CLIPPING DO SINDICARNE Nº 394 DE 14 DE JUNHO DE 2023
- prcarne
- 14 de jun. de 2023
- 20 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 394 |14 de junho de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado físico do boi gordo segue com baixa liquidez e preços da arroba estáveis
Nas praças paulistas, o animal gordo “comum” (direcionado ao mercado interno) e o “boi-China" seguem apregoados em R$ 240/@, informou a Scot Consultoria
Na terça-feira, 13 de junho, o mercado físico do boi gordo não apresentou novidades, mantendo o cenário de estabilidade na arroba e de poucos negócios, relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. “A liquidez segue fraca, um reflexo dos elevados estoques de animais/carne bovina nas instalações dos frigoríficos do País, além da boa cobertura nas escalas de abate”, informou a S&P Global Commodity Insights. No interior de São Paulo, os pecuaristas que ainda têm lotes para negociar seguram os animais nas fazendas, à espera de melhores ofertas de compra, relatou a Scot Consultoria. Por sua vez, diz a Scot, parte dos frigoríficos paulistas tem optado por escalas de abate atendendo apenas uma semana. Com isso, o boi gordo “comum” (direcionado ao mercado interno) e o “boi-China” (abatido com até 30 meses) seguem apregoados em R$ 240/@ em São Paulo – sem ágio, portanto, para o animal padrão-exportação –, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 215/@ e R$ 230/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), de acordo com os dados da Scot. Segundo a S&P Global, neste momento, a oferta de animais terminados vem gradualmente diminuindo, sobretudo em alguns Estados do Centro-Sul do Brasil. Tal fator neutralizou novos movimentos de queda na arroba, mas ainda não foi suficiente para gerar reação positiva nos preços dos animais terminados, dizem os analistas da consultoria. Nas praças das regiões Norte e Nordeste do Brasil, o cenário também é de baixa liquidez no mercado do boi, com escalas de abate longas e preços da arroba bastante fragilizados. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 212/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 229/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca R$ 190/@ (prazo); RS-Fronteira:
boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 192/@ (prazo) vaca a R$ 179/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 185/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista) MA-Açailândia: boi a R$ 191/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Suínos: queda no PR e RS
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 107,00/R$ 112,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 8,40/kg/R$ 8,80/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (12), houve tímida alta de 0,38% em Santa Catarina, chegando a R$ 5,31/kg. Observou-se queda de 0,56% no Paraná, atingindo R$ 5,28/kg, e de 1,58% no Rio Grande do Sul. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 5,95/kg), e em São Paulo (R$ 5,89/kg). Cepea/Esalq
FRANGOS
Preço do frango congelado em SP cai 1,49%
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve alta de 0,84%, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,37/kg, da mesma maneira que o preço no Paraná, fixado em R$ 4,62/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (12), houve queda de 1,49% para a ave congelada, enquanto o frango resfriado ficou estável em R$ 5,92/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
Preço alto impacta consumo de carnes no Brasil, diz pesquisa
Uma pesquisa recente realizada pela plataforma online Kantar aponta que o aumento dos preços está levando os brasileiros a reduzirem o consumo de carnes em suas refeições
Segundo o estudo, que ouviu 3.800 pessoas durante o primeiro trimestre deste ano, houve uma queda de 9% no consumo de proteínas nesse período, em contraste com a diminuição de 6% no segmento de alimentos e bebidas em geral. A diretora do Painel de Uso da Kantar, Aurelia Vicente, ressalta que o consumo de proteínas em geral vem apresentando uma queda, especialmente no caso da carne bovina. Essa tendência já era observada desde o ano passado, mas se intensificou com o aumento da inflação. Atualmente, a carne bovina representa 39% do consumo de proteínas, em comparação com os 43,1% registrados no primeiro trimestre de 2021. Por outro lado, a carne suína ganhou destaque, subindo de 4,6% para 9,1% nesse mesmo período. Mesmo as proteínas mais acessíveis, como salsichas e linguiças, perderam importância no período. O consumo de linguiças caiu de 15,4% para 14,9%, enquanto o de salsichas diminuiu de 4,8% para 3,8%. No entanto, o consumo de carne de aves está se recuperando no curto prazo, passando de 25,9% para 28,6%, após um período de alta nos preços em 2022. Em relação aos peixes e frutos do mar, houve estabilidade nos primeiros três meses deste ano, representando 4,3% do consumo total de proteínas. Porém, esses alimentos apresentaram uma queda em relação a 2021, quando representavam 6% do consumo. A diretora da Kantar, Aurelia Vicente, destaca que a retomada do consumo de carne de frango está relacionada à busca por opções mais acessíveis e ao equilíbrio financeiro dos consumidores. Com os preços em alta, as pessoas estão optando por alternativas como salsichas e linguiças, que estão ganhando espaço nas mesas dos brasileiros, principalmente nas classes sociais mais baixas. Aurelia ressalta que o comportamento dos preços será determinante para o consumo nos curto e médio prazos. Ela enfatiza que, quando as pessoas tiverem mais possibilidades financeiras, é provável que retomem a compra de carnes bovina e de frango, que são as preferidas dos brasileiros. A diretora também destaca que o preço elevado não afeta apenas as carnes, mas também outras commodities, como arroz e feijão.
BEEF POINT/CANAL RURAL
INTERNACIONAL
EUA: queda geral nas exportações de carne bovina
Após um excelente desempenho nas exportações de carne bovina dos EUA no primeiro semestre de 2022, este ano as vendas estão mostrando resultados piores, de acordo com a Federação de Exportação de Carne dos EUA usando dados do USDA
As exportações de carne bovina de abril ficaram 10% abaixo do ano passado, totalizando 111.416 toneladas, enquanto o valor caiu 18%, para US$ 859,5 milhões, segundo o relatório. Além disso, nos primeiros quatro meses de 2023, as exportações de carne bovina caíram 8% em volume para 437.910 toneladas e foram 21% menores em valor (US$ 3,21 bilhões) ano a ano. O presidente e CEO da USMEF, Dan Halstrom, disse: “Com o aperto na oferta de carne bovina dos EUA, é difícil acompanhar os notáveis totais de exportação registrados no primeiro semestre de 2022, mas as exportações continuam respondendo por uma parcela de produção semelhante ao recorde do ano passado”. Apesar dos totais mais baixos nas exportações de carne bovina dos EUA, México, Coreia, Europa e África mostraram forte demanda por carne bovina dos EUA em abril. O México foi o principal destino das carnes bovinas dos EUA, O peso forte e a robusta demanda de foodservice impulsionaram os embarques de abril para um total de 14.403 toneladas, um aumento de 10% em relação a 2022, enquanto o valor aumentou 18%, para US$ 81,8 milhões. As exportações para o México nos primeiros quatro meses de 2023 aumentaram 14%, para 64.912 toneladas, com um valor de US$ 365,4 milhões (aumento de 17%). Com a redução da inflação na Coreia do Sul, as exportações para o país superaram o volume de abril passado em 7%, totalizando 24.825 toneladas. No entanto, o valor das exportações foi de US$ 201,8 milhões, uma queda de 13% em relação ao ano passado. Além disso, as exportações para o país de janeiro a abril caíram 10% em relação a 2022 (88.708 toneladas), avaliadas em US$ 707,1 milhões (queda de 31%). A União Europeia, juntamente com o Reino Unido, registrou o maior mês nas exportações de carne bovina dos EUA desde setembro de 2019, apesar de sua restrição às importações de carne bovina de gado não tratado com hormônios. As exportações totalizaram 2.345 milhões de toneladas (aumento de 25%) com valor aumentando 32% para US$ 31,4 milhões. Desde o início de 2023, as exportações nos primeiros quatro meses subiram 14%, para 7.176 toneladas, atingindo US$ 89,8 milhões em valor. Embora a demanda britânica represente parte do crescimento, a falta de acesso isento de impostos ao Reino Unido provavelmente colocará a carne bovina dos EUA em grave desvantagem após os acordos de livre comércio recentemente implementados pelo Reino Unido com a Austrália e a Nova Zelândia. Além disso, para 2023, a participação específica dos EUA na cota de carne bovina de alta qualidade isenta de impostos da UE é de 27.800 toneladas. Também mostrando forte demanda por variedade de carne bovina dos EUA, a África do Sul continua sendo um ponto brilhante para as exportações de carne bovina dos EUA em 2023. Quase dobrando em relação ao ano passado, as exportações de abril aumentaram 96% para 1.374 milhões de toneladas e avaliaram US$ 1,5 milhão (aumento de 70%). De janeiro a abril, as exportações foram de 7.199 toneladas, alta de 162%, com valor chegando a US$ 7,8 milhões, alta de 165%. Peru, China/Hong Kong e Caribe também registraram totais bastante fortes em abril, enquanto o Japão caiu, registrando o menor total desde fevereiro de 2016. No geral, o valor das exportações de carne bovina de abril equivalia a US$ 441,70 por cabeça, uma queda de 10% em relação ao ano passado, mas o maior desde julho. A média per capita de janeiro a abril foi de US$ 389,53, uma queda de 19% em relação a 2022. Além disso, as exportações de abril representaram 15,7% da produção total de carne bovina e 13,5% apenas para cortes de músculo, diz o relatório.
DROVERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Oito meses depois, o que falta para a privatização da companhia de energia do Paraná
Nas últimas semanas, a Copel (Companhia Paranaense de Energia) deu novos passos em direção à privatização. No final de maio, a companhia informou que passaria a “atuar junto a instituições de mercado” para estruturar “potencial oferta pública” de suas ações
O Conselho de Administração da Companhia também aprovou, na semana passada, o encaminhamento para a assembleia geral extraordinária de uma proposta de alteração do estatuto da Copel para permitir a venda das ações. Com isso, do ponto de vista legal, falta, apenas, que a Copel de fato realize a oferta de ações ao mercado para que seja privatizada. Ainda não está claro, porém, quando isso vai acontecer. No último comunicado sobre o assunto, a companhia afirmou que a realização da oferta “está sujeita, entre outros fatores, à obtenção de aprovações aplicáveis (inclusive aquelas de natureza societária), às condições macroeconômicas e de mercado no Brasil e no exterior, à celebração de contratos definitivos e aos procedimentos inerentes à realização de ofertas públicas na forma da regulamentação vigente”. Em abril, a Copel teve de dar explicações à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por causa de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que afirmava, entre outros pontos, que a oferta está prevista para outubro. À época, a companhia disse que não havia um cronograma para a realização da operação. Segundo Maíra Maldonado, analista de Saneamento e Energia do Research da XP, o mercado espera que a operação seja realizada no último trimestre de 2023, ou seja, entre outubro e dezembro. O TCE-PR (Tribunal de Contas do Paraná) designou uma equipe para fiscalizar, especificamente, o processo de privatização da Copel. Bernardo Strobel Guimarães, doutor em Direito do Estado e professor da PUCPR, explica que o governo do Paraná não precisa do aval do TCE para ir adiante com o processo. “As Cortes de Contas podem, em decisões cautelares, barrar esse tipo de operação, mas o processo não depende de uma autorização prévia. O TCE também pode opinar pela regularidade ou irregularidade do procedimento, dar alguma recomendação. Mas o estado do Paraná pode seguir com a oferta se não houver nenhuma decisão judicial barrando a privatização”, diz. Em março, o TCU (Tribunal de Contas da União) arquivou uma representação questionando a privatização. Os autores do pedido eram deputados de oposição ao governo de Ratinho Junior (PSD). A privatização da Copel foi aprovada pela Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e sancionada pelo governador no final do ano passado. Desde então, o governo do Paraná tirou alguns problemas do caminho. Em abril, uma portaria dos Ministérios de Minas e Energia e da Fazenda estabeleceu em R$ 3,72 bilhões o valor da outorga para que a Copel siga responsável pelas usinas hidrelétricas de Salto Caxias, Segredo e Foz do Areia. As concessões não acabavam em 2023, mas o governo fez a negociação antecipada para que não houvesse entraves à privatização. No STF (Supremo Tribunal Federal), o governo obteve maioria para sanar uma dívida com o Banco Itaú por meio de um acordo. O valor foi contraído há quase 23 anos com o antigo Banestado, e tinha ações da Copel como garantia. O acordo prevê um desconto de 62% na dívida, que tem valor total de R$ 4,5 bilhões.
Se a venda de ações for concretizada, a Copel será transformada em uma corporação – o que, na prática, significa a privatização da companhia. Hoje, a empresa já é uma sociedade de economia mista por ter a participação de acionistas privados. Com a transformação em corporação, o estado do Paraná, que hoje tem 31,1% das ações, terá uma participação menor e deixará de ser o acionista controlador. Segundo fato relevante divulgado pela Copel em novembro, o governo não poderá ficar com participação inferior a 15% do capital social total da empresa e com menos de 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações que têm direito a voto. Além disso, o estado terá uma ação preferencial de classe especial, que dá poder de veto em deliberações sobre vários assuntos. Com a ação, o estado pode vetar, por exemplo, a transferência da sede da Copel para outro estado.
GAZETA DO POVO
Deral: colheita do milho safrinha começa no Paraná
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou seu relatório semanal trazendo as condições de tempo e cultivo para as principais culturas do estado.
De acordo com o levantamento, a colheita da segunda safra de milho já começou, mas ainda não tem área suficiente para atingir 1% do total. Até aqui, 9% das lavouras estão em maturação, 69% em frutificação, 21% em floração e 1% ainda em descanso vegetativo. As regiões que já iniciaram a colheita são União da Vitória (15%) e Irati (10%). Os técnicos do Deral classificam 84% das lavouras como em boas condições, 14% das lavouras em médias e 2% em ruins. As piores lavouras do estado estão em Paranavaí (30%), Pato Branco (20%), Umuarama (10%), Laranjeiras do Sul (5%), Campo Mourão e Francisco Beltrão (3%) e Cascavel (2%). Detalhando as regiões paranaenses, o Deral indica que o milho segunda safra está em desenvolvimento vegetativo e floração na região Norte. “As lavouras apresentam um bom desenvolvimento, apesar do clima seco poder ter prejudicado lavouras em fases mais críticas”, explica o relatório. Depois de chuvas irregulares, a semana iniciou com mais consistência nas precipitações nas regiões Oeste e Centro-Oeste. “Estas chuvas desiguais podem ter comprometido o potencial das lavouras de milho, que já apresentam lavouras em maturação. Por outro lado, a volta das chuvas foi benéfica para as áreas que estão em fase de frutificação". Mais adiantada, a região Noroeste já começou a colher a safrinha e deve estender para outros municípios onde o plantio foi realizado mais cedo. “Nos últimos dias houve poucas precipitações, o que vem prejudicando o potencial produtivo da cultura, principalmente nas áreas em fase de floração e frutificação”, aponta o Deral. As lavouras da região Sudoeste estão entrando no ciclo final e terão colheita começando no final de junho. Porém, devido à ocorrência acentuada de cigarrinha, as perspectivas de produtividade não são animadoras para os produtores.
SEAB-PR/DERAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista tem leve baixa
O dólar à vista deu continuidade na terça-feira ao movimento mais recente de queda ante o real no Brasil, com as cotações reagindo a notícias sobre o estímulo econômico anunciado na China e sobre a desaceleração de preços nos EUA
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8622 reais na venda, com baixa de 0,12%. Esta é a menor cotação de fechamento desde 6 de junho do ano passado, quando encerrou a 4,7959. Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,07%, a 4,8785 reais. No início do dia, a moeda norte-americana reagia ao anúncio de que o Banco do Povo da China cortou sua taxa de recompra reversa de sete dias em 10 pontos-base, para 1,90%, injetando 2 bilhões de iuanes (279,97 milhões de dólares) no sistema. Foi a primeira redução desta taxa de empréstimo de curto prazo em dez meses, com o objetivo de restaurar a confiança do mercado e sustentar a recuperação do país no pós-pandemia. Como de costume, o estímulo anunciado pela China favoreceu as moedas de países exportadores de commodities, como o real brasileiro, colocando o dólar em queda. Esta tendência de baixa para o dólar foi amplificada a partir das 9h30, quando o Departamento do Trabalho dos EUA anunciou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 0,1% em maio, depois de avançar 0,4% em abril. Nos 12 meses até maio, o índice subiu 4,0%, menor patamar nessa base de comparação desde março de 2021, após o aumento de 4,9% em abril. Os dados reforçaram a ideia de certa acomodação dos preços, o que abriria espaço para o Federal Reserve interromper -- pelo menos neste mês -- o atual ciclo de alta dos juros nos EUA. Na reta final dos negócios com a moeda à vista, porém, o dólar se reaproximou da estabilidade. “Os dados de inflação nos EUA confirmaram as apostas de que o Fed deve manter os juros na quarta-feira. Por conta disso, vimos esta queda do dólar pela manhã. Mas estamos ainda em um ambiente de expectativa e cautela por conta da decisão do Fed”, ponderou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda de 0,51% com realização de lucros após 7 altas seguidas
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, reflexo de movimentos de realização de lucros após sete pregões consecutivos de alta, descolando do desempenho mais positivo de Wall Street, em meio a expectativas de uma pausa no ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,51%, a 116.742,71 pontos, após subir mais de 8% nos sete pregões anteriores. O volume financeiro somou 27,97 bilhões de reais, em sessão na véspera de vencimento de opções do Ibovespa e do índice futuro. Para o analista Matheus Lima, da Top Gain, trata-se de uma "correção saudável" após um rali de alta que fez o Ibovespa romper máximas do ano nesta semana, sendo negociado em patamares de preço que não eram vistos há um bom tempo. Ele destacou que os dados de inflação dos Estados Unidos, divulgados mais cedo, foram uma notícia positiva, corroborando apostas na pausa no ciclo de aperto monetário nos EUA na quarta-feira, mas que o mercado já vinha precificando. Na quarta-feira, o Federal Reserve anuncia sua decisão de política monetária e a maioria das apostas no mercado aponta para manutenção dos juros na faixa de 5% a 5,25% ao ano. Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,69%. Na B3, ações de empresas de commodities ainda foram apoiadas pela decisão do BC chinês de cortar uma taxa de empréstimo de curto prazo, o que foi interpretado no mercado como sinal de possível redução das taxas de longo prazo na próxima semana. De acordo com o especialista da Blue3 Investimentos Gabriel Felix, a decisão favorece commodities, mas não foi suficiente na sessão para evitar a queda do Ibovespa, que refletiu os efeitos de movimentos de realização de lucros. "Uma correção depois de dias seguidos de alta é natural e até bem-vinda", afirmou. Papéis mais sensíveis à economia brasileira, como os de companhias de consumo, que vinham mostrando desempenho positivo na esteira de expectativas de uma redução mais cedo da Selic, por sua vez, figuravam entre as maiores quedas, afetados ainda pela alta da curva de juros.
REUTERS
Diretrizes do relatório da reforma tributária desagradam bancada ruralista
Parlamentares ligados ao agronegócio cobram clareza sobre desoneração da cesta básica e isenções
As diretrizes apresentadas no relatório do grupo de trabalho da reforma tributária da Câmara dos Deputados não agradaram a bancada ruralista. Os parlamentares ligados ao agronegócio querem que o texto final da proposta, que deverá ser divulgado na próxima semana, seja claro sobre a manutenção da desoneração da cesta básica e da isenção para as exportações, entre outros pontos defendidos pelo setor. A análise inicial da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) sobre as premissas da reforma tributária é que elas são vagas, geram confusão e podem complicar ainda mais o sistema de arrecadação de tributos do país. A bancada diz que é "descabida" a votação do texto na primeira semana de julho, conforme acordado pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PPAL). "Os princípios que foram apresentados pelo grupo de trabalho na semana passada não nos satisfazem. Achamos que pairam dúvidas muito acentuadas, o que faz trazer uma incerteza muito grande sobre o impacto da reforma tributária do ponto de vista do agro", disse o vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), na terça-feira. "Só o texto definitivo vai nos permitir uma análise mais detalhada das consequências. Se o texto for como foi anunciado e realmente apresentado dia 20, pensar em votar a reforma tributária logo em julho é algo descabido. O prazo necessário será maior para que as consequências sejam avaliadas e possamos ter interveniência. Não consideramos que essa matéria deva ter acelerada a sua deliberação à medida que nem há ainda o texto proposto para a reforma tributária", acrescentou Jardim. "O problema não é só tempo, é que nós não votaremos algo que não tenhamos segurança sobre suas reais consequências", completou. Uma das preocupações da bancada é com a desoneração ou não da cesta básica. "O texto diz que poderá ser mantida a desoneração da cesta básica. Isso nos parece insuficiente. Queremos que o texto seja mais determinativo e diga que deverá ser mantida a isenção sobre a cesta básica. Não ter isso é correr o risco de imediatamente ter um acréscimo do custo do alimento para o brasileiro", apontou. O deputado disse que a convivência de dois sistemas de tributação durante um "longo período", como está sinalizado nas diretrizes do GT, pode "trazer muita confusão, pode gerar litígio e, ao contrário do enunciado, que é simplificar, pode complicar". Ele pediu mais clareza nessa transição. Em relação à possibilidade de a produção rural ter alíquota diferenciada, a dúvida é quanto ao alcance dessa medida. "A referência de que haverá uma alíquota diferenciada para produção rural é extremamente vaga para nós. O que é produção rural? Como se contempla todos os segmentos de insumos e depois a agroindústria? O agro é uma cadeia de produção. Essa referência, e sem mínimo sinal de quanto poderá ser a alíquota, traz apreensão, mas mais do que isso, o receio de que isso signifique impacto, cobrança, elevação da carga tributária e inflação sobre os produtos", destacou. O parlamentar também avaliou que há indefinição sobre a manutenção da isenção sobre as exportações e sobre a caracterização dos produtores rurais como contribuintes, o que pode elevar significativamente os custos para a maior parte do setor. Outra preocupação é sobre o tratamento que será dado para o ressarcimento de empresas do agro que têm crédito acumulado. "Queremos uma reforma neutra, sem acréscimo de arrecadação, e estamos temerosos que quando o texto vier de que isso possa estar embutido um crescimento de arrecadação", disse. Arnaldo Jardim disse que a bancada vai levar sugestões e observações ao relator da reforma tributária, com quem quer manter um diálogo permanente.
VALOR ECONÔMICO
Exportações/Cepea: Faturamento com exportações do agro têm avanço moderado no início de 2023
O faturamento com as exportações brasileiras dos produtos do agronegócio seguiu avançando nos quatro primeiros meses de 2023, mas o ritmo de alta foi menos intenso que o verificado em anos anteriores.
Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex – mostram que, de janeiro a abril de 2023, o faturamento em dólar do setor cresceu 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior, sendo puxado pelo aumento do volume – de 9,8% –, visto que os preços em dólar caíram 5%. Em moeda nacional, o faturamento apresentou alta de 4,9%. Pesquisadores do Cepea destacam que os produtos que mais contribuíram para o aumento do volume exportado foram o milho (os embarques cresceram expressivos 144%), o etanol (+74%), o óleo de soja (26,1%), a carne suína (+16,4%), a carne de frango (+13,4%), celulose (+9,8%), soja em grãos (+3,3%), açúcar (+2,5%) e farelo de soja (+1,1%). Quanto à queda no preço médio pago pelos produtos do agronegócio brasileiro, pesquisadores do Cepea indicam que esse movimento se deve ao arrefecimento na taxa de crescimento da demanda internacional em 2023 e também ao avanço da produção mundial. A taxa de crescimento das economias ao redor do mundo tem diminuído, resultando em menor pressão de demanda sobre os preços das commodities. Do lado da oferta, os elevados preços praticados em 2021 e 2022 motivaram o incremento da produção em importantes países. No Brasil, confirma-se o avanço superior a 14% na safra de grãos, sendo que a produção de soja cresceu mais de 20% no ciclo 2022/23. No entanto, preocupações de ordem sanitária e fitossanitária seguem na agenda dos produtores, principalmente devido ao surgimento de casos de influenza aviária em aves silvestres no País. Quanto ao câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que se mantenha próximo a R$ 5 neste ano, podendo ficar abaixo desse patamar caso o programa de controle da dívida pública seja eficiente. Além disso, a inflação deve se manter mais comportada, por conta da esperada estabilidade do dólar e do arrefecimento dos preços das matérias-primas. Ao setor agroexportador, após ser agraciado por uma produção recorde, resta esperar que os preços no mercado internacional não sejam demasiadamente depreciados para que possam superar o recorde valor do faturamento externo obtido em 2022.
Cepea
Itaú eleva com força projeção de crescimento do PIB e vê inflação mais baixa
O Itaú elevou acentuadamente na terça-feira sua projeção para a expansão da atividade econômica do Brasil neste ano, em linha com o maior otimismo de outras instituições financeiras, e revisou para baixo seus prognósticos para a inflação ao consumidor, prevendo ainda a antecipação de um afrouxamento "gradual" da política monetária
O banco privado espera agora que o crescimento do PIB em 2023 seja de 2,3%, quase 1 ponto percentual acima da taxa de 1,4% esperada antes, "diante do crescimento acima do esperado no primeiro trimestre e da expectativa de que, a despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres", segundo relatório. Dados do IBGE mostraram no início deste mês que a economia brasileira voltou a crescer no primeiro trimestre de 2023 e superou as expectativas com o melhor resultado para a atividade desde o final de 2020, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas. Na esteira dos dados, muitas outras instituições revisaram para cima suas projeções oficiais para o PIB do ano inteiro. Para 2024, o Itaú também aumentou sua expectativa para o crescimento econômico, de 1,0% para 1,5%. No que diz respeito à inflação, o Itaú revisou para baixo a expectativa de alta do IPCA em 2023 a 5,3%, de 5,8% antes, "incorporando preços mais baixos de produtos comercializáveis e corte de 5% nos preços da gasolina na refinaria". Para 2024, o banco ajustou ligeiramente a projeção de inflação a 4,4%, de 4,5%. "Esperamos que a redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação permitirão que o Copom antecipe o ciclo de flexibilização, com corte de 0,25 p.p., em setembro, e dois cortes de 0,50 p.p. nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a taxa Selic a 12,50% ao final de 2023", estimou o Itaú no relatório, acrescentando que "a eventual flexibilização da política monetária deveria ocorrer de forma gradual". "O ajuste fiscal ainda é desafiador e a política monetária nos países desenvolvidos continua avançando em território contracionista. Esses fatores demandam cautela com as projeções de inflação de médio prazo e recomendam uma condução parcimonioso da distensão monetária", disse o banco. Para 2024, o Itaú manteve previsão de Selic de 10%, diante de uma desinflação lenta dos preços de serviços.
REUTERS
Conab: próxima de atingir um novo recorde, produção de grãos está estimada em 315,8 milhões de toneladas
Os produtores brasileiros deverão colher 315,8 milhões de toneladas na safra de grãos 2022/2023. A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada na terça-feira (13/06), aponta para novo recorde de produção podendo registrar um crescimento de 15,8%, o que representa um volume 43,2 milhões de toneladas superior ao estimado no ciclo anterior, como revela o 9º Levantamento da Safra de Grãos
De acordo com o documento, a área destinada para o plantio apresenta um crescimento de 4,8% em relação ao ciclo 2021/22, sendo estimada em 78,1 milhões de hectares. A soja se destaca com o maior crescimento neste ciclo. Com a colheita praticamente finalizada, chegando a 99,9% da área semeada, a estimativa é de um volume de 155,7 milhões de toneladas. O resultado supera em 24% a produção da temporada passada, ou seja, cerca de 30,2 milhões de toneladas colhidas a mais. Mato Grosso, principal estado produtor, registra um novo recorde para a safra da oleaginosa, com produção estimada em 45,6 milhões de toneladas. Bahia também é um destaque com a maior produtividade do país com 4.020 kg/ha. “Nos dois casos, o resultado é reflexo do bom pacote tecnológico e condições climáticas favoráveis neste ciclo”, ressalta o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos. Para o milho, a projeção também é de um novo recorde com produção estimada em 125,7 milhões de toneladas, somando-se as 3 safras do cereal ao longo do ciclo, é 11,1% acima do volume produzido em 2021/22, o que representa 12,6 milhões de toneladas. Na primeira safra do grão, a colheita está quase finalizada com uma produção de 27,1 milhões de toneladas. Já para a segunda safra, em fase inicial de colheita, estima-se uma produção de 96,3 milhões de toneladas. “As condições climáticas têm sido favoráveis para o desenvolvimento da cultura até o momento”, pondera Vasconcellos. Outra importante cultura de 2ª safra, o algodão tem uma colheita estimada de 2,98 milhões de toneladas apenas da pluma. As lavouras apresentam um bom desenvolvimento, e predominam os estádios de formação de maçãs e maturação, com a colheita já iniciada em áreas da Bahia e Mato Grosso do Sul. Para o arroz, a expectativa é que sejam colhidas cerca de 10 milhões de toneladas na safra 2022/23. Já para o feijão, é esperada uma produção em torno de 3 milhões de toneladas, somando-se as três safras da leguminosa. Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. A área semeada do cereal já atinge 46,9% no país, o que representa um crescimento de 9,7% na área plantada, com a cultura podendo alcançar 3,4 milhões de hectares, o que resulta em uma produção de 9,8 milhões de toneladas.
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