Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 397 |19 de junho de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
‘Boi-China’ registra ágio de R$ 5/@ em SP; preços seguem sem tendência definida
O preço do “boi-China” fechou a semana com alta de R$ 5/@ no mercado paulista, agora negociado por R$ 245/@ (no prazo, valor bruto), o que significou o retorno do ágio de R$ 5/@) sobre o animal “comum” (direcionado ao mercado interno), informou na sexta-feira (16/6) a Scot Consultoria
Ainda no Estado de São Paulo, a vaca e a novilha gorda seguem valendo R$ 210/@ e R$ 230/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Segundo a engenheira agrônoma Jéssica Olivier, analista da Scot, o mercado brasileiro do boi gordo segue rumos diferentes entre as praças. “Enquanto algumas ainda presenciam preços da arroba em queda, outras têm alta”, observa ela, que acrescenta: “essas diferenças ocorrem de acordo com a necessidade de estocagem das indústrias e o tamanho da oferta de gado gordo em cada região”. “Devemos continuar vendo direções opostas nas praças, até realmente firmar a subida com o fim da desova de entressafra”, relata Jéssica, que completa: “O que poderá mudar a direção é a saída dos bovinos confinados no primeiro giro, mas isso, só mais adiante”. Segundo apuração da S&P Global Commodity Insights, a sexta-feira foi marcada por um fraco movimento de negócios em função da ausência de boa parte das indústrias das compras de gado. Pelo lado da oferta, diz a consultoria, o volume de animais disponíveis para abate ainda é suficiente para atender, sem grandes dificuldades, a demanda vigente, notadamente na região Norte e Nordeste do País.
Segundo os analistas da S&P Global, os agentes do mercado pecuário começam a se programar para o segundo semestre, haja visto que as intenções de confinamento para a segunda metade do ano permanecem marcadas por incertezas diante das atuais condições de preços do boi gordo. “Embora os custos de diárias em boiteis e confinamentos permaneçam abaixo dos observados na temporada passada, os preços futuros e indicadores referenciais do boi gordo não fomentam rentabilidade atrativa para a operação de confinamentos em Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais”, observam as consultorias S&P Global e Scot Consultoria. A semana registrou negociações travadas em algumas praças pecuárias, com menor oferta de bovinos e, consequentemente, menor volume de carne, relatou a Scot. Esse cenário levou a ajustes positivos pontuais no atacado de carne com osso em São Paulo e em algumas praças no varejo. No mercado atacadista de carne com osso (fechamento em 9/6), as cotações da carcaça da vaca e da novilha casadas aumentaram 1,1% e 0,7%, respectivamente, segundo a Scot. O atacado paulista de carne sem osso apresentou queda de 0,9% na média geral. Os cortes de traseiro recuaram 1,0%, destaque para a maminha (queda de 2,9%). Os cortes de dianteiro caíram 0,5%, puxado pelo peito (queda de 1,6%). Para a próxima semana, devido à menor oferta de bovinos, a carcaça de machos pode sofrer ajustes positivos, bem como os cortes de dianteiro, observou a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 212/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 229/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca R$ 190/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 179/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 185/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 195/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Mercado de suínos fecha semana com estabilidade
As cotações para o mercado de suínos ficaram, na maioria, estáveis na sexta-feira (16). De acordo com análise do Cepea/Esalq, os principais insumos utilizados na atividade, milho e farelo de soja, vêm registrando desvalorizações ao longo deste mês
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 107,00/R$ 112,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 8,40/kg/R$ 8,80/kg. Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (15), houve aumento de 0,96% em Santa Catarina, chegando a R$ 5,25/kg, e de 0,34% em São Paulo, alcançando R$ 5,94/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 5,97/kg), Paraná (R$ 5,22/kg), e no Rio Grande do Sul (R$ 5,35/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
"De acordo com os pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os valores do frango vem da oferta elevada, cenário que, inclusive, vem sendo observado desde maio. Além disso, agentes da indústria têm reduzido os preços da proteína, visando escoar a carne e evitar aumentos de estoque", informam.
Em São Paulo, segundo a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 2,02%, valendo R$ 5,83/kg. Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,37/kg, enquanto o Paraná teve recuo de 2,81%, atingindo R$ 4,49/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (15), a ave congelada ficou estável em R$ 6,08/kg, enquanto o frango resfriado subiu 1,16%, fechando em R$ 6,11/kg.
Cepea/Esalq
Governo confirma mais 3 casos de gripe aviária no Brasil e soma 39
Segundo o Ministério da Agricultura, até o momento, todos os focos da doença foram encontrados em aves silvestres
O Brasil registrou mais três novos casos de gripe aviária, somando um total de 38 infecções pelo vírus no país até o momento, segundo dados do Ministério da Agricultura divulgados no sábado (17/6). Todos os casos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) foram encontrados em aves silvestres. A doença está presente em onze espécies espalhadas pela Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, de acordo com o governo, mas a maior intensidade é no litoral capixaba. Além dos casos confirmados, outros seis focos estão sendo investigados, ainda sem resultado laboratorial conclusivo. Há também 257 amostras coletadas, sinalizadas inicialmente como "prováveis" para a doença, que também carecem de confirmação. No total, 1.344 investigações foram realizadas, como suspeitas de suspeitas de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, cujas doenças-alvo são influenza aviária e doença de Newcastle. "A suspeita pode ser descartada com base na avaliação clínico-epidemiológica realizada pelo médico veterinário oficial, encerrando-se a investigação sem necessidade de coleta de amostras para diagnóstico laboratorial", informou o ministério. Ainda assim, o Brasil continua reconhecido no mercado internacional como um país livre da doença, pois as granjas comerciais não foram atingidas. A manutenção desse status sanitário é particularmente importante para o comércio global de carne de frango, já que o país é o maior exportador dessa proteína no mundo.
VALOR ECONÔMICO
Frango/Cepea: Competividade da carne de frango cai frente a concorrentes
Os preços médios das carnes de frango, suína e bovina vêm registrando fortes quedas nesta parcial de junho (até o dia 14)
No entanto, segundo levantamento do Cepea, as baixas nas cotações das proteínas suína e de boi têm sido ainda mais intensas que as de frango, cenário que resulta em diminuição da competitividade da carne avícola neste mês. De acordo com os pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os valores do frango vem da oferta elevada, cenário que, inclusive, vem sendo observado desde maio. Além disso, agentes da indústria têm reduzido os preços da proteína, visando escoar a carne e evitar aumentos de estoque.
Cepea
CARNES
No Paraná, 63,8% dos produtores rurais cadastraram rebanhos
A atualização do rebanho é fundamental para que a vigilância sanitária saiba onde estão os animais e como eles se movimentam no estado
Restando 15 dias para o término do prazo da campanha de atualização cadastral do rebanho paranaense, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) registra que 63,8% das propriedades do estado já cumpriram com a obrigação. O período começou em 1º de maio e se estende até 30 de junho. Após o término da campanha, o transporte dos animais não declarados ficará proibido, visto a impossibilidade de se retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA), e o produtor poderá receber as punições previstas em lei. Saber onde estão os animais, particularmente as aves, para agir de forma rápida e eficaz é importante sobretudo neste momento em que o Brasil e o Paraná, em particular, estão sob risco de gripe aviária em granjas comerciais. A atualização é exigida para todas as espécies de animais de produção existentes na propriedade (bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho-da-seda). Os produtores podem fazer de forma online pelo site da Adapar, em uma das Unidades Locais da Adapar, Sindicatos Rurais ou Escritório de Atendimento das prefeituras ou por meio do aplicativo Paraná Agro. Segundo balanço parcial (16/06/2023), das 21 regionais da Adapar no Estado, 12 ainda não atingiram a média estadual. A de Curitiba é a que registrou o menor percentual de comprovação, com 45,8%. É seguida pela de União da Vitória, onde 49,8% dos proprietários de rebanhos fizeram o cadastro. Paranaguá vem em terceiro entre os que menos cumpriram com o dever, registrando 55,7%. De outro lado aparece a regional de Toledo, onde 86,4% das propriedades já cumpriram com a obrigação. É seguida por Paranavaí, onde o índice chegou a 72,6%, e Umuarama, com 71% de atualização cadastral. Em relação aos municípios, São Manoel do Paraná e São Jorge do Ivaí já completaram 100% das atualizações. Logo abaixo vem Nova Olímpia, com 98,3%, seguido de Ouro Verde do Oeste (97,8%) e Virmond (96,5%). Na outra ponta, o pior índice é de Mandirituba, com apenas 24% das propriedades tendo cumprido com o dever. Quitandinha também tem porcentual baixo, com 24,8%, seguido de perto por Flórida, onde 26,5% das propriedades estão regularizadas em relação à atualização cadastral de rebanho.
CANAL RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Cargill entra na disputa por ativos da Imcopa no Paraná
A trading e processadora de grãos Cargill pediu à Justiça que suspenda o leilão de duas fábricas da esmagadora de soja Imcopa, que está em recuperação judicial, na mais recente reviravolta de uma disputa jurídica envolvendo também a rival Bunge
Em uma petição vista pela Reuters, a unidade brasileira da empresa norte-americana Cargill manifestou interesse em disputar os ativos no leilão, agendado para 27 de junho, mas solicitou esclarecimentos sobre os passivos associados às fábricas. A Cargill não comentou imediatamente. O movimento da Cargill sinaliza uma provável consolidação na indústria brasileira de esmagamento de soja em um momento de margens saudáveis e oferta barata do grão, após uma safra abundante. As unidades de esmagamento da Imcopa estão localizadas no Paraná, e atualmente processam a soja fornecida pela Bunge em um contrato de arrendamento com a Cervejaria Petrópolis assinado há quase 10 anos. Geraldo Gouveia Jr, advogado da Imcopa, disse à Reuters que não há decisão ainda sobre o pedido de suspensão do leilão judicial. Ele afirmou que a Imcopa vê com naturalidade o interesse da Cargill nos ativos, mas se recusou a nomear outros possíveis compradores. A Bunge, que há muito busca adquirir os ativos da Imcopa, assinou contrato para comprar as fábricas de Araucária e Cambé em maio de 2020. No entanto, o negócio foi desfeito em meio a uma batalha judicial ainda não resolvida envolvendo a cervejaria e credores estrangeiros da Imcopa. A Bunge não comentou imediatamente. Citando manifestações da Bunge nos autos, Gouveia Jr, da Imcopa, disse que a empresa reiterou publicamente o interesse em comprar os ativos da Imcopa. As unidades continuam atrativas porque produzem derivados de soja de alto valor para exportação e para o mercado interno. Uma das fábricas também está perto de Paranaguá, um importante porto no Sul do Brasil.
REUTERS
Copel trabalha para privatizar a companhia até o fim de julho
Venda da estatal de energia elétrica do Paraná em bolsa é estimada de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões. Conversas com investidores locais e estrangeiros para sondar a demanda já foram iniciadas
A Copel está empenhada em levar sua oferta bilionária de ações ao mercado até o fim de julho, resultando na privatização da estatal de energia elétrica do Paraná. As conversas com investidores locais e estrangeiros para sondar a demanda já começaram. As estimativas são de que a oferta fique entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões. A operação tem como coordenador líder o BTG Pactual, e inclui ainda Bradesco BBI, UBS BB e Itaú BBA, este último devendo atuar como agente estabilizador. Embora ainda haja ritos à frente, o entendimento é de que o período de oito meses - de dezembro até julho - de preparação da oferta parece suficiente para privatizar a empresa em julho. Este é o cronograma atual. A pretensão é protocolar o pedido de autorização da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) logo em seguida a uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que vai autorizar o conselho de administração a aprovar toda a estrutura da oferta. O governo do Paraná sairá do controle da empresa ao reduzir sua participação dos atuais 31% do capital total para um patamar entre 15% a 17%. A expectativa é que a oferta seja apenas de ações ordinárias (ON, com direito a voto), que hoje possuem liquidez reduzida por estarem concentradas nas mãos do Estado. Além da oferta secundária, também há perspectiva de uma oferta primária, para fazer frente ao pagamento da outorga, uma vez que o valor deve ser pago à vista, no prazo de vinte dias após a assinatura do novo contrato. Na assembleia de 10 de julho serão votados ainda autorização para o aumento de capital até o limite de 4 bilhões de ações, o que corresponde a um aumento de 47% em relação à base acionária atual; mudanças estatutárias, como a limitação de poder de voto para transformar a empresa em uma corporação e a criação de uma “golden share” (ativo com poder de veto em determinadas matérias) para o governo do Paraná. Será apreciada ainda a migração da companhia ao segmento do Novo Mercado da B3, que é feito em um prazo de até 90 dias contados da oferta. Procurada, a Copel não comentou.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Paraná vai investir R$ 750 milhões em armazenagem e novas plantas industriais das cooperativas
Serão R$ 250 milhões, através do Siscred (Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados), da Secretaria estadual da Fazenda, dirigidos a cooperativas que tenham crédito tributário de exportação para a construção de silos. Nessa mesma linha, até R$ 500 milhões serão liberados para novas plantas industriais em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O Secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, ressaltou o trabalho conjunto entre o poder público e privado para a ampliação de mercados. “Nosso modelo é vencedor. Há presença forte do cooperativismo em diversas áreas da economia, movimentando R$ 187 bilhões apenas em 2022. Nosso papel, além de reconhecer o esforço, é definir as políticas que possam apoiar essa expansão”, disse. Dados do Sistema Ocepar mostram que no ano passado o Paraná possuía 223 cooperativas, com mais de 3,1 milhões de cooperados e 135 mil empregados. O faturamento total foi de R$ 187 bilhões, com uma participação no Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário do Estado de 64%. Ao todo, são sete ramos de atuação das cooperativas: agropecuário, consumo, crédito, infraestrutura, saúde, transporte e trabalho, produção de bens e serviços. Promovido pelo Sistema Ocepar, neste ano o Fórum dos Presidentes reúne 200 participantes e visa aproximar os mercados brasileiro e europeu, apresentando diversas oportunidades de negócios e possíveis alianças entre a América do Sul e a Europa. O Presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, anunciou o Plano Paraná Cooperativo (PRC200), aprovado simbolicamente pelos presidentes das cooperativas. Na prática, o novo plano pretende aumentar o faturamento para R$ 200 bilhões, com sobras líquidas de R$ 10 bilhões, investimento anual de, no mínimo, R$ 5 bilhões, e chegar a 4 milhões de cooperados com 200 mil empregados diretos. “Estamos lançando um novo plano de desenvolvimento do cooperativismo, com toda uma metodologia para calcular isso, determinando os novos investimentos. A demanda internacional por alimentos é muito alta. O objetivo é nos organizarmos para isso, devendo investir cerca de R$ 30 bilhões nos próximos cinco anos, com foco na agroindústria”, salientou. Ele também destacou a importância da adoção das práticas ESG no cooperativismo. “Não podemos temer essas práticas, mas sim abraçá-las, pois já fazemos isso, já é o nosso presente. Vamos ter a ESG-Coop, melhorando e investindo ainda mais em nossas práticas”, afirmou o presidente do Sistema Ocepar.
OCEPAR/SEAB-PR
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe em dia de realização de lucros
Após ter caído em nove das dez sessões anteriores, o dólar à vista fechou a sexta-feira em alta ante o real no Brasil, com investidores realizando os lucros mais recentes e com as cotações seguindo a tendência mais ampla do exterior, onde a moeda norte-americana também subia ante várias outras divisas
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8214 reais na venda, com alta de 0,39%. No acumulado da semana, porém, o dólar cedeu 1,12%. Na B3, às 17:18 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a 4,8300 reais. Após ter acumulado queda de 5,32% nas dez sessões anteriores, o dólar se manteve em alta ante o real durante toda a sexta-feira, com parte dos investidores realizando os lucros mais recentes e recompondo posições. Profissionais ouvidos pela Reuters argumentaram que, após os recuos mais recentes, era natural o dólar voltar a subir, ainda que a tendência mais geral seja de queda. Além de questões técnicas, o dólar foi impactado na sexta-feira no Brasil pelo avanço da divisa também no exterior. “Nós vimos um dólar um pouco mais forte no Brasil, reflexo de um dólar mais forte no exterior, com o DXI (índice do dólar ante uma cesta de moedas) ganhando força e a moeda ganhando força também ante divisas de outros emergentes”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital. Izac lembrou que, em sua decisão de política monetária da última quarta-feira, o Federal Reserve sinalizou que poderá elevar os juros nos EUA mais duas vezes até o fim de 2023. E juros mais altos, em tese, significam um dólar mais alto.
REUTERS
Ibovespa recua e fecha abaixo de 119 mil pontos, mas confirma nova alta semanal
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,39%, a 118.758,42 pontos. O volume financeiro somou 35 bilhões de reais
Na semana, o Ibovespa avançou 1,49% -- a última vez que acumulou perda semanal foi no período encerrado em 21 de abril. No mês, alcança valorização de 9,62%. Parte desse movimento reflete o retorno do capital externo para a bolsa paulista com números mais recentes da B3 mostrando que, em junho, as compras de estrangeiros superam as vendas em 6,912 bilhões de reais até o dia 14. Na quarta-feira, marcada por decisão do Federal Reserve e melhora da perspectiva do rating brasileiro pela Standard & Poor's, houve entrada líquida de 767 milhões de reais. De acordo com o analista da Terra Investimentos Luis Novaes, a semana foi significativamente positiva para o mercado de ativos de risco brasileiro. Ele destacou que, além do expressivo fluxo de capital estrangeiro, dando força ao movimento de valorização do índice iniciado por investidores locais, a revisão de perspectiva do risco do mercado brasileiro reforçou o movimento de alta. Estrategistas do JPMorgan elevaram a projeção para o Ibovespa no final de 2023 para 135 mil pontos, ante 130 mil pontos, citando um cenário macro melhor do que no começo do ano, conforme relatório a clientes na sexta-feira. Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi argumentam que o cenário está ficando ainda mais interessante conforme a inflação recua mais do que o esperado, as expectativas para os preços começam a diminuir e as previsões de crescimento aumentam. Divulgado na sexta-feira, o IBC-Br, sinalizador do PIB calculado pelo Banco Central, registrou alta de 0,56% em abril em relação ao mês anterior, segundo dado dessazonalizado, acima das expectativas do mercado. Em paralelo, a Fundação Getulio Vargas divulgou queda de 2,2% para o IGP-10 em junho, deflação mais intensa desde o início dos registros, que remonta a 1993.
REUTERS
IGP-10 tem maior queda da série histórica em junho, diz FGV
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou as maiores quedas da série histórica em junho, tanto em base mensal quanto no acumulado dos últimos 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), na sexta-feira, com forte deflação de commodities no período
O IGP-10 teve baixa de 2,20% neste mês, ante recuo de 1,53% em maio, registrando queda de 6,31% em 12 meses, sendo ambas as deflações mais intensas desde o início dos registros, que remonta a 1993. "Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)", disse André Braz, coordenador dos índices de preços, sobre a variação do IGP-10 de junho. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, acelerou o declínio a 3,14% neste mês, de queda de 2,25% em maio. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, caiu 0,18% em junho, contra alta de 0,60% no mês anterior, com destaque para a queda de 1,23% do grupo Transportes, que abandonou o avanço de 0,52% registrado em maio. Ao mesmo tempo, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,19% em junho, ante alta de 0,09% no mês passado. O IGP-10 é mais um de vários indicadores de inflação que têm mostrado trajetória de arrefecimento das pressões de preços no Brasil. O IPCA de maio, por exemplo, desacelerou bem mais do que o esperado, elevando a perspectiva de que o Banco Central começará a cortar os juros em breve, possivelmente já no terceiro trimestre. A taxa Selic está atualmente em 13,75%.
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Indústrias do agro retomam expansão
Produção das agroindústrias cresceu 1,4% em março, diz FGV Agro
Em março, após dois meses consecutivos de queda, a atividade das indústrias do agronegócio voltou a crescer no país, segundo o Índice de Produção Agroindustrial PIMAgro, elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio, da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro). A expansão, de 1,4%, ocorreu tanto nos segmentos de produtos alimentícios e bebidas quanto no de não alimentícios, que cresceram 1,6% e 1,2% em comparação com fevereiro, respectivamente. Entre os destaques individuais de março figuraram as indústrias de produtos têxteis e de alimentos de origem vegetal, que cresceram 4,4% e 3,7%, respectivamente. Fumo e insumos agropecuários foram os únicos segmentos que encerraram o mês com retração. Em grande medida, o aumento da atividade da agroindústria no mês de março foi um dos desdobramentos da melhoria geral da economia brasileira, avaliam os pesquisadores do FGV Agro. Eles ressalvam, por outro lado, que fatores como a elevada taxa de juros e o enfraquecido mercado de trabalho, que segue com altos índices de informalidade, continuam a limitar uma recuperação mais firme dos negócios das indústrias do agronegócio. O desempenho positivo da agroindústria brasileira em março não impediu a retração do setor no acumulado do primeiro trimestre. A produção física recuou 1,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e 2,3% em relação aos três primeiros meses de 2022.
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