Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 396 |16 de junho de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Especulação baixista perde força
Preços da arroba indicam estabilidade na maioria das praças, mas demanda doméstica pela carne segue enfraquecida, o que impede a retomada de alta nas cotações, dizem analistas
Na quinta-feira, 15 de junho, o mercado físico do boi gordo novamente registrou estabilidade na maior parte das regiões monitoradas pelas empresas S&P Global Commodity Insights e Scot Consultoria. “Há grande dificuldade em efetivar negócios em patamares de preços inferiores aos atuais, fator que mantém as escalas de abate ancoradas em programações para cinco dias”, relata a S&P Global. Na avaliação dos analistas, embora haja sinais de arrefecimento nas especulações baixistas, ainda não é possível apontar uma reversão consistente de tendência nas cotações, devido ao baixo consumo doméstico de carne bovina. Tal cenário, diz a S&P Global, não fomenta um ambiente vigoroso na demanda por animais terminados, situação que poderia efetivar altas mais incisivas nos preços do boi gordo. Nas praças paulistas, a Scot Consultoria apurou baixa de R$ 5/@ na cotação da vaca gorda, agora negociada por R$ 210/@, no prazo. “Apesar disso, a oferta de bovinos para o abate, principalmente machos, está diminuindo, o que explica a desaceleração no ritmo de queda do boi gordo”, afirmam os analistas da Scot. O boi gordo “comum” (direcionado ao mercado interno) e o “boi-China” seguem valendo R$ 240/@ (preços brutos e a prazo) no mercado de São Paulo – portanto, sem prêmio para o animal padrão-exportação, segundo a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 212/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 229/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca R$ 190/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 179/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 185/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 195/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Boi/Cepea: Envios de carne à China voltam a se intensificar
As exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram em maio o maior volume de 2023 e também um recorde para o mês
Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado se deve à intensificação dos envios à China. Dados da Secex mostram que o Brasil escoou a todos os destinos 168 mil toneladas de carne bovina em maio, expressiva alta de 52,7% frente à quantidade de abril/23 e 10% acima da de maio/22. À China, especificamente, depois de as exportações terem totalizado apenas 54 mil toneladas em março/23 e 40,5 mil toneladas em abril/23 – devido à suspensão dos envios por conta de casos atípicos de “vaca louca” no Brasil –, foram escoadas em maio 110,98 mil toneladas, 15,7% a mais que em maio/22, ainda de acordo com dados da Secex. Pesquisadores do Cepea destacam que a última vez que o volume exportado ao país asiático havia ficado acima de 100 mil toneladas foi em outubro/22, quando 128,57 mil toneladas de carne bovina brasileira tiveram como destino a China. Dados preliminares de exportações de junho da Secex provam que os movimentos da China em relação ao mercado de carne brasileiro ainda estão firmes. Até o enceramento da segunda semana deste mês, o Brasil já escoou 70,32 mil toneladas de carne in natura, com a média de embarque diário de 11,72 mil toneladas. Se esse ritmo se mantiver até o final de junho, o volume exportado pode ultrapassar as 240 mil toneladas.
Cepea
SUÍNOS
Preços estáveis para o mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 107,00/R$ 112,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 8,40/kg/R$ 8,80/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (14), houve alta apenas em Minas Gerais, na ordem de 0,34%, chegando a R$ 5,97/kg. Foram registradas quedas de 0,38% no Paraná, atingindo R$ 5,22/kg, e de 0,76% em Santa Catarina, alcançando R$ 5,20/kg. Os preços não mudaram no Rio Grande do Sul (R$ 5,35/kg), e em São Paulo (R$ 5,92/kg). Esta quinta-feira (15) mostrou comportamentos diferentes nos preços para a suinocultura independente nas principais praças comercializadoras do animal nesta modalidade. Apesar disso, a demanda por novos lotes para abate teve alguma reação nesta semana.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: queda leve no Paraná, alta leve em SC
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 08/06/2023 a 14/06/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 0,08%, fechando a semana em R$ 5,31/kg vivo. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 5,44/kg vivo", informou o Lapesui
Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve leve alta, saindo de R$ 5,52/kg vivo para R$ 5,59/kg vivo nesta semana. Em São Paulo, na semana passada, não houve acordo entre frigoríficos e suinocultores, o que deixou a bolsa em aberto, sem referência de preço. Na quinta-feira (15), o preço acordado em Bolsa foi de R$ 6,15/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, a semana anterior teve o preço acordado em R$ 6,00/kg vivo, mas nesta semana, a Bolsa ficou sem com acordo entre frigoríficos e suinocultores, com preço sugerido de R$ 6,20/kg, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).
AGROLINK
Suínos/Cepea: Desvalorização do animal supera a de insumos, e poder de compra cai
O poder de compra de suinocultores paulistas vem diminuindo em junho
Segundo pesquisadores do Cepea, os principais insumos utilizados na atividade, milho e farelo de soja, vêm registrando desvalorizações ao longo deste mês, mas as quedas observadas nos preços do suíno vivo estão ainda mais intensas. Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário vem sendo verificado desde a segunda quinzena de maio e se deve à oferta elevada de animais em peso ideal para abate, especialmente de regiões produtores do Sul do País.
Cepea
CAI Custo de produção de suínos no RS, PR e SC em maio de 2023
O levantamento do custo de produção de suínos realizado pela Embrapa apresentou queda expressiva na região Sul
O levantamento do custo de produção de suínos realizado pela Embrapa apresentou queda expressiva nos três Estados da região Sul no decorrer de maio. No Rio grande do Sul o custo retrocedeu para R$5,90/kg, significando quedas de 11,1% no mês e de 15,4% sobre o necessário na abertura do ano. Em doze meses as comparações perdem a referência pelo fato dos custos anteriores a 2023 não terem sido ajustados para os novos parâmetros de cálculo. No Paraná o custo atingiu R$5,71, significando quedas de 9,2% sobre abril último e de 17,6% sobre o recebido em janeiro, abertura do presente ano civil. Em Santa Catarina o custo de criação alcançou R$5,83, equivalendo a retrocessos de 9,2% no mês e de 16,5% sobre janeiro. As informações são de que enquanto o Paraná e Santa Catarina conseguiram comercializar o produto acima do custo de criação, os suinocultores do Rio Grande do Sul seguiram absorvendo prejuízos no decorrer de maio.
EMBRAPA SUÍNOS E AVES
JBS investe em nova fábrica de ração no RS para dobrar produção local de suínos
Companhia aposta no potencial da região de Seberi para ampliar o processamento de suínos da Seara no estado
A JBS está construindo uma fábrica de rações em Seberi, na região noroeste do Rio Grande do Sul, segundo informações divulgadas pela companhia em seu site na quinta-feira (15). A nova unidade tem previsão de gerar até 110 empregos diretos, e a produção abastecerá suinocultores de 36 municípios próximos. Cerca de R$ 250 milhões estão sendo investidos na obra, o que permitirá à Seara e à JBS seguir contribuindo com o desenvolvimento econômico e social do estado, informou a companhia. Com o incremento na oferta de ração, os integrados poderão dobrar a criação de suínos até o final de 2023, tornando a região a principal produtora da suinocultura gaúcha, segundo a JBS. Localizada no mesmo terreno da planta industrial de Seberi, a nova fábrica de rações ocupa uma área total de 63 mil m², sendo 48 mil m² de área construída, e terá capacidade para produzir 50 mil toneladas do insumo por mês. A planta abastecerá mais de 300 famílias produtoras de suínos integradas da Seara. "A JBS aposta no potencial da região de Seberi para ampliar o processamento de suínos da Seara no Rio Grande do Sul", disse a empresa em nota. Atualmente, a companhia conta com mais de 40 fábricas de rações em operação nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. A construção desta fábrica de rações faz parte dos investimentos de R$ 1,7 bilhão, no Rio Grande do Sul. Os aportes realizados no triênio 2021-2023 incluem expansão e melhorias em unidades em sete cidades, entre elas a de Seberi, ampliando a produção de proteína in natura e alimentos preparados para o atendimento das demandas dos mercados externo e interno.
CARNETEC
FRANGOS
Frango resfriado em São Paulo sobe 1,17%
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 1,65%, valendo R$ 5,95/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,37/kg, da mesma maneira que o preço no Paraná, fixado em R$ 4,62/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira, a ave congelada teve baixa de 0,82%, chegando a R$ 6,08/kg, enquanto o frango resfriado subiu 1,17%, fechando em R$ 6,04/kg.
Cepea/Esalq
Com mais um caso de gripe aviária na Bahia, Brasil chega a 32 detecções da doença em aves silvestres
Confirmação da doença foi em um Trinta-réis-real na cidade de Prado; 12 investigações seguem em andamento
Mais um caso de gripe aviária de alta patogenicidade foi detectado no Brasil, desta vez em Prado, na Bahia. Segundo a plataforma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que atualiza os casos confirmados no país, se trata de um Trinta-réis-real, sendo o segundo caso da doença no Estado. Os casos da doença, até o momento, se restringem a aves silvestres, sem detecções em granjas comerciais, nem de corte ou de postura, segundo o site do MAPA. Total de casos no Brasil até às 15h42 (horário de Brasília) do dia 15 de junho: 32 ocorrências da doença altamente patogênica em aves silvestres (nenhum em plantéis comerciais), sendo: Espírito Santo: 20 focos de gripe aviária;Rio de Janeiro: 8; São Paulo: 1; Bahia: 2; Rio Grande do Sul: 1.
MAPA
Com frango sobre trilhos, operação de transporte da Brado no paraná tem recorde
Subsidiária da Rumo acompanha crescimento da exportação da carne do Brasil, que teve máximas ao longo do ano com o avanço da gripe aviária pelo mundo
A expansão da gripe aviária no mundo colocou o Brasil no foco do fornecimento de frango, levando o país a recordes nas exportações em 2023. Atenta a esse movimento, a companhia de logística Brado, subsidiária da Rumo, teve um avanço de 16% no transporte da carne congelada por ferrovia, para a máxima histórica de 8.346 contêineres no primeiro trimestre. O vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) também já chegou ao solo brasileiro, mas ainda atinge somente aves silvestres, o que não compromete as granjas comerciais e permite a manutenção dos fluxos para os mercados interno e externo. “Até o momento, não houve impacto no volume transportado pela Brado. As operações continuam com viés de alta em relação ao ano passado”, disse ao Valor Graciele Santos, Gerente de Contas da empresa. O frango transportado pela companhia sai de regiões de avicultura do Paraná, maior Estado produtor e exportador do país, e segue para o porto de Paranaguá, com destino a países como China, África do Sul, Japão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e México. “Os números acompanham o crescimento desse mercado (...) O Brasil registrou aumento de 15,1% nas exportações (de frango) no primeiro trimestre”, acrescentou a executiva, citando dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Estamos enviando bem mais do que no mesmo período do ano passado e isso se dá pelos problemas de gripe aviária no mundo”, disse Yago Travagini Ferreira, head de proteína animal da consultoria Agrifatto. A economia em relação à rodovia vai até 10%” — Agrifatto Ele afirmou que é difícil precisar quanto o transporte ferroviário de frango representa para o Brasil, porque nem todas as regiões produtoras têm acesso a ferrovias, mas estima-se que entre 20% e 40% da proteína que é embarcada pelo país passe por esse modal. Em geral, a maior parte das cargas agropecuárias são transportadas por rodovias. A principal vantagem do transporte ferroviário de frango está atrelada ao custo menor. Considerando o mesmo trajeto feito pela Brado até o porto, Ferreira estima que a economia por seguir de trem, em relação ao escoamento por caminhão, ficaria entre 6% e 10%. “Além disso, há mais segurança, por ter menos risco proporcional de ser furtada/roubada e também maior certeza que será embarcada na data combinada”, disse ele. Para a gerente da Brado, além do cenário promissor, um fator que alavancou os resultados foi a entrada de novos clientes. A companhia também conta com uma localização considerada estratégica, com terminais nos municípios paranaenses de Cascavel (parceiro) e Cambé. “Somos responsáveis pelo transporte de grande parte de todo o frango exportado pelo Paraná”, disse. A operação começa no porto de Paranaguá, de onde o contêiner refrigerado sai vazio em direção aos terminais multimodais. Em Cambé, o contêiner passa por um processo de preparação, que inclui testes do maquinário e de temperatura, eventuais reparos em avarias estruturais e higienização. A avaliação é feita por empresas nomeadas pelos armadores, que são donos dos contêineres. Assim que o equipamento está apto, ele é transportado de caminhão para o abatedouro, onde é carregado com cerca de 27 toneladas de cortes variados de frango congelado e embalado, e tem a documentação emitida. O contêiner volta ao terminal, onde é ligado na energia elétrica e, enquanto está no pátio, passa por frequentes monitoramentos de temperatura. Cada cliente tem suas especificações, mas, em média, a temperatura de saída da fábrica para os contêineres é de -18 graus Celsius. Segundo a Brado, os contêineres são carregados em trens de 41 vagões, que percorrem 633 quilômetros em cerca de três dias e meio pela ferrovia que chega até o porto. “A produtividade ferroviária melhorou muito nos últimos anos. Há cerca de cinco anos, o ‘transit time’ (tempo de deslocamento) de Cambé a Paranaguá era de cinco a seis dias. Essa redução gera bastante benefício na solução Brado, por se tratar de uma carga perecível, de valor agregado, cuja produtividade vem aumentando”, lembrou Graciele. A cada dia desligados, a temperatura dos contêineres aumenta cerca de 1 grau. No porto, eles recebem nova carga de energia e no navio permanecem ligados durante toda a viagem.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Produção de carne da China atinge recorde de 90 milhões de toneladas em 2022
A produção total de carne da China atingiu um novo recorde de mais de 90 milhões de toneladas em 2022, representando cerca de um quarto do total global, mostraram dados oficiais
A China mantém o seu papel de liderança na produção global de carne há mais de 30 anos, segundo Chen Wei, vice-presidente executivo e secretário-geral da Associação de Carne da China. Ao tratar de um fórum sobre qualidade e tecnologia de processamento de carne realizado em Zhengzhou, capital da Província de Henan, no centro do país, Chen destacou que, nas últimas décadas, o consumo per capita de carne registrou um crescimento rápido e constante na China. No primeiro trimestre de 2023, a nação produziu 24,56 milhões de toneladas de carne suína, bovina, de carneiro e de aves, apresentando uma alta de 2,5% na comparação anual. “Desde 2001, a proporção de carne suína na produção total da China diminuiu de 66% para cerca de 60%, enquanto a de carne bovina, de carneiro e de aves registrou uma tendência de alta”, acrescentou Chen. Fim
Monitor Mercantil
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Copel tenta anular sentença arbitral que impôs dívida de R$ 3,2 bilhões
Estatal é acusada de quebrar contratos e praticar falhas materiais em projetos de geração de energia eólica. Copel entrou com uma ação anulatória na 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba e, após ter o pedido negado, apresentou recursos
Após ter reconhecida uma dívida bilionária com o Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura Energias Renováveis (FIP IEER), por meio de um procedimento do Centro de Arbitragem e Mediação Brasil-Canadá, a Copel tenta anular na Justiça Estadual do Paraná a sentença arbitral e postergar a cobrança de R$ 3,295 bilhões indicada pelos credores em janeiro deste ano. Em nota, a estatal paranaense destaca que, por conta dos questionamentos feitos judicialmente, o assunto ainda não tem uma “decisão definitiva”. O Broadcast Energia apurou que a Copel entrou com uma ação anulatória na 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba e, após ter seu pedido negado, apresentou recursos contra a decisão, pedindo uma liminar para suspender os efeitos da decisão arbitral e a continuidade da cobrança dos valores. Numa dessas tentativas, feita pela estatal na 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, o desembargador Renato Lopes de Paiva negou novamente o pedido da empresa. Paiva disse que não caberia ao Poder Judiciário “fazer as vezes de instância revisora do mérito de decisão arbitral, visto que a análise da pretensão anulatória está adstrita aos aspectos formais da sentença proferida pelo Tribunal Arbitral”. Além do FIP IEER, também fazem parte da ação contra Copel as Centrais Elétricas Diamantina, a Companhia de Energias Renováveis (CER), as Centrais Elétricas do Rio Ribeira, a GRP Empreendimentos e a Confluência Energia. A disputa se arrasta há anos e começa a ganhar novos contornos em meio à tentativa do governo paranaense de privatizar a companhia ainda este ano. Diante disso, existem denúncias que alegam que a empresa tem dissimulado esse passivo que pode superar 15% do valor de mercado da companhia, avaliada em pouco mais de R$ 18 bilhões. O imbróglio começou após o FIP IEER acusar a estatal paranaense de quebrar contratos e praticar falhas materiais em projetos de geração de energia eólica que já estariam aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Procurada pela reportagem, a Copel disse que a arbitragem teve início em 2015, portanto, na administração anterior, e confirmou que ingressou com pedido de anulação da decisão do Centro de Arbitragem e Mediação Brasil-Canadá. Em nota, a estatal pontuou que o processo de arbitragem corre em sigilo, conforme determina a legislação. A empresa disse, ainda, que a disputa consta regularmente em suas demonstrações financeiras desde 2015. E destacou que o assunto é uma “questão em andamento, sem decisão definitiva”.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Paraná quer receber e industrializar grãos de Mato Grosso do Sul, diz governador
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Ratinho Junior afirmou que a produção paranaense é insuficiente e defendeu concessões de infraestrutura
O Paraná quer ampliar a industrialização de grãos, inclusive, com matérias-primas de outros estados, como o Mato Grosso do Sul. A afirmação foi feita pelo governador do Estado, Carlos Massa “Ratinho” Junior, em entrevista do jornal Valor Econômico, publicada na quinta-feira (15/6). Ratinho afirmou que as cooperativas paranaenses estão aumentando os investimentos, mas que o Estado é deficitário na oferta de produtos como soja e milho. “O Paraná, com a produção que tem de grãos, já não atende para fazer a ração para proteína animal, para o porco, para o peixe. Então, o que queremos fazer? O Mato Grosso do Sul está crescendo muito na produção de grãos. Queremos fazer com que o Mato Grosso do Sul possa fornecer essa matéria-prima para o Paraná. E aí, no Paraná, industrializamos, transformamos em proteína animal e mandamos para o Porto de Paranaguá”, explicou. Uma das apostas do governador para viabilizar esse fluxo está na Ferroeste, estrada de ferro para ligar o município de Maracaju (MS) até o Porto de Paranaguá. O projeto prevê, segundo ele, 1,350 mil quilômetros de estrada de ferro, passando por municípios como Guaíra (PR), Cascavel (PR), além de um ramal para Foz do Iguaçu (PR) e outro em Chapecó (SC). Segundo Ratinho Junior, o andamento do projeto depende do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A intenção, segundo ele, é conceder a Ferroeste à iniciativa privada por 99 anos. O governador do Paraná admite algum impacto ambiental nas obras, mas diz que o projeto foi concebido para que seja baixo. “É um projeto importante para o Brasil. Porque essa região toda, do centro-oeste até o oeste de Santa Catarina, está virando um grande polo de produção de grãos e proteína animal. O volume de carga precisa ser escoado por rodovia, mas também por ferrovia”, argumentou o governador. A Ferroeste foi um dos projetos de infraestrutura que Ratinho Junior apresentou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma reunião realizada em Brasília. Outro foi o programa de concessões rodoviárias, que deve unir no mesmo pacote trecho administrado pelo governo e estado e pelo governo federal. Segundo ele, a intenção é conceder 3,3 mil quilômetros de rodovias por um período de 30 anos. Atualmente, a malha federal está sendo administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a estadual pelo governo paranaense.
VALOR ECONÔMICO
Prejuízo do agro com condições ruins das estradas paranaenses pode acabar só em 2025, diz entidade
As condições da BR-277, que dá acesso ao Porto de Paranaguá, e de outras rodovias paranaenses causam preocupação para produtores rurais. O receio é de que a burocracia envolvida no processo de licitação do novo pedágio faça com que as melhorias em trechos importantes das estradas aconteçam só a partir de 2025, prejudicando as próximas safras
Ágide Meneguette, presidente do Sistema Faep/Senar-PR (Federação da Agricultura do Estado do Paraná e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná), diz que os produtores estão “pagando o pato” por causa das más condições das rodovias paranaenses. “As cooperativas estão com produtos estocados [por causa das más condições das rodovias]. Na hora de mandar para o porto, é outro custo: o frete de Cascavel a Paranaguá, por exemplo, era de R$ 100 e passou para R$ 130. A licitação [do novo pedágio] está saindo, mas quem sabe só em 2025 vamos restabelecer as concessões para preservar e cuidar das nossas rodovias”, reclama Meneguette. A Gazeta do Povo perguntou ao Sistema Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) se há uma estimativa da quantidade de produtos estocados por causa das más condições das estradas, mas a entidade afirmou não ter essa informação.
“Efeito eleitoral pesou mais”, diz Meneguette. O contrato de concessão das rodovias paranaenses acabou em 2021. Em maio deste ano o governo federal publicou o primeiro edital para a realização de uma nova licitação. O documento diz respeito ao primeiro lote do pedágio, que abrange 473 quilômetros de rodovias entre Curitiba e Região Metropolitana, Guarapuava e Ponta Grossa. A previsão é de que o leilão seja realizado no dia 25 de agosto, na Bolsa de Valores de São Paulo. Se tudo correr dentro do cronograma, a assinatura do contrato deve acontecer até o dia 29 de dezembro. Já a implementação de faixas adicionais na BR-277 entre Curitiba e Paranaguá está prevista no lote 2, que teve o edital lançado na última segunda-feira (12). O leilão desse lote está previsto para o dia 29 de setembro. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) diz aguardar diretrizes do Ministério dos Transportes para os lotes 3, 4, 5 e 6. Depois, eles devem ser enviados ao TCU (Tribunal de Contas da União). Meneguette afirma que o setor vinha alertando o governo desde a gestão de Beto Richa (PSDB), que terminou em 2018, sobre a necessidade de encontrar uma solução para o pedágio antes que do término dos contratos. As sugestões incluíam a possibilidade de prorrogação da concessão. “Estávamos preocupados porque a concessão ia vencer. Mas houve eleição e o governo que assumiu [de Ratinho Jr. (PSD)] achou melhor esperar o contrato acabar. O efeito eleitoral pesou mais do que o interesse da economia do estado”, critica o presidente do Sistema Faep/Senar-PR. Agora, uma das preocupações do setor produtivo é de que o processo atrase por causa de ações judiciais. Em nota, o governo do Paraná reitera que o estudo sobre a nova modelagem de concessão de rodovias do Paraná foi contratado, em parceria com o governo federal, em 2019. “Desde então o projeto vem sendo aprimorado, em parceria com o setor produtivo e com a participação da população em audiências públicas. A proposta teve o maior número de contribuições da história de um projeto coordenado pela ANTT”, diz o texto. Em março, o presidente da Comissão de Obras, Transporte e Comunicação da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), deputado Gugu Bueno (PSD), afirmou que a BR-277 está com as piores condições dos últimos 25 anos. No início do mesmo mês, por exemplo, a rodovia ficou bloqueada por 20 horas por causa de um afundamento no quilômetro 33. No ano passado, houve deslizamento de terra e queda de rochas na região entre os quilômetros 39,5 e 42, interditando a pista. Um estudo realizado pelo Cenacid (Centro de Apoio Científico em Desastres), da UFPR (Universidade Federal do Paraná), apontou que os deslizamentos em estradas do litoral paranaense podem ter ocorrido por causa da falta de ações preventivas.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista cai pela 5ª sessão com S&P e recuo da moeda no exterior
O dólar à vista completou a quinta sessão consecutiva de baixa ante o real na quinta-feira, renovando a menor cotação de fechamento em um ano, com investidores reagindo à melhora da perspectiva de crédito do Brasil e ao recuo firme da moeda norte-americana ante a maior parte das divisas no exterior
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8026 reais na venda, com baixa de 0,17%. Esta é a menor cotação de fechamento desde 6 de junho de 2022, quando encerrou a 4,7959 reais. Na B3, às 17:25 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,32%, a 4,8175 reais. O viés positivo não se sustentou. Ainda permeava os negócios a notícia de que a agência S&P elevou a perspectiva de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”. Além disso, o dólar perdeu força no exterior após o Banco Central Europeu (BCE) elevar sua principal taxa de juros pela oitava vez consecutiva, em 25 pontos-base, para 3,5%, o nível mais alto desde 2001. A instituição também deixou a porta aberta para mais aumentos. Com isso, a moeda norte-americana perdeu força ante o euro e passou a recuar ante uma cesta de seis principais divisas. O dólar também cedia em relação à maioria das divisas de países emergentes ou exportadores de commodities. Após a decisão do BCE, ficou em segundo plano a expectativa de que o Federal Reserve poderá elevar os juros mais duas vezes ainda em 2023, como sinalizou a instituição na tarde de quarta-feira. Embora a moeda norte-americana tenha emplacado a quinta sessão consecutiva de perdas, profissional ouvido pela Reuters afirmou que é natural que, após os recuos recentes, a moeda tenha dificuldades para romper certos pontos técnicos. No Brasil, pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de agosto.
REUTERS
Ibovespa resiste a movimento de realização de lucros e defende 119 mil pontos
O Ibovespa fechou com uma alta discreta na quinta-feira, resistindo a movimentos de realização de lucros, conforme persiste o viés positivo para as ações brasileiras na esteira de expectativas atreladas à trajetória da taxa Selic, além de um forte fluxo de capital externo para a bolsa paulista no mês
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,14 %, a 119.240,24 pontos, de acordo com dados preliminares, máxima de fechamento desde 21 de outubro de 2022. Durante o dia, recuou a 118.692,8 pontos na mínima e avançou a 119.686,12 pontos no melhor momento. As principais contribuições positivas vieram de Vale, Itaú Unibanco e Banco do Brasil, enquanto as quedas de Petrobras e B3 responderam pelos maiores pesos negativos. O volume financeiro somava 26,4 bilhões de reais, em sessão também marcada por operações visando o vencimento de opções sobre ações que acontece na sexta-feira na B3.
REUTERS
Desembolso do crédito rural alcança R$ 318,7 bilhões em 11 meses
De janeiro a maio de 2023, foram liberados R$ 107 bilhões de crédito rural, que representa 8,6% a mais do aplicado no mesmo período do ano passado
A aplicação do crédito rural do atual Plano Safra 2022/2023 chegou a R$ 318,7 bilhões entre julho/2022 e maio/2023. Os financiamentos de custeio tiveram aplicação de R$ 189 bilhões. Já as contratações das linhas de investimentos totalizaram mais de R$ 84,2 bilhões. As operações de comercialização atingiram R$ 30,8 bilhões e as de industrialização, R$ 14,5 bilhões. De acordo com a análise da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram realizados 1.750.788 contratos no período de 11 meses, sendo 1.266.243 no Pronaf e 190.240 no Pronamp. Os valores contratados pelos pequenos e médios produtores em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização) foram, respectivamente, de R$ 49 bilhões no Pronaf e de R$ 45,2 bilhões no Pronamp. Os demais produtores formalizaram 294.305 contratos, correspondendo a R$ 224,4 bilhões de financiamentos contratados nas instituições financeiras. O Programa para a Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, conhecido como Programa ABC+, teve desembolso de R$ 3,7 bilhões. O Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro) teve contratações de R$ 1,6 bilhão. Já o O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) somou R$ 2,6 bilhões. Em relação às fontes de recursos do crédito rural, a participação dos recursos obrigatórios, no total das contratações, foi de R$ 69,23 bilhões, e a de recursos da poupança rural controlada somou R$ 58,3 bilhões. As duas fontes somam 40% do total do crédito rural. A demanda por recursos não controlados somou R$ 138,4 bilhões, com destaque para os recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) com R$ 781 bilhões, o equivalente a 25% de todos os financiamentos. A região Sul continua com o destaque nos financiamentos do Plano Safra, com R$ 104,5 bilhões. O estado do Rio Grande do Sul lidera o ranking das contratações na região, com 44% das contratações, seguido pelo Paraná, com 41%. O Centro-Oeste está em segundo lugar no desempenho do crédito, com R$ 88,3 bilhões, sendo que Mato Grosso e Goiás respondem por 76% das contratações da região. De janeiro a maio de 2023, foram liberados R$ 107 bilhões de crédito rural, que representa 8,6% a mais do aplicado no mesmo período do ano passado, em todas as finalidades do crédito rural (custeio, investimento, comercialização e industrialização). Nos cinco primeiros meses do ano, o custeio totalizou R$ 61,5 bilhões, os financiamentos em investimentos alcançaram R$ 24,5 bilhões, a comercialização somou R$ 17 bilhões e a industrialização, R$ 4 bilhões.
MAPA
IBGE: volume de serviços prestados cai 1,6% de março a abril
Queda foi a mais intensa para o mês desde 2020 e se disseminou entre as atividades
O volume de serviços prestados no País encolheu 1,6% na passagem de março para abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo IBGE. Além de disseminada entre as atividades e locais pesquisados, a queda foi a mais intensa para o mês desde 2020, quando houve retração de 10,9%, em meio à pandemia de covid-19. Após a contração, o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, não descarta variação negativa para o PIB do segundo trimestre, uma vez que “a base de comparação com o primeiro trimestre está alta”. “Mas mesmo um resultado negativo no segundo trimestre não deve alterar o ‘piso’ do crescimento para o PIB no ano, de pelo menos 2,0%”, contemporizou Vale. “Estamos vendo o esperado, com o agro forte e a indústria e os serviços patinando”, completou. O recuo no volume de serviços prestados no País em abril ante março chama atenção por sua disseminação setorial e territorial, mas não significa reversão da trajetória de crescimento, mas sim uma perda de fôlego diante de uma base de comparação elevada, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Ministério reduz estimativa de Valor Bruto de Produção para 2023
Nova projeção é de R$ 1,17 trilhão, levemente abaixo da expectativa do mês passado, mas ainda é a maior da série histórica. A redução no valor foi influenciada pela diminuição nos preços de algumas commodities agrícolas
O Ministério da Agricultura reduziu as estimativas do Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária em 2023 para R$ 1,17 trilhão, levemente abaixo do montante de R$ 1,21 trilhão projetado no mês passado. Mesmo assim, o índice é 3,8% superior ao número atualizado alcançado em 2022, que foi de R$ 1,13 trilhão, segundo a pasta, e o maior da série analisada desde 1989. A baixa no valor é influenciada pelos preços de algumas commodities agrícolas, que têm enfrentado redução. Segundo o Ministério, os valores recebidos pelos produtores de soja e milho estão 8,93% e 14,37%, respectivamente, abaixo dos preços em abril. A projeção do VBP é puxada pelo resultado das lavouras, cuja previsão de faturamento é de R$ 835,5 bilhões neste ano, 6,3% acima do obtido em 2022. Poucos produtos agrícolas apresentam redução do VBP neste ano. É o caso do algodão, com retração de 7,3%, do café, com baixa de -4,5%, e do trigo, com queda de 12,3%, principalmente por conta das cotações atuais, diz a pasta. Na pecuária, a estimativa é de faturamento de R$ 343,8 bilhões, retração de 1,8% em relação ao ano passado, por causa dos resultados na produção e nos preços da carne bovina (-7,3%) e de frango (-6%). De outro lado, produção de ovos (+17,2%), de leite (+7,3%) e de carne suína (+8,3%) tiveram impacto positivo. No geral, a soja se mantém como principal produto do agro brasileiro, liderando o ranking de produtos do VBP, com R$ 345,9 bilhões de previsão de faturamento, seguida do milho com R$ 152 bilhões e da carne bovina, com R$ 137,9 bilhões. No ranking dos Estados, os cinco primeiros são: Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Juntos, eles são responsáveis por 60,4% do VBP do país em 2023.
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