados em R$ 320/@ (valor bruto), informa a IHS. Em Minas Gerais, ao norte do Estado, as indústrias avançam as escalas de abate trabalhando com preços em torno de R$ 335/@ (valor bruto, aprazo). No interior paulista, o mercado continua com baixa liquidez em função da dificuldade de compra de gado. O foco de alguns compradores é buscar animais terminados em Estados vizinhos, observa a IHS. Nas praças paulistas, negócios envolvendo boiadas com “padrão-China” (de até quatro dentes, abatidos com até 30 meses de idade) recebem um ágio entre R$ 10 e R$ 15 por arroba sobre os preços do animal comum, direcionado ao mercado interno. Em relação ao mercado futuro do boi gordo, os preços também acumularam altas, em linha com a firmeza observada no mercado físico, informa a IHS. No entanto, embora os embarques de carne bovina brasileira tenham surpreendido neste começo de ano, o baixo consumo doméstico impede uma trajetória ainda mais consistente de valorização da arroba do boi gordo, observam os analistas.
No atacado, apesar da irregularidade no ritmo das vendas e especulação por parte de alguns distribuidores e varejistas, os preços da carne bovina continua estável. Cotações: PR-Maringá:
boi a R$ 315/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 310/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 313/@ (à vista) vaca a R$ 296/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca a R$ 308/@ (prazo); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 315/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 333/@ (à vista) vaca a R$ 315/@ (à vista); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 288/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 302/@ (prazo) vaca a R$ 292/@ (prazo).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: quarta-feira com cotações em queda
Segundo o Cepea/Esalq, com o poder de compra da maior parte da população fragilizado, a demanda doméstica esteve fraca, o que resultou em queda nos preços da carne e do animal vivo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 105,00/R$ 115,00, enquanto a carcaça especial baixou 2,25%/1,08%, custando R$ 8,70 o quilo/R$ 9,20 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (4), houve queda de 2,23% em Minas Gerais, chegando em R$ 6,17/kg, recuo de 1,12% em São Paulo, atingindo R$ 6,16/kg, baixa de 0,75% no Paraná, valendo R$ 5,40/kg, retração de 0,71% no Rio Grande do Sul, custando R$ 5,62/kg, e de 0,55% em Santa Catarina, fechando em R$ 5,44/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: cotações estáveis na quarta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado caiu 1,65%, valendo R$ 5,95/kg
Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, valendo R$ 4,35/kg, enquanto São Paulo e Paraná ficaram sem referência de preço desde segunda-feira (3).
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (4), a ave congelada ficou subiu 0,15%, valendo R$ 6,52/kg, enquanto a resfriada caiu 0,15%, fechando em R$ 6,53/kg.
Cepea/Esalq
Novo surto de gripe aviária H5N1 na Holanda fará granjas abaterem 190.000 frangos
Cerca de 190.000 frangos em duas fazendas vizinhas no leste da Holanda serão abatidos depois que o vírus H5N1 altamente patogênico da gripe aviária foi detectado em uma das fazendas, disseram autoridades de saúde holandesas na noite de terça-feira.
REUTERS
LEGISLAÇÃO PARANÁ
GOVERNO DO PARANÁ PASSA A COBRAR TAXA SOBRE INCENTIVO FISCAL DE CRÉDITO PRESUMIDO
Em 14 de dezembro de 2021, o Estado do Paraná publicou o Decreto Lei nº 9.810, regulamentando o art. 11, § 5º da Lei Complementar nº 231/2020, que trata da cobrança de valores monetários a título de contrapartida da concessão dos incentivos ou benefícios fiscais, especificamente em relação aos créditos presumidos concedidos e referenciados no Regulamento de ICMS do Paraná
Nesse cenário, as empresas que se utilizarem desses benefícios ficam obrigadas a realizar contribuições mensais por meio de GR-PR, que deverão ser calculadas sobre os valores usufruídos, aplicando-se o percentual de 12% com destino ao FUNREP (Fundo de Recuperação e Estabilização Fiscal do Paraná). Vale destacar que, o descumprimento do disposto por 3 meses, sejam consecutivos ou não, pode ensejar na perda definitiva do benefício.
Assim, vislumbramos um incremento do desembolso financeiro para os setores de alimentação numa visão geral, devendo impactar principalmente os laticínios, moinhos de trigos, abatedouros, micro cervejarias, entre outros. Por fim, convém mencionarmos que, nem todos os créditos presumidos do Capítulo VII estão no Escopo de Abrangência do Decreto. Existem algumas exceções, que se tratam das Indústrias de Algodão em Pluma ou Soja em Grãos, Discos Fonográficos, Energia Elétrica, Serviço de Telecomunicação, fabricantes de produtos têxteis, fabricantes de trigo em grão, e Usinas Termelétricas de Figueira.
Leia mais em: https://www.normasbrasil.com.br/norma/lei-complementar-231-2020-pr_406402.html
Martinelli advogados
MEIO AMBIENTE
Marfrig integra Índice de Carbono Eficiente da B3 pelo 2º ano consecutivo
Compõem a carteira as empresas que elaboraram seu inventário de gases de efeito estufa (GEE) e aderiram formalmente à iniciativa do índice, reportando suas informações à B3 em 2021
Divulgada na terça-feira (04), a carteira é a maior já registrada para o índice desde sua criação, em 2010, e reúne 67 ações de 64 companhias de 29 setores. Juntas, elas somam mais de R$ 2,89 trilhões em valor de mercado, 63,64% do valor total de mercado das companhias com ações negociadas na B3, com base no fechamento de 30 de dezembro de 2021, informou a Marfrig. “Manter a nossa posição em um índice tão representativo como o ICO2 B3 revela que os nossos esforços são efetivos e trazem resultados para todos os nossos stakeholders”, disse em comunicado Paulo Pianez, Diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig. “Fazer parte do índice é também uma grande responsabilidade. Não temos linha de chegada. Estamos em um processo contínuo e crescente, cuja meta é aliar produção sustentável e desenvolvimento da agropecuária.” O peso de cada ação no índice considera o valor de mercado do free float (ativos que estão em circulação) e a razão entre as emissões de GEE informadas no inventário para o ano-base – medidas em toneladas de CO2 equivalente (tCO2e). Considera também a receita bruta reportada nas demonstrações financeiras padronizadas apresentadas no Brasil relativas ao mesmo ano-base. A manutenção da Marfrig na carteira do ICO2 B3 é resultado da consistência de suas políticas e práticas ESG, sobretudo na frente ambiental, ressaltou a companhia. A principal iniciativa nessa área é o Plano Marfrig Verde+, lançado em 2020 com objetivo de estabelecer uma cadeia de produção 100% rastreada e livre de desmatamento. Em pouco mais de um ano, o Verde+ obteve resultados como o mapeamento de 62% dos produtores diretos e indiretos na Amazônia e 47% no Cerrado, e reincluiu 1.977 fornecedores, que se adaptaram aos critérios socioambientais estabelecidos pela Marfrig. A empresa reportou ainda avanços concretos nas metas de redução das emissões de metano, principal gás de efeito estufa na pecuária em função da fermentação entérica dos animais. A Marfrig afirmou ter sido a primeira companhia do setor a incluir esse item no escopo 3, submetendo a sua meta de redução ao Science Based Targets.
A meta é reduzir 33% das emissões do escopo 3, incluindo metano, até 2035, tendo 2019 como ano-base para esse cálculo. Já nos escopos 1 e 2, a meta é reduzir as emissões absolutas (tCO2e) em 68%, tendo 2019 como ano-base. Até 2030, a Marfrig disse que investirá R$ 500 milhões em ações do Plano Marfrig Verde+.
CARNETEC
EMPRESAS
BRF sobe após Credit Suisse elevar ação por expectativa de resultados melhores
As ações da BRF subiam na quarta-feira na bolsa de valores de São Paulo, após o Credit Suisse elevar a recomendação do papel de neutra para 'outperform' e projetar uma melhora nos resultados da companhia, mesmo com a manutenção de pressão nos custos
O preço-alvo para as ações da companhia foi elevado de 22 reais para 30 reais. Por volta de 14h, os papéis da BRF avançavam 3,6%, após subirem até 5,4%, para 23,63 reais, o maior patamar intradiário desde 11 de novembro. O Ibovespa caía 0,69%. O cenário para a empresa nos próximos trimestres segue desafiador no que tange aos custos, mas o preço atual da ação é um bom ponto de entrada, escreveu o analista do banco Victor Saragiotto, em relatório. Saragiotto destaca que a execução da administração da empresa provou-se bem-sucedida e os resultados devem melhorar gradualmente. O Credit elevou suas estimativas de receita para 2021 e 2022 em 14% e 20%, respectivamente, enquanto aumentou a projeção de Ebitda ajustado para 5,3 bilhões de reais em 2021 e 6 bilhões de reais em 2022. Os custos derivados de soja e milho devem seguir elevados para 2022, após baterem recorde em 2021, o que deve fazer com que os resultados da companhia fiquem abaixo de seu potencial, aponta o relatório.
Entretanto, apesar dessa elevação nos preços das matérias-primas, iniciada em 2018 com a disputa comercial entre China e Estados Unidos, o banco afirma que está sendo positivamente surpreendido pelos resultados da BRF. "Para o futuro, enquanto acreditamos que a pressão dos custos deve evitar uma recuperação forte das margens, vemos os números em patamares decentes." Entre os riscos para as projeções, o Credit cita uma apreciação do real frente ao dólar, já que a empresa tem cerca de 50% da receita líquida no mercado internacional, uma recuperação morna da demanda interna e uma intensificação da competição no setor. As ações de JBS, Marfrig e Minerva também subiam na bolsa na quarta-feira, ainda que com desempenho mais tímido. De pano de fundo, alguns relatórios sobre o setor foram divulgados nos últimos dias por bancos incluindo o BTG Pactual e o Bank of America. A BRF acumulou alta de pouco mais de 2% em 2021, mas vive um momento mais positivo na bolsa, com alta de cerca de 14% desde que propôs aos seus acionistas um aumento de capital por meio da emissão de 325 milhões de ações, em meados de dezembro. A medida, que precisa ser aprovada em assembleia geral de acionistas marcada para 17 de janeiro, levou analistas e participantes do mercado a especularem se a Marfrig, que é acionista, pretende adquirir o controle acionário da BRF sem o risco de desencadear a cláusula de "poison pill".
REUTERS
História e tradição dão início a celebração dos 70 anos de entre rios
Na manhã da quarta-feira (05/01), aconteceu o pontapé inicial das comemorações dos 70 anos da imigração suábia no distrito de Entre Rios (PR). O dia começou com a inauguração da nova exposição permanente do Museu Histórico
Fechado durante praticamente um ano para realização de adequações, o Museu repaginou seu espaço com o objetivo de tornar a experiência do visitante mais atrativa, estimulando os sentidos e promovendo uma imersão nos 300 anos de história dos suábios. “Queremos que as pessoas que vêm ao Museu possam, de alguma forma, vivenciar essa história”, declarou Josiane Richter, Coordenadora da Fundação Cultural Suábio-Brasileiro. Na sequência, o Centro de Eventos Agrária recebeu o público para a tradicional cerimônia da abertura do primeiro barril de chopp. A missão coube ao prefeito de Guarapuava, Celso Gois. “Entre Rios é muito importante para Guarapuava. É uma alegria estarmos aqui nesta semana, pois recebemos a notícia do Ministério da Agricultura de que nossa cidade está entre os principais municípios do Agronegócio brasileiro. Sabemos que Entre Rios tem uma parcela de contribuição grande nesse sentido”, ressaltou Gois. Ao dar as boas-vindas ao público presente, o Diretor-Presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl, destacou que, mesmo diante das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a festa foi preparada com muito empenho pela comunidade. Completar 70 anos é um marco especial. Com o passar dos anos, Entre Rios e a Agrária tornaram-se referências em vários aspectos. Por isso, queremos agradecer ao município de Guarapuava, que recebeu tão bem nossos pioneiros que aqui chegaram há sete décadas”, afirmou. As comemorações pelos 70 anos de Entre Rios vão até o dia 09 de janeiro, com atividades durante todo o dia. A programação completa está disponível no site 70anosentrerios.com.br.
Imprensa Agrária
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Entidades avaliam impactos da estiagem na agropecuária do Paraná
O Presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, e o Superintendente Robson Mafioletti participaram de reunião convocada pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Abastecimento e que contou com a presença de representantes da Conab, Embrapa, Ministério da Economia, Banco Central, Seab, Superintendência do Mapa no Paraná, Faep, Fetaep
O encontro on-line foi coordenado pelo Secretário de Política Agrícola, Guilherme Soria Bastos Filho, que frisou a importância de ouvir as demandas das entidades e os principais impactos que a crise hídrica vem ocasionando na produção agropecuária do Paraná e que, segundo levantamentos iniciais da Seab, podem ultrapassar os R$ 24 bilhões, com perdas estimadas até o momento de 37,8% na safra de soja, 42,1% no milho e 18% no feijão. Segundo Ricken, a preocupação neste momento, mesmo com todas as perdas que já são irreversíveis no campo, é mobilizar as entidades de governo para dar tranquilidade para que os produtores possam renegociar suas dívidas juntos os agentes financeiros. “Queremos envidar esforços para que o produtor possa semear a próxima safra de soja, milho, feijão e, assim, se Deus permitir, recuperar a renda perdida com esta forte estiagem. Precisamos resolver o problema imediato, que é a quebra da safra, questões de seguro e dívidas, mas é necessário disponibilizarmos condições para que a próxima safra possa acontecer.” Mafioletti frisou que a situação é grave e que é necessário neste momento uma ação conjunta para que possam ser dadas alternativas aos produtores atingidos pela estiagem. “Os impactos maiores estão sendo registrados principalmente nas regiões do Sudoeste e Oeste do Estado. Neste momento, precisamos conversar com as seguradoras e Banco Central para acelerar as vistorias de lavouras e liberá-las para a próxima semeadura. Também, promover reunião com os agentes financeiros visando disponibilizar mais recursos para financiamentos, devido ao aumento nos custos”, destacou. O Secretário de Política Agrícola informou que, na próxima semana, uma equipe de técnicos do Ministério da Agricultura e Conab irá visitar algumas cidades no Paraná no sentido de avaliar a situação da atual safra de grãos. Paralelamente, serão realizados levantamentos, com apoio da Conab e da Seab e entidades setoriais, sobre as reais estimativas de perdas na atual safra. Ricken enfatizou que seria importante a presença da Ministra Teresa Cristina nesta visita ao Paraná.
IMPRENSA OCEPAR
No Paraná, estiagem é mais severa em áreas agrícolas do oeste e sudoeste; perdas chegam a 73%
Segundo o Secretário da Agricultura, o tempo seco provocou perdas de 73% nas lavouras de soja localizadas no sudoeste do estado
A estiagem prolongada tem piorado as condições das lavouras de soja, milho e feijão do Paraná na safra 2021/22. Na terça (4), o Secretário da Agricultura do estado, Norberto Ortigara, disse que a quebra até agora é de 9 milhões de toneladas de soja, milho e feijão, com prejuízo de cerca de R$ 30 bilhões. Ele estimou as perdas de soja em 65% no Oeste e 73% no Sudoeste paranaense, além de quebra de 55% do milho no Oeste e 64% no Sudoeste, onde o grão “não vai servir nem para silagem”. Produtores da região Oeste dizem que a situação é “deprimente” e que a colheita dos arrendatários de terras não paga os custos do arrendamento. O Paraná é o maior produtor nacional de feijão e o segundo de soja e milho. Em duas semanas, devido à estiagem, a condição ruim das lavouras de soja no estado passou de 13% para 31%; no milho, de 13% para 25%; e de feijão, de 6% para 20% segundo informações do primeiro boletim de 2022 do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, divulgado na terça (4). O relatório anterior foi divulgado em 22 de dezembro. O produtor de soja Cévio Mengarda, de Marechal Candido Rondon, que também é membro da comissão de cereais do Paraná, diz que a situação por conta da estiagem é deprimente e já passou de crítica e emergencial. “Iniciamos as colheitas e estamos tendo resultados de apenas duas sacas por hectare. A área que mais colheu aqui é de 25 sacas/ha. Tivemos algumas áreas que choveu, outras não. Estamos hoje dessecando as áreas de São José das Palmeiras até Francisco Alves, num raio de 150 km, mas pouco a chuva colaborou em algumas áreas de plantio mais tardio ou com a soja num ciclo um pouco mais precoce. Esse ainda salva um pouquinho. Mas a grande maioria das áreas tem perdas de 70% a 90%”, diz Mengarda. De acordo com o Secretário Norberto Ortigara, a maioria dos médios e grandes produtores não tem seguro. O governo do estado está conversando com 15 seguradoras para tentar acelerar as aferições e indenizações e falando com equipes técnicas. “Nós conversamos com órgãos de Brasília para acelerar o processo de avaliação de Proagro, de seguro, para quem tem direito e liberar semeadura de milho aonde houver condição. Também vamos ajudar a acelerar a renegociação de dívidas, especialmente no que diz respeito a investimento, já que o produtor não vai ter dinheiro para pagar algumas parcelas. E também vamos dar o socorro emergencial para que as prefeituras tenham condições objetivas de produzir, armazenar e fornecer água”, disse.
CANAL RURAL
Estatal do PR apresenta adequação ao marco do saneamento sem prorrogação de contratos
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) apresentou a comprovação de sua capacidade de investimentos, como exige o novo marco legal do saneamento, sem os planos de prorrogar seus contratos de prestação de serviços de água e esgoto em municípios paranaenses até 2048
O movimento vai de encontro com a estratégia da estatal apresentada em novembro, quando divulgou o intuito de estender os prazos, apesar de a lei não prever essa possibilidade. A ideia original da Sanepar acendeu um alerta vermelho dentro do governo federal, que enxergou nas prorrogações uma violação ao marco do saneamento. A lei prevê que as empresas do setor precisam atender 99% da população com água potável e de 90% com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033. Esses objetivos devem ser incluídos nos contratos em vigor até março, mas os aditivos só serão válidos se a empresa comprovar que tem capacidade econômico-financeira para fazer os investimentos - cuja documentação precisava ser apresentada até o último 31 em agência reguladora responsável. Foi dentro desse processo de adequação ao marco que a Sanepar apontou, inicialmente, seus planos de prorrogar os contratos até 2048. A tese colocada em consulta pública era de que a inclusão d metas de universalização resultaria num desequilíbrio econômico-financeiro dos negócios, que deveria ser compensado pela extensão do período em que a Sanepar atenderá os municípios paranaenses. Com ações negociadas na Bolsa de Valores, a companhia tem 60% do seu capital nas mãos do governo estadual. Em fato relevante publicado no último dia 28, no entanto, a Sanepar informou que o Conselho de Administração aprovou o encaminhamento dos documentos para comprovação da capacidade econômico-financeira da companhia, “sem extensão dos prazos dos contratos de programa/concessão, em atendimento à Lei nº 14.026/2020 e ao Decreto nº 10.710/2021”. Em vigor desde julho de 2020, a nova lei do saneamento foi elaborada para fortalecer a entrada da iniciativa privada no setor, ao forçar o processo licitatório prévio à contratação de saneamento. Por isso, os contratos de programa - que eram fechados sem processo licitatório entre prefeituras e estatais -, foram proibidos, assim como suas prorrogações. A única forma de prorrogação prevista é para equalizar os prazos de contratos de um bloco de municípios, cujos serviços de água e esgoto serão licitados futuramente. A proposta de extensão dos contratos da Sanepar preocupou integrantes do governo que enxergaram risco de burla ao novo marco do saneamento. Já a estatal afirmou à época que o modelo do Paraná seguia “rigorosamente" a lei e as diretrizes de política pública previstas na legislação estadual. Procurada pela reportagem, que questionou a companhia sobre o motivo da mudança, a Sanepar informou que não irá se manifestar.
O ESTADO DE SÃO PAULO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar engata 3ª alta e fecha acima de R$5,70 com reação global a ata do Fed
O dólar subiu pelo terceiro dia consecutivo e fechou acima de 5,70 reais na quarta-feira, após uma arrancada na parte da tarde na qual acompanhou a reação dos mercados externos à sinalização pelo banco central norte-americano de redução maior de liquidez à frente
O dólar à vista ganhou 0,41%, a 5,7128 reais, maior patamar desde 21 de dezembro (5,7394 reais). Lá fora, o dólar passou a subir contra alguns pares emergentes e as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano --que podem indicar a atratividade do dólar-- aceleraram as altas, enquanto os mercados de ações no Brasil e nos Estados Unidos afundaram. As autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avaliaram no mês passado que o mercado de trabalho nos EUA estava "muito apertado" e que o banco central pode precisar aumentar as taxas de juros mais cedo do que o esperado e começar a reduzir sua carteira geral de ativos para domar a alta inflação, de acordo com a ata da reunião de política monetária dos dias 14 e 15 de dezembro. "Mercado reagiu mal à ata do Fed. Além de mencionar altas de juros antes do esperado, também falaram sobre reduzir o tamanho do seu balanço. Ou seja, não só o tapering (parar de crescer o balanço de ativos), mas também reduzir o seu tamanho", comentou Fernando Ferreira, estrategista-chefe na XP. O potencial enxugamento de liquidez pelo BC norte-americano representa um desafio adicional para a classe de ativos emergentes (da qual faz parte o real), que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros, pano de fundo de daria suporte ao dólar. Dados do Banco Central publicados nesta quarta-feira mostraram que o Brasil atraiu, em termos líquidos, pouco mais de 6,1 bilhões de dólares em 2021 via câmbio contratado. Embora tenha sido o melhor resultado em seis anos, esse ingresso representa apenas uma fração dos 73,686 bilhões de dólares perdidos entre 2018 e 2020. O dólar subiu 7,36% em 2021 ante o real, quinto ano consecutivo de ganhos. Nas três primeiras sessões de 2022, a moeda já tem alta de 2,50%.
REUTERS
Discurso duro do Fed leva Ibovespa a maior tombo desde novembro
O principal índice da bolsa brasileira afundou mais de 2% na quarta-feira, em sessão negativa no exterior, após o Federal Reserve (Fed) revelar que discutiu um aumento nas taxas de juros antes do esperado e uma redução em sua carteira geral de ativos
A ata da última reunião da última reunião de política monetária do banco central norte-americano foi divulgada à tarde e seu conteúdo foi lido pelo mercado como uma postura mais dura da instituição contra a inflação no país. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 2,44%, a 100.982,80 pontos, na maior queda desde 26 de novembro. O volume financeiro foi de 27,8 bilhões de reais. No cenário local, o desconforto dos agentes financeiros com as questões fiscais do país, em meio às pressões de servidores por reajustes de salários, justifica uma postura mais cautelosa dos investidores. Além disso, profissionais de mercado continuam atribuindo o movimento descendente observado no Ibovespa nos últimos dias aos resgates em fundos de e ações e multimercados, o que obriga os gestores a liquidarem os papéis, criando uma dinâmica negativa nos preços.
REUTERS
Inflação ao produtor no Brasil desacelera alta a 1,31% em novembro
Os preços ao produtor no Brasil desaceleraram a alta a 1,31% em novembro, de 2,26% em outubro, e a taxa acumulada em 12 meses chegou ao menor nível em quase um ano, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O resultado levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) a acumular nos 12 meses até novembro avanço de 28,86%, quinto mês seguido em desaceleração e o menor valor desde fevereiro de 2021 (28,50%). Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 17 tiveram variações positivas em novembro. As maiores influências no índice partiram de refino de petróleo e produtos de álcool (0,71 ponto percentual), outros produtos químicos (0,47 ponto), e indústrias extrativas (-0,31 ponto). O Gerente da pesquisa no IBGE, Manuel Campos Souza Neto, explicou que os setores com maior impacto no índice de novembro sofreram influência do comércio internacional. “Derivados do petróleo em função dos aumentos do óleo bruto durante o ano, apesar da queda neste mês, e o setor extrativo devido a uma queda muito grande nos preços do minério de ferro”, disse ele em nota. Os preços de derivados de petróleo e álcool aumentaram 6,63% no mês e chegaram a 80,13% em 12 meses. O setor químico apresentou avanço de 4,90%, acumulando alta de 60,69% em 12 meses. Já o setor extrativo teve queda de 5,21%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
REUTERS
‘Operação padrão’ gera filas de caminhões
Atos de auditores fiscais federais aumentam a lentidão no fluxo de comércio de produtos do agro. Já há filas de caminhões nos entrepostos de fronteira em Foz do Iguaçu (PR) e Dionísio Cerqueira (SC) com itens importados da Argentina, Chile e Paraguai, segundo relatos feitos ao Valor
Os reflexos da mobilização dos auditores fiscais federais agropecuários na produção, exportação e importação de produtos e insumos do agronegócio já começam a ser sentidos por agentes do setor. Ainda não há um levantamento geral sobre os impactos, mas lideranças relatam “preocupação” com atrasos nos processos de certificação sanitária ou despacho aduaneiro. Cargas de produtos agropecuários, algumas com destino para a China, estão paradas nos portos. Já há filas de caminhões nos entrepostos de fronteira em Foz do Iguaçu (PR) e Dionísio Cerqueira (SC) com itens importados da Argentina, Chile e Paraguai, segundo relatos feitos ao Valor. Exportadores classificam as medidas adotadas como “procrastinatórias”. Há relatos sobre atrasos nas centrais de certificação para liberação de trânsito de cargas de carne já inspecionadas nos frigoríficos. “Ato ilícito”, na avaliação de uma fonte. Um ofício da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), remetido às empresas associadas na semana passada, diz que a essência da mobilização dos auditores “é criar ainda mais embaraços e paralisações”. O sindicato diz que a mobilização não é greve e que segue estritamente o princípio da legalidade. Qualquer “intimidação” de agentes privados deve ser denunciada, informou. “Está começando a gerar problemas. É preciso buscar diálogo e solução, mas sem prejuízo à produção brasileira. A população depende dos alimentos e empregos gerados pelo setor”, disse Paulo Mustefaga, Presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Ainda em dezembro, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) pediu “atuação emergencial” da Ministra Tereza Cristina no caso. Em 48 horas de operação, agroindústrias já informavam o comprometimento de linhas de produção em patamares de 60%. A preocupação também é com a perda de janelas ideais de embarques ao exterior. “Contratos de exportação entram em risco, assim como geração de divisas e a estabilidade econômica das agroindústrias, especialmente nas empresas cuja capacidade logística e de armazenagem são limitadas”, diz outro ofício. Ainda não há levantamentos oficiais sobre os impactos da operação padrão. Auditores ouvidos esclarecem que a intenção não é prejudicar a sociedade, mas conseguir sensibilizar o governo para melhorar as condições de trabalho da categoria. Em assembleia no fim de dezembro, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) decidiu adotar a operação padrão, em que os profissionais cumprem os prazos regimentais das atividades e se limitam a trabalhar oito horas diárias, sem a realização de horas ou turnos extras. A medida é uma forma de pressionar o governo federal por reajuste salarial e realização de novos concursos públicos para suprir o déficit de servidores. Os fiscais agropecuários estudam entregar cargos, a exemplo dos funcionários do Banco Central e da Receita Federal que também estão em mobilização. Os auditores continuam atuando dentro da lei, de acordo com o sindicato, mas a alta demanda e a falta de servidores travam os processos. “Se os fiscais dos frigoríficos se limitarem a trabalhar oito horas por dia, já causa transtorno. Do jeito que está, bastaria cumprir os prazos processuais e a jornada de trabalho para haver atrasos”, relatou outra fonte.
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